O blogue teve em 2023, 35.671 visitas; 48.603 em 2022; 117.160 (2021); 50.794 (2020); 48.799 (2019); 98.329 (2018) e 106.801 (2017) +++ e mais de 838mil desde julho/2010, tendo atingido meio milhão em 5/6/2020

14.11.08

4ªCrónica (Quinzenal), lida hoje aos microfones da
Rácio Hertz (FM 98), após o noticiário das 13H00 - repete ao Domingo depois das 13H00

Fomos confrontados esta semana com a triste notícia do falecimento do ex-Presidente da Câmara Municipal e ex-Presidente do CIRE, o Sr.Luis Bonet. Do alto dos seus 86 anos, o Sr. Bonet era o exemplo vivo do que deve ser o serviço à causa pública. Exerceu sempre com honra e probidade as diversas funções públicas, que foi tendo ao longo da vida. Era pessoa afável, capaz sempre de uma palavra de incentivo, de um sorriso simpatico mesmo na adversidade.

Foi durante mais de 20 anos Presidente do CIRE, tendo sido recentemente homenageado por ocasião da sua saída dessa função, por objectivas razões da sua saúde. Teria também já este ano sido homenageado pelo Município, não fora a tentativa de oportunismo bacoco e invejoso de um determinado grupo político, ao subverter uma proposta de justa homenagem aos Homens bons do Município, em tempo apresentada pelo Partido Socialista.

Foi aliás por este Partido e em nome do qual, que o Sr. Luis Bonet foi eleito exerceu o seu mandato de Presidente da Câmra Municipal de Tomar, entre 1977 e 1980. Nesse tempo os autarcas não tinham, nem as remunerações, nem as mordomias de hoje: trabalhava-se sem meios, físicos ou financeiros. Nesse tempo estava-se na Câmara não pelos negócios, ou na sua expectativa, mas sim pelo desenvolvimento e riqueza de todos.

Se hoje existe a Nabância e por via dela muitos tiveram acesso a habitação digna na nossa Cidade, tal se deve à Câmara PS de Luis Bonet. Recordo que quer na aldeia de meus pais e avós, o Marmeleiro, quer na generalidade das aldeias do nosso Concelho, a águas canalizada e a luz chegaram na Câmara PS de Luis Bonet. Era um tempo diferente em que havia responsabilidade, educação, lisura no trato e reapeito pelos adversários.

Luis Bonet representa para os tomarenses, homens livres e de bons costumes, socialistas, republicanos, tolerantes e outros, o exemplo a seguir, esquecendo definitivamente aqueles que apenas querem estar na vida pública para "fazer bons negócios".

Este é o grande exemplo que Luis Bonet nos deixou. QUE EM PAZ DESCANSE NA ETERNIDADE.

3.11.08

O GRUPO DOS FANFARRÕES

Havia, até há algumas décadas atrás um pouco por todo o País, uma figura típica que, sob qualquer pretexto, fosse numa feira ou festa popular ou num qualquer final de tarde na taberna, a todos os que o interpelavam ou não, prometia tira teimas e por vezes se envolvia em alguma escaramuça - O FANFARRÃO!

Tal personagem característica de um Portugal tipicamente atrasado, do sec.XIX e XX, tanto podia ser o grogue da terra, como um qualquer fidalgo ou ricaço, a dar-se ares de importantão. Esta segunda espécie de fanfarrão, normalmente fazia-se acompanhar pelo seu feitor ou capataz, quando não por um qualquer jornaleiro a soldo. Metia tal espécime medo, que na altura simpaticamente o povo chamava de respeito.

Ainda hoje vemos esse mesmo respeito, no tirar de chapéu nos filmes de “O Padrinho”, ou por aí a alguns doutores ou ex-presidentes disto e daquilo, não vá o diabo tecê-las.

O diabo é que quando, por força dos novos tempos, alcandorados no desenvolvimento e classe que o dito povo foi adquirindo, percebendo os novos valores éticos e criando novos poderes, o medo, escondido no tal respeito, deixou para a maioria de nós, de existir.

Personagem de todos nós conhecida, usa diletantemente esse estilo típico do Portugal do Sec.XIX, tendo mandado recentemente dois algozes no encalce do autor destas linhas, após este ter recordado o tempo e as circunstâncias negras que, na sua opinião, envolveram os anos da Presidência dele em Tomar.

A um, deu a tarefa de no jornal O Templário tentar levantar suspeitas sobre parte da vida profissional do autor, o que em tempo se provará totalmente falso. Esse mesmo, que ameaçando com perseguição num texto sem qualquer nível, nem ética, a que o Prof. António Rebelo e bem, classificou de tipo quase siciliano, em escrito posteriormente publicado no Jornal Cidade de Tomar.

A outro, deputado municipal do grupo independente, deu a tarefa de ameaçar com pimenta na língua, como na aldeia do dito se fazia, diz ele, aos meninos rabinos, em discurso escrito e lido com pompa e circunstância. Altercação prontamente respondida pela bancada socialista que estes, os socialistas, não admitiam quaisquer ameaças à sua conduta ou coacção à livre expressão ou opinião.

Aos dois e também eventualmente a um terceiro, dito entendido de artes e ofícios de tíbia cantante, foi encomendado um outro trabalho de promoção de um abaixo assinado, sem remetente, falsamente dito como tendo sido assinado por mil cidadãos e prontamente divulgado na comunicação social, como se no tempo da inquisição vivêssemos.

Infelizmente o espoleta, escondido atrás da sua prosápia balofa, é incapaz de alinhavar uma ideia nova para o futuro de Tomar, que não tenha sido tirada, directa ou indirectamente, da Agenda para o Desenvolvimento proposta pelo PS em 2005, conforme ficou demonstrado em recente e apressada entrevista. Tal tornaria o nível da discussão política elevado, mas este prefere, agora e sempre, a tentativa legal de assédio e ameaça velada, aos eleitos do partido socialista, sem argumentos que não sejam os da má fé típica dos desprezados. Quando os argumentos são fracos, este e outros de igual índole, além de se refugiarem por vezes em ameaças sob anonimato, fogem da clareza, da honestidade intelectual, da frontalidade e da ética republicana, preferindo sempre a conivência política velada e o uso dos métodos ancestrais do respeito.

A sociedade cível do Sec.XXI não pode continuar a tolerar este tipo de políticos, que toda a gente conhece pelos piores motivos, bastando para isso reler a imprensa tomarense de 1994 a 1997, por muito que se tentem vitimizar, quais virgens impolutas.

Para terminar, continua o autor destas linhas a esperar sentado, por mais sessenta dias, a acção em tribunal com que a dita personagem o tentou ameaçar, para aí, no seu próprio terreno profissional, lhe infligir mais uma derrota.