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31.10.20

Métricas de risco - COVID19 (atualização de 8/12)

<Atualização de 8/12/2020> 

A 26/10/2020, coloquei este post no meu mural do facebook

Segundo Pedro Simas - investigador principal do Instituto Medicina Molecular, o número “basal” médio diário, em período de retorno semanal, para Portugal, não poderá ultrapassar os 1500 casos positivos - dos quais resultam, em média, menos de 5% de internamentos. Isto para não deixar o SNS em nível de pressão elevada, durante mais de 3 semanas.
O nível “crítico” é atingido, com os 3000 casos diários, em período de retorno semanal, o qual pode conduzir o SNS a um nível de colapso após 3 semanas seguidas.
Eu, por mim, pela análise da evolução dos óbitos, aconselho a todos os grupos de risco - especialmente os seniores com mais de 80 anos, a auto isolarem-se na sua própria bolha, com zero contactos fora dela, a partir dos 30 óbitos diários, em período de retorno de 5 dias.
E, para evitar a atual sindemia, os demais, fora dos grupos de risco, só se devem auto-confinar, para lá dos 90 óbitos diários - por COVID19, ou aos 25% de óbitos COVID19 dos óbitos diários, num período de retorno de 5 dias.
É que se atingirmos esse número, estaremos a viver, não só na completa rotura do SNS, como na proliferação incontrolável da morte por esta nova doença.
E pronto. É isto: métricas simples, reações esclarecidas. Sem dogmas!
As vacinas e os tratamentos acabarão por vir ajudar,...

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De momento, o ponto de situação é o seguinte:


Observamos a tendência de MUITOS mais óbitos por razões não explicadas pelo COVID19, do que aqueles que faleceram por COVID19. O aumento do número de óbitos, depois de 17/3/2020, face à média dos anos de 2009/19 (período de retorno de 10 anos) são já mais de 13.000 mortos e os óbitos fora COVID, equivalem a 61%, do total do aumento.

Nota: Por ano o numero de óbitos em Portugal ronda os 110.000 - temos portanto um aumento de óbitos em 2020, de cerca de 15%



(dados atualizados a 8/12/2020, prospetivados até 12/12/2020)


Podemos observar que os 3000 casos, para período de retorno de 7 dias, foi atingido a partir de 27/10/2020, levando atualmente 43 dias seguidos, tendo atingido o NÍVEL CRÍTICO (como tal definido por Pedro Simas).

Não é descabido pensar que poderemos assim chegar ao NÍVEL de COLAPSO do sistema de saúde - mais de três semanas seguidas, após o nível crítico - período que se poderia ter atingido hoje (8 de dezembro), o que não tendo acontecido, só demonstra da escalabilidade do Sistema Nacional de Saúde, no qual foram ativados protocolos de transferência de doentes com o privado e social, aumentando dessa forma a capacidade do SNS.

Desde 2/12 que o numero médio de novos infetados, no período de retorno de 7 dias),baixou dos 4000, estando a descer consistentemente desde 15/11, afastando-se assim, lentamente, do cenário de colapso do sistema de saúde, anteriormente referido.


A nível de óbitos, o NÍVEL de auto-confinamento, para os idosos com mais de 80 anos (grupo etário nos quais encontramos 2/3 dos óbitos por COVID19, desde o início da pandemia), situado nos 30 óbitos, foi atingido a 30/10/2020, levando atualmente 32 dias seguidos, estando este valor estabilizado desde 13/11, variando entre os 70 e 80 óbitos (em média de retorno de 5 dias).

O NíVEL de auto-confinamento geral, que se atingirá com os 90 óbitos diários COVID ou 25% dos óbitos COVID em relação ao nº de óbitos geral, para período de retorno de 5 dias, está assim próximo.
Os valores médios dos últimos 5 dias rondam os 20% de óbitos COVID, entre o total de óbitos.

O nível de internamento (enfermaria e unidade de cuidados intensivos), está desde 1 de dezembro acima dos 5% - HOJE: 5,34%, face ao nº total de casos ativos, o que representa um aumento sustentado desde 14 de novembro - com variações desde os 3,76% a 14-15/11 e os 5,34% de hoje.

O seguinte mapa, reflete A NOVA ORGANIZAÇÃO do risco concelhio, válido desde terça-feira, dia 8/12/2020.

Nota: Alpiarça em risco BAIXO (0,071%), Tomar em risco ELEVADO (0,256%) e Nazaré em risco MODERADO (0,226%).

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A nível de óbitos:
- ACIMA de 80 anos = 67,1%
- Entre 70 e 79 anos = 20,4%
- Menores de 70 anos = 12,5%


29.10.20

Antonín Dvořák - Requiem

Alguns - bons, minutos de Dvorak, em homenagem aos quase 1000 mortos por mês, fora Covid, que há A MAIS em Portugal, desde que a Pandemia começou, por medo e pela incapacidade do sistema de saúde, votado ao abandono pelos Governos, especialmente ao longo da última década.

25.10.20

19.10.20

Turismo e sustentabilidade

Por António Paixão


Em todas as épocas, homens deslocaram-se pelo mundo ao ritmo das descobertas dos meios de comunicação, em viagens aristocráticas, religiosas, militares e comerciais. A viagem turística só estava ao alcance dos ricos e aventureiros que se deslocavam pelo prazer, facto este modificado pelas alterações proporcionadas pela Revolução Industrial que abriram as portas para a prática do turismo em larga escala, massificando a prática da atividade.

O turismo atual é uma grande indústria através do qual a riqueza gerada não tem limites, as fronteiras geográficas não existem, nem o tempo importa. Como podemos verificar nos dados estatísticos de Portugal em relação ao Turismo em 2019.

Em Portugal (dados definitivos 2019), o setor do alojamento turístico (Hotelaria, Alojamento Local, Ter e TH) registou 27,1 milhões de hóspedes, que geraram 70,2 milhões de dormidas, que correspondem a variações de, respetivamente, +7,9% e +4,6%, face ao ano anterior. Com destaque para o aumento, nas dormidas, do mercado norte-americano (+21,4%), brasileiro (+14,6%) e irlandês (+10,0%).

Ao longo dos 12 meses do ano passado, as unidades de alojamento receberam 26,9 milhões de hóspedes, mais 7,3% que em 2018. Destes quase 27 milhões de pessoas, 16,3 milhões eram estrangeiros, mostram os dados do INE, divulgados sexta-feira, 14 de fevereiro 2020.

As dormidas em 2019 subiram 4,1% - para 69,8 milhões, das quais 21,1 milhões foram de turistas nacionais. O Algarve foi a região que registou o maior número de dormidas - 20,9 milhões.

Os proveitos totais (que incluem os valores gastos pelos turistas com o alojamento, mas também outros serviços disponibilizados pelas unidades hoteleiras) aumentaram 7,3% para mais de 4,2 mil milhões de euros. Os hotéis registaram proveitos totais de 2,9 mil milhões de euros e o alojamento local contribuiu com 377 milhões de euros o valor global dos proveitos. Os proveitos de aposento cresceram 7,1% em 2019 para 3,2 mil milhões de euros, de acordo com os dados do gabinete de estatística.

Como é uma atividade crescente em todo o mundo, este crescimento se baseado na lógica quantitativa resulta na desordem do espaço e nas relações de produção que se fazem presentes no mesmo, provocando danos ao meio ambiente e às populações nativas.

Neste contexto, e de acordo com vários autores, tem de se equacionar os impactos positivos e negativos do turismo sobre o meio ambiente e as medidas atenuantes de forma a torna-lo sustentável:

Impactos Ambientais Positivos:

• Criação de planos e programas de conservação e de preservação de áreas naturais, sítios arqueológicos e monumentos históricos;

• Empreendedores turísticos investem em medidas de prevenção para manter a qualidade e atratividade dos recursos naturais e sócios culturais;

• Promoção de certos aspetos em regiões antes não valorizadas, desenvolvendo o seu conhecimento através de programas especiais;

• As rendas da atividade turísticas (impostos, taxas, ingressos) financiam a implantação de equipamentos e medidas de preservação;

• A recuperação psicofísica dos indivíduos;

• Utilização mais sustentável dos espaços e a valorização do convívio direto com a natureza.

Impactos Ambientais Negativos:

• Degradação da paisagem, devido a construções inadequadas ao lugar;

• Contaminação da água, rios e mares, pelo aumento de esgotos não tratados, mau funcionamento dos sistemas de tratamento, descarga de esgotos de iates de recreio;

• Degradação da fauna e da flora local, por desmatamentos, pesca e caça predatória;

• Redução da população de animais cuja coleta se destina à alimentação dos turistas, como camarão, caranguejo, lagostas;

• Poluição do ar, provocada pelos motores, pela produção e consumo de energia;

• Aumento da geração de resíduos sólidos

• Destruição da paisagem natural, dos sítios históricos, dos monumentos e das áreas agropastoris;

• Assoreamento da costa, com a destruição de recifes, corais, restingas, dunas, onde se destacam os constantes aterros para aumentar a área urbana.

Recomendações de medidas atenuantes:

• Estabelecimento de planos diretores participativos para os municípios afetados;

• Zelo pela preservação de áreas protegidas ou ameaçadas. Elaboração e implantação de planos de manejo para as unidades de conservação;

• Planeamento da utilização sustentável da água, avaliando a quantidade das reservas disponíveis e as necessidades previstas;

• Adequação dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos e resíduos sólidos para atendimento das exigências geradas pelo turismo;

• Cumprimento da legislação ambiental;

• Economia do consumo de energia;

• Estabelecimento de programas de educação ambiental para orientação do turista e da comunidade recetora;

• Possibilidade de participação da população afetada no processo de planeamento e execução dos empreendimentos;

• Planeamento do turismo respeitando as formas de vida e as tradições da população local;

• Promoção da capacitação e o aprimoramento profissional da população local.

Assim, a principal medida preventiva aos impactos ambientais do turismo é o bom planeamento, procurando na atividade um aliado à proteção do meio ambiente, para que os projetos turísticos não sejam apenas ambientalmente danosos, mas também economicamente sustentáveis.

No conceito de turismo sustentável, Dias (1999) ressalta que “o manejo adequado, cuidadoso e respeitoso com o meio ambiente, a cultura e as formas de vida das populações locais, não diminui o valor destas áreas como lugares de descanso e lazer, ao contrário, é fator positivo para a atividade turística”.

Resumindo, para que o turismo proporcione efeitos favoráveis nas localidades implantadas, exige não só a conscientização dos utilizadores, mas também uma planificação adequada dos governos, das empresas e das comunidades envolvidas.


Fontes:

1.       Instituto nacional estatística

2.       https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=353908971&DESTAQUESmodo=2

3.       https://travelbi.turismodeportugal.pt/pt-pt/Documents/Turismo%20em%20Portugal/turismo-em-numeros-2019.pdf

4.       Maria Martorano, O turismo sustentável rural como alternativa complementar de renda à propriedade agrícola. Dissertação (mestrado) -2002- Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.

http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/82503

5.       Silva, Maurício Sanches Duarte.     Avaliação de aspectos da fragilidade ambiental para o ecoturismo Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2007

https://br.123dok.com/document/z3dn577y-avaliacao-impactos-ambientais-ecoturismo-utilizando-sig-logica-fuzzy.html

6.       MORGANA  ROJAS, DIAGNÓSTICO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO DOS ENGENHOS, NO MUNICÍPIO DE AREIA–PB: BASE PARA O AGROTURISMO , Dissertação  (Mestrado  em  Engenharia  Agrícola) –Universidade  Federal  de Campina Grande, Centro de Ciências e Recursos Naturais. – 2005

https://docplayer.com.br/59833322-Diagnostico-do-ambiente-construido-dos-engenhos-no-municipio-de-areia-pb-base-para-o-agroturismo.html

15.10.20

Os navios de cruzeiro como grave fonte de poluição

 Notícia original de 1/10/2019, aqui


Milhares de navios usam 'dispositivos fraudulentos' para despejar águas residuais tóxicas no mar e contornar os padrões de emissão

Milhares de navios usam 'dispositivos fraudulentos' para despejar águas residuais tóxicas no mar e contornar os padrões de emissão
Foto conservada em estoque do navio de cruzeiro na região de Hardangerfjord da Noruega. cookelma / iStock / Getty Images Plus


[Tradução automática do original em ENG]

Você deve saber que os navios de cruzeiro são alguns dos piores poluidores do mundo. Agora, há notícias mais perturbadoras da indústria naval graças a uma investigação bombástica que descobriu que as companhias marítimas globais gastaram bilhões para equipar seus navios com "dispositivos fraudulentos" que contornam os novos padrões de emissões, despejando poluição no mar em vez de no ar . O jornal britânico The Independent revelou a fraude em matéria exclusiva.

De acordo com o The Independent, as empresas de navegação investiram mais de US $ 12 bilhões em uma engenhoca chamada purificador de ciclo aberto, que remove gases nocivos de enxofre dos escapamentos de navios que funcionam com óleo pesado. Como o enxofre não é lançado na atmosfera, os navios estão em conformidade com as novas normas de emissões da Organização Marítima Internacional , que entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2020.

A trapaça acontece quando o enxofre é desviado dos canos de escapamento e despejado no mar ao redor do navio, o que aumenta o volume de poluentes lançados nos oceanos e as emissões de dióxido de carbono.

"Imagine o quão longe $ 12 bilhões poderiam ter ido se fossem aplicados no desenvolvimento e implantação de tecnologias para embarcações de emissão zero", disse Bryan Comer, pesquisador sênior do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), uma organização sem fins lucrativos que oferece pesquisas científicas análise aos reguladores ambientais, ao The Independent .

Os navios que instalaram os purificadores de circuito aberto incluem graneleiros, navios porta-contêineres e petroleiros, que têm os maiores motores e são alguns dos piores poluidores do oceano, de acordo com a Ship Technology , uma publicação do setor de navegação.

Até o momento, 3.756 tiveram lavadores instalados, mas apenas 23 deles, ou 0,6 por cento, têm um lavador de circuito fechado, que captura enxofre e o armazena em tanques até que possa ser transferido para uma instalação segura de descarte no porto, de acordo com a DNV GL, a maior empresa de classificação de navios do mundo, conforme relatado pelo The Independent .

Exhaust Gas Cleaning Systems Association estimou que 4.000 navios estarão operando com purificadores até janeiro.

O subproduto da queima de combustível é brutal. Quando um navio tem um purificador de circuito aberto, ele despeja no mar cerca de 45 toneladas de água poluída para cada tonelada de combustível que queima. O ICCT disse que a água da lavagem que cai no oceano é quente, ácida e contaminada com substâncias cancerígenas e metais pesados, como relatou o The Independent . A poluição por metais pesados ​​tem sido associada a danos ao sistema nervoso central em humanos e animais. Alguns dos outros produtos químicos dos contaminantes foram conectados a cânceres de pele, pulmão, bexiga, fígado e estômago.

O ICCT estimou que apenas os navios de cruzeiro equipados com purificadores queimarão cerca de 4 milhões de toneladas de óleo combustível pesado em 2020 e despejarão 180 milhões de toneladas de água contaminada ao mar.

"Cerca de metade dos cerca de 500 navios de cruzeiro do mundo têm ou em breve terão purificadores instalados", disse Comer ao The Independent . "Os navios de cruzeiro operam em algumas das áreas mais belas e cristalinas do planeta, o que torna isso ainda mais preocupante."

O aumento da acidificação já está devastando os recifes de coral do mundo, uma vez que torna mais difícil para os corais construirem seus esqueletos, de acordo com o Woods Hole Oceanographic Institution .

Comer acabou de falar em navios de cruzeiro e também observou que os depuradores forçam os navios a queimar cerca de 2% a mais de combustível, aumentando suas emissões de CO2.

O total acumulado do transporte marítimo também aumentará drasticamente a poluição da água e terá um impacto devastador na vida selvagem marinha e na qualidade da água ao redor dos portos.

"No Mar do Norte e em algumas partes do Canal da Mancha, a qualidade da água já foi fortemente degradada", disse Lucy Gilliam, ativista da ONG Transport and Environment, com sede em Bruxelas, ao The Independent . "A vida selvagem nessas áreas é provavelmente muito mais vulnerável aos efeitos de navios descarregando enormes volumes de água ácida, poluída e quente de purificadores."

Em resposta ao The Independent , a IMO disse que já "adotou critérios estritos para a descarga de água de lavagem dos sistemas de limpeza de gases de exaustão". Ele acrescentou que está "realizando uma revisão das diretrizes de 2015 sobre sistemas de limpeza de gases de escape. As diretrizes incluem, entre outras coisas, os padrões de descarga de água de lavagem."

  • *** *** ***
  • NOTA:
  • Estima-se que, em virtude da emissão global de micro-partículas por queima de gasoleo - em navios de cruzeiro atracados em portos da UE e das viaturas em circulação, haja por ano um numero de mortes prematuras de mais de UM MILHÃO de cidadãos da UE.

11.10.20

Extrema-direita preparava "Golpe de Estado" no Michigan (EUA), dominado pelos Democratas

 Notícia original, aqui

"E assim vai o maior hospício do mundo democrático" - LF

FBI trava grupo armado de direita que ia raptar a governadora do Michigan e tomar o poder à força

O Ministério Público acusou cinco homens de conspirar para raptar a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, e derrubar o governo deste estado norte-americano à força, segundo avança o ‘Detroit News’.

A notícia chega depois de os agentes do FBI e a polícia estadual de Michigan darem por terminada uma operação, que decorreu durante toda a noite passada, em Hartland, Michigan, local onde residiam os réus.

De acordo com o FBI, os réus terão entrado em contacto com membros de um grupo armado de direita em Michigan para executar o seu plano.

“No início de 2020, o FBI tomou conhecimento, através das redes sociais, que um grupo de indivíduos estava a discutir como derrubar certos membros do Governo e da Justiça. Entre os indivíduos identificados estavam alguns dos homens agora detidos”, afirmou Richard Trask II, agente do FBI.

“Por meio de comunicações eletrónicas, esses homens acordaram juntar mais pessoas em torno da defesa desta sua causa e tomar medidas violentas contra vários governos estaduais, os quais acusam de estar a violar a Constituição dos Estados Unidos”, explicou ainda o agente.

“Alguns dos membros deste grupo falaram mesmo em matar os ‘tiranos’ ou ‘raptar’ um governador em exercício”, detalhou Trask. “O grupo decidiu que precisava aumentar o número de apoiantes e encorajou os membros a falar com os seus vizinhos e espalhar a mensagem. E foi com este esforço que chegaram a um grupo armado, sedeado no Michigan”, concluiu.

O FBI deu ainda nota de que este grupo já tinha sido investigado em março, altura em que um dos seus membros disse à agência que estava preocupado com os planos para “matar policiais”. Este membro tornou-se uma fonte para o FBI , permitindo monitorizar as atividades do grupo.

Importa referir que a governadora Whitmer tornou-se um alvo para os apoiantes da extrema direita depois de ordenar um bloqueio no estado, atendendo à propagação da pandemia do novo coronavírus nos Estados Unidos, no início deste ano. Uma medida muito contestada desde então que levou a muitas manifestações e forte oposição à gestão da governadora.

7.10.20

A Ecologia profunda... uma visão em discussão.

Porque motivo ocorreu o divórcio entre a filosofia e a politica ambientais?

Ter-se-á prendido com a dicotomia entre Ética Ambiental Antropocêntrica vs Ética Ambiental não Antropocêntrica? Que se terá propagado na politica, através da sustentabilidade forte vs sustentabilidade fraca e no direito do ambiente em conceção ampla vs conceção restrita ?

Aparentemente, será nesta dicotomia, datada e bafienta, que reside a principal incongruência e problema das “éticas clássicas”.

O desenvolvimento do conhecimento científico, permitiu que, de ciências, como a física, química, biologia e geologia, tenha emergido a Ecologia, que reúne a visão e ferramentas para ilustrar as complexas relações de intra e interdependência nos meios bióticos e abióticos. Esta ilustração terá culminado na cada vez menos controversa hipótese holística e sistémica de Gaia, enunciada por Lovelock.

James Lovelock (2005), junto a estátua da Deusa GAIA


De acordo com esta hipótese, fica claro que o homem, independentemente da sua distintiva consciência, é parte do todo, influenciando e sendo influenciado pelo meio.

Desta perspetiva, deveria ser evidente que o homem não está acima, ou a baixo da natureza. Mas sim, que é parte integrante. Esta visão, deveria por si própria, eliminar a dicotomia. Se o desenvolvimento for impactante, será, mais tarde ou mais cedo, de uma forma ou de outra, impactado. Tome-se como exemplo o impacte das alterações climáticas na economia mundial, a mortandade (de vidas humanas e não humanas) por problemas de poluição hoje presente em todos os ecossistemas, os custos da descontaminação de antigas explorações mineiras, ou os custos de paragens/reduções na pesca de stoks sobre-explorados.

Por que motivo subsiste esta dicotomia e divórcio, quando, a integração do homem no sistema Terra está definida? Não é evidente que esta dicotomia não existe e se trata de uma ilusão ?

3.10.20

Carros “plug-in”: uma mentira à vista desarmada

 Notícia original, de 1/3/2019, aqui

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Os construtores dizem que o futuro imediato são os híbridos “plug-in”, os políticos batem palmas e concordam. Mas será que tudo isto não passa de uma mentira, à vista de todos?

Depois da tempestade, vem a bonança. Depois das declarações explosivas de políticos de vários países, a profetizarem o fim dos carros com motores de combustão, o que levantou um coro de críticas e de indignação de vários quadrantes, parece que estamos a caminhar para uma solução de consenso. E essa solução são os híbridos “plug-in”.
Em teoria, é uma solução que serve todos os interesses, pelo menos no curto prazo. Em primeiro lugar o dos políticos, tanto os que só conseguem ver votos à frente, tal como o Tio Patinhas vê cifrões; mas também dos que estão genuinamente preocupados com o problema de saúde pública que representa a convivência no mesmo espaço, de humanos e de motores emissores de fumos muito prejudiciais.

Convém aos construtores

É também uma solução que convém aos construtores de automóveis, pois os investimentos a que obriga, na reformulação das fábricas que até aqui produziam carros como motores de combustão simples, são baixos. Ouvi há pouco tempo, da boca de um representante de um grande construtor dizer que esse custo “é muito baixo e que não cria nenhum problema à linha de produção.” Depois de incorporados os componentes extra vindos de um fornecedor exterior, um híbrido “plug-in” não demora mais tempo a fabricar que um carro com motor de combustão simples. Nem é muito mais caro.


Deve usar-se o modo híbrido ou o modo de combustão fora das cidades e depois passar para o modo elétrico, assim que entra numa cidade.

É bom para todos, portanto. As marcas conseguem, com esses carros, bater a famosa barreira dos 50: emitir menos de 50 g/km de CO2 e proporcionar uma autonomia em modo elétrico superior aos 50 km. O utilizador só tem que carregar a bateria, um processo que demora menos tempo que numa bateria (muito maior) de um carro 100% elétrico e depois gerir a sua carga de acordo com os percursos que tiver de fazer. Isto é, deve usar o modo híbrido fora das cidades e depois passar para o modo elétrico, assim que entra numa cidade. Não se resolve por completo o problema da poluição global, mas reduz-se as emissões para cerca de metade e termina-se com a poluição dentro das cidades.

Só que este é o cenário ideal. É o cenário em que se apresentam as emissões com base no ciclo WLPT, que continua a ser laboratorial e que parte do princípio de que a bateria do carro “plug-in” está carregada, quando se dá início ao ciclo.
É também o cenário ideal, porque supõe que os utilizadores de um carro “plug-in” carregam a bateria com frequência e a utilizam nos locais apropriados, não esquecendo de acionar o modo “save” que guarda a energia restante na bateria para ser usada quando e onde é realmente precisa. Só que, isso, ninguém consegue garantir.

A “bronca” da Holanda

A Holanda foi o país da Europa que mais incentivos deu à compra e utilização de “plug-in”, com apoios que chegavam a representar o equivalente a 6000 euros por ano, ou mesmo mais. Claro que as vendas de “plug-in” dispararam e alguns construtores até fizeram versões desse tipo, só para o mercado holandês. Esta política foi apontada como exemplo a seguir por outros países. Até que o governo local percebeu que algo estava errado…
Tudo terá começado mais ou menos por acaso. Os proprietários do campeão de vendas local, o Mitsubishi Outlander PHEV, não resistiram ao instinto gregário e juntaram-se numa plataforma digital, onde registavam o número de vezes e a duração das recargas que faziam às baterias dos seus carros. Alguém do governo, provavelmente à procura de mais uma bandeira para defender a sua política de incentivos, decidiu visitar essa plataforma e qual não foi o seu espanto quando percebeu que, afinal, os utilizadores do “plug-in” não carregavam a bateria vezes suficientes para que o benefício da sua utilização fosse real.


Depois de terem o carro consigo e de carregarem a bateria umas poucas vezes, os utilizadores pura e simplesmente deixavam de se dar ao trabalho de o fazer.

Informações de outras fontes levaram o governo a concluir que os “plug-in” eram comprados apenas porque eram mais baratos. Depois de terem o carro consigo e de carregarem a bateria umas poucas vezes, os utilizadores pura e simplesmente deixavam de se dar ao trabalho de o fazer, e utilizavam os carros apenas com o motor de combustão.
Acresce a isto que, quando a bateria está vazia, o motor a combustão continua a acionar o gerador elétrico, para garantir a energia mínima que permita ao carro não perder em performance. Ou seja, gasta ainda mais gasolina.
Fuga para a frente

O governo holandês viu-se a contas com uma frota de “plug-in” fantasmas que enchiam as estradas mas não “enchiam” as baterias e tomou uma medida: decidiu anunciar a redução gradual dos incentivos aos “plug-in”, transferindo-os para os carros 100% elétricos. Uma fuga para a frente, acompanhada de outro anúncio: que a partir de 2030, não será autorizada a venda de carros novos que não sejam de emissões (locais) zero.
Este relato não é tirado de nenhuma novela, aconteceu. Era de esperar que tivessem sido tiradas lições deste caso, mas não me parece…
Ofensiva “plug-in” a caminho

No salão de Genebra que começa na próxima semana, tenho a certeza que vou ver a maior ofensiva de versões “plug-in” da história do automóvel. No entanto, duvido que sejam a solução para a redução efetiva da poluição nas cidades, pelo menos à escala a que ela é necessária.

Quem vai controlar se um carro “plug-in” está a rodar em modo elétrico ou a combustão, numa cidade? Como se controla se a bateria dos “plug-in” está ou não carregada? Confia-se na consciência ecológica dos condutores e pronto? Quantos a têm?…

O argumento de que o custo de utilização de um “plug-in” em modo eléctrico compensa, porque é mais barato do que usar apenas o motor a combustão pode ser uma ajuda. Mas, do outro lado está o desconforto que é ter que procurar um posto de carga, sujar as mãos a manipular os cabos e depois esperar horas e horas, todos os dias, até a bateria ter carga para uns míseros 50 km. Sei do que falo, já testei vários “plug-in”e a conclusão é sempre a mesma. Pode ler aqui o meu teste ao: Range Rover P400e: o rei vai… híbrido!

Conclusão

Dificilmente os “plug-in” vão resolver alguma coisa além da letra da lei. É como se os políticos estivessem a pedir para ser enganados. Mas são a maneira de ninguém perder a face. De todos manterem as aparências. Não é isso, a política?…



Francisco Mota