ZERO
Quando a Maçonaria especulativa em Portugal comemora 214 anos de existência formal, através do Grande Oriente Lusitano (G:.O:.L:.), quais os desafios para os Ir:. em Mç:., sempre Hospitaleiros a preparar o novo salto da existência humana, num percurso pelos valores de ontem, vividos hoje e com reflexo no futuro.
UM
"O facto é que poucos estão dispostos a abrir-se ao que o outro tem a oferecer, a dizer, a mostrar, a trazer de diferente para suas vidas, porque é trabalhoso refletir sobre ideias já postas e cristalizadas dentro de nós, ao passo que manter intacto aquilo que carregamos há tempos é cómodo e tranquilo.
E quem não quer não muda, não recebe o novo, somente dá em troca o pouco que tem e, pior, muitas vezes de forma deselegante e depreciativa." - Umberto Eco
UM
Quando a Maçonaria especulativa se estabeleceu em Portugal, no início do século XIX, a Europa, o Mundo, viviam o final daquilo que ficou conhecida como a pequena idade do gelo, fenómeno climatérico de escala mundial, que decorrido entre os séculos XVI e XIX, levaram a profundas transformações no mundo e, especialmente na Europa.
Nada, no pensamento e na ação do Homem moderno, então criado, seria o mesmo, se a terra não tivesse arrefecido em séculos sucessivos, com isso provocando fomes e guerras, obrigando o Homem a sair de si próprio e a, literalmente, sair deste velho mundo, procurando desesperadamente espaços mais quentes e onde os seus filhos e netos pudessem crescer.
O futuro viria a demonstrar que esse sair de si mesmo, eufemístico e literal, ajudou a construir as quatro seguintes revoluções industriais (carvão / ferro; energia elétrica / petróleo; tecnologia / internet; conhecimento / comunicação) e, sobrelevou o Homem a uma dimensão nunca imaginada.
A viagem construída de há dois séculos para cá, colocou desafios, ano após ano aos limites anteriores e, década, após década mais os valores da Maçonaria Universal fizeram sentido e, quartil a quartil de século, aquecimento a aquecimento, revolução a revolução mais o Homem se multiplicou e com isso, mais e maiores desafios se colocaram, perante Si e perante o Outro; cada vezes mais, perante o(s) Outro(s)…
Juramento do Aprendiz
···
"Juro e prometo trabalhar com zelo, constância e regularidade na obra da Maçonaria, procurando a verdade, amar os meus irmãos e ajudá-los, quanto a mim caiba, a pôr em prática a lei da solidariedade humana, que é a conduta moral da Maçonaria."
TRÊS
" Não basta que preguemos a amizade: é necessário também merecê-la de parte a parte.
Não basta que homenageemos a liberdade, é necessário também respeitarmos os outros nas suas convicções morais e culturais: isso é tolerância.
Não basta discursarmos sobre a solidariedade: é necessário que a sintamos como a exigência máxima da humanidade.
Solidariedade para com o nosso próximo e, mais do que isso, para com todos os povos do mundo!" - Francisco Salgado Zenha
CINCO
Mas, a missão de Hospitaleiro,
historicamente desenvolvida e consagrada em Lj:., é mesmo intrínseca a cada um
dos Maçons, competindo a cada um, isoladamente, contribuir para a prossecução da solidariedade universal.
Tal advém, objetivamente, da sua
ligação ancestral aos Templários, originalmente conhecidos pela Ordem de S.João
de Jerusalém, também conhecidos como aqueles que Hospedavam, Ajudavam ou Guiavam os peregrinos ao Templo de
Jerusalém.
Assim, todos os Maçons especulativos,
na Ir:. Universal são, ou devem ser Hospitaleiros, isto é: devem cuidar de
prover ajuda, alojamento, condução dos
demais Ir:. quando estes disso necessitam.
Os atos de Hospitalidade providos
pelos Ir:. Maçons podem ser solicitados pelos demais Ir:. diretamente por
iniciativa própria de cada um, ou decididos fora da missão específica do
hospitaleiro, em Lj:. ou pela respetiva comissão
da solidariedade.
Diz-se do Hospitaleiro que a sua
primeira virtude é a humildade, pois este tem de ser capaz de olhar e ver no
outro aquilo que este necessita e prover a essa necessidade sem ostentação,
apenas com o humilde desejo de ajudar, sem substituir o Ir:. apoiado nas suas
responsabilidades, cumprindo o amparo,
na solidariedade universal que todos os Ir:. estão obrigados.
Por isso se diz que todos os Maçons,
verdadeiros e assumidos, que estejam efetivamente empenhados no desbaste da
pedra bruta, eternamente aprendizes, mesmo que sentados na coluna sul ou nas
luzes das Lj:., são permanentemente Hospitaleiros.
Todo o
Maçon deve ser severo e justo. Severo,
leia-se exigente, para consigo e com o seu comportamento para com os demais, no
uso da tolerância e do respeito da liberdade do outro e, especialmente Justo, para que a solidariedade não
seja confundida com caridade ou que desta não resulte qualquer perspetiva de
subserviência.
OITO
" Os filósofos até hoje limitaram-se a interpretar o mundo. O que importa, porém, é transformá-lo." - Karl Marx
TREZE
Mais do que a avaliação ética ou moral dos deveres Maçónicos, consignados nos regulamentos e advindos das ancestrais Constituições de Andersen, o Hospitaleiro, ou seja, o Maçon no sec.XXI, tem de estar em linha com a última revolução industrial que vivemos - a do conhecimento e comunicação.
Qual ou quais os papéis que, neste mundo que trabalha a uma velocidade nunca vista, restam para a solidariedade em Lj:. organizada e constituída sob os arquétipos do passado? A formalidade ritual, na qual passamos parte substancial dos nossos trabalhos, especialmente nos ritos mais ancestrais, é garantia do espírito de corpo (num paralelismo com a instituição militar), mas não garante que a solidariedade se apreende e exerce. Diz-se no final dos trabalhos: “eles espalharão as verdades que adquiriram e farão, pelo exemplo, amar os valores da Mç:. Universal”. O exemplo é para ser praticado e não, apenas, vociferado, repetida e ritualmente, sessão após sessão, ano Mç.., após ano Mç:..
Os nossos bens mais escassos de hoje são claramente: o tempo, o dinheiro e a informação.
O grande desafio do hospitaleiro deste século é precisamente este: se por um lado parece haver mais recursos, por outro com a rapidez da vida, olhamos para o Outro e não paramos para ver. Assim, quantas das vezes de forma egoísta, despejamos essa missão para cima do Ven:.M:. ou do Ir:. Hosp:.
VINTE E UM
" Creio que o exagero da atitude puramente intelectual, orientando, muitas vezes, a nossa educação, em ordem exclusiva ao real e à prática, contribuiu para pôr em perigo os valores éticos.
Não penso propriamente nos perigos que o progresso técnico trouxe diretamente aos homens, mas antes no excesso e confusão de considerações humanas recíprocas, assentes num pensamento essencialmente orientado pelos interesses práticos que vem embotando as relações humanas.
O aperfeiçoamento ético e estético é um objetivo a que a arte, mais do que a ciência, deve dedicar os seus esforços.
É certo que a compreensão do próximo é de grande importância. Essa compreensão, porém, só pode ser fecunda quando acompanhada do sentimento de que é preciso saber compartilhar a alegria e a dor.
Sem cultura ética, não há “salvação” para o Homem.” - Albert Einstein
Qual ou quais os papéis que, neste mundo que trabalha a uma velocidade nunca vista, restam para a solidariedade em Lj:. organizada e constituída sob os arquétipos do passado? A formalidade ritual, na qual passamos parte substancial dos nossos trabalhos, especialmente nos ritos mais ancestrais, é garantia do espírito de corpo (num paralelismo com a instituição militar), mas não garante que a solidariedade se apreende e exerce. Diz-se no final dos trabalhos: “eles espalharão as verdades que adquiriram e farão, pelo exemplo, amar os valores da Mç:. Universal”. O exemplo é para ser praticado e não, apenas, vociferado, repetida e ritualmente, sessão após sessão, ano Mç.., após ano Mç:..
Os nossos bens mais escassos de hoje são claramente: o tempo, o dinheiro e a informação.
O grande desafio do hospitaleiro deste século é precisamente este: se por um lado parece haver mais recursos, por outro com a rapidez da vida, olhamos para o Outro e não paramos para ver. Assim, quantas das vezes de forma egoísta, despejamos essa missão para cima do Ven:.M:. ou do Ir:. Hosp:.
VINTE E UM
" Creio que o exagero da atitude puramente intelectual, orientando, muitas vezes, a nossa educação, em ordem exclusiva ao real e à prática, contribuiu para pôr em perigo os valores éticos.
Não penso propriamente nos perigos que o progresso técnico trouxe diretamente aos homens, mas antes no excesso e confusão de considerações humanas recíprocas, assentes num pensamento essencialmente orientado pelos interesses práticos que vem embotando as relações humanas.
O aperfeiçoamento ético e estético é um objetivo a que a arte, mais do que a ciência, deve dedicar os seus esforços.
É certo que a compreensão do próximo é de grande importância. Essa compreensão, porém, só pode ser fecunda quando acompanhada do sentimento de que é preciso saber compartilhar a alegria e a dor.
Sem cultura ética, não há “salvação” para o Homem.” - Albert Einstein
Nota:
Na matemática, a Sucessão de Fibonacci (também Sequência de Fibonacci), é uma sequência de números inteiros, começando normalmente por 0 e 1, na qual, cada termo subsequente corresponde à soma dos dois anteriores. A sequência recebeu o nome do matemático italiano Leonardo de Pisa, mais conhecido por Fibonacci , que descreveu, no ano de 1202, o crescimento de uma população de coelhos, a partir desta. Esta sequência já era, no entanto, conhecida na antiguidade.
Os números de Fibonacci são, portanto, os números que compõem a seguinte sequência (sequência A000045 na OEIS):0,1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584, ...
Em termos matemáticos, a sequência é definida recursivamente pela fórmula abaixo, sendo o primeiro termo F1= 1:
e valores iniciais