Nota do dia, do (então) vereador Luis Ferreira, Sábado dia 27, na Rádio Hertz (FM92 e 98), após os noticiários das 13H, 17H e 19H.
Há cerca de um mês, na última reunião de Câmara do mês de Setembro, apresentou-se à dita, um cidadão residente na Avenida Nuno Alvares Pereira que se foi queixar, e bem digo eu, da lixeira do Flecheiro, junto ao acampamento cigano.
Na altura manifestei a minha indignação face ao completo desprezo e abandono que aquela zona da cidade tem tido por parte de vários serviços municipais, nomeadamente os da higiene e limpeza. É que o Concelho ou a Cidade não são só a Alameda, sem qualquer desprimor para quem aí reside. A cidade e o Concelho, são de todos, incluindo, por muito que custe a alguns, também os cerca de 200 ciganos que vivem no acampamento à entrada da Cidade.
E sim, também aquele local é para ser limpo. O lixo é para ser recolhido e se a sugestão que a vereação socialista da proteção civil fez, há quase dois anos, fosse concretizada, também as condições gerais de salubridade do acampamento estariam melhorados. Isso seria conseguido através da colocação de receptáculos para a colocação de monos e lixos, com a colaboração da comunidade cigana e o seu despejo regular por parte dos serviços da autarquia. Mais grave é ainda a situação de saúde pública relacionada com os dejectos, uma vez que só o Rio e os caniços são repositório de saneamento. A colocação de casas de banho provisórias na zona do acampamento, mais uma vez em articulação com a comunidade, poderia melhorar muito as miseráveis condições que aí se vivem.
E não venham os falsos moralistas dizer que eles estão ali por sua conta e risco e que são uns “malandros”. Em primeiro lugar há “malandros” em todo o lado, não sendo exclusivo de uma raça, religião ou etnia e em segundo lugar, segundo a constituição portuguesa, todos os cidadãos devem ter, especialmente por parte das autoridades, tratamento igual. Saúde pública, higiene e limpeza e segurança, devem ser por nós, Município e demais autoridades públicas, assegurados a todos.
Nem entendo como há receio de trabalhar com a comunidade. A minha experiencia de 2 anos a gerir a proteção civil municipal, especialmente quando foi necessário fazer uma intervenção mais profunda no Rio e suas margens no outono do ano passado, com recurso inclusive a maquinaria pesada, a relação foi excelente e a colaboração total. Problemas de polícia tratam-se na polícia. Quanto aos outros problemas como por exemplo os de higiene e limpeza, de habitação social, de segurança civil, todos, mas todos devem colaborar, para que aquele problema, que é nosso, de todos, seja começado a resolver.
Termino apenas dizendo que, enquanto Vereador apresentei há mais de um ano ao Presidente da Câmara uma solução simples para começar a resolver parte do problema: a criação de Núcleos de Alojamento Temporários, em vários locais do Concelho, tomando como base, por exemplo, as Escolas desactivadas, a criação de pequenos núcleos de bungalows. Tal foi ainda proposto pelo PS, há mais de um ano na Assembleia Municipal e aí aprovado por unanimidade. A promoção da mudança faseada e voluntária dos núcleos familiares, com as condições mínimas de higiene e salubridade, que o atual acampamento nunca poderá ter, mesmo que aí coloquemos, por exemplo, casas de banho provisórias, devia ser a medida a seguir.
Se em 2010, durante 6 meses garantimos casas de banho provisórias na cerrada dos cães, para garantia desse serviço aos Turistas, porque não o fazemos aos nossos ciganos?
Tenhamos coragem e não escondamos ou fujamos do problema.http://protegetomar.wordpress.com/2011/10/04/protecao-civil-intervem-no-flecheiro/