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30.3.18

Rotunda na ARAL: o estranho caso da oportunidade perdida

Todos sabemos da importância que as obras têm, para a vida nas cidades e, especialmente, par o seu futuro.
Não se constrói debalde. Não se altera apenas porque sim.

O esforço realizado na nossa cidade, especialmente após os projetos realizados a partir das ideias do Gabinete do Arquiteto Carlos Ramos (anos 50-60 do século passado), levaram sempre a cidade a se estruturar com base num crescimento mais ou menos harmonioso, tomando por base eixos centrais de ligação. Com a introdução da "nova" Ponte (Engenheiro Arantes de Oliveira, tomarense e ex-Ministro das Obras Públicas de Salazar), nasceu na EN110 (Entroncamento-Penacova) a Rotunda Alves Redol, em 1966 e posteriormente, já neste século, em 2007, com a construção do viaduto da linha férrea, junto ao Padrão Filipino da "entrada de Lisboa", surgiu a última rotunda.

Entre as duas, apesar de logo no início do Programa Polis, que financiou um estudo de tráfego, realizado pela empresa TIS, em 2004, manteve-se sempre o cruzamento dito da "ARAL", entre a Av. dos Combatentes da Grande Guerra e as Avenidas de Torres Pinheiro e de D.Nuno Álvares Pereira, mesmo com a construção, também em 2007, da Ponte do Flecheiro, que criou a Av. Luis Bonet, batizada assim apenas em 2011, pro proposta por mim apresentada e votada unanimemente na Câmara Municipal.

Infelizmente, por simples teimosia do então presidente António Paiva (PSD), que o estudo "encomendado" à TIS (em 2004), ajudou a justificar, nem a necessidade de uma travessia sul do Rio, onde seria construída a Rotunda do "Padrão", nem a destruição do cruzamento da "ARAL", foram considerados.

Interessante verificar hoje, conforme as imagens de satélite facilmente demonstram, tal rotunda é bem possível, com mínimos acertos nos terrenos contíguos existentes e facilmente mobilizáveis, por interesse público, para tal.
Muito mais "demolidor" foi a colocação nos anos 60 do século XX, da atual Rotunda Alves Redol, com a construção da Ponte "Nova".

Cruzamento da "ARAL"    vs       Rotunda do "Padrão"
Sabemos infelizmente já hoje que o novo programa de investimentos com financiamento comunitário, que irão definir nova Avenida de D.Nuno Alvares Pereira e, bem assim, da de Torres Pinheiro e na ligação à Várzea Grande, da Av. dos Combatentes da Grande Guerra, não equaciona a construção aqui de uma rotunda, facilitando o tráfego e fruição do mesmo neste ponto nevrálgico da cidade, aqui se mantendo uma solução semaforizada, perfeitamente despropositada e descabida, face a toda a lógica de gestão da cidade.

Pena que esta Câmara, hoje gerida por Anabela Freitas (PS), não leve minimamente em linha de conta os ancestrais ensinamentos deixados em Tomar pelo Gabinete do Arquiteto Carlos Ramos, bem como respeite aquele que foi o trabalho de anos realizado pelo PS de Tomar, contestando entre 2004 e 2007, a opção da construção da Ponte do Flecheiro, em detrimento do atravessamento no Padrão - que teria retirado uma parte substancial do trânsito do centro da cidade e, que nega também a evidência da (des)necessidade dos semáforos na "ARAL" e dos benefícios da colocação aí de uma rotunda.

É, será (?), mais uma oportunidade perdida, para Tomar, a qual terá assimde aguardar possivelmente mais uma década, até que aquilo que já há outra (década) era evidente, possa ver a luz do dia.

Em Tomar, tudo teima em ser assim: tempo demais para se fazer aquilo que se acaba por fazer, tarde e depois de se terem perdido (n) oportunidades.
Infelizmente:

Tomar merece isto?

24.3.18

Dia de Congresso Federativo do PS: "Revolution"?

Agora que hoje termino as minhas últimas funções em nome do PS, saindo da sua comissão política distrital, pela natural eleição de outros para essa missão, no Congresso que agora se realiza em Almeirim, é altura de pensar os próximos passos.

Lembrei-me então deste clássico dos Beatles...
Porque seria?


21.3.18

Prémios SPA - reflexo de um país de um pé descalço que não procura o seu par

Texto de Luis Sousa Ferreira, o nosso conhecido conterrâneo "pai" do Festival Bons Sons.

Dizer mais do que ele escreveu é adulterar a verbe perene de saber e razão. Leiamos e choremos...

"Prémios SPA e o reflexo de um país de um pé descalço que não procura o seu par.
Os meus parabéns a todos os nomeados SPA. Fiquei honestamente muito feliz por algumas nomeações. Contudo, existem alguns pontos que gostaria de partilhar convosco, uma vez que faltaram ouvir-se vozes nesta gala que, certamente, estariam representadas caso houvesse tais categorias.
Ainda neste fim-de-semana, num encontro centrado no universo da dança “Encontros para o futuro - O Ensino da Dança: Desafios e Perspectivas”, disse que o problema da cultura e das artes não é a falta de dinheiro. O problema é muito maior e profundo. O problema da cultura em Portugal é a falta de valor que se lhe atribui. Não é apenas um problema de ministérios e orçamentos, que não são a causa mas "apenas" mais um sintoma do afastamento da nossa sociedade da "sua" cultura. Não esqueçamos que as instituições são, muitas vezes, o reflexo disso e a condição disso mesmo.
Não houve um nomeado que pudesse sequer defender e evidenciar que o grande problema de Portugal - que desertifica, queima e anula 80% do seu território - é a falta de um planeamento, que promova a sua equidade. Não o disseram porque não o vivem. Por mais empatia que possa surgir, a dinâmica cultural de Lisboa não percebe o impacto que isto também tem nas curtas carreiras dos seus projectos. Ou seja, todos os nomeados, apesar de fazerem parte de vários circuitos e disciplinas diferentes, eram todos da grande Lisboa. Não porque não haja mais nada fora da capital mas porque o capital é reconhecidamente preguiçoso. Mas como é que os autores da cultura "nacional", que não vivem o país real e que por ele não batalham, podem pedir a esse mesmo país que perceba a iminência das suas causas. O país responde-lhes também com essa falta de empatia. Então urge mediar, não um conflito, mas a falta de interesse que cada parte nutre pela outra. Um país de um pé descalço que não procura o seu par.
O poeta Antonin Artaud defendia que aquilo que é importante não é tanto a defesa da cultura, cuja existência nunca impediu um homem de passar fome; o importante é antes a extracção, daquilo a que se chama cultura, ideias cuja força motivadora seja idêntica à da fome.
Sou um opositor acérrimo dos centros e defensor das periferias, ou já ficaria feliz com um equilíbrio entre elas. Não concebo uma cultura que se vê de um ponto fixo e que a sua dinâmica apenas atinja o alcance dos seus braços. Não concebo uma cultura institucionalizada com uma visão paternalista e com uma acção moralista perante as suas gentes. Podemos falar do ensino, podemos falar dos financiamentos, podemos falar da televisão e do processo expositivo que, no lugar da cultura, implantou um bem mais apático: o gosto pelo entretenimento, onde somos espectadores de nós próprios, até na morte.
Zeca Afonso defendia que uma revolução cultural não era ele poder ir tocar a mais sítios; revolução cultural seria chegar a esses sítios e encontrar música de lá.
Agora como um agente de programação também gostava que um dia alguém subisse àquele palco e dissesse que o modelo de financiamento da SPA é também a razão do asfixiamento da programação nacional. Reduz os projectos de risco, a diversidade e apenas fomenta as "programações de estado" e dos artistas de sempre. "Simpaticamente" sempre chamei de porca gorda à SPA. Agora consigo perceber que o peso dessa gordura não lhe permite circular e perceber que há mais projectos artísticos fora de Lisboa. Sabendo que é uma entidade privada mas à qual o estado lhe atribui grandes poderes gostaria muito que esta não visse os poucos espaços e projectos de programação como os seus infractores mas como os poucos (para não dizer os únicos) parceiros que lutam pela equidade do território, pela criação e difusão da cultura contemporânea. Mais do que distribuir pelos seus associados o dinheiro que ficou sem cabimento, a SPA deveria criar linhas de apoio e projectos que apoiassem o Novo. Numa lógica de apoio intergeracional mas, neste caso, invertido. Os grandes associados deveriam prescindir do dinheiro que na prática não é seu, em nome do fomento da cultura nacional apoiando novos artistas, novos projectos de programação e novos territórios para a cultura.
Já Agostinho da Silva dizia que o grande defeito dos intelectuais portugueses era só lidarem com intelectuais. Que fossem para o povo. Que vissem o povo. Que reparassem como ele reflecte, como ele entende a vida e como ele gostaria que a vida fosse.
O inferno seremos sempre nós enquanto apenas virmos a responsabilidade dos outros."

15.3.18

NÃO HÁ QUALQUER RISCO DE CHEIA NESTA SEMANA EM TOMAR

Com uma intensidade máxima de precipitação prevista para esta quarta-feira de 24mm, cerca de 40% da observada na sexta-feira dia 9/3, com vento predominante de S/SW e com uma intensidade de precipitação no troço superior do Nabão (estações metrológicas de Ansião e Leiria), num máximo de 60% da caída na sexta-feira, não se prevê que possa haver qualquer cheia no vale do Nabão.
Dado o atual nível do rio no Agroal, apenas se pode esperar um máximo de 3,00-3,20m de nível hidrológico instantâneo, provavelmente perto das 18h00 desta quarta-feira, dando um "pico de cheia" na cidade de Tomar, perto das 24h00 desse dia.
Tal significará um nível de água pouco maior do que a observada na madrugada e manhã do passado sábado, dia 10/3, quando o Rio teve total capacidade de recolha e drenagem da água recebida, tendo apenas tido uma pequena saída nas margens, junto ao Moinho Novo e a Santa Cita, também por força do caudal do Rio Beselga.
Desde que os açudes e comportas da cidade, hoje automatizadas, se mantiverem abertos, não há qualquer risco do Nabão sair do seu curso na cidade, especialmente na Levada, a qual mantém integral a sua capacidade de total drenagem da água, que se espera que na noite de quarta-feira (14/3) e madrugada de quinta-feira (15/3), chegue a Tomar.

Nota: aquando da finalização do meu trabalho como coordenador político do setor da Proteção Civil em Tomar, a 30/11/2011, deixei nos serviços um Protocolo de Manuseio do Rio na Cidade de Tomar, tomando por base o nível hidrométrico do Agroal e as precipitações observadas em Tomar e no Alto Nabão, instruindo de quando abrir: 1) O dique insuflável do Mercado; 2) A comporta do Açude dos Frades (na altura ainda manual); 3) As compotas dos Lagares D'El Rei; 4) A comporta de fundo da Levada, sob a Moagem nabantina; 5) O "ladrão" lateral da Levada, no final desta.
Se este protocolo for seguido, tudo corre sempre bem,porque até está atualizado, sendo que a única diferença substancial foi a automatização da Comporta do Açude dos Frades, o que conduziu a uma maior velocidade no seu manuseio.
O que não faz sentido é, perante pluviosidades de cerca de 30mm num dia, as Comportas laterais da Levada (além da de fundo), não estejam abertas... mas quem não sabe, é como quem não vê.

12.3.18

Banda sinfónica da Guarda Fiscal - Tattoo Militar de 1989

A Banda Sinfónica, onde tive o orgulho de servir, entre março de 1986 e fevereiro de 1991.
Extinta em 1993, foi a Banda Sinfónica, que só havia sido formada em 1985, desmantelada, tendo os seus músicos sido distribuídos entre a Banda da PSP, da GNR e alguns mantiveram-se no extinto Comando Geral como pequeno agrupamento musical, mas já sem a expressão que alcançara no final dos anos oitenta do sec.XX.

Saber mais sobre a Guarda-Fiscal.

9.3.18

Votos na Distrital do PS - António Gameiro, obviamente!

Amanhã é dia de eleições para as Federações do PS.
Naturalmente que como militante com as quotas em dia, não deixarei de dar o meu contributo e continuar a confiar no meu amigo Antonio Gameiro, na sua recandidatura.
Apesar das divergências que venha tendo da condução política do PS no meu Concelho, não apoio o Presidente da Federação de Santarem, como alguns por esse Distrito além, por qualquer taticismo ou oportunismo, estratégia ou falta de coragem de lutar contra.
Faço-o com a convicção dos valores que, desde a primeira hora, nos nortearam na recuperação do PS no Distrito de Santarem, já lá vão 15 anos, e de que o António Gameiro é o atual líder e representante desse esforço.