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19.9.16

Vereador Serrano pode até ter razão, mas...

O vereador Rui Serrano, com quem trabalhei durante dois anos e dois meses, apresentou no passado dia 30 de agosto a sua renúncia aos pelouros que lhe estavam atribuídos pela presidente da câmara, tecendo críticas à minha atuação como chefe de gabinete, dizendo que teria ultrapassado as minhas funções e que isso o tinha desagradado.



Devo esclarecer que o meu trabalho foi pautado pelo mais exemplar e profundo profissionalismo
, como sempre fiz por todos os locais onde exerci funções, sempre sob as orientações e exclusiva responsabilidade da presidente de câmara e no escrupuloso cumprimento do seu despacho de atribuição de funções, o qual, a exemplo das mais avançadas autarquias do país, é dado aos chefes de gabinete e adjuntos, de forma a orientarem o seu trabalho.


Nunca a autarquia tomarense teve tão bem clarificadas as funções e âmbito de atuação de cada um dos seus vereadores, dirigentes e pessoal dos gabinetes de apoio, como na sequência da entrada em funções desta gestão, esforço que foi concretizado e dificilmente percebido por alguns, que gostariam que o Município de Tomar continuasse, mesmo ao nível do topo da sua coordenação, na "bandalheira", na desorganização, na desarrumação, em que o encontrámos em 2013.

Só a título de exemplo, no Gabinete da Presidência sobreviviam documentos (incluindo faturas) originais por arquivar, desde a presidência de Pedro Marques (!), que saiu no início de 1998. Os circuitos e os procedimentos decisórios arcaicos e, apesar do esforço hercúleo de alguns funcionários de apoio, os bloqueios uma constante e diário desafio.

Ao colocar assim, como razão para a entrega de pelouros em agosto de 2016, a minha manutenção como chefe de gabinete, função que não exerço desde dezembro de 2015, o vereador Rui Serrano, que recorde-se foi a terceira escolha da presidente para seu número dois - depois de Luis Boavida e de Miguel Pombeiro, procura escamotear ou encontrar um bode expiatório, além de mentir.

Convém que se saiba que quando pela primeira vez, a 4 de janeiro de 2016, renunciou aos pelouros, eu já não era chefe de gabinete e agora, passados 8 meses, ainda menos tenho qualquer relação com o que se passa no dia a dia da Câmara.

A razão na altura, deu toda a ideia de ter sido um amuo, por na nova delegação de competências e despachos efetuados pela presidente a 4 de janeiro, ter deixado de ser o vice-presidente e terem-lhe sido retirados pelouros, por razões que a presidente nunca explicou publicamente.

No entanto, o vereador Rui Serrano, depois de tentar usar o argumento de atacar o Luis Ferreira, peditório onde chega tarde e com pouco impacto, uma vez que há quem há muito mais tempo o faça, acaba por desvendar o seu verdadeiro objetivo, quando assume que “a estratégia de liderança que era a minha expetativa de regresso [após janeiro] não se revelou, nem existe”, afirmando depois que “se reincidiu [após janeiro] no constante por em causa as responsabilidades que lhe estavam dadas”, acusando a presidente de não ter estratégia, nem liderança e/ou de não lhe ligar nenhuma.

O vereador eleito pelo PS pode até ter razão, mas porque não as faz prioritariamente, como eu e outros autarcas, com críticas legítimas e assertivas à condução da autarquia e dos seus projetos e processos, nas reuniões para as quais é convocado e a que recorrentemente falta?

Assim, podendo até ter razão nas observações feitas relativamente ao último ano de gestão do Município, acabou por prestar um mau serviço a Tomar, ao se colocar do lado do problema e não da solução.

Tomar é de todos e as soluções para os, ainda graves, problemas existentes deveriam ser o primeiro enfoque de TODOS os autarcas.

Não se entende verdadeiramente qual o ganho que Tomar teve, efetivamente, com esta ação do Vereador.

Ou o problema (e bode expiatório para todos os problemas) era eu, ou havendo outro problema, porque razão o vereador não apresenta a respetiva solução?

Ou foi ou espera ser convidado para candidato do PSD, caso uma determinada fação logre levar de vencida a sua tese de candidatura à presidência da Câmara, como amiúde já se especulava nas semanas anteriores à sua decisão e carta pública?

Assim não, senhor vereador!