Fechado
desde julho de 2010, após vários avisos para obras de conservação urgentes e
duas inspeções da ASAE, o edifício do Mercado Municipal reabriu neste mês de
janeiro de 2016, após quase um milhão de euros gastos, entre compra da tenda,
alugueres vários, obras de adaptação para a tenda, várias e demoradas obras no
edifício e, finalmente TODO o edifício foi devolvido aos comerciantes.
TODO? Bem, quase todo, que segundo informação oficial uma pequena parte – onde
dantes estava a venda de peixe, está ainda em estudo, PASME-SE, após mais de
cinco anos fechado.
Do
anterior executivo, herdou-se uma obra prevista para cerca de metade do
edifício e quase meio milhão de euros já gastos, sem projeto, sem plano de obra
e sem qualquer estratégia preparada, quer para a sua dinamização, quer para a
sua sobrevivência, neste mundo comercial competitivo. Felizmente que hoje é
totalmente diferente …
Fruto
de um empenhado esforço da gestão política dos Mercados (CDU), naquele registo
de simpatia e competência à vista de todos, foi possível demorar APENAS mais
26 meses a alterar os planos iniciais, continuando sem projeto, e esquecendo o
respeito pela arquitetura do edifício, com a introdução do espetacular
telhado em placa sandwich, que é um primor a nível enquadramento e estética,
mas como eu não sou arquiteto, estou certo que a opção deve ter tido a
intervenção de um …
Mas
o que conta é, de facto, o Mercado estar de novo aberto e renovado. Mais
lojas e vendas, horários alargados e uma estratégia já em execução para
conjugar com o “para quê ir mais longe se o Mercado está aqui?”.
Seguiram-se as melhores práticas dos espaços comerciais, com horários
compatíveis com a vida dos consumidores, um plano de promoção e marketing com
políticas de fidelização e descontos e, basta lá passar a qualquer dia que não
seja a sexta, TODOS os lugares ocupados numa estratégia de rotação de lugares e
de tipologia de vendas. Pois …
E
após cinco anos de encerramento e, com duas deliberações de câmara tomadas para
ressarcir os comerciantes do prejuízo sofrido, mesmo sem terem pago um centavo
durante estes anos na tenda, na recente alteração do regulamento do Mercado,
a gestão política dos Mercados, simpática e competente como está à vista de
todos, esqueceu-se de deixar a possibilidade da câmara poder isentar parcial ou
totalmente, durante algum tempo, para cumprir aquilo que esta já havia
decidido: compensar os prejuízos que décadas de abandono levaram à
destruição do Mercado Municipal de Tomar, pelos gestores do PSD, desde 1997. Agora
se se quiser cumprir o já deliberado, serão precisos quase mais seis meses para
alterar o Regulamento: isto é que é que ser competente!
Orgulho-me
de ter, enquanto vereador no executivo anterior, defendido entre outros, que as
obras deviam ter sido realizadas de urgência, logo em 2010 e, se tal tivesse
sido feito, ter-se-iam poupado mais de 300.000€ logo ali e evitado a vergonha
que foi ter cinco anos um Mercado fechado. E, honestamente, para ter o mesmo
hoje que tínhamos há cinco anos, sem lojas âncora, com uma parte dele ainda
fechado, meio vazio, sem estratégia de promoção e com um ”abarracado”
arquitetonicamente desvalorizado face ao que deveria ter sido feito, é pouco,
muito pouco e mau demais para podermos estar calados.
Foi um dossier mal gerido
desde o início e nunca corrigido. Que mal fez Tomar, para ser gerido por gente
desta?
Quanto mais tempo tolerará o PS e Tomar isto?
P.S. – Parece que os responsáveis municipais se esqueceram nos discursos oficiais de referir o empenho de parceria com a Junta de Freguesia Urbana, a qual colaborou durante mais de um ano para, sob a estratégia do Plano de Obra definido pela gestão dos Mercados, para que o disparate não fosse maior e, em lugar de cinco anos, não tivessem sido sete, os anos de encerramento do edifício. Teria ficado bem agradecer a Augusto Barros e aos trabalhadores da junta urbana que deram o seu melhor. Teria, mas não foi feito…
@Discurso Direto 7FEV2016