Não! O Chega não é um partido com eleitores extremistas de direita, ao contrário do que os arautos da esquerda tonta, já por aí vociferam...
Atente-se o mapa dos Concelhos onde o CHEGA teve maior % de votações (Fonte: Marktest)
Atente-se o mapa dos Concelhos onde o CHEGA teve maior % de votações (Fonte: Marktest)
Com a devida vénia, para o levantamento estatístico que o CM fez - e partamos do princípio que eles fizeram mesmo a "coisa" bem...
André Ventura: "Garanto que dentro de oito anos seremos o maior partido de Portugal"
Chega tornou-se na sétima força política nacional.
Lusa7 de Outubro de 2019 às 13:07
André VenturaFOTO: Lusa
Olhemos agora para os Distritos onde o CHEGA, obteve melhores votações, e dentro destes os Concelhos onde obteve votações superiores à média do respetivo Distrito:
De notar que a % de votos no Chega, superiores à média nacional (1,30%), só acontecem em Distritos a sul de Coimbra: Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Évora, Setúbal, Beja e Faro.
De notar ainda que nos distritos de Leiria, Setúbal, Évora e Beja, as votações no Chega (superiores) à respetiva média distrital se dão em Concelhos MAIS à direita, do que a respetiva média distrital.
Nos distritos de Santarém, Lisboa e Faro, as votações no Chega (superiores) à respetiva média distrital se dão em Concelhos MAIS à esquerda, do que a respetiva média distrital.
No distrito de Portalegre essa distribuição é igual, embora dada a dimensão distrital dos Concelhos de Portalegre e Elvas, onde o peso da direita é superior, sejam dois dos quatro concelhos onde a % do Chega é superior à média distrital.
Assim concluiu-se que, as votações do Chega:
1 - Estão concentradas no Centro-Sul do País, abaixo de Coimbra;
2 - Advieram predominantemente de Concelhos com mais votantes de esquerda no Ribatejo, margem norte da área metropolitana de Lisboa e no Algarve;
3 - Advieram predominantemente de Concelhos com mais votantes de direita, em Leiria, Alentejo e margem sul da área metropolitana de Lisboa;
Tomemos o exemplo alguns Concelhos do Ribatejo:
Neste Concelho, o Chega obteve 3,56% (2,7 vezes a média nacional e uma votação 75% superior à média distrital), tendo sido o 6º concelho do País, com a maior votação no Chega - atrás dos concelhos alentejanos de Alvito, Moura, Monforte, Elvas e do algarvio concelho de Vila do Bispo.
Atente-se que neste concelho do Ribatejo, a esquerda da "geringonça" (PS+BE+CDU), perdeu 1,9% dos seus votantes de 2015, ao contrário da média distrital onde esse número aumentou 3,6%, refletido também no desvio positivo que em 2015 a esquerda tinha neste concelho, face à média distrital, de 20% para apenas 14% em 2019.
Se visualizarmos a evolução das votações da PAF, em 2015, face ao somatório das votações da direita clássica e liberal em 2019 (PSD+CDS+Iniciativa Liberal+Aliança), reparamos que a alteração de desvios é pouco significativa.
Assim pode-se concluir que os eleitores do Chega, no Concelho da Barquinha, poderão ter vindo em cerca de 60% de eleitores de ESQUERDA e apenas 40% de eleitores de DIREITA.
Aqui, seguindo o mesmo método e raciocínio, podemos concluir que os eleitores do Chega, no Concelho do Entroncamento, poderão ter vindo em cerca de 61% de eleitores de ESQUERDA e apenas 39% de eleitores de DIREITA.
Assim, no contexto destes dois Concelhos do Ribatejo, contíguos entre si, observamos igual tendência: que as elevadas votações no Chega, em mais de 2,5 vezes a média nacional, são concomitantes com uma perda de votação na esquerda em 60%, comparando com a perda de votação na direita de 40%.
E a sul?
Também aqui é notório o mesmo fenómeno, num Concelho onde o Chega obteve 3,09% (+50% do que a média distrital) e 2,5 vezes a média nacional.
Os eleitores do Chega, no Concelho de Benavente, poderão ter vindo em cerca de 59% de eleitores de ESQUERDA e apenas 41% de eleitores de DIREITA.
De notar que a % de votos no Chega, superiores à média nacional (1,30%), só acontecem em Distritos a sul de Coimbra: Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Évora, Setúbal, Beja e Faro.
De notar ainda que nos distritos de Leiria, Setúbal, Évora e Beja, as votações no Chega (superiores) à respetiva média distrital se dão em Concelhos MAIS à direita, do que a respetiva média distrital.
Nos distritos de Santarém, Lisboa e Faro, as votações no Chega (superiores) à respetiva média distrital se dão em Concelhos MAIS à esquerda, do que a respetiva média distrital.
No distrito de Portalegre essa distribuição é igual, embora dada a dimensão distrital dos Concelhos de Portalegre e Elvas, onde o peso da direita é superior, sejam dois dos quatro concelhos onde a % do Chega é superior à média distrital.
Assim concluiu-se que, as votações do Chega:
1 - Estão concentradas no Centro-Sul do País, abaixo de Coimbra;
2 - Advieram predominantemente de Concelhos com mais votantes de esquerda no Ribatejo, margem norte da área metropolitana de Lisboa e no Algarve;
3 - Advieram predominantemente de Concelhos com mais votantes de direita, em Leiria, Alentejo e margem sul da área metropolitana de Lisboa;
Tomemos o exemplo alguns Concelhos do Ribatejo:
Barquinha | Distrito | desvio | ||||
PSD+CDS+IL+A (2019) | 20,34% | 31,53% | -35,5% | |||
PAF (2015) | 23,85% | 35,82% | -33,4% | -2,07% | ||
desvio | -14,7% | -12,0% | -2,74% | -2,41% | 40,3% | |
MAIOR PERDA À ESQUERDA | ||||||
Barquinha | Distrito | desvio | ||||
PS+BE+CDU (2019) | 62,60% | 54,92% | 14,0% | |||
PS+BE+CDU (2015) | 63,83% | 53,01% | 20,4% | -6,43% | ||
desvio | -1,9% | 3,6% | -5,53% | -5,98% | 59,7% |
Neste Concelho, o Chega obteve 3,56% (2,7 vezes a média nacional e uma votação 75% superior à média distrital), tendo sido o 6º concelho do País, com a maior votação no Chega - atrás dos concelhos alentejanos de Alvito, Moura, Monforte, Elvas e do algarvio concelho de Vila do Bispo.
Atente-se que neste concelho do Ribatejo, a esquerda da "geringonça" (PS+BE+CDU), perdeu 1,9% dos seus votantes de 2015, ao contrário da média distrital onde esse número aumentou 3,6%, refletido também no desvio positivo que em 2015 a esquerda tinha neste concelho, face à média distrital, de 20% para apenas 14% em 2019.
Se visualizarmos a evolução das votações da PAF, em 2015, face ao somatório das votações da direita clássica e liberal em 2019 (PSD+CDS+Iniciativa Liberal+Aliança), reparamos que a alteração de desvios é pouco significativa.
Assim pode-se concluir que os eleitores do Chega, no Concelho da Barquinha, poderão ter vindo em cerca de 60% de eleitores de ESQUERDA e apenas 40% de eleitores de DIREITA.
Entroncamento | Distrito | desvio | ||||
PSD+CDS+IL+A (2019) | 26,09% | 31,53% | -17,3% | |||
PAF (2015) | 27,56% | 35,82% | -23,1% | 5,81% | ||
desvio | -5,3% | -12,0% | 6,64% | 6,22% | 39,1% | |
MAIOR PERDA À ESQUERDA | ||||||
Entroncamento | Distrito | desvio | ||||
PS+BE+CDU (2019) | 57,82% | 54,92% | 5,3% | |||
PS+BE+CDU (2015) | 61,22% | 53,01% | 15,5% | -10,21% | ||
desvio | -5,6% | 3,6% | -9,16% | -9,68% | 60,9% |
Aqui, seguindo o mesmo método e raciocínio, podemos concluir que os eleitores do Chega, no Concelho do Entroncamento, poderão ter vindo em cerca de 61% de eleitores de ESQUERDA e apenas 39% de eleitores de DIREITA.
Assim, no contexto destes dois Concelhos do Ribatejo, contíguos entre si, observamos igual tendência: que as elevadas votações no Chega, em mais de 2,5 vezes a média nacional, são concomitantes com uma perda de votação na esquerda em 60%, comparando com a perda de votação na direita de 40%.
E a sul?
Benavente | Distrito | desvio | ||||
PSD+CDS+IL+A (2019) | 26,61% | 31,53% | -15,6% | |||
PAF (2015) | 28,65% | 35,82% | -20,0% | 4,41% | ||
desvio | -7,1% | -12,0% | 4,86% | 4,63% | 40,8% | |
MAIOR PERDA À ESQUERDA | ||||||
Benavente | Distrito | desvio | ||||
PS+BE+CDU (2019) | 57,56% | 54,92% | 4,8% | |||
PS+BE+CDU (2015) | 59,26% | 53,01% | 11,8% | -6,98% | ||
desvio | -2,9% | 3,6% | -6,47% | -6,73% | 59,2% |
Também aqui é notório o mesmo fenómeno, num Concelho onde o Chega obteve 3,09% (+50% do que a média distrital) e 2,5 vezes a média nacional.
Os eleitores do Chega, no Concelho de Benavente, poderão ter vindo em cerca de 59% de eleitores de ESQUERDA e apenas 41% de eleitores de DIREITA.