O endividamento municipal em Tomar não tem parado de aumentar, sem
resultados palpáveis para a desenvolvimento local. Isso é um fato que só os
mais distraídos podem negar!
O nó górdio da estratégia
encetada há vários anos pelos executivos do PPD, primeiro de Paiva, depois de
Corvelo e agora de Carrão, com a conivência da direcção local, agora de
Tenreiro tem como resultado um endividamento líquido de mais de 18 milhões de
euros, com um excesso face à lei do OE2012 de mais de 400 mil euros, quando há
15 meses havia uma folga de mais de 5
milhões face à Lei. A subida do endividamento líquido do Município em 15 meses,
de Dezembro de 2010 a Março de 2012, foi de quase +50%, de 12,5 milhões euros
para 18,2 milhões.
Face a este agravar em acelerado de todos os indicadores financeiros a
Câmara PPD insiste em que não precisa de assistência financeira da tutela,
mantendo a “pressão” da dívida sobre os fornecedores e perdendo assim margem de
manobra na negociação de preços na aquisição de bens e serviços. Uma Câmara que
não paga ou que paga tarde e a más horas, paga sempre muito mais.
Recordo neste momento os sábios
ensinamentos que me foram transmitidos há vinte anos pelo então Presidente da
Câmara de Idanha-a-Nova, hoje Presidente de Castelo Branco, quando numa visita
de trabalho que efectuei ao seu Município, este me assegurava que a gestão
municipal até nem era complicada.
Há vinte anos, enquanto em Tomar
se compravam dezenas de equipamentos para trabalhos municipais e nas
freguesias, os quais têm gerado uma permanente tensão nas relações entre as
Freguesias e o Município, estando metade do tempo parados, por avaria, falta de
pessoal ou desarticulação na preparação de trabalhos, em Idanha-a-Nova, o 2º
maior Município em área ( 950 Km2, Tomar tem apenas 350 Km2), não tinha Parque
de Máquinas e nem precisava dizia Joaquim Mourão. A razão era simples: ele pagava a tempo e horas, por auto de
medição e todos os empreiteiros queriam fazer trabalhos para a Câmara de
Idanha. E em menos de uma década ele transformou um perdido e despovoado
Concelho da raia interior do País, num exemplo de gestão pública.
O Município de Tomar, mercê dos
erros acumulados durante décadas está hoje numa situação insustentável e não
sendo certo da sua capacidade de honrar todos os compromissos, a começar pelos
salários dos seus mais de 500 trabalhadores, o executivo PPD, qual avestruz enfiando a cabeça na areia, quer negar a
realidade: A ASSISTÊNCIA FINANCEIRA É NECESSÁRIA, URGENTE E INEVITÁVEL.
Com uma dívida global de mais de
40 milhões de euros, receitas do estado de menos de 9 milhões, serviço de
dívida anual (amortizações e juros) de 3 milhões, sem ser capaz de gerar valor,
sem margem para negociar preços na aquisição de serviços e bens, que pode o
Município fazer, senão cumprir o inevitável?