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31.8.11

O clamor do Alambor templário

Está a circular uma curiosa petição pública, que tem o seguinte texto:

"No seguimento das obras de arranjo urbanístico levadas a cabo pela Câmara Municipal de Tomar da envolvente norte do Conjunto Imemorial de Tomar - Património da Humanidade -, foi destruído o alambor primitivo norte do Séc. XII do Castelo Templário de Tomar; um marco único a nível mundial da arquitectura militar medieval do Séc. XII.
As suas pedras, com quase 900 anos, foram retiradas e transportadas para um terreno baldio por trás do Convento de Cristo, onde se encontram abandonadas e desprotegidas, passíveis de serem facilmente furtadas.
Foi ainda iniciada, neste momento, a construção de uma parede de betão de 5m.

Os cidadãos a seguir assinados e identificados, vêm por este meio, requerer a Vossas Excelências a reformulação do mesmo, reintegradas as pedras retiradas, de acordo com as melhores práticas de restauro e conservação da arquitectura militar medieval do Séc. XII, com especial cuidado para a sua singularidade.
Garantindo a sua recuperação, manutenção e sustentabilidade a longo prazo."

Factos:
- o espaço estava previamente identificado como "podendo conter vestígios de construções pré-existentes", o que obrigou a um acompanhamento constante da arqueolgia nos trabalhos efectuados;

- no decurso dos trabalhos para colocação de muro de suporte de terras, foram "escavados" alguns metros de muro, que foi desde logo identificado, pela arqueologia do igespar, como pertencendo ao alambor templário nordeste do castelo do séc.XII, aterrado provavelmente aquando da construção da estrada que está hoje a ser alargada;

- desde o primeiro momento, quer a Sra.Directora do Convento de Cristo, também ela arqueóloga reputada e responsável pelo "caderno de encargos" do acompanhamento da intervenção, enquanto técnica superior do igespar, quer os arqueólogos do igespar, identificaram e acompanharam a remoção das pedras para depósito temporário.

- é neste momento intenção dos técnicos do igespar, segundo informação que me foi prestada, prover a que o alambor descoberto seja estudado e valorizado, na sua pré-localização, o que será realizado no decurso da empreitada e segundo as suas instruções;


Assim sendo, o motivo da petição publica - a salvaguarda do alambor, com o qual eu e todos os de bom senso concordarão, está garantido.

Mais: no decurso dos próximos meses é perfeitamene expectável que venham a ser feitas novas descobertas importantes, de períodos dos séc.XII ao XVIII, uma vez que todo o espaço foi frutos de diversos e notáveis aterros e movimentos de terras, durante esses períodos.
Tal facto previsto no caderno de encargos, foi inclusivé objecto de declaração do vereador socialista Carlos Silva, da primeira vez que impelissem foi presente a reunião de câmara e reafirmado já neste mandato pelos vereadores socialistas aquando da aprovação final.

A petição, motivo de forte e empenhados movimento cívico, não faz por isso já qualquer
sentido. Ou por outra, faz sentido se considerarmos que os arqueólogos do organismo publico que tem por missão própria acompanhar este tipo de intervenções, não saibam desempenhar a sua função técnica, para a qual estão habilitados e são por isso mesmo reconhecidos.
Eu, enquanto autarca e cidadão interessado na salvaguarda do nosso espólio histórico, confio na sua experiência e profissionalismo.

Havendo causas que se justiça a nossa preocupação, como a inexistência de solução para a "ruína do ex-Convento de Sta. Iria", como tenho repetidamente vhamado à atenção do executivo municipal, esta causa está, por agora "morta".

Se há local que está a ser devidamene estudado e acompanhado, esse local é a envolvente da envolvente ao Convento de Cristo.