
Balbúrdia pelo consumo desenfreado desencadeado pela cadeia do Pingo Doce que decidiu lançar uma campanha inédita de desconto imediato de 50% do valor da fatura, em todas as compras efetuadas precisamente no dia do trabalhador. Esta cadeia, a partir do Continente, "furou" assim o acordo geral entre a generalidade do comércio, que neste dia tem por hábito estar encerrado, dando assim uma justa folga aos seus trabalhadores. Aliás, este dia e o primeiro de Janeiro, são tradicionalmente os únicos dois em que está "quase tudo" fechado.
Uma das notícias do dia a conferir: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2451028
Este apelo consumista, completamente tolo, em nada resolve a situaçºão cada vez mais complicada em que nos encontramos. Não é pelo fato de consumirmos mais, adquirindo produtos que não produzimos localmente, que melhoramos a situação de emprego nosso, dos nossos familiares e amigos. Estamos literalmente a "empobrecer" alegremente, julgando estar a viver melhor. Já pensou em voltar ao Mercado? À venda de proximidade? Esquecer a aquisição de sofisticados equipamentos "made in china" ou outro qualquer longínquo mercado?
Consumir desalmadamente, como este apelo do 1º de Maio de 2012, apenas nos recorda que o fim deste modelo de desenvolvimento está próximo. Quando os nossos meios financeiros se esgotarem, estas grandes superficies fugirão, como já está a acontecer na cidade de Santarém e ficaremos sem os momentâneos empregos aí criados e sem dinheiro.
Num País em que não se investe na criação de riqueza, mas em que se facilita e apela, apesar das dificuldades criadas todos os dias às famílias pela ditadura das finanças, a uma supressão de direitos e ao consumo mais ignóbil, estamos a destruir valor, a empobrecer e isso não é caminho. Decididamente não é mesmo caminho!