O blogue teve em 2023, 35.671 visitas; 48.603 em 2022; 117.160 (2021); 50.794 (2020); 48.799 (2019); 98.329 (2018) e 106.801 (2017) +++ e mais de 838mil desde julho/2010, tendo atingido meio milhão em 5/6/2020

7.10.19

Quem são os novos deputados dos "pequenos partidos"?

Com a  devida vénia ao site da TSF, aqui

O gestor que serviu cocktails agora é deputado. Quem é o primeiro deputado da IL

João Cotrim de Figueiredo foi eleito por Lisboa e permitiu ao Iniciativa Liberal 
cantar vitória na sua primeira eleição.

No espaço de três meses, a vida de João Cotrim de Figueiredo mudou radicalmente. 
Gestor de profissão, sem carreira política, a 6 de outubro é eleito deputado para a Assembleia da República.

Aos 58 anos, "uma surpresa". 
Não só para os lisboetas, como para o próprio deputado. 
Na sua página no Facebook, João Figueiredo anunciava as suas motivações: "aceitei porque não já não consigo ficar 
sentado enquanto o país marca passo e não dá à geração dos meus filhos metade das oportunidades que a minha geração teve".

Lisboeta, mas com paixão pelo Alentejo, onde tem um alojamento local, na vila de Redondo. João Cotrim de Figueiredo estudou 
na Escola Alemã de Lisboa, e formou-se em Economia na London School of Economics. 
Nos seus tempos por Inglaterra, serviu cocktails na Serpentine Gallery, de arte contemporânea, 
tal como escreveu o Público a 4 de outubro.

João Cotrim Figueiredo foi diretor-geral da TVI ao longo de um ano, entre 2010 e 2011. Antes disso, tirou um MBA em Administração, 
Negócios e Marketing na Universidade Nova de Lisboa, tendo liderado a Compal entre 2000 a 2006.

Na Iniciativa Liberal, o agora deputado encontrou pessoas que "acham que Portugal e os portugueses merecem e são capazes de 
mais". João Figueiredo pedia liberdade e autonomia para os seus parceiros, indo ao encontro de um Portugal "mais liberal".

Por último, o deputado afirmava respeitar todas as opiniões diferentes, e pedia que fizessem o mesmo com o seu partido. 
"Com a vossa ajuda vamos construir um Portugal mais Liberal", concluía.

Foi presidente do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal entre 2013 e 2016, e vice-presidente da European Travel Commission. 
Desempenhou igualmente funções de administrador na Jason Associates e na Faber Ventures.


Lança-se agora num novo desafio: é o primeiro deputado da Iniciativa Liberal a chegar ao Parlamento português.

******

Quem é Joacine, a mulher que quer deixar o Parlamento (e o país) "desconfortável"?

Joacine Katar Moreira foi eleita deputada pelo Livre nas eleições legislativas 
que se realizaram este domingo.


É mulher, negra, ativista antirracista e promete trazer "desconforto" ao Parlamento. 
Joacine Katar Moreira tem 37 anos, chegou a Portugal - vinda da Guiné-Bissau - aos oito, pela mão da avó, 
e chega agora à Assembleia da República, onde quer ser o rosto de uma esquerda "antifascista", "antirracista" e "verde".

Licenciada em História Moderna e Contemporânea - vertente de Gestão e Animação de Bens Culturais, mestre em Estudos 
do Desenvolvimento e doutorada em Estudos Africanos no ISCTE-IUL, Joacine tem como bandeira as questões "de género, 
do desenvolvimento, a História, a política e os movimentos sociais e cívicos".

Foi a primeira mulher negra a encabeçar a lista de um partido a concorrer às eleições legislativas, cerca de um ano depois de criar o INMUNE - Instituto da Mulher Negra em Portugal , uma entidade que "combate o silenciamento das mulheres negras, africanas e afrodescendentes na História e no tempo presente e promove o empoderamento, a participação social e política de mulheres, a igualdade de direitos, a paridade e a justiça social", como se pode ler na página do instituto.

Ainda que queira dar voz a quem não a tem, Joacine garante que não vai para o Parlamento "para confortar ninguém, nem maiorias, nem minorias" e quer que o Livre seja "uma voz desconfortável" na Assembleia da República.

"Gaguejo quando falo, não quando penso"

O que deixou muita gente desconfortável foi a gaguez da candidata do Livre, algo que lhe valeu muitas críticas nas redes sociais. Houve até quem desconfiasse da condição de Joacine, acusando-a de fingir ser gaga para angariar votos, o que já foi, entretanto, desmentido.

Em resposta ao desconforto alheio e às acusações infundadas, Joacine disse, em entrevista ao humorista Ricardo Araújo Pereira no programa da TVI Gente Que Não Sabe Estar, uma das frases mais marcantes da campanha eleitoral: "Eu gaguejo quando falo, não gaguejo quando penso. O que é um risco enorme na Assembleia são os indivíduos que estão lá e que gaguejam quando pensam."

As críticas ao "Bolsonaro português"

Joacine Katar Moreira terá de partilhar o hemiciclo com André Ventura, o candidato do CHEGA que comparou ao Presidente do Brasil. "Precisamos de evitar que haja Bolsonaros" em Portugal, afirmou Joacine Katar Moreira à Lusa, poucos dias antes das eleições.

A candidata do Livre considerou que "Bolsonaro é um exemplo muito semelhante ao do André Ventura aqui", sustentando que ambos "são indivíduos completamente populistas, com uma ótica antidemocrática, mas são indivíduos que igualmente não têm programa para o país".

Não será difícil adivinhar um choque de ideias na Assembleia da República entre os dois deputados, até porque Joacine já garantiu que "não há lugar para extrema-direita no parlamento".

*******


Professor, político e comentador. André Ventura, o rosto da extrema-direita no Parlamento



André Ventura foi eleito deputado pelo Chega, um partido de extrema-direita criado em abril deste ano.

Ler aqui