Tenho mantido alguma observação mais distante da blogosfera Tomarense, em virtude de considerar que apenas devemos dar importância aos que assinando, dão a cara e como tal, com eles podemos estabelecer um princípio democrático importante, como é o princípio do contraditório.
Tal tem acontecido nos últimos dias com o meu colega Deputado Municipal João Simões, em virtude do facto de reiteradamente este tentar dar sempre “as grandes notícias”, com o objectivo evidente de pretender demonstrar que o grupo político pelo qual foi eleito é o mais atento, o mais bem informado, quiçá o alter-ego da democracia Tomarense.
Ora a democracia não precisa de tutores, novos ou velhos, como é o caso, actuais ou ultrapassados, nas acções, nas perspectivas, no sentido evolutivo societário, como é também o caso.
Todos somos Tomar, tem escrito o Presidente do meu Partido, e é assim que pensamos por lá.
O problema do colega Deputado João Simões e do seu cabeça de Lista à Assembleia e meu contendor directo ao cargo, Deputado Fernando Oliveira, é que parecem achar que Tomar é apenas deles ou de quem eles dão autorização que seja.
Um exemplo claro disso é a discussão da paternidade da ideia de qualquer Referendo, a reboque claro de uma discussão pública iniciada pelo PS, sobre a importante destruição do Mercado proposto pelo executivo PSD da Câmara de Tomar.
Tomar sempre foi assim: cheio de tutores e de Homens cheios de certezas, nobres e burgueses de diferentes matizes ideológicas “acima dos outros”, capazes de “orientarem os pobres de espírito”, que seriam sempre todos os outros que não eles. Pois! Mas Tomar é mesmo de Todos e não deles.
Percebe-se bem o porquê: Integrando um projecto pessoal de Pedro Marques, que não perdoa o facto de não ter tido um único dirigente do PS a propô-lo para cabeça de Lista nas últimas autárquicas, são reféns da sua visão da política – “ela serve para me servir, não para eu servir os outros”.
E o Deputado João Simões, cidadão que sempre aprendi a respeitar, comete um erro clássico: na ânsia de dar nas vistas, esqueceu-se de garantir que não tinha “telhados de vidro” na sua actuação política.
E o caso até nem podia ser mais simples: ela coordena a única Comissão Permanente da Assembleia Municipal que esteve seis meses sem reunir e sem produzir trabalho. Para quem queria governar a Câmara parece muito pouco não acham?
A única Comissão que é coordenada pelos Independentes de Pedro Marques, é a única que não funcionou durante seis meses!
Neste caso todas as interpretações são possíveis: não quis reunir porque não havia matéria; não quis reunir porque queria estabelecer pontes com a maioria PSD na Câmara; não quis reunir porque se esqueceu; não quis reunir porque acha que as Comissões não servem para nada; não quis reunir porque coloca em causa a tutoria democrática dos “Sábios de Tomar”…
Mas tal até nem é muito grave: apenas demonstra que os Homens erram, que ninguém é perfeito, nem há grupos políticos isentos de erros.
Mas para um grupo político que se tenta sempre apresentar como uma alternativa aos “partidos do sistema”, PS e PSD, é pouco não acham?
É no que dá querer tentar demonstrar que se é muito melhor que todos os outros.
É pena, porque no PS muitos têm errado, a começar por mim próprio e disso não devemos ter qualquer vergonha: é da vida!
De facto convenhamos que é muito mais justo assumirmos que TODOS SOMOS TOMAR, sem tutorias, nem alter-egos!
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