Fruto das novas regras de proteção da floresta, implementadas depois de exaustivos estudos, determinou a República que cada cidadão que pretenda queimar quaisquer sobrantes agrícolas, de jardins ou equiparados - apenas resíduos vegetais, que a queima de lixos sempre foi proibida e dá coima mínima de 500€, terá de dar informação prévia às autoridades dessa intenção, sob pena de coima mínima de 140€.
Os doutos que algures em Lisboa decidiram tal, fruto decerto de exaustivos e apurados estudos, basearam-se certamente nos mais evoluídos modelos de análise da NASA e das outras tantas agências especializadas em descobrir extraterrestres nas galáxias mais próximas.
É nesta plataforma que o cidadão terá de fazer a comunicação prévia (depois de um registo, com numero de contribuinte, password e tudo)...
Ou então liga para a Câmara e diz que vai queimar no dia tal e no local X. Claro que quem o vai atender vai demorar um tempo infinito em descodificar a localização, do terreno com três árvores que fica atrás da casa da Micaela e do Senhor Afonso que está há um ror de anos emigrado na França, por aquele caminho que vai ter aos caniços do Ti Manel, que faleceu o ano passado, junto ao antigo barracão do Zé do Pipo, onde dizem que fez os filhos à Mari'tonta que estão, segundo consta, há anos lá por Lisboa...
Um País da treta que trata os cidadãos que menos acesso têm, menos meios têm, com o desprezo dos catedráticos que, nos corredores dos poderes, dão descaminho à nossa paciência.
Falta a evidência científica de que os incêndios sejam provocados por uma horda de velhotes irresponsáveis que, por esse País rural se entretêm a podar árvores e as vinhas, tratar da horta e preparar os terrenos para plantar umas batatas, um milho ou um feijão. Ou que simplesmente querem o quintal limpo, mas se estão a borrifar para as leis parvas que aquela malta de Lisboa inventa, para nos fazer perder - a todos, a começar pelas autoridades, tempo precioso que deveria ser utilizado para outras atividades bem mais importantes.
Sinceramente tenho vergonha destas geringoncices, as quais só podem ter como base a petulância de uma esquerda desligada do mundo e irresponsável nas ações do quotidiano.