Menos investimento, menos transparência e menos escrúpulos
No próximo dia 1 de outubro os
eleitores serão chamados a escolher os 164 autarcas do Concelho de Tomar, do
Município e das suas dezasseis freguesias, agrupadas em onze juntas. A
democracia sendo feita de escolhas, nelas conta o debate dos resultados e da
credibilidade dos protagonistas.
A opção, hoje como ontem, não é apenas sobre as políticas públicas que
se desejam para o Concelho de Tomar, mas também sobre quem as promove e
executa. Ou sobre a sua credibilidade.
Este é o tempo de balanço e nele
contam também as duas condenações - únicas num presidente de câmara em Tomar,
conseguidas neste mandato municipal - em 2016 e 2017. Conta também o apoio
daquele que há vinte anos foi, por unanimidade e em votação secreta, afastado de
recandidato pelo PS, porque dizia-se na altura: “que à mulher de César não
bastava ser séria” e que ainda há um ano, dizia em plena reunião de Câmara que
tudo faria para que Anabela Freitas não fosse reeleita. Credibilidade dos
protagonistas e escrúpulos, na gestão da coisa pública, no cumprimento da lei e
na defesa do interesse coletivo.
A gestão de Tomar mudou, de
facto, nos últimos dois anos, sendo hoje gerida com menos escrúpulos e menos transparência.
A nível financeiro, fruto da lei
dos compromissos de 2012, a dívida municipal em Tomar e em todo o país baixou.
Mas se o esforço dos primeiros seis trimestres tivesse sido continuado, a
dívida municipal seria no final de 2016 de 20 milhões€ e não os 24 milhões que
então havia. E isso, resultado de opções em zig-zag tomadas a partir de 2015,
levaram a que NUNCA como hoje o
investimento municipal fosse tão baixo. Apenas se terminaram as obras do
complexo da Levada e mesmo a resolução do imbróglio do ParqueT, numa pesada
herança herdada da loucura da gestão de António Paiva (1998-2008), conseguiu
aumentar em mais de 2 milhões€ a dívida a pagar, em 12 anos, que já tinha a
astronómica responsabilidade de 6,5 milhões.
Menos investimento e mais dívida para o futuro, é o que estes dois
últimos anos de gestão legam para o próximo mandato.
Tomar merece isto?
Muito foi feito? Sem dúvida. Mais de metade do programa eleitoral
apresentado foi cumprido.
Muito há ainda para fazer? Sem qualquer dúvida, pois espera-se que
os próximos anos tenham menos dificuldades no financiamento público e, sem os
constrangimentos dos dois primeiros anos deste mandato, muito mais poderá ser feito
nas freguesias e na cidade.
Mas hoje, mais do que nunca, a
credibilidade de quem nos governa e, nunca é demais relembrar, de quem apoia e
dá a cara pelas candidaturas, conta.
Os
tomarenses decidirão se querem de novo a raposa no galinheiro ou, como já
no passado o demonstraram, o seu definitivo afastamento. Depois não se podem é
queixar.
Porque, Tomar é de todos!
*Luis Ferreira, deputado municipal não adstrito eleito pelo PS,
dirigente local e distrital do PS