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7.4.14

Este livro que vos deixo, e que a minha alma ditou, vos dirá como o Aleixo, viveu sentiu e pensou.

Nas voltas da calha a entreter a razão, dei de novo com o poeta do povo - António Aleixo (1899-1949), é o mais reconhecido poeta popular do sec.XX português. Talvez pela sua combinação simples das palavras, na velha tradição do versajar quiçá de influência oriental, moçárabe ou mesmo de outros de antanho.

Agora que em Tomar se discute cada vez mais arte, seja pela recuperação que estamos finalmente a fazer do Núcleo de Arte Contemporânea, com a abertura lá para Maio (9) da nova sala de exposições temporárias no Edifício da "Comissão de Iniciativa e Turismo" seja pelo desafio da utilização dos milhões já investidos em obras sem projeto museológico no complexo da Levada, achei prudente "beber" nos clássicos populares a abordagem descomplicada que tem sobre a mesma.

A ARTE

Vejo a arte definida
Na forma de escrever
O bem ou o mal que a vida
Nos faz gozar ou sofrer.

Um poeta de verdade,
Se se souber compreender,
Não deve de ter vaidade
De o ser, porque o é sem q'rer

Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista...
Ver as coisas mais além
Do que alcança a nossa vista!

A arte é força imanente,
Não se ensina, não se aprende,
Não se compra, não se vende,
Nasce e morre com a gente.

A arte é dom de quem cria;
Portanto não é artista
Aquele que só copia
As coisas que tem à vista.

A arte e, nós se revela
Sempre de forma diferente:
Cai no papel ou na tela
Conforme o artista sente.