31.10.18

A Ministra da Cultura de um governo socialista, pode impor uma opinião pessoal?

A Ministra - gay e anti-touradas, não devia deixar que as suas
opções pessoais influenciassem na sua missão pública

A Graça Fonseca, assética política, de absoluta confiança do Primeiro Ministro António Costa, desde que este foi presidente do Município de Lisboa, onde foi sua chefe de gabinete e vereadora, foi promovida a Ministra.

Sou daqueles que entendo que as escolhas de quem tem a legitimidade democrática para governar - uma freguesia, um município, um governo, devem ser absolutamente livres, nomeando quem bem entende para o desempenho de funções, que ajudem a cumprir o mandato popular recebido. 
Ser Ministro, Secretário de Estado, Diretor-geral, Secretário-geral, Inspector-geral e todas as chefias superiores e intermédias do Estado, deviam ter como primado a confiança política, pois só assim podemos depois "cobrar" o cumprimento dos objetivos, dos programas, das promessas e dos compromissos, os quais foram sufragados pelo povo, onde reside o poder.
Graça Fonseca é também conhecida por ter uma orientação sexual diferente da maioria da população e isso, no respaldo constitucional da liberdade individual e da não segregação com base na religião, no sexo, no origem em étnica ou social, bem como na orientação sexual, não afetou as suas funções que em nome do povo exerceu até hoje. E isso está certo, porque é justo!

Questão diferente foi a mais recente polémica que estalou, a propósito do alinhamento das taxas do IVA, na área da cultura, com a sua expressão de opinião individual, sobre a questão "civilizacional" da Tauromaquia, para justificar que esta atividade - pressupostamente - deveria ter um tratamento diferenciado do imposto.

Como Homem Livre, sempre valorizei e quando com responsabilidades de gestão pública, ajudei a promover, a liberdade de opinião, porque entendo que só cidadãos esclarecidos e com opinião, podem e devem ser respeitados ans suas decisões. Ou seja, tenho a maior simpatia pela Graça Fonseca, na sua livre opinião por entender que a questão da Tauromaquia é uma "questão civilizacional" (pela negativa), pois sendo essa a sua opinião, devo respeitá-la.

Em abono da minha opinião de respeito, pela da atual Ministra da Cultura, discordando dela, dou aquela que foi a minha opinião sobre o "convencido, pedante e armado ao pingarelho" que havia sido a postura do escritor Lobo Antunes, aquando do sua "pseudo" viagem e depois recusa em vir a Tomar, num verão - de 2010, em que foi useiro e vezeiro no tratamento menorizador do papel das nossas forças armadas, na querra de África. Na altura caiu, nesta terra de província, o Carmo e a Trindade, pelo vereador da Cultura, ter essa opinião pessoal sobre "um escritor de topo", tendo inclusivé a Assembleia Municipal aprovado, por proposta do BE, uma "Moção de censura", pela opinião individual do então vereador e razão próxima, para o entrega dos pelouros do Turismo, Cultura e Museus, que efetuaria no final de novembro desse ano.
Coisa diferente é essa opinião individual da Ministra influir de forma significativa na sua gestão do interesse cultural (e civilizacional), das diferentes expressões artísticas, como tal classificadas por quem de direito - a Assembleia da República, onde os eleitos pelo povo definem, quais as áreas que são consideradas atividade cultural e como tal protegidas pelo Estado. NÃO CABE À MINISTRA definir isso, nem lhe comete colocar em causa aquilo que ela apenas tem de administrar. 
Se não quer administrar a atividade cultural nacional - porque tem a total liberdade para entender que as Touradas são arquétipos anti-civilizacionais, só tem de o deixar de o fazer, mas não deve deixar que essa sua opinião minoritária se IMPONHA, perante outros.

Aliás, em abono da verdade, quer a declaração de princípios do PS, quer o programa eleitoral por este apresentado e que serviu de base ao Programa de governo, que obteve aprovação maioritária na casa da democracia - em representação do povo - a Assembleia da República, nada estabelecem sobre a "questão civilizacional" que a Ministra alude.

Impor a sua opinião aos demais, quando para isso não tem qualquer legitimidade, é a DITADURA DOS COSTUMES, característica de uma determinada esquerda, pretensamente moderna nos valores, mas absolutamente conservadora no respeito pela opinião contrária, a qual parece que se vai, pouco a pouco, alcandorando a níveis inimagináveis, cuja reação natural é serem, qual Conde Andeiro,  mandado pela janela do Paço abaixo, para gaúdio da populaça, na assunção do PODER da NORMALIDADE.
Eu não gosto especialmente de determinadas práticas das Touradas, mas entendo-a e respeito-a, como expressão cultural que a Lei lhe dá e não pretendo impor essa minha avaliação a ninguém, nem às Tias de Cascais que se deleitam com as "fardas" dos cavaleiros e toureiros, nem às defensoras dos animais, que veem sempre o copo meio cheio de toda a relação do animal Homo Sapiens, com as diferentes espécies existentes à face da terra.

Sinceramente entendo que a atual cena política tem cada vez mais INTOLERÂNCIA, especialmente promovida por aqueles que, de diferentes da maioria, mais deviam respeitar o pensamento diferente dos outros.

É este caldo de cultura intolerante que ajuda a criar os Trump's e Bolsonaro's desta vida. E depois admiram-se! 
Esquerdalhices tolas e parvas, é o que é!



O motivo do escrito:

29.10.18

Cinco factos sobre a Iniciação Maçónica

Para uma educação maçónica permanente, com o alto patrocínio do Grande Oriente do Brasil.
 

25.10.18

Estalagem de Santa Iria: A Tomar no caminho certo... :)

O texto aqui republicado da Sónia Pais, é mais um exemplar da opereta Anabela Freitas e da sua incompetente gestão.
Em abono da verdade, os sinais já eram evidentes e a Sónia, profissional competente na área turismo, bem como outros que de boa fé acreditaram que algo pudesse melhorar, só se pode sentir defraudada.

Aliás, já era bem claro que a forma displicente como a atual gestão funcionava, para cujo início em 2013 eu contribuí da forma que é por todos sabido e, na qual dei o meu melhor até 31/12/2015, como chefe do gabinete da presidência, função da qual saí a meu pedido, porque já pouco havia a fazer para que "aquilo" tomasse rumo...

O caso da tentativa de pagamento de multa judicial com o cheque da própria autarquia, que foi público na primavera de 2017 é apenas o corolário dessa forma, do quero, posso e mando, baseado na mais pura incompetência, com que esta gente gere aquilo que sendo de todos nós, deveria ter outro cuidado.

Em abono da verdade, fiquei feliz pela escolha que o meu PS fez ao convidar a Sónia para integrar a lista à Câmara Municipal pois, acredito que o empenho dos que sabem fazer, resulta sempre em benefício para a comunidade e para a gestão pública. Aliás, foi precisamente por essa razão que, na preparação das eleições autárquicas de 2009, onde fui eleito vereador, tivemos reunião com a Sónia convidando-a a reforçar a equipa de candidatos do PS, precisamente pela sua mais valia na área do Turismo, convite que esta na altura simpaticamente declinou. Ao aceitar, alguns anos mais tarde, está visto que cometeu um erro. Poderia ter trabalhado numa equipa competente e acabou a colaborar, como tantos, com gente deste calibre e ver-se, dessa forma, defraudada na sua legítima expetativa.

Infelizmente teve, para isso, de pagar para ver, gastando recursos próprios num "concurso" mal amanhado e feito em cima do joelho. Olhar e ver não é para todos de facto e, decididamente, esta gente que por ali anda a ganhar como gestores públicos, nenhum de nós os quereria para recepcionista de Hostel - sem qualquer desprimor para quem, com empenho e profissionalismo o faz muito bem!

A verdade. Bem, a verdade é como o azeite e vem sempre ao de cima, como diz o povo!


(Todo o texto)

Com tanta gente a opinar sobre o assunto, penso que tenho dever de o fazer também. No entanto, não se trata de uma opinião, trata-se de uma descrição dos factos:
PARA QUEM TIVER PACHORRA DE LER SOBRE A MINHA PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO DA ESTALAGEM DE SANTA IRIA. (uma breve descrição dos acontecimentos)
Não sou uma pessoa de ressentimentos ou ressabiada, uma palavra que é muito usada actualmente, nas redes sociais, mas sinto que não poderia esquecer os últimos acontecimentos, que me envolveram pessoalmente, num concurso público lançado pelo Município de Tomar, (que afinal não é um concurso público, segundo os próprios) sem dizer o que me apraz sobre o que sofri, as noites mal dormidas e principalmente as frustrações de sentir que uma injustiça foi cometida. Talvez injustiça seja uma palavra muito forte e o melhor será dizer que foi cometida uma incompetência.

Não me julgo superior aos demais, mas tenho uma qualidade/defeito (é difícil de catalogar) que me distingue, de entre alguns: tudo o que faço, gosto de o fazer com brio e com exigência. Sou de tal maneira exigente comigo própria, que na maior parte das vezes entendo que o trabalho que desenvolvo nunca está suficientemente perfeito.
Daí que quando a minha empresa decidiu concorrer à concessão da Estalagem de Santa Iria, como é óbvio, li e reli o caderno de encargos e o respectivo programa e detectei várias incongruências, que não vou aqui catalogar, não estou para isso, e quem quiser que leia os documentos e faça a sua análise. No entanto e apesar de entender que havia ali muita matéria para deitar abaixo (tecnicamente falando, impugnar) este concurso (vou continuar a chamá-lo assim!), não quis deixar passar a oportunidade de concorrer àquela que considero uma das jóias de Tomar, tão subaproveitada até ao presente.
Apesar de os únicos critérios para a selecção serem valores (renda e investimento), não me fiei em lançar apenas números para o ar, como é óbvio. Fiz o trabalho que a Câmara não entendeu que fosse necessário para a escolha dos concorrentes: elaborei um projecto que me pareceu muito válido, fruto também da minha formação de 7 anos em Gestão e Turismo (licenciatura e mestrado), da minha experiência profissional como docente nesta área, como dirigente no Turismo de Portugal e mais recentemente, entre outras actividades nesta área, que não vou aqui enumerar, como gestora de um projecto turístico e diferenciador da cidade de Tomar. Porque é que estou a falar no meu background profissional? Porque este também não era factor de selecção de concorrentes.

Contactei técnicos, fiz as minhas contas, desenvolvi o meu projecto e apresentei uma proposta que seria viável, economicamente sustentável e julgo benéfica, não só para a empresa como para a cidade. Ofereci uma renda mensal de 2415 euros, caso vos interesse saber. Entendi que seria um preço justo para todos. Ofereci um valor de investimento de 600.000 euros, muito próximo do segundo candidato, também de Tomar, que tinha um projecto semelhante ao meu.
O circo começou no dia 12 de Julho passado, na Hasta Pública da primeira fase do concurso onde iriam ser seleccionadas as três melhores propostas. Depois de identificados os 10 concorrentes e aberto o primeiro envelope com a documentação exigida, o júri pediu-nos para sair da sala durante uma hora para verificação da documentação. Uma hora passada regressámos à sala. O júri informou que a proposta de um dos candidatos não iria ser tornada pública uma vez que estavam em falta documentos exigidos. Todas as outras propostas começaram a ser abertas e tornadas públicas, a minha incluída. 

Não sabendo quais eram os outros projectos que estavam a ser propostos, não me passou pela cabeça que pudesse ficar em primeiro lugar na lista de concorrentes, mas tal aconteceu e, apesar do nervoso miudinho da responsabilidade, fiquei, obviamente satisfeita com o resultado e com a vantagem de poder concorrer à segunda fase e à nova Hasta Pública.

Logo nessa sessão, sofri ataques pessoais de maus perdedores e o júri não teve, como deveria ter tido, espinha dorsal para evitar que este tipo de situação acontecesse. Na memória o que me ficou foi um júri pouco seguro do que ali se estava a passar. E até posso compreender isso, porque decidiram avançar para um concurso, deste âmbito, com documentos mal redigidos, com lacunas e incongruências.
Segundo o programa, os três primeiros concorrentes tinham 5 dias úteis para a apresentação da proposta melhorada, mas logo ali, o júri decidiu mudar as regras, fruto da pressão a que se viu sujeito por alguns dos candidatos e decidiu aplicar a Lei dando 10 dias úteis a todos como direito de resposta. Sem comentários, porque a Lei prevalece sempre, sei disso.

Nos dias seguintes recebemos todos a Acta dessa primeira sessão com a indicação dos três concorrentes que foram seleccionados para a segunda fase, a minha empresa incluída.

Passaram-se quase 2 meses até receber nova notificação do júri, e aquele que seria o convite para apresentar a proposta melhorada era a informação, entre outras, de que a minha empresa tinha sido excluída do concurso por falta de um documento (registo criminal da empresa). O porquê desta falha, poderão todos pensar que é culpa minha, mas a realidade é que o porquê desta falha se deveu à má redacção do programa e a uma má interpretação que o próprio júri fez, quando na primeira sessão também não deu por essa falha. Na sua checklist de documentos para verificação, como é óbvio, não constava esse documento, tanto é que tanto a minha empresa como a terceira classificada (também excluída pelo mesmo motivo) foram aceites a concurso e as nossas propostas tornadas públicas.
O júri apercebeu-se desta falha por intermédio da reclamação de um dos concorrentes, que por acaso, acabou por ganhar o concurso, e que tinha inicialmente oferecido 1240 euros de renda e 328.400 euros de investimento.

Recorremos em conjunto com o terceiro classificado, também excluído nessa fase, a advogados competentes em direito administrativo para defenderem a nossa posição e apresentarem a nossa pronúncia com argumentação mais que válida para a nossa readmissão a concurso. Posso-vos dizer que a pronúncia tinha 17 páginas e foi o documento mais bem executado em todo este concurso.
O mínimo que eu exigia era que o júri respondesse à altura e com contra argumentação que justificasse a manutenção da sua tomada de decisão anterior. Tal não aconteceu, o que aconteceu é que a resposta foi simplesmente ofensiva por ser tão incompetente.

A segunda fase não foi tornada pública. Eu, enquanto concorrente, já excluída é certo, mas também enquanto tomarense, que votei para eleger o executivo que agora lá está a trabalhar para nós todos, gostaria de ter estado presente, para assistir à segunda parte do circo, mas foi-me vedada essa vontade por falta de informação.

O terceiro candidato não apareceu (não vou dizer nada sobre este assunto, mas sei…) o segundo candidato, que ganhou o concurso, só entregou a sua proposta depois de ter tido a garantia que o primeiro já tinha entregue a sua e foi aí que o seu plano não correu tão bem como esperado porque dos 328.400 euros teve de subir a parada para 1 milhão de euros (deixem-me rir!!!!!).

A Câmara o que ganha com tudo isto é uma renda de 1550 euros que começará a receber daqui a 5 anos, pois o candidato pediu o tempo máximo de carência para o pagamento da mesma.
Só mais duas coisas:
1. DESCULPEM, mas não vou desperdiçar milhares de euros em tribunais para que se faça um novo concurso em condições e com competência. Não vou fazer esse serviço público à cidade.
2. GOSTAVA MUITO que a Câmara apresentasse o projecto vencedor, que o publicasse, tal como ele foi entregue, com as descrições que nele deverão constar a justificar 1 milhão de euros de investimento.
Parabéns aos vencedores, que fizeram tudo (mas mesmo tudo!...) para ganhar este concurso.

***********************************************************************************************************
***********************************************************************************************************
A Sónia Pais é também membro da WEF (Women Economic Forum), em cuja participação muito se tem especulado da presença de Anabela Freitas (presidente) e Filipa Fernandes (vereadora), em eventos nacionais e internacionais.

23.10.18

Populismo vai tomar conta da maior economia da América Latina

(ATUALIZADO em 26/out - em atualização, até à noite de 28 de outubro de 2018)

O título poderia ser: A desesperança que a esquerda ajudou a produzir...

**************************************************************

Oiçamos um dos estrategas deste populismo - General Mourão, que é SÓ o candidato a vice de Bolsonaro, da sua adesão à democracia liberal, à gestão da guerra em que o Brasil vive e das soluções - radicais, mas compreensíveis à luz da realidade brasileira, que propõe...




****************************************************************************

Uma visão do jornalista que tem um forte compromisso com a democracia liberal, de visão oposta:









Brasil. Digo-o de mim para mim, com o coração apertado













Madrugada de 29 de outubro, 2018: "Brasil trágico." É verdade, já sei que irei escrever uma crónica com esse título daqui a uma semana e algumas horas. Sei, porque o mundo é assim e sei porque a crónica serei eu a escrevê-la. E, porque o mundo é mesmo assim e embora não seja eu a escrevê-los, sei também que vão aparecer vários comentários, publicados acerca dessa minha crónica, assim: "Bem feito, jornaleiros! Vocês diziam que Bolsonaro nunca ia ganhar... E agora? Aldrabões é o que vocês são todos."



Sei da inevitabilidade desses comentários porque nada é mais previsível do que um imbecil. Perdão, há ainda mais previsível: imbecis de repetição. Desde o verão de 2016, quando Donald Trump ganhou a candidatura republicana, primeiro estupefacto, depois cada vez mais irado, preparei-me para a vitória dele no outono e até a anunciei como provável. O que não me livrou, na sua vitória, de me classificaram de surpreendido. Classificaram-me e a milhares de jornalistas para quem essa vitória era provável. Não entenderam que a nossa escrita não era a negação de um facto que se anunciava. Era sobre a indecência que ele significava.



No dia seguinte à eleição de Trump, David Remnick, prémio Pulitzer e diretor há 18 anos da prestigiada revista The New Yorker, publicou um texto a que chamou "Uma tragédia americana". Aí, ele prevenia contra as misérias a vir: "Um presidente cujo desprezo tem sido repetidamente demonstrado para com as mulheres e minorias, para com as liberdades civis e factos científicos, já para não falar da simples decência." E David Remnick rematou: "Trump é a vulgaridade sem limites." No momento da eleição, a sentença. O que se seguiu confirma a justeza dela.

Jair Bolsonaro é mais brutal na sua vulgaridade. Se o norte-americano explicava por onde agarrar uma mulher, o brasileiro lamenta que a tortura não tenha passado para o limite seguinte e matado 30 mil presos políticos durante o regime militar. Bolsonaro comentou no presente o passado - por que não pôr a hipótese de o querer pôr em prática no futuro? Eles não escondem, eles dizem ao que vêm - essa, esta casta de políticos, é a novidade séc. XXI. Gente assim, até na política, sempre houve, mas escondiam-se. A novidade é que são populares e, em certos casos, até podem ser maioritários.

Que afronta é essa de dizerem a quem os vê chegar e que alerta sobre o perigo que eles representam, enfim, dizerem de quem é lúcido, que se engana? Saiba-se: reconhecemos, agora e antes, o perigo de Trump, até o de ganhar eleições. Mais, até sabemos que os que levam com ciclones em cima continuam a apoiar o Trump, ele que nega a mudança climática e insiste em piorá-la. Saiba-se: reconhecemos, antes das eleições, o perigo de Bolsonaro ganhar no domingo. E depois disso, quando ele organizar milícias e desbastar a Amazónia, até sabemos que a caixa de Pandora aberta continuará com os seus adeptos.

Por saberem desses líderes rascas e da capacidade de seduzirem tanta gente, mesmo os que não se deixaram enganar - aliás, sobretudo esses - devem deitar contas à vida. Do Brasil, que é tão nosso e tanto nos pode ensinar: o ovo da serpente não nasce do nada. Bolsonaro é filho da corrupção generalizada. Chocou enquanto o PT roubou. Este justifica-se insinuando que começou a roubar com boas intenções: a Constituição, propiciando a pulverização dos partidos, levou à compra de deputados para se poder governar... Pífia desculpa: os do PT que roubaram, roubaram por ganância. E a pior delas: a que se esconde com suposta perseguição política, como também por cá houve quem praticasse sem pudor (porque, além de roubar, prejudicou os seus).

O ovo da serpente não nasce do nada. Bolsonaro é filho de uma generalizada falência política. Direita e esquerda (mais uma vez com a desculpa da Constituição) praticam alianças espúrias. Os ministros leiloam-se entre os partidos, não se escolhem os melhores. E isso, governantes incapazes, até é mal menor comparado com outra prática comum: entraram na governança seitas venais, estúpidas (é lá com elas) e estupidificadoras (é connosco). Nós conhecemo-las, também por cá há, e preparam-se para entrar na política, se é que ainda não entraram. O PT governou com elas e elas, unânimes, são agora aliadas de Bolsonaro. O povo brasileiro não lhes pagará só o dízimo, arrisca-se a pagar a conta completa.

A réstia de esperança está nas páginas de um livro cujo título é um programa: Viva o Povo Brasileiro. História de uma saga coletiva, a nascença de uma nação. João Ubaldo Ribeiro tem outro belo título: A Casa dos Budas Ditosos, outra saga, o amor ao amor. Leiam o Brasil quando caírem os resultados eleitorais de domingo próximo. Se não chegar, ponham Elis a cantar. Riam-se com A Porta dos Fundos. Recordem a coragem de Marielle.

Não sabes onde te meteste, Jair Bolsonaro... Digo-o de mim para mim, com o coração apertado.

******************************************************


Internacional

Brasil, o país onde a política e a corrupção andam de mãos dadas


17.10.2018 17:41 por Diogo Barreto




A polícia federal brasileira pediu uma acusação contra o presidente Michel Temer por corrupção. Nos últimos anos são dezenas os políticos da direita à esquerda suspeitos de crimes de "colarinho branco".

O presidente do Brasil, Michel Temer, é o último caso de um político brasileiro a ser investigado pelos crimes de corrupção. A polícia federal brasileira emitiu um pedido de acusação ao chefe-de-Estado brasileiro esta quarta-feira no âmbito de uma investigação a favorecimentos indevidos e subornos. Mas a investigação a um político no país sul-americano não é novidade. Só no caso da Operação Lava Jato, nos últimos quatro anos, foram investigados mais de 60 políticos, entre eles o próprio presidente Temer, ex-presidentes (Lula e Dilma), ministros e deputados. Dos partidos pequenos aos grandes, da esquerda à direita, a megaoperação envolveu políticos de 14 partidos brasileiros. Mas há outros casos que abalaram a política do país.

Os arguidos da operação Lava Jato são acusados de diversos crimes de "colarinho branco", como corrupção, branqueamento de capitais, obstrução à justiça, subornos e recebimento indevido de vantagem. Entre os nomes mais sonantes que foram investigados estão o do presidente Michel Temer, dos ex-presidentes Lula da Silva (que foi mesmo condenado), Dilma Rousseff ou Aécio Neves. Mas há ainda presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e governadores de estados a serem investigados, para além de presidentes de algumas das maiores empresas brasileiras.

A maior investigação a corrupção da história do Brasil já fez cumprir mais de mil mandados de busca, apreensão e prisão preventiva desde o dia em que foi lançada, a 17 de Março de 2014. Até ao momento já se registaram 55 fases de operação que terminaram na detenção e condenação de mais de cem pessoas. Um levantamento recente feito pela BBC Brasil dava conta de mais de 60 políticos investigados na operação Lava Jato.

Temer está a ser investigado por, alegadamente, receber subornos e beneficiar as empresas de alguns parceiros de negócios nos portos brasileiros. No passado, no âmbito da Lava Jato, o congresso federal brasileiro votou duas vezes para impedir que Temer fosse julgado no Supremo Tribunal por três acusações de corrupção.

O mandato de Temer como presidente brasileiro - ascendeu ao Planalto depois do processo de impeachment a Dilma Rousseff - está prestes a terminar. Ao seu lugar candidatam-se o ex-militar de extrema-direita Jair Bolsonaro (que nas sondagens mais recentes surgia com intenções de voto acima dos 50%) e o "sucessor" de Lula da Silva Fernando Haddad.

Já Lula da Silva, o ex-presidente brasileiro, foi condenado, em segunda instância, por corrupção passiva e branqueamento de capitais. O processo de Lula foi envolto em polémica. Durante o período em que esteve a ser investigado no âmbito desta operação, o ex-líder do PT foi acusado do crime de corrupção passiva e branqueamento de capitais e a morte da sua mulher. Acabaria por ser condenado em Julho de 2017 a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro. Em segunda instância, a sua condenação subiu para os 12 anos.

Desde então, o ex-presidente interpôs diversos pedidos de habeas corpus que foram rejeitados, apesar dos movimentos pró-Lula que moveram milhões de pessoas no Brasil. Acabou por se entregar à polícia federal brasileira.

Os partidos envolvidos na Lava Jato

Temer pertence ao Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), enquanto Lula foi líder do Partido dos Trabalhadores (PT). Pelo PMDB, Sérgio Cabral foi também condenado por cinco crimes, sendo acusado em mais de duas dezenas de processos. Dilma Rousseff, destituída do cargo da presidência, foi investigada por tentativa de obstrução à justiça. Pelo Partido da Social Democracia Brasileira, Aécio Neves foi denunciado por corrupção e está actualmente a ser investigado em nove inquéritos relacionados com o caso Lava Jato.

Mas a megaoperação Lava Jato afectou também políticos do PTC, PSB, SD, PR, PPS, PP, DEM, PC do B, PRB, PTB e PSD.

Nas eleições brasileiras, milhares de ex-apoiantes do PT afirmaram que não iriam voltar a votar no partido devido à corrupção no seio do mesmo. Lula e Dilma, duas das caras mais conhecidas do partido estão a ser investigados por crimes de colarinho branco, o que pode explicar o baixo resultado com que o candidato do PT, Fernando Haddad, partiu no início da campanha. Haddad começou com menos de 10% das intenções de votos. Acabou por ser o segundo mais votado nas primeira volta das eleições, atrás de Jair Bolsonaro.

Por sua vez, o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro prometeu no seu programa eleitoral e durante toda a campanha que iria lutar contra a corrupção instaurada no Brasil, seguindo um discurso que foi também usado por Donald Trump nos EUA (drain the swamp) e Rodrigo Duterte nas Filipinas. No entanto, Bolsonaro é o candidato do Partido Progressista, o segundo maior partido brasileiro. Dos 45 representantes do partido no Congresso brasileiro, 21 estão a ser investigados na Operação Lava Jato, enquanto dois foram condenados no Escândalo do Mensalão.

Outros casos


Mas não foi o Lava Jato o único grande processo a levar à investigação e acusação de políticos no Brasil. O Mensalão – o caso de corrupção política de compra de votos de deputados no Congresso Nacional do Brasil – levou também a que fossem investigados membros do governo de Lula da Silva, bem como políticos do PT, PPS, PTB, PR, PSB, PRP, PP e do MDB.

A operação Satiagraha foi uma operação da Polícia Federal Brasileira contra o desvio de verbas públicas, a corrupção e branqueamento de capitais. No entanto, a operação foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça por ilegalidades no processo de investigação.

*************************************************************

E por cá? O caldo de cultura que se está a criar...

Notícia TSF de segunda-feira, dia 22/10/2018 - PSP incapaz de travar carteiristas: Lei facilita impunidade

*************************************************************

Uma visão de uma conservadora sobre o Fascismo...

Madeleine Albright: 

“O fascismo cresce onde as pessoas são convencidas de que toda a gente mente”

*************************************************************

Um artigo de um apoiante da direita, que não deixa de refletir bem sobre o problema em apreço...

"A esquerda chamou os Fascistas e os fascistas vieram"

*************************************************************

Um ataque de um Liberal português, aos Liberais que justificam Bolsonaro:

"Aos meus amigos do Observador e a Cristas"

19.10.18

Fechar uma estrada nacional, para fazer uma Feira? Só em Tomar...

Primeiro por razões práticas, do lançamento do concurso de requalificação da Várzea Grande, depois por razões de procura de uma melhor solução para a secular Feira de Santa Iria, este executivo municipal, decidiu arriscar em colocar a Feira, na envolvente ao Mercado Municipal.


Agora que está passado o evento, há que refletir criticamente sobre essa opção.
Notoriamente houve menos comerciantes instalados o que acabou por facilitar o arrumo dos mesmos. Este decréscimo já se vinha sentido, de forma sustentada, ao longo dos anos, levando a que a "mancha" de ocupação na Várzea Grande fosse cada vez apresentando mais clareiras, dando um aspeto pouco consistente à mesma. Não é por isso de estranhar que a opção pelo uso do parque de estacionamento de Santa Iria se tenha revelado a mais criticável escolha, uma vez que foi esta que levou depois à peregrina ideia de encerrar o trânsito na EN110, entre a Rotunda Alves Redol e a Rotunda dos Bombeiros, o que causou nos primeiros dias um olímpico caos na mobilidade e circulação da cidade.
EN110, fechada no troço entre a Rotunda Alves Redol e a Rotunda dos Bombeiros

Este foi, quanto a mim o menos conseguido dos aspetos desta nova localização da Feira de Santa Iria, perfeitamente escusado se tivesse havido a necessária reflexão sobre os prós e contras de diferentes desenhos de ocupação. Dá aliás a ideia de que houve uma tomada de decisão, sem cuidar de envolver a engenharia do Município, na qual existem profissionais experientes na avaliação da mobilidade, sem envolver a Proteção Civil Municipal, onde já existia um acumulado de experiência de anteriores planos de Contingência e sem envolver devidamente a PSP.

E, já agora, sem cuidar de tendo o Conselho Municipal de Segurança a funcionar, com as comissões que deveriam ao longo deste três anos de paragem ter sido criadas, poderia a de "segurança rodoviária" ter algo a refletir sobre esta opção...

A total ausência de avaliação do risco, para as pessoas, bens e qualidade da vida urbana, visível nesta decisão, contrasta com o caminho feito, também a nível de mobilidade e planos de contingência, produzidos para as Festas dos Tabuleiros de 2011 e 2015, sendo que nesta última, com a colaboração da pós-graduação do IPT em "cidades inteligentes", foi inclusivamente desenvolvida uma apliacação (App), designada SmartFest, que monitorizou em tempo real toda a circulação e estacionamento na cidade.

A existência de soluções tecnológicas, servidas pelo saber acumulado, quer da Feira, quer da engenharia e da proteção civil do Município, teria obviado a este monumental erro, o qual acabou por ser mitigado, com a  decisão posterior de abrir por algumas horas - especialmente durante as manhãs, da via ascendente (Oeste-Este) desta estrada nacional, mas que não desfez o erro inicial.

Mais.
Uma adequada avaliação de risco, baseada num SWOT validado, poderia ter colocado em "teste" uma outra solução de ocupação que passaria por concentrar toda a Feira a sul da referida EN110, desenvolvendo-se do Mercado, parque do Centro de Emprego, envolvente à Igreja de Santa Maria e Flecheiro. Tal opção teria tirado partido mais eficaz das duas pontes aí existentes, uma apenas pedonal e outra inserida na Avenida Luis Bonet, que se teria constituído, não como um constrangimento à mobilidade da cidade - como foi o encerramento da EN110, na ponte nova, mas sim como uma via de serviço entre os diferentes locais da Feira.

Enquanto se desenrolarem as obras na Várzea Grande e, após estas, se politicamente for essa a decisão, tal abordagem reduzirá os impactos na vida da cidade, confinando a Feira num espaço que, a meu ver, até tem essa vocação.

Aliás, continuo sem vislumbrar o porquê de não se realizarem na envolvente ao Mercado Municipal, a generalidade dos eventos da cidade, entre o antigo Festival do Frango e a Festa da Cerveja,  ou outros que criassem animação de Verão, aproveitando a Tenda, a qual tem indiscutíveis vantagens para utilizações desse tipo, com um impacto muito menor na zona turística da cidade.

Em conversa com alguns dos responsáveis pelos restaurantes da Feira, foi  comum a todos eles da vantagem da utilização da Tenda para este fim e, fora o ruído da pista de carros de choque, que poderia ter tido outra localização mais próxima da Ponte Arantes de Oliveira (Ponte Nova), funcionou em pleno.

A utilização do passadiço sobranceiro ao Rio, mostrou que a extensão da Feira pela margem direita até ao Flecheiro funcionaria e enquadraria melhor - como num passado não muito distante (até 2008), uma zona de vendas complementar.

Ou seja e em resumo:
- Esta localização da Feira funciona, colocando a mesma numa área mais estruturada e vocacionada para este tipo de eventos, do que a Várzea Grande, que era um amontoado de pó e, dado que a opção política do projeto a concurso inviabilizará (erradamente) a realização de grandes eventos aí, pode ser esta uma localização viável para os próximos anos;

- A Feira não precisa do parque de Estacionamento de Santa Iria, nem do encerramento da EN110, entre a Rotunda Alves Redol e a Rotunda dos Bombeiros, podendo estender-se pela envolvente à Avenida Luis Bonet e nos terrenos a sul da Ponte do Flecheiro;

- Em próximas eventualidades de alterações significativas da mobilidade da cidade, deve haver avaliação de risco e o devido envolvimento da engenharia e proteção civil Municipal, pois com a saber acumulado, muitos dos constrangimentos verificados poderiam ter sido evitados.


Luis Ferreira, ex-vereador da Proteção Civil

17.10.18

Até outubro - o que têm preferido os leitores...

9º - 3573 visitas - Pintar de imediato o muro junto ao parque desportivo (2017)
10º - 3568 visitas - Comandantes dos Bombeiros Municipais de Tomar - levantamento histórico (2018)

11º - 3546 visitas - Bimbalhão - Aquele que não sabe, nem sonha... (NOVO)
12º - 3458 visitas - O risco de colapso da Barragem, o quê? (NOVO)
13º - 3454 visitas - Construir casas junto à GNR em Tomar: para acabar de vez com o Flecheiro (2016)
14º - 3435 visitas - Deixar de sonhar a cidade (abordagem crítica ao estudo prévio da Várzea Grande)  (2018)
15º - 3382 visitas - A promoção de Tomar e as polémicas "idiotas" (2018)

16º - 3232 visitas - Do fim do Bloco de Esquerda, á Nova Política de Pedro Santana Lopes (NOVO)
17º - 2923 visitas - Pedro Marques de novo ao assalto no PS (2017)
18º - 2868 visitas - Feira de Santa Iria, o grande falhanço da gestão da CDU (2016)
19º - 2697 visitas - Porque razão mantemos o Parque de Campismo fechado? (2018)
20º - 2577 visitas - As opções de hoje que vão complicar a vida na Cidade de Tomar, no futuro (NOVO) 

21º - 2259 visitas - E o Presidente da Câmara é... Anabela Freitas (2017)
22º - 2015 visitas - Lojas Maçónicas nas proximidades de Tomar, na implantação da República (2014)
23º - 2011 visitas - Tomar em sério risco, neste início de Agosto (NOVO)
24º - 1955 visitas - A nossa região (Lisboa e Vale do Tejo) (2009)
25º - 1964 visitas - Portugal é o porto do Graal (2006)

26º - 1890 visitas - Uma mentira repetida pode parecer verdade, mas não deixa de ser mentira (2016)
27º - 1799 visitas - Com financiamento comunitário, entrada de Tomar vai ganhar alma (2016)
28º - 1792 visitas - Quando se tentou que todas as crianças do Concelho, tivessem acesso ao Cinema (NOVO)
29º - 1765 visitas - Revisão do PDM de Tomar, propõe triplicação da cidade (2016)
30º - 1731 visitas - Pelouros entregues só ao PS, é não perceber nada do que se passa por aqui (2017)

31º - 1675 visitas - Resumo das previsões das eleições para as freguesias (a 28/9/2017) (2017)
33º - 1595 visitas - Estradas de Portugal esclarece isenções no IC3/A13, tarde e a más horas (2011)
34º - 1553 visitas - Almeirim paga aos fornecedores em 2 dias. para quando em Tomar? (2018)
36º - 1493 visitas 3 (três), 5 (cinco), 7 (sete)... Uma explicação Maçónica (2016)
37º - 1413 visitas - In memorium - Luis Boavida deixou-nos (2018)
38º - 1412 visitas - Venda do Convento de Santa Iria, é ilegal (2017)
39º - 1399 visitas - Hoje é dia do bombeiro português (2011)
40º - 1385 visitas - Só é vencido, quem desiste de lutar (2016)
41º - 1383 visitas - The knigths Templar region of Portugal (2016)
42º - 1281 visitas - Os homens também choram (2016)
43º - 1257 visitas - Para salvar o Hospital de Tomar (2017)
44º - 1253 visitas - Abrantes é mesmo a caminho de onde? (2017)
45º - 1222 visitas - Comboio Turístico está de novo em funcionamento (2013)

12.10.18

O risco de colapso da Barragem (do Castelo do Bode), o quê? PLANO de EMERGÊNCIA EXTERNO precisa-se...

[O mote para o comentário seguinte é a notícia da Rádio Hertz, segundo a qual há muita preocupação - e bem, com a poluição das águas. Mas a questão é que ninguém parece se preocupar com o obrigatório e inexistente Plano de Emergência Externo, com níveis de aviso às populações e treinos regulares]


E ninguém pergunta pelo "Plano de Emergência Externo para o risco especial de colapso da Barragem", a qual já ultrapassou a tempo de vida útil - aquando da sua construção?



Alguém sabe o que fazer na eminência de um colapso da Barragem?

Uma Barragem que tem armazenadas na sua albufeira cerca de 0,9 milhões de milhões de litros de água (0,9 x 10^12 dm3), uma profundidade junto ao coroamento de mais de 95 metros de água e se estende por mais de 50km, numa bacia hidrográfica (do Tejo), onde vivem mais de 2 milhões de pessoas (abaixo de 50m acima do nível do mar), não precisa de estudo e análise?



Sabem as populações da freguesia da Asseiceira e de Paialvo, que a onda primária do colapso as submergiria? 

Que parte da inundação, afetaria todo o vale do Nabão até à Cidade, incluindo partes das freguesias de S.Pedro e da Madalena?

Que vilas e cidades do Ribatejo, a começar pelo Entroncamento desapareceriam, pura e simplesmente?



Pois!
Não chega de andarmos a brincar ao ambiente, à segurança e ao planeamento?
Querem falar a sério?

Então façam primeiro o que lhes compete, ok? 
Notícia Rádio Hertz

TOMAR – Governo quer aumentar faixa de protecção da albufeira de Castelo de Bode. Ainda há moradias ilegais… e fossas a despejar directamente para o rio




As freguesias de Serra/Junceira, São Pedro e Olalhas estão em suspenso face às alterações propostas pelo Ministério do Ambiente tendo por base o Plano Ordenamento da Albufeira de Castelo de Bode. Está em causa a passagem do limite da área de proteção à albufeira dos atuais 500 para os 1000 metros. Caso este estudo seja, efectivamente, implementado, então estes territórios vão ficar ainda mais condicionados e a fiscalização irá apertar, de tal forma que algumas moradias – cuja construção se encontra ilegal – correm o risco de ser demolidas. A Hertz ouviu os autarcas das freguesias em causa, sendo que ficou o receio perante estas possíveis mexidas e o alerta para a ilegalidade em torno da esmagadora maioria das fossas existentes no local… que despejam para o rio.
Jorge Rosa, presidente da Junta de Olalhas, disse estar à espera de uma reunião com a Câmara de Tomar para obter esclarecimentos de um assunto que classificou como muito grave.
Por exemplo, Américo Pereira, presidente da Serra/Junceira, classificou as alterações propostas como «um caminho preocupante e errado e um incentivo à clandestinidade»
Na freguesia de São Pedro o receio é também grande. A presidente de Junta, Lurdes Ferromau, lembra que a ser aplicado aquilo que é pretendido pelo Plano serão ainda mais acentuados os condicionalismos já colocados ao Interior.

*** *** ***
Alguns artigos e trabalhos científicos sobre este tema:
- Curso sobre operação e segurança de Barragens - IST, aqui;

O Plano de Emergência Externo (PEE) constitui o componente do plano de emergência, previsto no Regulamento de Segurança em Barragens (RSB), relativo ao vale a jusante da barragem excluindo a zona próxima à mesma. Tal como o Plano de Emergência Interno (PEI), este plano constitui um instrumento de organização, orientação e enquadramento de acções eficazes no caso de ocorrer uma emergência.

O principal objectivo é o de diminuir o número de vítimas no caso de ocorrer um acidente numa ou mais barragens a montante, incluindo descargas anormais resultantes da tomada de medidas no âmbito do PEI.
O PEE visa, fundamentalmente, a protecção de vidas humanas sendo, assim, um instrumento específico da protecção civil. Nesta conformidade, compreende-se que o RSB (artigo 44º) defina que o “plano de emergência” (entendido aqui como sendo o externo) seja elaborado com intervenção directa do centro operacional de protecção civil distrital e do dono da obra (basicamente através da elaboração do documento com os Cenários Potenciais de Risco Hidrodinâmico.
De acordo com o RSB, o plano de emergência é um “documento vinculativo que determina as ligações hierárquicas e funcionais de todos os intervenientes, atribuindo-lhes as respectivas missões e garantindo a coordenação e o empenhamento progressivo e meios e recursos para fazer face às consequências de um acidente ou de uma catástrofe”.
Não obstante esta característica geral do plano de emergência definida no RSB ser também aplicável ao plano interno é, fundamentalmente, importante ao nível do plano externo. O plano será submetido a parecer da Comissão de Segurança de Barragens e a aprovação conjunta da Autoridade nacional de Emergência e Proteção Civil.