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30.4.09

PLATEX E JOÃO SALVADOR – O fim de um sonho?

Nas últimas semanas a situação das empresas IFM (Platex) e João Salvador, ameaça colocar em causa mais de 400 empregos no Concelho de Tomar.

São casos absolutamente diferentes. Se por um lado a João Salvador passa por três problemas diversos, seja a internacionalização de parte do seu investimento, seja pela falta de liquidez e dificuldade de a obter junto da Banca, seja pelas dívidas de milhões de euros que a Câmara de Tomar não paga. Já a IFM, por outro lado, o problema tem essencialmente a ver com a dificuldade de encontrar liquidez e financiamento bancário, para poder honrar os compromissos com fornecedores e assim, dar cumprimento às encomendas existentes.

A Assembleia Municipal desta segunda-feira solidarizou-se, por unanimidade, com o empenhamento do PS em tal tomada de posição.

Pena é que o Sr.Presidente da Câmara PSD, sobre o pagamento das dívidas da Câmara à empresa João Salvador nada tenha dito. Pena é que a Câmara, a quem competiria ajudar as centenas de famílias de Tomar, que em resultado desta situação já passam há meses por situações muito difíceis, sobre esta situação se tenha mantido MUDA e QUEDA. Aliás, o facto de várias (14) propostas do PS terem sido recusadas e que melhoravam o apoio às famílias do Concelho, demonstram que a Câmara PSD insiste, em Tomar, em fazer parte do problema e não da solução.

O programa Governamental de QUALIFICAÇÃO-EMPREGO, à qual está já a IFM a desenvolver as demarches para aderir, poderá permitir que 35% dos seus funcionários acedam a Formação Profissional, enquanto não é possível desbloquear junto da Banca financiamento “à tesouraria”.

Esta solução, à responsabilidade do conjunto de políticas sociais que o Governo PS tem lançado, ajudará parte substancial dos trabalhadores a saírem desta crise em melhores condições de manterem e desenvolver a sua capacidade de trabalho. Se a isto juntarmos a extensão do subsídio social de desemprego, para aqueles que, infelizmente tenham que a ele aceder, criam condições para que, até à retoma económica, seja possível sobreviver.

No Concelho de Tomar, só no último ano, já com 6 meses de acentuada crise, foi ainda assim possível criar cerca de 750 empregos/colocações, ou seja mais de 2 empregos por dia. Para os trabalhadores que vierem a ficar nestas duas empresas sem trabalho, o sonho de um trabalho nelas pode estar desfeito, mas com o conjunto de políticas que continuam a ser apoiadas pelo Governo é expectável que muitos venham no próximo ano a encontrar trabalho noutras empresas. Mesmo nas mesmas áreas, da construção civil ou das madeiras, haverá soluções.

Nem tudo está perdido e o momento é de esperança mas também de responsabilidade, assumida pelo Governo e não pela Câmara. O Presidente Corvêlo de Sousa dizer que “a prioridade da sua agenda é a situação da IFM”, não deixa ninguém descansado, sabendo nós que em 8 anos de autarca, não é conhecido propriamente por ser muito rápido a fazer o que quer que seja. Por aí não podem os trabalhadores ficar descansados.

Mas connosco podem, como sempre, contar!

*Assinado, na qualidade de Coordenador da bancada do PS na AM de Tomar