O Dia do Bombeiro Português comemora-se, anualmente, no último fim de semana de Maio. Uma forma simbólica de não deixar cair em esquecimento aqueles que, na nobre função de salvar a vida aos seus semelhantes (e, também, o património), prescindem do bem-estar dos seus lares e enfrentam o risco necessário para o efeito.
Hoje irei estar a Almoçar com os Bombeiros de serviço no Quartel, às 12H30 e às 17H30 partiremos um bolo de comemoração com todos os Bombeiros após a sua formação, de forma a simbolicamente homenagear a função do cidadão bombeiro.
Ser Bombeiro não é uma profissão é, antes, uma vocação que denota o que de mais nobre existe no ser humano.
Enquanto uns vivem, de forma naturalmente egoística, as suas vidas, os Bombeiros vivem a deles em função da dos outros, para que, esses outros, vivam com segurança e tranquilidade. No entanto, quando não voluntário, "Ele poderia ser engenheiro, pedreiro, motorista, escritor, advogado, ao invés disso escolheu ser um bombeiro e ter a sua vida cheia de choro, sangue, óleo, vidro, fogo, pedidos de socorro e muitas noites mal dormidas, porque a essência de ser bombeiro persegue-o".
E, como tudo, também a existência das corporações de bombeiros tem uma história.
Serviço de Incêndios de Lisboa criado em 23 de Agosto de 1395
Foi D. João I o responsável pela organização do primeiro Serviço de Incêndios na cidade de Lisboa, em 23 de Agosto do ano de 1395. Naquele tempo os incêndios urbanos eram um grande flagelo, combatidos com meios arcaicos pelas mãos de vizinhos e amigos. D. João I resolveu, então, ordenar, através de uma Carta Régia, "que em caso que se algum fogo levantasse, o que Deus não queria, que todos os carpinteiros e calafates venham àquele lugar, cada um com seu machado, para haverem de atalhar o dito fogo. E que todas as mulheres que ao dito fogo acudirem, tragam cada uma seu cântaro ou pote para acarretar água para apagar o dito fogo". Ficaram, também, os pregoeiros da cidade incumbidos de avisar os moradores para terem cuidado com suas lareiras.
No Porto, estes Serviços de Incêndio começaram a funcionar no século XV. A partir de então, começaram a reproduzir-se estas iniciativas por todo o país, de forma a evitar incêndios provocados por lareiras e utilização de pólvora. No seguimento desta prática, a Câmara do Porto, em Julho de 1513 reuniu para "eleger diversos cidadãos para fiscalizar se os restantes moradores da cidade apagavam o lume das cozinhas à hora indicada pelo sino da noite". Esta mesma Câmara, em Setembro de 1612, decidiu que "fossem notificados os carpinteiros da cidade para receber machados e outras pessoas de que entrariam na posse de bicheiros, para que, havendo incêndios, acudissem a ele com toda a diligência".
A aquisição de material e equipamento que ajudasse a combater os fogos só foi possível em 1646, disponibilizando aos Homens que combatessem remunerações e habitações.
Os primeiros quartéis foram estabelecidos em Lisboa em 1678, que por esta altura, funcionavam como arrecadação de aparelhos e ferramentas. D. Afonso VI proferiu que "O Senado ordenará, com toda a brevidade que, nesta cidade, haja três armazéns… e que estejam providos de todos os instrumentos que se julgarem necessários para se acudir aos incêndios, e escadas dobradas de altura competente, para que, com toda a prontidão, se possam remediar logo no princípio; e a chave terá cada um dos mestres assalariados pelo Senado, com obrigação que, logo que se tocar o fogo, abra o armazém que tiver a seu cargo, onde acudirão todos os oficiais assalariados…".
A organização do Serviço de Incêndios prosseguiu através da aquisição de duas bombas e uma enorme quantidade de baldes de couro (1681), tendo sido distribuídos em cada bairro, perto de cinquenta unidades. Ficou, também, estabelecido que cada pedreiro, carpinteiro ou mestre alistado que faltasse ao combate a um incêndio seria punido com uma pena de prisão.
No ano de 1683 foi publicado o primeiro Regulamento de Pessoal para que houvesse maior organização e interacção entre os combatentes aos fogos e os moradores das cidades, uma vez que a prevenção era a principal preocupação.
Em 1722, foi criada no Porto a Companhia do Fogo mais tarde denominada de Companhia da Bomba, que era constituída por “cem homens com capacidade de utilizarem a bomba, machados e foices”.
A primeira Companhia de Bombeiros, propriamente dita, surgiu em Lisboa no ano de 1834, criada pela Câmara Municipal de Lisboa, tendo ficado conhecida, também por Companhia do Caldo e do Nabo.
O movimento Associativo dos Bombeiros teve início em 1868, com a Companhia de Bombeiros Voluntários de Lisboa, que posteriormente, mudou a denominação para Associação de Bombeiros Voluntários, continuando a ser assim designada até aos dias de hoje.
Porquê "Bombeiro"?
O termo pelo qual são conhecidos hoje os soldados da paz, "Bombeiro", advêm da utilização de bombas. A utilização deste equipamento data do ano de 1734, o qual era considerado bastante avançado, para aquela época. Portanto, os homens que, naquele tempo, se disponibilizavam para combater os incêndios (utilizando as bombas) começaram a ser chamados de Bombeiros.
No que respeita a este equipamento de combate aos incêndios, também foi modernizando com o tempo, sendo que em 1868, começaram a utilizar-se bombas a vapor, e, posteriormente, os proprietários dos prédios tinham, obrigatoriamente, que instalar bocas de incêndio nos mesmos.
Funções dos Bombeiros
Um Corpo de Bombeiros é uma unidade operacional organizada, preparada e equipada para o exercício das suas funções.
A sociedade já não se imagina a viver sem a protecção dos bombeiros da sua área de residência, os principais impulsionadores da tranquilidade e segurança necessárias à vida moderna.
O Bombeiro, profissional ou voluntário, tem uma série de funções que lhe estão atribuídas.
O socorro às populações em perigo é, sem dúvida, uma das suas principais missões, em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos, em suma, em todas as catástrofes, calamidades ou acidentes. Está, também, no domínio das suas funções exercer actividades de formação cívica, com especial incidência no âmbito da prevenção contra o risco de incêndio ou outros acidentes domésticos.
Corpos de Bombeiros
Existem diferentes Corpos de Bombeiros, que variam de município para município. Os Corpos de Bombeiros profissionais são criados e mantidos na dependência directa de uma Câmara Municipal e os elementos que o constituem são profissionais e geralmente designam-se de bombeiros sapadores.
Os Corpos de Bombeiros Mistos podem ser dependentes de uma Câmara Municipal ou de uma Associação Humanitária de Bombeiros, sendo estes constituídos por bombeiros profissionais e por bombeiros voluntários.
Aqueles que pertencem unicamente a uma Associação de Bombeiros Voluntários são designados de Corpos de Bombeiros Voluntários. Estes são constituídos, em maior número por bombeiros voluntários, podendo ou não incluir uma unidade profissional mínima.
Por último, temos os Corpos Privativos de Bombeiros, pertencendo a uma pessoa colectiva, mas privada que, por razões da sua actividade profissional, necessita de um corpo profissional de bombeiros para sua protecção.
Curiosidades
Em Portugal existem perto de quarenta mil bombeiros entre voluntários, municipais e privados e cerca de treze mil veículos ao serviço dos bombeiros.
O primeiro veículo de socorro motorizado, existente no nosso país, pertenceu ao Corpo Municipal de Bombeiros de Lisboa. Foi um Fiat Pronto-Socorro adquirido em 1915.
Os bombeiros portugueses são responsáveis por uma área de noventa e dois mil, trezentos e noventa e um quilómetros quadrados, lutando com dificuldades, mas facilitando a vida da nossa sociedade.
(Fonte: www-pq-jornal.com)
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