Este exemplar único do maneirismo em Portugal, viu a sua edificação iniciada em 1551, e terá sido "praticamente" terminada em 1571-2, mas havendo referencias já do tempo dos Filipes, no início do sec.XVII, que a dão "ainda incompleta"...
Classificado como Monumento Nacional, desde 16/6/1910, foi dos últimos trabalho realizados sob a supervisão do mestre João de Castilho, único arquiteto cujos trabalhos se encontram espalhados por três países e dois continentes, classificados como Património Mundial, pela UNESCO.
O objetivo da construção desta, hoje Ermida, com orago a NªSrª da Conceição, era a de se transformar no Panteão do Rei D.João III, sob cujo reinado houve franco investimento em obras e melhorias no Convento de Cristo, o qual nunca viria aqui a ser sepultado.
Este Monumento Nacional, gerido pela DGPC (Direção-geral do Património Cultural), sob a égide do Monumento Convento de Cristo, que incluí ainda o Castelo dos Templários e os Pegões Altos do Aqueduto do Convento de Cristo, é daqueles, o que mais isolado se encontra e, praticamente sempre fechado à visitação.
Em boa verdade, também no interior do Castelo e no Convento, vastas áreas se encontram encerradas ao público, a começar pelo antigo Hospital Militar - na zona Norte/Noroeste do complexo e a zona dos antigos Paço do Infante e Alcáçova, com a sua Torre de Menagem, só visitável esporadicamente ao longo do ano, por ocasião de eventos, como a Festa Templária (primeiro fim de semana de julho de todos os anos em que não se realiza a Festa dos Tabuleiros ou o dia da fundação do Castelo - 1 de Março).
Tal como muito do que é gerido centralmente, e no caso específico do Monumento Convento de Cristo, sempre com deficit de trabalhadores, que garantam com a disponibilidade temporal e necessária qualidade, o acesso a todos os espaços sob a sua responsabilidade, este "Mausoléu" está TODO O ANO ENCERRADO, excepto no dia feriado de 8 de dezembro.
É um dos poucos Monumentos da Cidade, públicos e privados, que não se pode visitar. A par deste estão também as Capelas de S.Lourenço (gerida pelo Regimento de Infantaria de Tomar) e de S.Gregório (gerido pela Vigararia de Tomar). O Município de Tomar tem, através de diferentes modelos, garantido a visitação a inúmeros Monumentos, de diferentes proprietários, raramente tendo conseguido que a gestão (centralizada) do Convento de Cristo, permitisse que tal também incluísse a Ermida da Sra. da Conceição.
Também eu, enquanto responsável do Turismo Municipal, nos idos de 2010, o tentei, vendo frustrada essa minha intenção.
Este é um dos bons (maus) exemplos de que a gestão turística é (deveria) ser feita de forma integrada e, especialmente, coordenada por quem tem por missão promover o território e procurar o desenvolvimento, espera-se que sustentável, do mesmo. Uma gestão conjunta mais do que necessária ou, pelo menos, a disponibilidade para deixar trabalhar quem o quer fazer.
No fundo, sabemos bem, Tomar é de todos!