O blogue teve em 2023, 35.671 visitas; 48.603 em 2022; 117.160 (2021); 50.794 (2020); 48.799 (2019); 98.329 (2018) e 106.801 (2017) +++ e mais de 838mil desde julho/2010, tendo atingido meio milhão em 5/6/2020

30.3.18

Rotunda na ARAL: o estranho caso da oportunidade perdida

Todos sabemos da importância que as obras têm, para a vida nas cidades e, especialmente, par o seu futuro.
Não se constrói debalde. Não se altera apenas porque sim.

O esforço realizado na nossa cidade, especialmente após os projetos realizados a partir das ideias do Gabinete do Arquiteto Carlos Ramos (anos 50-60 do século passado), levaram sempre a cidade a se estruturar com base num crescimento mais ou menos harmonioso, tomando por base eixos centrais de ligação. Com a introdução da "nova" Ponte (Engenheiro Arantes de Oliveira, tomarense e ex-Ministro das Obras Públicas de Salazar), nasceu na EN110 (Entroncamento-Penacova) a Rotunda Alves Redol, em 1966 e posteriormente, já neste século, em 2007, com a construção do viaduto da linha férrea, junto ao Padrão Filipino da "entrada de Lisboa", surgiu a última rotunda.

Entre as duas, apesar de logo no início do Programa Polis, que financiou um estudo de tráfego, realizado pela empresa TIS, em 2004, manteve-se sempre o cruzamento dito da "ARAL", entre a Av. dos Combatentes da Grande Guerra e as Avenidas de Torres Pinheiro e de D.Nuno Álvares Pereira, mesmo com a construção, também em 2007, da Ponte do Flecheiro, que criou a Av. Luis Bonet, batizada assim apenas em 2011, pro proposta por mim apresentada e votada unanimemente na Câmara Municipal.

Infelizmente, por simples teimosia do então presidente António Paiva (PSD), que o estudo "encomendado" à TIS (em 2004), ajudou a justificar, nem a necessidade de uma travessia sul do Rio, onde seria construída a Rotunda do "Padrão", nem a destruição do cruzamento da "ARAL", foram considerados.

Interessante verificar hoje, conforme as imagens de satélite facilmente demonstram, tal rotunda é bem possível, com mínimos acertos nos terrenos contíguos existentes e facilmente mobilizáveis, por interesse público, para tal.
Muito mais "demolidor" foi a colocação nos anos 60 do século XX, da atual Rotunda Alves Redol, com a construção da Ponte "Nova".

Cruzamento da "ARAL"    vs       Rotunda do "Padrão"
Sabemos infelizmente já hoje que o novo programa de investimentos com financiamento comunitário, que irão definir nova Avenida de D.Nuno Alvares Pereira e, bem assim, da de Torres Pinheiro e na ligação à Várzea Grande, da Av. dos Combatentes da Grande Guerra, não equaciona a construção aqui de uma rotunda, facilitando o tráfego e fruição do mesmo neste ponto nevrálgico da cidade, aqui se mantendo uma solução semaforizada, perfeitamente despropositada e descabida, face a toda a lógica de gestão da cidade.

Pena que esta Câmara, hoje gerida por Anabela Freitas (PS), não leve minimamente em linha de conta os ancestrais ensinamentos deixados em Tomar pelo Gabinete do Arquiteto Carlos Ramos, bem como respeite aquele que foi o trabalho de anos realizado pelo PS de Tomar, contestando entre 2004 e 2007, a opção da construção da Ponte do Flecheiro, em detrimento do atravessamento no Padrão - que teria retirado uma parte substancial do trânsito do centro da cidade e, que nega também a evidência da (des)necessidade dos semáforos na "ARAL" e dos benefícios da colocação aí de uma rotunda.

É, será (?), mais uma oportunidade perdida, para Tomar, a qual terá assimde aguardar possivelmente mais uma década, até que aquilo que já há outra (década) era evidente, possa ver a luz do dia.

Em Tomar, tudo teima em ser assim: tempo demais para se fazer aquilo que se acaba por fazer, tarde e depois de se terem perdido (n) oportunidades.
Infelizmente:

Tomar merece isto?