O texto aqui republicado da Sónia Pais, é mais um exemplar da opereta Anabela Freitas e da sua incompetente gestão.
Em abono da verdade, os sinais já eram evidentes e a Sónia, profissional competente na área turismo, bem como outros que de boa fé acreditaram que algo pudesse melhorar, só se pode sentir defraudada.
Aliás, já era bem claro que a forma displicente como a atual gestão funcionava, para cujo início em 2013 eu contribuí da forma que é por todos sabido e, na qual dei o meu melhor até 31/12/2015, como chefe do gabinete da presidência, função da qual saí a meu pedido, porque já pouco havia a fazer para que "aquilo" tomasse rumo...
O caso da tentativa de pagamento de multa judicial com o cheque da própria autarquia, que foi público na primavera de 2017 é apenas o corolário dessa forma, do quero, posso e mando, baseado na mais pura incompetência, com que esta gente gere aquilo que sendo de todos nós, deveria ter outro cuidado.
Em abono da verdade, fiquei feliz pela escolha que o meu PS fez ao convidar a Sónia para integrar a lista à Câmara Municipal pois, acredito que o empenho dos que sabem fazer, resulta sempre em benefício para a comunidade e para a gestão pública. Aliás, foi precisamente por essa razão que, na preparação das eleições autárquicas de 2009, onde fui eleito vereador, tivemos reunião com a Sónia convidando-a a reforçar a equipa de candidatos do PS, precisamente pela sua mais valia na área do Turismo, convite que esta na altura simpaticamente declinou. Ao aceitar, alguns anos mais tarde, está visto que cometeu um erro. Poderia ter trabalhado numa equipa competente e acabou a colaborar, como tantos, com gente deste calibre e ver-se, dessa forma, defraudada na sua legítima expetativa.
Infelizmente teve, para isso, de pagar para ver, gastando recursos próprios num "concurso" mal amanhado e feito em cima do joelho. Olhar e ver não é para todos de facto e, decididamente, esta gente que por ali anda a ganhar como gestores públicos, nenhum de nós os quereria para recepcionista de Hostel - sem qualquer desprimor para quem, com empenho e profissionalismo o faz muito bem!
A verdade. Bem, a verdade é como o azeite e vem sempre ao de cima, como diz o povo!
(Todo o texto)
Com tanta gente a opinar sobre o assunto, penso que tenho dever de o fazer também. No entanto, não se trata de uma opinião, trata-se de uma descrição dos factos:
PARA QUEM TIVER PACHORRA DE LER SOBRE A MINHA PARTICIPAÇÃO NO CONCURSO DA ESTALAGEM DE SANTA IRIA. (uma breve descrição dos acontecimentos)
Não sou uma pessoa de ressentimentos ou ressabiada, uma palavra que é muito usada actualmente, nas redes sociais, mas sinto que não poderia esquecer os últimos acontecimentos, que me envolveram pessoalmente, num concurso público lançado pelo Município de Tomar, (que afinal não é um concurso público, segundo os próprios) sem dizer o que me apraz sobre o que sofri, as noites mal dormidas e principalmente as frustrações de sentir que uma injustiça foi cometida. Talvez injustiça seja uma palavra muito forte e o melhor será dizer que foi cometida uma incompetência.
Não me julgo superior aos demais, mas tenho uma qualidade/defeito (é difícil de catalogar) que me distingue, de entre alguns: tudo o que faço, gosto de o fazer com brio e com exigência. Sou de tal maneira exigente comigo própria, que na maior parte das vezes entendo que o trabalho que desenvolvo nunca está suficientemente perfeito.
Daí que quando a minha empresa decidiu concorrer à concessão da Estalagem de Santa Iria, como é óbvio, li e reli o caderno de encargos e o respectivo programa e detectei várias incongruências, que não vou aqui catalogar, não estou para isso, e quem quiser que leia os documentos e faça a sua análise. No entanto e apesar de entender que havia ali muita matéria para deitar abaixo (tecnicamente falando, impugnar) este concurso (vou continuar a chamá-lo assim!), não quis deixar passar a oportunidade de concorrer àquela que considero uma das jóias de Tomar, tão subaproveitada até ao presente.
Apesar de os únicos critérios para a selecção serem valores (renda e investimento), não me fiei em lançar apenas números para o ar, como é óbvio. Fiz o trabalho que a Câmara não entendeu que fosse necessário para a escolha dos concorrentes: elaborei um projecto que me pareceu muito válido, fruto também da minha formação de 7 anos em Gestão e Turismo (licenciatura e mestrado), da minha experiência profissional como docente nesta área, como dirigente no Turismo de Portugal e mais recentemente, entre outras actividades nesta área, que não vou aqui enumerar, como gestora de um projecto turístico e diferenciador da cidade de Tomar. Porque é que estou a falar no meu background profissional? Porque este também não era factor de selecção de concorrentes.
Contactei técnicos, fiz as minhas contas, desenvolvi o meu projecto e apresentei uma proposta que seria viável, economicamente sustentável e julgo benéfica, não só para a empresa como para a cidade. Ofereci uma renda mensal de 2415 euros, caso vos interesse saber. Entendi que seria um preço justo para todos. Ofereci um valor de investimento de 600.000 euros, muito próximo do segundo candidato, também de Tomar, que tinha um projecto semelhante ao meu.
O circo começou no dia 12 de Julho passado, na Hasta Pública da primeira fase do concurso onde iriam ser seleccionadas as três melhores propostas. Depois de identificados os 10 concorrentes e aberto o primeiro envelope com a documentação exigida, o júri pediu-nos para sair da sala durante uma hora para verificação da documentação. Uma hora passada regressámos à sala. O júri informou que a proposta de um dos candidatos não iria ser tornada pública uma vez que estavam em falta documentos exigidos. Todas as outras propostas começaram a ser abertas e tornadas públicas, a minha incluída.
Não sabendo quais eram os outros projectos que estavam a ser propostos, não me passou pela cabeça que pudesse ficar em primeiro lugar na lista de concorrentes, mas tal aconteceu e, apesar do nervoso miudinho da responsabilidade, fiquei, obviamente satisfeita com o resultado e com a vantagem de poder concorrer à segunda fase e à nova Hasta Pública.
Logo nessa sessão, sofri ataques pessoais de maus perdedores e o júri não teve, como deveria ter tido, espinha dorsal para evitar que este tipo de situação acontecesse. Na memória o que me ficou foi um júri pouco seguro do que ali se estava a passar. E até posso compreender isso, porque decidiram avançar para um concurso, deste âmbito, com documentos mal redigidos, com lacunas e incongruências.
Segundo o programa, os três primeiros concorrentes tinham 5 dias úteis para a apresentação da proposta melhorada, mas logo ali, o júri decidiu mudar as regras, fruto da pressão a que se viu sujeito por alguns dos candidatos e decidiu aplicar a Lei dando 10 dias úteis a todos como direito de resposta. Sem comentários, porque a Lei prevalece sempre, sei disso.
Nos dias seguintes recebemos todos a Acta dessa primeira sessão com a indicação dos três concorrentes que foram seleccionados para a segunda fase, a minha empresa incluída.
Passaram-se quase 2 meses até receber nova notificação do júri, e aquele que seria o convite para apresentar a proposta melhorada era a informação, entre outras, de que a minha empresa tinha sido excluída do concurso por falta de um documento (registo criminal da empresa). O porquê desta falha, poderão todos pensar que é culpa minha, mas a realidade é que o porquê desta falha se deveu à má redacção do programa e a uma má interpretação que o próprio júri fez, quando na primeira sessão também não deu por essa falha. Na sua checklist de documentos para verificação, como é óbvio, não constava esse documento, tanto é que tanto a minha empresa como a terceira classificada (também excluída pelo mesmo motivo) foram aceites a concurso e as nossas propostas tornadas públicas.
O júri apercebeu-se desta falha por intermédio da reclamação de um dos concorrentes, que por acaso, acabou por ganhar o concurso, e que tinha inicialmente oferecido 1240 euros de renda e 328.400 euros de investimento.
Recorremos em conjunto com o terceiro classificado, também excluído nessa fase, a advogados competentes em direito administrativo para defenderem a nossa posição e apresentarem a nossa pronúncia com argumentação mais que válida para a nossa readmissão a concurso. Posso-vos dizer que a pronúncia tinha 17 páginas e foi o documento mais bem executado em todo este concurso.
O mínimo que eu exigia era que o júri respondesse à altura e com contra argumentação que justificasse a manutenção da sua tomada de decisão anterior. Tal não aconteceu, o que aconteceu é que a resposta foi simplesmente ofensiva por ser tão incompetente.
A segunda fase não foi tornada pública. Eu, enquanto concorrente, já excluída é certo, mas também enquanto tomarense, que votei para eleger o executivo que agora lá está a trabalhar para nós todos, gostaria de ter estado presente, para assistir à segunda parte do circo, mas foi-me vedada essa vontade por falta de informação.
O terceiro candidato não apareceu (não vou dizer nada sobre este assunto, mas sei…) o segundo candidato, que ganhou o concurso, só entregou a sua proposta depois de ter tido a garantia que o primeiro já tinha entregue a sua e foi aí que o seu plano não correu tão bem como esperado porque dos 328.400 euros teve de subir a parada para 1 milhão de euros (deixem-me rir!!!!!).
A Câmara o que ganha com tudo isto é uma renda de 1550 euros que começará a receber daqui a 5 anos, pois o candidato pediu o tempo máximo de carência para o pagamento da mesma.
Só mais duas coisas:
1. DESCULPEM, mas não vou desperdiçar milhares de euros em tribunais para que se faça um novo concurso em condições e com competência. Não vou fazer esse serviço público à cidade.
2. GOSTAVA MUITO que a Câmara apresentasse o projecto vencedor, que o publicasse, tal como ele foi entregue, com as descrições que nele deverão constar a justificar 1 milhão de euros de investimento.
Parabéns aos vencedores, que fizeram tudo (mas mesmo tudo!...) para ganhar este concurso.
Parabéns aos vencedores, que fizeram tudo (mas mesmo tudo!...) para ganhar este concurso.
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A Sónia Pais é também membro da WEF (Women Economic Forum), em cuja participação muito se tem especulado da presença de Anabela Freitas (presidente) e Filipa Fernandes (vereadora), em eventos nacionais e internacionais.