Quando iniciámos em 2004 e, antes disso, por três vezes em 1996, 1999 e 2002, o processo político interno que conduziu à atual situação política no PS em Tomar, o processo era o de um projeto de poder, como compete num partido vocacionado para o exercício do poder. Como eu sempre escrevia há vinte anos e continuo a escrever agora: o PS não é o PSR, ou - atualizando -, o PS não é nem o PAN nem o BE. Ou seja, no PS a coisa é para ser levada a sério e, para exercer e determinar - conduzindo, níveis de decisão política real, não hipotética ou de discussão ideológica estéril.
Começámos, sem qualquer peso de relevo, que não fosse a minha pessoal presença então na Comissão de Jurisdição Distrital (mais ou menos o Tribunal interno de primeira instância) e alguns lugares minoritários, na então Comissão Politica Concelhia, dominada pelo então vereador Fernando Santos (ex-PCP) e eleito como numero dois nas autárquicas de 2001.
A estratégia então encetada, que viria a ser coroada de êxito na década seguinte - recordar que o PS chegou ao poder autárquico no Concelho de Tomar em 2013, passou num primeiro momento por dar espaço a novos protagonismos, além de procurar empurrar os já existentes então - personalizados pelo já falecido Sérgio Diniz (cabeça de lista às eleições internas por duas vezes - em 1999 e 2002), pelo Paulo Arsénio (numero dois da lista por mim encabeçada em 1996), pelo Carlos Silva (presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria do Olival em 1993), e do Leonel Graça, figuras de proa da oposição interna nesses anos do início do milénio no PS em Tomar, além da Elizabete Conde, da Sandra Morgado e no início, mas não nesse fim, da Fátima Duarte, entre outros. A presença e disponibilidade das mulheres era, ao tempo, escassa e difícil.
Os novos protagonismos que então, em 2003/4 se fomentaram, foram os de Élio Bernardino, Gonçalo Salgueiro e Hugo Cristóvão e no ano seguinte de Anabela Estanqueiro, Anabela Freitas, Jorge Franco e Hugo Costa.
Tal estratégia, foi concomitante com a conquista da Federação Distrital de Santarém em 2003, pela ação estratégica conjugada e combinada pelo petit comité composto pelo Paulo Fonseca (Ourém), Fernando Pratas (Chamusca), António Gameiro (Ourém) e eu próprio.
Ora, daí até à vitória para a Comissão Política Concelhia de Tomar - por mim encabeçado, em fevereiro de 2004, foi um caminho difícil, mas que redundou em sucesso.
Aí estabelecidos, como é sempre assim, a única dificuldade é manter o poder. Claro que houve escolhos da preparação das autárquicas de 2005, com a continuada presença no espectro político tomarense do ex-Presidente Pedro Marques, o que apesar da tentativa de aproximação de Hugo Cristóvão em 2004, foi prontamente recusado pelo restante Secretariado da Concelhia - Zeca Pereira, Carlos Silva, Jorge Franco, Virgílio Saraiva, Fátima Duarte, Anabela Estanqueiro, Leonel Graça e Anabela Freitas. Mas o exercício do poder - permitido pela vitória do PS em 2005, é sempre um bom alicerce.
Nesse particular foi possível desenvolver a estratégia e o trabalho que permitiu fazer chegar um dos novos quadros - a Anabela Freitas, a posições de relevo. Desde logo a liderança do Centro de Emprego de Tomar, posteriormente a sua "promoção" a líder das mulheres socialistas do Distrito, aproveitando os níveis de discriminação positiva que os Estatutos do PS, desde 2002 davam às mulheres. Claro que daí, até à sua indicação em lugar elegível nas eleições legislativas de 2009, foi um passo.
E daí, até à ultrapassagem de Hugo Cristóvão, que havia feito uma passagem com pouco brilhantismo como Delegado Distrital do IPJ, entre 2005 e 2006, como candidata à Câmara Municipal em 2013, foi tudo facilitado.
Claro que sem o contributo financeiro dos militantes Raul José Ferreira e Maria Luisa Silva, tal nunca teria sido possível.
É que aqueles que acham ser possível chegar ao poder sem esforço, nunca tiveram efetivamente qualquer experiência da forma e dos modos de fazer política em Portugal.
Portanto se Anabela Freitas é hoje Presidente da Câmara de Tomar, e poderia estar já em funções Governativas - pois há por lá gente bem menos qualificada que ela, o deve a estes dois militantes da Concelhia de Tomar, que do seu esforço e labor, nos momentos difíceis nunca faltaram com o apoio necessário.
Claro que em política, não há gratidão. Mas pode, e deve, haver verdade.
E esta é parte da verdade dos últimos 15 anos de vida política em Tomar.
Anexo:
Listagem dos membros do atual Governo, onde continua a não haver ninguém de Tomar.
Primeiro MinistroTal estratégia, foi concomitante com a conquista da Federação Distrital de Santarém em 2003, pela ação estratégica conjugada e combinada pelo petit comité composto pelo Paulo Fonseca (Ourém), Fernando Pratas (Chamusca), António Gameiro (Ourém) e eu próprio.
Ora, daí até à vitória para a Comissão Política Concelhia de Tomar - por mim encabeçado, em fevereiro de 2004, foi um caminho difícil, mas que redundou em sucesso.
Aí estabelecidos, como é sempre assim, a única dificuldade é manter o poder. Claro que houve escolhos da preparação das autárquicas de 2005, com a continuada presença no espectro político tomarense do ex-Presidente Pedro Marques, o que apesar da tentativa de aproximação de Hugo Cristóvão em 2004, foi prontamente recusado pelo restante Secretariado da Concelhia - Zeca Pereira, Carlos Silva, Jorge Franco, Virgílio Saraiva, Fátima Duarte, Anabela Estanqueiro, Leonel Graça e Anabela Freitas. Mas o exercício do poder - permitido pela vitória do PS em 2005, é sempre um bom alicerce.
Nesse particular foi possível desenvolver a estratégia e o trabalho que permitiu fazer chegar um dos novos quadros - a Anabela Freitas, a posições de relevo. Desde logo a liderança do Centro de Emprego de Tomar, posteriormente a sua "promoção" a líder das mulheres socialistas do Distrito, aproveitando os níveis de discriminação positiva que os Estatutos do PS, desde 2002 davam às mulheres. Claro que daí, até à sua indicação em lugar elegível nas eleições legislativas de 2009, foi um passo.
E daí, até à ultrapassagem de Hugo Cristóvão, que havia feito uma passagem com pouco brilhantismo como Delegado Distrital do IPJ, entre 2005 e 2006, como candidata à Câmara Municipal em 2013, foi tudo facilitado.
Claro que sem o contributo financeiro dos militantes Raul José Ferreira e Maria Luisa Silva, tal nunca teria sido possível.
É que aqueles que acham ser possível chegar ao poder sem esforço, nunca tiveram efetivamente qualquer experiência da forma e dos modos de fazer política em Portugal.
Portanto se Anabela Freitas é hoje Presidente da Câmara de Tomar, e poderia estar já em funções Governativas - pois há por lá gente bem menos qualificada que ela, o deve a estes dois militantes da Concelhia de Tomar, que do seu esforço e labor, nos momentos difíceis nunca faltaram com o apoio necessário.
Claro que em política, não há gratidão. Mas pode, e deve, haver verdade.
E esta é parte da verdade dos últimos 15 anos de vida política em Tomar.
Principais financiadores da campanha de 2013, com a candidata Anabela Freitas, fonte: http://tomar2013.blogspot.com/2013/09/candidata-presidente-da-camara-votou-as.html |
Anexo:
Listagem dos membros do atual Governo, onde continua a não haver ninguém de Tomar.
Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: Duarte Cordeiro
Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro: Tiago Antunes
Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital
Secretário de Estado Adjunto e da Economia: João Neves
Secretária de Estado do Turismo: Rita Marques
Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor: João Torres
Secretário de Estado para a Transição Digital: André de Aragão Azevedo
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
Secretária de Estado dos Assuntos Europeus: Ana Paula Zacarias
Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação: Teresa Ribeiro
Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas: Berta Ferreira Milheiro Nunes
Secretário de Estado da Internacionalização: Eurico Jorge Nogueira Leite Brilhante Dias
Ministra de Estado e da Presidência
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros: André Moz Caldas
Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade: Rosa Monteiro
Secretária de Estado para a Integração e as Migrações: Cláudia Pereira
Ministro de Estado e das Finanças
Secretário de Estado Adjunto e das Finanças: Ricardo Mourinho Félix
Secretário de Estado do Orçamento: João Leão
Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: António Mendonça Mendes
Secretário de Estado do Tesouro: Álvaro Novo
Ministro da Defesa Nacional
Secretário de Estado Adjunto da Defesa Nacional: Jorge Seguro Sanches
Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes: Catarina Sarmento Castro
Ministro da Administração Interna
Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna: Antero Luís
Secretária de Estado da Administração Interna: Patrícia Gaspar
Ministra da Justiça
Secretário de Estado Adjunto e da Justiça: Mário Belo Morgado
Secretária de Estado da Justiça: Anabela Pedroso
Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública
Secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa: Maria de Fátima de Jesus Fonseca
Secretário de Estado da Administração Pública: José Couto
Secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local: Jorge Botelho
Ministro do Planeamento
Secretário de Estado do Planeamento: José Gomes Mendes
Ministra da Cultura
Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural: Ângela Carvalho Ferreira
Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media: Nuno Artur Silva
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: João Sobrinho Teixeira
Ministro da Educação
Secretário de Estado Adjunto e da Educação: João Costa
Secretária de Estado da Educação: Susana Amador
Secretário de Estado da Juventude e Desporto: João Paulo Rebelo
Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional: Miguel Filipe Pardal Cabrita
Secretário de Estado da Segurança Social: Gabriel Gameiro Rodrigues Bastos
Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência: Ana Sofia Antunes
Secretária de Estado da Ação Social: Rita da Cunha Mendes
Ministra da Saúde
Secretária de Estado Adjunta da Saúde: Jamila Madeira
Secretário de Estado da Saúde: António Lacerda Sales
Ministro do Ambiente e da Ação Climática
Secretário de Estado Adjunto e da Energia: João Saldanha de Azevedo Galamba
Secretária de Estado do Ambiente: Inês dos Santos Costa
Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território: João Paulo Marçal Lopes Catarino
Secretário de Estado da Mobilidade: Eduardo Nuno Rodrigues e Pinheiro
Ministro das Infraestruturas e da Habitação
Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações: Alberto Souto de Miranda
Secretário de Estado das Infraestruturas: Jorge Delgado
Secretário de Estado da Habitação: Ana Pinho
Ministra da Agricultura