Na senda do
que vem sendo a atitude permanente dos vereadores da oposição, no sentido de
falarem de cor, sem cuidarem de se informar sobre os factos, têm sido ditas e
proliferadas pela comunicação social tomarense, os maiores dispartes sobre os
Bombeiros de Tomar.
Ao
quererem fazer política, do tipo de conduzir “a olhar para o capô do carro”, ou
seja, ao irem atrás da sensação do momento das redes sociais ou das mentiras,
misturadas com algumas verdades, que “de dentro” vão sendo sopradas, os
inexperientes vereadores do PSD, são pau para toda a obra do “batido” Pedro
Marques, naquela atitude de “no tempo dele é que era bom”…
Mas vamos ao
que interessa. Em primeiro lugar a data da fundação dos Bombeiros e as razões
da eventual “confusão”.
PARTE I – A
TONTICE de Pedro Marques COM A DATA DA FUNDAÇÃO DOS BOMBEIROS
Durante
décadas, especialmente desde os anos 50 do século passado e, com especial
incidência, desde as comemorações dos 800 anos de Tomar, organizados entre 1960
e 1962, o regime de então assumiu a data da fundação dos Bombeiros de Tomar,
como sendo 28 de janeiro de 1923.
Aliás, o
grande documento de prova é, precisamente a capa do Regulamento do Corpo de
Salvação Pública, que refere que o mesmo foi aprovado na reunião do executivo
camarário de 24 de fevereiro de 1922 e coloca como data de “Fundação”,
precisamente 28 de janeiro de… 1922 (?!).
Confrontados
com um conjunto disperso de documentos sobre os Bombeiros de Tomar e a sua
História, a vereação socialista da Proteção Civil em 2010, encomendou a uma
pequena empresa de Tomar o levantamento documental sobre os registos existentes
dos Bombeiros. Desse trabalho, resultou um pequeno volume que pode aqui ser
consultado, onde entre outros factos se consultou as atas da Câmara Municipal,
especialmente dos anos 10 e 20 do século passado e se constatou que:
- em 1917 é “declarada”
a criação de uma corporação de bombeiros voluntários;
- em 1919 é
proposto pelo vereador Avelar, a criação de um grupo de bombeiros pertencente
ao Município;
- Em 1921,
surge através do vereador Gonçalves Ribeiro a proposta de um Regulamento para o
Corpo de Salvação Pública (CSP).
- O
documento foi estudado por todos os envolvidos, sendo a versão final foi
aprovada a 7 de Dezembro de 1921 do mesmo ano e enviada para a comissão executiva
da autarquia [Câmara Municipal].
- Após
análise, a 24 de Fevereiro de 1922 o documento foi finalmente aprovado na
sessão do executivo municipal, dando início à instalação do Corpo de Salvação
Pública [hoje Bombeiros Municipais de Tomar].
- a 1 de
setembro de 1922, dá-se início à instrução dos futuros bombeiros do CSP, sob o
comando de Amadeu Vieira da Silva, chefe de secção dos bombeiros do Porto. É
durante a instrução, ainda em Setembro de 1922, que os bombeiros de Tomar têm o
primeiro batismo de fogo, num incêndio descrito como “pavoroso” e que atingiu
uns prédios na Rua São João, no centro da cidade.
- a 28 de
janeiro de 1923, em sessão solene da câmara municipal, são finalmente
apresentados à população os bombeiros já formados.
De todos
estes factos existem atas e jornais, no arquivo municipal e na biblioteca
municipal, que atestam a sua veracidade histórica, só sendo conhecido todo este
levantamento a partir de junho de 2011.
Então o que
terá acontecido para que, durante anos se tivesse como adquirido que a fundação
dos Bombeiros se dera a 28 de janeiro de 1923?
A única
explicação plausível é que aquando da impressão definitiva do já citado
Regulamento do Corpo de Salvação Pública, que escreve na capa “conforme
deliberação da Câmara Municipal de 24 de fevereiro de 1922”, alguém terá tido a
necessidade de acertar o ano, pois não fazia sentido escrever que a fundação se
teria dado a 28 de janeiro de 1923, quando no ano antes havia sido aprovado o
respetivo Regulamento. Vai daí, à boa maneira do tempo de Salazar, põe-se 28 de
janeiro, mas de 1922 e assim a fundação era anterior à criação do Regulamento…
A base documental – as atas e os jornais da época, são
portanto inequívocas: o ato fundador, consubstanciado na deliberação de Câmara
que aprova o Regulamento, ao abrigo do qual são “organizados” o Corpo de
Bombeiros, que deu lugar à recruta e à posterior apresentação pública, deu-se
efetivamente a 24 de fevereiro de 1922.
Pode Pedro Marques bradar aos céus e aos infernos que “durante
anos sempre se comemorou a fundação dos Bombeiros a 28 de janeiro e que a
Presidente não tem legitimidade para mudar a data”, quando os factos históricos
conhecidos desde 2011, com base em documentos reais existentes em acervo municipal
não oferecem quaisquer dúvidas. Factos são factos e tontices são tontices.
PARTE II – A TONTICE DO PSD COM AS AMBULÂNCIAS DO INEM
Para não ficar atrás no disparate, os vereadores do PSD,
depois de andarem a não aprovar os subsídios para as Associações e Liga de
Bombeiros, sempre a levantarem suspeitas sobre, quer a honorabilidade dos
Homens, quer dos seus dirigentes e, na tentativa de não ficarem mal na
fotografia, lembraram-se agora de vir dizer que era uma vergonha, que a ambulância
do INEM tinha mais de oito anos e que deveria ter sido substituída aos 5 e que
não se compreende como andam ambulâncias a fazer longo curso (ou seja a
transportar doentes que têm consultas agendadas, essencialmente nos IPO’s), em
lugar de estarem paradas no quartel para substituir as avarias constantes da
ambulância do INEM.
Ora vamos aos factos que alguém se esqueceu de explicar aos
vereadores do PSD, quando lhes escreveram o texto.
Em primeiro lugar o Município de Tomar tem, como muitos
corpos de bombeiros, um contrato com o INEM, em que se compromete a ter
equipagem (Homens), com formação e em disponibilidade para, usando um meio (ambulância)
propriedade da INEM, possa, no contexto da rede nacional de emergência, acorrer
às emergências comunicadas pela central de despacho nacional (CODU), inerente a
uma chamada para o 112.
Quando esse meio (ambulância), não está disponível no quartel
de bombeiros que é solicitado, pode ser pelo INEM “solicitada” uma segunda
ambulância (com bombeiros) ou até uma terceira. Em Tomar, especialmente desde
que as urgências deixaram praticamente de funcionar em Tomar e ficaram
concentradas em Abrantes (2011-12), que é hábito estarem duas e por vezes três
ambulâncias de Tomar a fazer serviço ao INEM.
Quando, após pedido do INEM, não há ambulância de
substituição é ativado outro Corpo de Bombeiros que esteja nas proximidades e,
assim sucessivamente até ser encontrado um meio (ambulância), com bombeiros
especializados que possam fazer o serviço. É este o sistema que garante que há
sempre assistência de emergência a todos os cidadãos, em todos os locais do
País, haja ou não ambulâncias disponíveis ali ao lado ou Corpo de Bombeiros na
sua localidade: todos estão em rede e disponíveis para a emergência.
Para que todos saibam, o último ano e face ao investimento
em recursos humanos e ao reforço efetuado em 2014 com uma nova ambulância nos
Bombeiros Municipais de Tomar, aumentou em cerca de 25% o numero de transporte
de doentes realizados, quer em emergência, quer em serviço de longo curso e,
pela minha experiência, garanto-vos que os Bombeiros de Tomar não conseguem
sequer atingir os 50% de “quota de mercado” na emergência/ transporte não
urgente de doentes oriundos do Concelho o que demonstra que há ainda um grande
caminho a percorrer de investimento em ambulâncias e em mais bombeiros com
formação adequada, com o chamado curso de Tripulante de Ambulância de Socorro
(TAS), o que irá acontecer nos próximos meses, após anos de formação a
conta-gotas.
Ora, acontece que o INEM nos últimos anos, como é público
tem tido uma redução significativa de meios financeiros para investimento em
ambulâncias o que tem levado a diversos problemas, de norte a sul do País. Há,
conforme disseram e bem os vereadores do PSD, um prazo referencia para
substituição de 5 anos, em muitos Corpos de Bombeiros as ambulâncias contam já
mais do que esse prazo. É o caso de Tomar e apesar da insistência do Comando
dos Bombeiros e do Município, desde que a data de 16/3/2014 se aproximava e que
depois se ultrapassou, quando fazia os 5 anos de serviço da ambulância do INEM,
este nunca a substituiu até hoje.
Portanto, não só a ambulância do INEM estacionada em Tomar
não tem 8 anos, mas sim 6 anos e 11 meses, como têm os Bombeiros e o Município
insistido para que a sua substituição se dê. E muito se estranha que seja
precisamente o partido que foi responsável durante os quatro anos de cortes
absurdos em todos os setores, com especial consequência no da saúde, a vir “acusar”
uma Câmara socialista pela responsabilidade que recai, inteirinha, num Governo
PSD…