A Câmara de Reflexões é, segundo o abecedário simbiótico de José Adelino Maltez, na sua primeira edição (Nov2011), uma sala de ritual da Maçonaria Universal.
É aí que se desenrola parte do processo de iniciação, quando o iniciado tem a sua primeira prova, sendo descrita com bastante precisão no livro A Guerra e Paz, de Leão Tolstoi.
"O pretendente senta-se sozinho e escreve as suas razões de querer-se juntar à Ordem", segundo MacNulty (W. Kirk). "Porque assim como há três portas na fachada oriental da Catedral Gótica, há três caminhos tradicionais para ganhar acesso ao Templo Humano interior: ação, devoção e contemplação", assim o define.
Porque reflexão vem de reflexus, o particípio do verbo refletir, isto é, voltar o espírito para, donde veio reflexio, a ação de voltar atrás.
Aí se procura o quem sou? De onde vim? Para onde vou? Visa-se um exercício de consciência sobre a brevidade da vida e a imortalidade do espírito, incorporando-se símbolo como a caveira (caput mortuum), a Ampulheta, a Gadanha (não como símbolo da morte, mas antes do nutrir transformador da natureza, o ceifar das dádivas da natureza) e o Galo, catalisadores que facilitam a transformação, como o Enxofre, o Sal e o Chumbo, em torno da morte do profano [aquele que aspira entrar na Ordem Maçónica], sob o lema VITRIOL [Visita Interiore Terrae Rectifandoque Invenies Occultum Lapidem, ou visita o interior da Terra e, retificando, encontrarás oculta pedra] e Vigilância e Perseverança.
Não se deve confundir esta Câmara, com a Câmara Secreta ou de Meditação, lugar de receção do Mestre Secreto, nos Altos Graus Maçónicos [Graus de evolução maçónica após os três graus clássicos - de aprendiz, companheiro e de mestre].