O blogue teve em 2023, 35.671 visitas; 48.603 em 2022; 117.160 (2021); 50.794 (2020); 48.799 (2019); 98.329 (2018) e 106.801 (2017) +++ e mais de 838mil desde julho/2010, tendo atingido meio milhão em 5/6/2020

27.3.10

Acabado o ciclo eleitoral é agora que se passa a governar?

Pronto. Passos Coelho, contra a expectativa dos velhos do Restelo, cavaquistas, arrivistas e outros ditos "puristas" anti-jotas, lá ganhou o PSD.

Ao contrário do que alguns pensam, Passos Coelho, não esta de passagem. Veio para ficar. Será ele a substituir Jose Socrates como Primeiro Ministro, quando no final do ciclo o PSD render o PS na governação do Pais. Podemos estar a falar de pelo menos 10-12 anos de poder. Quem como Passos Coelho se prepara durante décadas para exercer o poder, quando o atinge, é mesmo para estar lá e exercê-lo.

Finalizou-se assim o ciclo político eleitoral iniciado à quase um ano, com as Europeias. O PSD iniciou o ciclo a ganhar, termina o ciclo com a força de um Lider legitimado com 61% dos votos, que esmaga assim os ultramontanos que haviam ganho ao Ps nas europeias de há um ano. Lindo!

Ideologicamente estamos a tratar de um verdadeiro equivoco: Passos Coelho representa uma visão ultra-liberal, de direita quase neo-fascista, na lógica do estado mínimo, e apenas liberal nos costumes - drogas leves, aborto, eutanasia. Ele representa bem o equivoco ideológico que o PSD é em Portugal: o típico saco de gatos saído da mal resolvida transição do fascismo para a democracia nos idos dos anos 70 do longínquo século XX. Gente nova, com velha desorientação ideológica, com metade deles a quererem voltar para a Africa a que chamavam colónias: do piorio!

Entre suspender a democracia durante seis meses - e a velha não estava mesmo a brincar, e a privatização do único Banco do Estado - a Caixa Geral de Depositos, proposta por Passos Coelho, venha o diabo e escolha.

No meio de tudo isto, dava jeito que o PS se deixasse de lamurias e passasse mesmo a Governar, sem desculpas, com sentido de Estado, estabelecendo acordos parlamentares para garantir uma plataforma mínima de governação - com Paulo Portas, como já defendi e expliquei em post de há alguns meses. Convém que o PS se aperceba de vez que não tem maioria para Governar e comparado com Passos Coelho, Portas é um verdadeiro Homem de Estado, de american stile, expectavel, fiável e mais moderado.

Acabaram as desculpas: Socrates e o PS foram eleitos para Governar. Passos Coelho eleito para se prepararpara nos substituir, aprendendo a postura de estado que ainda lhe falta. Ambos precisamos de tempo: o PS e Socrates para tentar chegar ao final do cabo das tormentas económico em que a Europa esta atolada e o PSD e Passos Coelho, de tempo para se organizarem e aprenderem a serem poder.

Tudo de acordo portanto. A exemplo de Tomar, PS e PSD têm os seus papeis bem clarificados e, em ambos os casos, a questão de base é o poder, a capacidade para o exercer e a percepção dos cidadãos para qual o Partido que esta preparado, neste momento, para o manter.

O relevo está portanto cada vez mais, como venho dizendo e escrevendo, nas soluções para os pequenos problemas, nas soluções reafirmo, pela positiva, pela afirmação de um caminho.

Vamos assim Governar. Saibam os senhores, lá para Lisboa, deixarem-se de desculpas. Em Tomar, apesar do que por ao dizem e escrevem, estamos bem: aprendemos a Governar!