Há coisas sobre as quais não podemos ser indiferentes e oportunismos sobre os quais não podemos calar a nossa revolta!
Nunca como antes de Pedro Marques ter sido eleito para o segundo mandato de Presidente de Câmara(1993-1997), Tomar tinha estado na boca do mundo como antro de oportunismo e “favor fácil”. O Presidente na altura eleito por maioria absoluta pelo PS, viria a tornar-se o maior flop da vida política do Distrito de Santarém do pós-25 de Abril.
Tomar está efectivamente à deriva desde 1994, altura em que Pedro Marques foi eleito para o seu segundo mandato. Nas eleições seguintes, bem decidiu o PS não o candidatar, em decisão tomada por unanimidade dos 24 membros da sua Comissão Política, à qual tinham concorrido duas listas, uma encabeçada pelo Engº José Mendes que ganhou, e outra por mim próprio.
Porque razão tomaria em 1996 o PS, por unanimidade, a decisão de não candidatar o seu Presidente de Câmara? Porque razão, anos mais tarde em 2005, não apoiaria o PS o seu desejo de regresso às lides autárquicas?
Se calhar o simples facto de ter sido o único Presidente eleito sobre o qual recaíram suspeitas de favorecimento de interesses particulares, as quais nunca foram provadas, foram razão próxima e determinante para nunca, mas nunca mais, qualquer dirigente responsável pelo PS equacionar sequer a sua recandidatura em nome de um Partido com história, honorabilidade e ética republicana como o Partido Socialista.
Como escrevi em 1994, à mulher de César não basta ser séria, é mesmo preciso parecê-lo, pelo que passados quinze anos, só o mais distraído observador não entende que Pedro Marques é mais do que uma figura do passado, é um verdadeiro cadáver político no Concelho de Tomar.
Afastado e bem que foi António Paiva(PSD), numa brilhante estratégia desenvolvida pelo poder do PS e do PSD a nível nacional, só falta mesmo tirar este “furúnculo” do sistema político Tomarense. Não por qualquer questão pessoal, sobre a qual não nos movemos, mas simplesmente porque a condução da política não se pode alicerçar no “favorzinho”, no “interessezinho”, no “jeitinho”, tão característico das sociedades do terceiro mundo.
Se os Tomarenses quisessem, o que não acreditamos, transformar a sua terra numa nova Gondomar, Felgueiras ou Marco de Canavezes, poderiam apostar neste regresso ao passado. Por outro lado, se o caminho for, como julgamos, a criação de riqueza e a busca do seu lugar no contexto regional, completamente perdido nos últimos 15 anos, poderão contar com as equipas que o PS obviamente sem Pedro Marques, encontrará!
Até lá temos de aceitar, democraticamente, a existência deste tipo de “associações de interesses”, que hoje se apresentam como Independentes.
Que o caminho não é por aqui, passados quinze anos de atrofia e desprestígio de Tomar, disso não tenho a mínima dúvida!
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