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23.7.19

Espécies florestais resilientes ao fogo

Julgo que esta imagem tirada hoje do google earth, é bem elucidativa daquilo que ao longo de décadas fizemos no nosso território.

Repare-se que aqui vemos uma estrada nacional, na zona de Amêndoa (Mação), onde o fogo de Vila de Rei lavra neste momento, tendo do lado direito a habitual série de casas ao logo das vias, que décadas de falta de ordenamento urbano ajudaram a criar.

Do lado esquerdo vemos um exuberante exemplar de um Sobreiro, espécie autóctone do nosso clima e que, durante milénios era a predominante nesta região - a Beira Baixa, como o era no Ribatejo, Alentejo e Algarve. Aqui sobra este.

A todo o campo de visão vemos copas de Eucaliptos, entremeadas com Pinheiros Bravos, que acabaram no último século por ocupar crescentemente o espaço rural.

Assim, nunca haverá meios suficientes para combater qualquer fogo nascente: casas ao longo das vias, ou espalhadas por todo o lado, Pinheiro bravo e Eucaliptos em manchas contínuas, substituindo, no centro e norte os Carvalhais e Castanheiros e no centro-sul, as Azinheiras, Sobreiros e Pinheiro manso.

O resto, bem, o resto é o disparate permanente e a produção de Toneladas de gases de efeito de estufa, a perda de valor e, muitas das vezes, a morte de pessoas e sempre a destruição de biótopos e da biodiversidade.