O INEVITÁVEL, O ÓBVIO E O RESOLÚVEL
Esta será talvez a única
crónica, neste ano de eleições autárquicas que abordarei a questão, relevante
para o nosso futuro próximo, das candidaturas propostas ao mandato que se
estenderá até 2021. Faço-o como autarca, que sou, como socialista que sempre
fui e como tomarense que quero continuar a ser.
E o inevitável aconteceu nas
últimas semanas, com a confirmação da candidatura por parte do PSD, do
conhecido Luis Filipe Boavida, trabalhador do Município, seu dirigente durante
muitos anos, ativista social e associativo, e permanente conviva de tertúlias.
Luis Boavida (ao centro), numa das suas múltiplas atividades sociais |
Desde logo junta-se à
anunciada recandidatura da atual Presidente, feita a dois anos das eleições –
coisa aliás nunca vista em lado nenhum e à candidatura do CDS-PP, do Professor
do Politécnico Nuno Ribeiro, pessoa simpática, mas totalmente desconhecida em
Tomar.
O inevitável candidato dos
sociais democratas impôs-se de fora para dentro, ou seja, avaliada a sua
popularidade e, mais do que tudo, a sua efetiva preparação e conhecimento do
mister autárquico, tal como eu em entrevista a um jornal da cidade, em setembro
de 2016, recordei que tinha.
Foi a óbvia derrota do
aparelho partidário do PSD, mas inteligentemente tida, procurando assim
maximizar a figura, sobejamente conhecida por todo o Concelho, de Luis Filipe
Boavida.
Ora, se o PSD teve a argúcia
política de encontrar o candidato mais forte, para tentar levar de vencida os
socialistas, que têm imenso trabalho concretizado, na gestão do Município, mas
também das freguesias sob a sua responsabilidade direta, a óbvia resposta do
PS, só pode ser na mesma linha: da capacidade de inteligentemente inovar e
pensar fora dos cânones habituais.
O povo está farto de
políticos e de politicas de laboratório. Vêm-no demonstrando em sucessivas
eleições, legislativas, autárquicas e presidenciais.
O PS vai realizar neste
sábado o seu grande almoço de “ano novo”, este ano um bocadito atrasado, mas
naturalmente compreensível, face às difíceis circunstâncias de casos, casinhos e na caxeta em que a sua
Presidente de Câmara o tem mergulhado, especialmente ao longo do último ano.
É o momento esperado de
unidade, onde a presença de todos é absolutamente fundamental - dirigentes,
autarcas, candidatos e suas famílias, de forma a que se possa demonstrar que o
PS não está medroso e que a forte candidatura do seu principal adversário, não
constitui uma verdadeira ameaça.
Naturalmente que se espera
neste arranque de campanha, que constituirá este grande almoço socialista, um
marco do que é resolúvel. Aqueles, de entre a família socialista que
conseguirem apoiar a recandidatura da Presidente devem estar presentes e
vibrantes, acreditando ser possível, valorizar o que de bom e de bem foi feito,
relativizando o de menos bom e o que ficou por fazer.
E há uma matéria óbvia, sob
o ponto de vista de estratégia política, que é a resolução para a dificuldade
que o PSD colocou ao PS, com a candidatura de Luis Filipe Boavida, o qual foi,
recordo, convidado pela atual Presidente, em 2013, para ser o seu numero dois.
Dado o sucesso, pelo menos a
nível de resultados reais para as populações, que tem sido o acordo político
entre o PS e a CDU e dado que existe uma governação nacional apoiada por estes,
é o momento ótimo, único diria mesmo, para que o PS e a CDU estabeleçam em Tomar uma candidatura única à Câmara
Municipal.
Sem dúvida que o eleitorado
perceberia, pois se estão a governar com eficácia, com eficiência e com a
qualidade que tem sido visível, e se o entendimento entre a presidente e
vereadores, eleitos por ambos, é notória e evidente, já se diz no jargão
desportivo: equipa que ganha não se mexe.
Este é o salto que ninguém
esperaria e que, em definitivo, afastaria o risco do PSD reconquistar, em
setembro, a Câmara de Tomar.
O povo diz amiúde, e é
verdade: Para grandes males – a candidatura
de Luis Filipe Boavida, grandes remédios
– uma candidatura conjunta do PS e da CDU à Câmara.
Já a partir de sábado: Alea Jacta Est, ou seja, os dados estão
lançados.
Boas eleições!
Tomar é de Todos!
... e também é deste! |