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30.11.17

Para salvar o Hospital em Tomar

O recente anuncio de investimentos, na otimização energética - de forma afazer baixar a fatura energética anula ou de pinturas externas - preventivas dos visíveis ataques de fungos (que dão aquela coloração escura) nos novos edifícios, fazem parte das obrigações gerais, normais e de manutenção de edifícios públicos. Saúda-se assim, que aproveitando financiamentos comunitários, se cumpra este trabalho de manutenção nas unidades hospitalares de Tomar, Torres Novas e Abrantes.

Situação do Plano Estratégico do CHMT - em 2011
A atual (2016) população (potencial) das áreas de influência é a seguinte:
Unidade de Tomar - 91042 (redução de 8,3% face a 2011)
Unidade de Torres Novas - 82160 (redução de 1,1% face a 2011)
Unidade de Abrantes - 73491 (redução de 15,6% face a 2011)

Nesta última Unidade - Abrantes, após vários milhões de investimento - diretos do Estado e também da própria autarquia abrantina, através de subsídios a uma Associação de direito privado aí sediada; vai-se investir mais 1,5milhões€ nas urgências desta unidade, tentando, mais uma vez, conseguir adaptá-las à realidade colocada, especialmente após 2012, de que toda a área do médio Tejo para ali envia os seus doentes com níveis de necessidades de serviço médico-cirúrgico, só aí existente.

A vergonha e o erro continuam, sem que se pare para pensar.
Por mais milhões que invistam no serviço de urgências de Abrantes, nunca estas conseguirão atingir o nível de serviço previamente existentes nas unidades de Tomar e de Torres Novas, quer face às arquiteturas dos respetivos edifícios e a diferença de vinte anos que os mesmos têm, quer a nível das respetivas infraestruturas.
De recordar que todo o sistema foi projetado para que cada uma das três unidades servisse a sua respetiva área de influência, com especial impacto a nível das urgências, portanto nenhuma destas unidades de saúde hospitalar, estava preparada para servir mais de 200mil habitantes.

Com a famigerada reforma das urgências de 2007, de Correia de Campos - governo PS, tudo se agravou, com a peregrina ideia que os mais de 200mil habitantes do médio Tejo, pudessem ser servidos, a nível de urgências, a partir de Abrantes, desclassificando - gradualmente -, as de Torres Novas e Tomar. Esta situação foi integralmente cumprida a partir de 2012 - Governo PSD/PP, quando nova reestruturação fechou ainda a Medicina Interna, transformando a unidade hospitalar de Tomar, num gigantesco e caro Serviço de Atendimento Permanente (SAP), ao nível de qualquer centro de saúde da rede de cuidados de saúde primários, espalhado pelo País.

A pergunta que sempre fiz, e para a qual não há resposta é: Abrantes é a caminho de onde??? Ou seja, os doentes nas áreas de influência de Tomar ou Torres Novas, conduzidos para Abrantes, a nível de urgências médico-cirúrgicas, não vão a caminho de nenhuma unidade polivalente diferenciada, só existentes em Coimbra e Lisboa, pelo que se perde tempo e eficácia no sistema, conduzindo a mais e maiores custos para as famílias e para o sistema nacional de saúde, além de maiores riscos para a saúde dos utentes.
Só a teimosia de sucessivos governos e gestores do sistema de saúde e, parece, o gostar de estragar dinheiro de todos nós, justifica tamanho disparate.

Urgência médico-cirúrgica existente em Abrantes vai receber mais 1,5milhões€ de investimento e os habitantes dos concelhos mais populosos da NUTIII do Médio tejo - Ourém e Tomar, vão continuar a ser assistidos a caminho de lado nenhum? É preciso ter lata!

De recordar que existem em Santarém (a 35Km de Torres Novas) e em Leiria (a 45Km de Tomar), também urgências médico-cirúrgicas, quer uma quer outra a caminho das urgências polivalentes, existentes em Lisboa (70Km de Santarém) e Coimbra (60Km de Leiria).

Há uma década que os sucessivos governos "destroem" valor e gastam milhões - sem retorno, neste disparate.
Tomar merece isto?

O problema foi acrescido, quando também em 2012, todos os Hospitais ficaram obrigados a cumprir a rede de referenciação, que obriga a que todas as evacuações para cuidados de saúde diferenciados e especializados, não existentes no Centro Hospitalar do Médio Tejo, sejam encaminhados para Lisboa - muito mais longe de Ourém, Tomar e Ferreira do Zêzere, do que Coimbra, por exemplo.

Este é verdadeiramente o problema.
A unidade hospitalar de Tomar devia, há muito, ter deixado na rede de referenciação nacional de "drenar" para Lisboa e passar a fazê-lo para Coimbra. Especialmente quando, após a alteração da obrigatoriedade do cidadão se dirigir ao Hospital da sua zona de residência, a esmagadora maioria dos habitantes do Concelho de Ourém, já se socorrem do Hospital de Leira, na rede de referenciação de Coimbra.

Ora, se nada for feito - ou seja, se Tomar não sair do Centro Hospitalar do Médio Tejo o mais rapidamente que for possível e não passar a integrar a rede de referenciação de Coimbra, o seu encerramento a médio prazo é inexorável. Sim, estou mesmo a falar do seu encerramento. Para evitar isso só precisamos de olhar e ver e, já agora, exigir que os políticos de Tomar - a começar pelos seus atuais autarcas, coloquem o interesse de Tomar acima de quaisquer fidelidades partidárias.

Este é o assunto da década e nele se verá quem, efectivamente, conta.

* Luis Ferreira, Ex-vereador do Município de Tomar e ex-membro da comissão de acompanhamento do Hospital de Tomar



TOMAR – Exclusivo Hertz. Secretário de Estado da Saúde garante que o hospital não irá voltar a ter urgência médico-cirúrgica

Este é um exclusivo Hertz. Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, em declarações à nossa reportagem, deixou claro que o Hospital Nossa Senhora da Graça não irá voltar a ter urgência médico-cirúrgica. Pelo menos – e é isso que se entende – dentro dos próximos anos. Por ocasião da presença em Tomar, neste sábado, junto da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, Manuel Delgado deu, então, uma boa e uma má notícia para a população nabantina, ou seja, confirmou a aquisição de equipamento TAC para a unidade tomarense até final do ano mas deixou claro que a actual urgência – embora seja reforçada pontualmente para melhorar – não será elevada a médico-cirúrgica:
Reprodutor de áudio
Refira-se que o secretário de Estado da Saúde esteve de visita à urgência médico-cirúrgica de Abrantes, espaço que irá receber um investimento de milhão e meio de euros para “crescer” fisicamente, ocupando o lugar das actuais consultas externas, que irão subir de piso:
Reprodutor de áudio
A propósito desta reformulação na urgência de Abrantes, a Hertz falou, ainda, com Carlos Andrade Costa, presidente do Centro Hospitalar do Médio Tejo, catalogando essas intervenções como um passo necessário para melhorar:
Reprodutor de áudio

Post Scriptum:

Deve ainda ser lido, como vertente de análise "histórica" a proposta submetida pelos então vereadores do PS - de que eu humildemente fazia parte, em janeiro de 2012, quando o "disparate" se agravou...