Desde Janeiro, muito se tem escrito e dito sobre o Centro Hospitalar do Médio Tejo, mercê do inicio da implementação de um processo sistemático de redução dos serviços, nas unidades hospitalares de Torres Novas e especialmente em Tomar.
Acontece que os problemas, as especulações, a tentativa de o destruir, começaram há muito.
Mas, pelo menos durante os anos da existência do Governo Civil do Distrito de Santarém, no mandato 2005 a 2009, foi possivel trabalhar de forma a garantir que o mesmo não era totalmente "destruido" pelos vários interesses em jogo.
E quando se fala em interesses, não têm os mesmos que ser objetivamente negativos per si. Todos os grandes negócios e setores, públicos ou privados, mexem inúmeros interesses. Alguns legítimos e frontais, outros ilegíticos e covardes. E sobre a presença destes diferentes interesses na vida do Centro Hospitalar do Médio Tejo, temos tido de todos!
Convém no entanto e sobre esta questão, clarificar o posicionamento que durante alguns anos - os mais críticos -, houve em relação ao Centro Hospitalar do Médio Tejo.
Desde logo, a leitura de uma visita do então Governador Civil Paulo Fonseca, aqui em Agosto de 2008, já na vigência da famigerada Portaria, que criou urgências diferenciadas em Abrantes, Tomar e Torres Novas, mas que o Governo decidiu que eram para se manter em complementariedade.
Aliás sobre isso, não é demais recordar que foi o trabalho realizado a partir do Gabinete do Governador Civil chefiado pelo atual Presidente da Camara de Ourém e onde eu próprio era adjunto.
E o que fizemos? Reunimos informação, falámos com os autarcas envolvidos, com profissionais do setor, sempre dentro de uma descrição, que este tipo de assuntos exige. Finalmente e após várias trocas de emails e ofícios com o gabinete do secretário estado da saude, ao tempo o Dr.Francisco Ramos, houve em Santarém reunião, onde ficou assente o modelo de valências e urgências para o Centro Hospitalar do Médio Tejo.
Sobre as valências, dando continuidade à concentração a prever num Plano estratégico a elaborar, que levasse em linha de conta as já instaladas em cada unidade e a especificidade da distância entre as equipas e as cidades.
Sobre as urgências, o que se sabe: a Portaria contemplaria a particularidade das urgências no médio Tejo terem de funcionar em complementaridade, tendo por referencia a designação de "médico cirúrgica" à instalada em Abrantes e "SUB5" às instaladas em Tomar e Torres Novas. Isto teve de ser assim decidido em virtude da óbvia impossibilidade de adapatação da urgência de Abrantes para poder servir toda a região, conforme o celebre estudo da concentração das urgências elaborado pela Universidade de Coimbra e na altura (2007-08), tanta discussão havia gerado. Para que a urgência de Abranes fosse "adaptada" seriam necessários milhões de investimento e uma redução do serviço às populações servidas por Torres e Abrantes, as quais, naturalmente passariam a aceder às urgências de Santarém e Leiria, ficando assim globalmente mais longe dos serviços hospitalares do que então estavam.
Tudo isto foi estudado, orientado e decidido politicamente, sob os auspícios e coordenação do Governo civil, que era também para isso que existia na altura.
E em conclusão: Nos Governos do PS não fecharam as urgências e as populações de Tomar (Ourém e Ferreira) e de Torres Novas (Alcanena, Entroncamento, Barquinha e Golegã), nao viram a sua qualidade de saúde diminuída.
E o fato é que quem fechou urgências, reduziu valências e consequentemente promoveu despedimentos e deslocalizações de pessoal, bem como reduziu camas hospitalares, foi este Governo PPD-PP, numa lógica economicista que nao respeita as pessoas e a sua vida.
Felizmente que colaborei com um Governo (2005-09), que sendo socialista, respeitou o interesse das populações da minha terra e região.
Ontem realizou-se uma boa manifestação em favor do SNS e contra a reestruturação em curso no CHMT. Independentemente do que se disse e quem disse o que disse, a presença da mole grande de pessoas do Concelho, em defesa do seu Hospital é importante e demonstra, antes de mais, que muitas mais fases, nesta luta justa e solidária.
Parabéns a todos os que deram a cara, entre os quais autarcas de todos os partidos e movimentos políticos de Tomar. Desde muitos Presidentes de Junta e outros autarcas de freguesia, ao Presidente da Câmara e vereadores, à Presidente do PS de Tomar e outros deputados municipais, todos disseram presente: em favor de Tomar!