Todos nos lembramos de a 7 de
dezembro de 2010, os concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã, terem sido
percorridos por um Tornado, o qual atingiu a classificação internacional de F3,
o que significa depois das perícias técnicas realizadas, ventos estimados que
terão rondado os 240 Km/h. A faixa de território atravessado por este Tornado
no nosso concelho, de sudoeste a nordeste, começou junto a Paialvo, onde uma pinheira
com algumas dezenas de anos foi arrancada pela raiz e só terminou, junto aos
Ganados, com o completo destelhamento de várias infraestruturas do conhecido Campo
Jovem.
Tive o ensejo de enquanto
responsável da proteção civil municipal, durante essas difíceis semanas,
procurar estabelecer todas as pontes possíveis para o imediato socorro das
centenas de pessoas afetadas. Os trabalhos de emergência, que envolveram meios
significativos, advindos de todo o distrito de Santarém, foram acompanhados por
inúmeros voluntários enquadrados pelos serviços municipais de proteção civil,
pelos serviços do município e das juntas de freguesia da Madalena, São João,
Santa Maria e Casais, tendo o então segundo governo de José Sócrates, ativado o
Fundo de Emergência Municipal, o qual cobriu todos os prejuízos públicos
levantados e reportados pelo Município, incluindo o Jardim Escola João de Deus.
Parte da equipa que coordenou a Proteção Civil Municipal na emergência do tornado de 2010 - foto oficial de Leonel Graça |
Este Tornado foi o acontecimento de
maior significado e extensão financeira de danos até hoje registado no Concelho
de Tomar e, além dos prejuízos estimados em infraestruturas públicas, há que
somar as infraestruturas privadas, no que terá ascendido a mais de 2 milhões€
de prejuízos.
Além do fundo de emergência
municipal já referido, as Seguradoras acamparam literalmente em Tomar, com
todo um conjunto de peritos, de forma a mais rapidamente levantarem os danos
sofridos, em sinistros maioritariamente relacionados com danos próprios em
viaturas e multiriscos-habitação. Ao fim de poucos dias já estavam mais de 300
processos de indemnização em curso, e em poucas semanas a esmagadora maioria
dos mesmos totalmente pagos, o que permitiu a uma parte substancial das pessoas
verem rapidamente recuperados os seus bens.
Houve, no entanto, uma parte dos
afetados que não estavam cobertos por seguros, aos quais o governo de então,
através do IAPMEI e do Governo Civil de Santarém, abriu candidaturas a
financiamentos para recuperação do tecido económico, para as empresas afetadas
e para também para particulares.
Com a extinção dos governos civis
decretado pelo governo de Passos Coelho, os processos de indemnização aos
particulares foram arquivados e transferidos dos Governos Civis para a
Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna, aí jazendo os anos da
governação de Passos Coelho, até ao final de 2015.
Com a entrada em funções do novo
Governo e a instâncias do Deputado Hugo Costa, entre outros, foi possível reatar
o processo e nas últimas duas semanas foram já colocados a pagamento cerca de 200 mil euros de
indemnizações a particulares, só do concelho de Tomar.
Pode hoje com propriedade dizer-se,
que o processo do Tornado de 2010 em Tomar está finalmente concluído e que é
bom saber-se que Tomar é de TODOS, e muito especialmente daqueles que têm palavra,
honra, probidade e boa fé!