O processo de reequipamento dos nossos Bombeiros tem sofrido vários contratempos, desde que em 2010, se concluiu pelo excessivo envelhecimento das ambulâncias, face aos transportes que então já eram efetuados, situação que viria a ser deveras agravado com a concentração das urgências na unidade de Abrantes, o que obrigou a maiores e mais prolongadas deslocações.
No decurso dessa ultima gestão socialista dos Bombeiros (2010/11), foi possível aumentar em cerca de 60% o numero de transportes efetuados, mais do que duplicando a receita obtida, com a legalização dos preços cobrados e efetiva arrecadação, para o Município, da respetiva receita.
Apesar dessa demonstração de que mais serviços, significavam mais receita e serviço efetivo às populações do concelho, a anterior Câmara, só em 2012, viria a aceitar, após proposta dos então vereadores do PS (onde me incluía), proceder ao processo de aquisição de novas ambulâncias.
A primeira chegaria em cima das autárquicas de 2013 e a segunda já só viria a ser adquirida em 2014, já nesta nova gestão. Entretanto mais duas ambulâncias foram adquiridas e apenas uma abatida, tendo duplicado o numero de serviços e transportes efetuados, mercê do também reforço de bombeiros ao serviço dos Municipais de Tomar, nos últimos dois anos (mais 15 operacionais entrados para o quadro do Município e apenas duas saídas).
A última das ambulâncias teve o chassis oferecido pela Liga dos Amigos do Bombeiros - boa razão para todos sermos dela sócios, além do desconto de mais de 30% que isso nos dá nos serviços da proteção civil. Há agora a teoria de que não são necessárias mais ambulâncias. Permitam-me discordar. É necessário ir abatendo as ambulâncias com mais anos (12-15-20), melhorando a qualidade e a quantidade de serviços efetuados para os cidadãos do Concelho de Tomar.
Vocacionar os bombeiros, unicamente para a capacidade técnica operacional de resgate, emergência civil, fogos florestais é demasiado pouco para um Concelho para Tomar. Nós investimos cerca de 1,2 milhões€/ano, no sistema de proteção civil/bombeiros, e não aproveitar a sua capacidade instalada para aumentar o serviço às populações, não faz qualquer sentido. Diria mesmo que fazê-lo é um ato de má gestão pública.
A teoria está errada e, deveria ser adquirida uma nova ambulância todos os anos e assim ir aumentando o numero de serviços realizados em 10-15% ao ano, até conseguirmos cobrir as necessidades existentes no Concelho a esse nível.
Sei, por experiência própria de gestão do sistema, que isso é possível. Portanto, permitam-me, dizê-lo: faça-se!
E não se ande atrás de opiniões avulsas, que pensam que seria possível gastar milhões no sistema de proteção civil/bombeiros, sem ter um centavo de receita.
Talvez por isso em 2009 as receitas eram de 115.000€ e a gestão socialista deixou o sistema em 2011, com uma faturação perto dos 300.000€. Hoje ela deve (ou deveria) rondar os 450.000€ - os últimos três meses têm registado um novo decréscimo de atividade de receita, em “prol” do mero socorro, o que não é de todo necessário/justificável de acontecer.
É que agora há recursos humanos disponíveis e há mais ambulâncias.
No entanto, é minha opinião que o esforço na aquisição, será sempre compensado com a receita de cerca de 9-10 meses, além da melhoria das condições de transporte dos doentes e abatimento de ambulâncias mais antigas, com elevados custos de manutenção.
O Concelho de Tomar, que tanto investe anualmente no sistema tem o direito, diria mesmo, tem a obrigação de ter o retorno, a nível de serviço prestado.
Um obrigado à Liga dos Amigos dos Bombeiros de Tomar, por mais este esforço conjunto com o Município para que tal vá acontecendo.