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18.4.19

A diferença está, SEMPRE, na política

Notícia de Sábado on line - 8H51, 18/4/2019





"A greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas terminou na manhã desta quinta-feira, após uma reunião entre o Governo, a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), em que a ANTRAM e o Sindicato chegaram a acordo. Em declaração à imprensa, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, explicou que a "normalização será gradual".


O Pedro Nuno Santos, se não foi o inventor da geringonça, pois tal terá sido tratado diretamente por A.Costa com Jerónimo de Sousa (PCP) ainda antes do verão de 2015, depois de estar instalado na liderança do PS que roubou a ASeguro; foi pelo menos o seu garante e executor durante os momentos difíceis, do primeiro, do segundo, do terceiro e do quarto Orçamentos e de umas quantas Moções de censura e de outros tantos percalços parlamentares - com as questões do financiamento das fraudes dos Bancos à cabeça.

Tido como representando a nova esquerda fina, dos filhos família que no PS leram Marx, Pedro Nuno Santos, foi sempre desempoeirado no falar e mantém, como ASeguro manteve durante anos, uma plêiade de apoiantes espalhados pelos quatro cantos do País, muitos deles deputados (como o Hugo Costa de Tomar), outros Secretários de Estado, membros de gabinetes Ministeriais, Presidentes de Câmara, vereadores, membros de gabinetes de Câmaras, tendo sido (entre outros) o executor do golpe fatal (e mortal) que ACosta deu a ASeguro em 2014.

De estratega da vitória de ACosta dentro do PS, passou ao lado da miserável estratégia que levou o PS à derrota (impensável) nas eleições legislativas de 2015, depois do PS ter ganho por mais de 2% as Europeias de 2014, mas chamado por ACosta para garantir o acordo prévio que este tinha com o PCP para governar, viu-se na contingência de ter de estender também o pré-acordo com estes, também à gentalha do BE, que têm sido o verdadeiro trambolho ideológico da Governação.

E, diga-se de passagem: fê-lo com a mestria que já havia colocado numa gestão da JS - quando foi há mais de uma década seu Secretário Geral, agregando grupos e vontades, numa teia de compromissos e interesses, como sempre se faz em política (é dos cânones!).

Esta vitória do Governo, numa área de conflito base, que não o envolvia diretamente, mas onde o interesse público estava - desde o primeiro minuto, em causa, pelo setor estratégico onde aconteceu, é essencialmente a vitória do negociador mor Pedro Nuno Santos. Não do Economista, não do moço de recados do ACosta, ou do padrinho da malta mais nova espalhada pelas centenas de lugares de assessoria e de nomeação política de norte a sul do País, mas pelo Político, com P grande, que sabendo interpretar as razões, os motivos, as ambições fez aquilo que a um político se exige: a capacidade de ouvir e de decidir.

Pedro Nuno Santos tirou o Governo de dificuldades, onde por inércia de avaliação (e mitigação), do risco sistémico existente sobre inúmeras infra-estruturas críticas do País, Portugal desde a última crise dos combustíveis (em 2008) nada fez, naquela que poderia ser a pior crise do País, depois do buraco negro das mais de uma centena de mortes e destruição dos fogos de 2017. Já o palhaço de Belém se preparava para atear a fogueira da falta de rapidez de atuação do Governo (o que não era verdade - basta recordar o que aconteceu há 11 anos) e, Pedro Nuno Santos começa a fazer o que sabe bem: tecer a teia, tomar decisões e resolver problemas.

Um País que tem políticos assim, não é um País perdido.
Posso até de futuro nem nunca votar nele, por contingências da vida interna do meu PS ou de descalabro do sistema político que, por via da Europa, possa acontecer depois das eleições Europeias, mas tenho de reconhecer e de tirar o chapéu a quem sabe, e não tem medo de dar a cara e o peito às balas. E isso, é admirável e de valorizar.

A diferença está, SEMPRE, na política.


Nota: Portugal pareceu, nestes três dias, um País do terceiro mundo, com todas as infra-estruturas critícas a pararem, porque não têm sistemas de abastecimento redundantes, porque estão totalmente dependentes de um sistema arcaico de abastecimento e, mais errado ainda, baseado no uso de um único carburante - o Gasóleo. Exige-se, mais do que esquecer o assunto, pensarq eu um País assim, não tem quaisquer condições para se desenvolver e precisa, o quanto anos, de desenvolver a redundãncia dos seus sistema e ter um sistema de transportes - mesmo os individuais, multifacetado. Isto não foi, mas podia ter sido um  grave problema de Proteção Civil, seguido de outro de segurança interna (ainda por cima repetido de 2008). E ainda faltam os pilotos das barras dos Portos (que não chegam a 100), demonstrar mais uma vez - como em 2008, que então a esse nível estamos ainda pior...