25.2.18

Incompatibilidades e bons exemplos - na atuação da atual vereação


* Artigo de opinião de Luis Ferreira, ex-vereador da Proteção Civil, do Turismo e da Cultura



A vida comunitária em Tomar continua fértil em acontecimentos de relevo, no ritmo em que nos habituámos há décadas a viver. Analisamos bem, refletimos melhor, teorizamos de forma consistente e, mais tarde ou mais cedo, acabamos por atuar. Muitas das vezes tarde demais, quando já pouco relevo tem a atuação. Mas, dado o fato em apreço, não é demais sinalizar que, após oito anos, finalmente alguns dos Eucaliptos do Mercado Municipal foram abatidos.

Aquando das responsabilidades que tive na proteção civil, nos idos de 2010-11, propus ao então Presidente da Câmara o seu completo abate e a regularização da margem, a exemplo do que se fizera junto ao Parque de Estacionamento de Santa Iria, entre as duas pontes. Na altura, já todos os Eucaliptos daquela margem constituíam um perigo, além de não permitirem a adequada fruição do espaço, nomeadamente colocando bases para a Pesca Desportiva, tirando assim partido daquele espelho de água único, numa cidade como a nossa. Defendi isso perante o Presidente e, aquando do abate de um dos Eucaliptos, expliquei esse “projeto” em plena reunião de Câmara. Agora que foram abatidos mais dois Eucaliptos, é finalmente a oportunidade para terminar o arranjo daquele espaço e dar-lhe a valia desportiva, que há muito devia ter. Um bom exemplo do que está a ser feito.

Mas, esse não é o único bom exemplo que vem da área da proteção civil. Também neste setor, foi aprovado pela Câmara a criação de uma Equipa de Sapadores Florestais, aproveitando a abertura que na nova lei, veio facilitar os Municípios deterem Equipas de Sapadores. Não por acaso, no contexto do Orçamento de 2014, haviam sido criados lugares no mapa de pessoal do Município, cujo conteúdo funcional apontava para trabalho “sapador”, após a clara identificação dessa necessidade, no já referido período de 2010-11. Esta componente - de trabalho sapador, complementar com o trabalho dos bombeiros, é essencial para uma estratégia de ordenamento e manutenção das faixas de gestão de combustível que, num Concelho com 50% da sua área ocupada pela Floresta, mais do que fazer sentido, é uma obrigação pública de assegurar.

Ainda bem que alguma prossecução estratégica se vai fazendo, pois como sempre defendi, o que está bem feito deve ser continuado e o que mal está, deve ser corrigido. Assim se deve gerir, assim de deve governar, a todos os níveis.

Mas, não há bela sem senão.

Já no mandato passado tivemos um Presidente de uma Associação do Concelho que, após a sua eleição para vereador e, tendo-lhe sido atribuídos pelouros, não abandonou de imediato essa Presidência, num absoluto desrespeito pelos mais elementares limites éticos, entre o exercício de funções públicas e privadas. Apesar da insistência óbvia, para que tal vereador abandonasse a Presidência da dita Associação, só mais de um ano depois o faria.

Foto: Rádio Hertz

Ora, neste mandato, o caso repete-se, como se o atual PS, não fosse capaz de entender que na gestão pública deve haver a maior transparência, evitando quaisquer dúvidas sobre a idoneidade de atuação da sua vereadora da Cultura, a qual preside a uma Associação de atividade exclusiva cultural. Por mais que olhemos para o assunto, ele não tem volta a dar: deve de imediato abandonar a Presidência da Associação e dedicar-se, em exclusivo, ao interesse público, que é para isso que todos lhe pagamos e para a qual o povo a elegeu. De contrário, acabará prejudicando a Associação e dando uma péssima imagem da política, a qual como sabemos já não é a melhor.

Como declaração de interesses, informo ser sócio das duas referidas Associações e que nelas fui músico amador durante muitos anos, pelo que lamentarei se a situação persistir.


19.2.18

O porquê da existência da Festa dos Tabuleiros

O texto que se segue, constante do site oficial do Município de Tomar - até dentro de dias ser de lá retirado pelos motivos óbvios deste meu escrito -, foi a intervenção da então Presidente da Câmara, a 12 de abril de 2014, aquando da reunião que esta convocou para o Salão Nobre do Município, para decisão sobre a realização da Festa dos Tabuleiros de 2015.

Como fui eu o seu autor exclusivo, fruto da minha experiência enquanto vereador da cultura no mandato anterior (2009-13), e também do conhecimento e da pesquisa que tive oportunidade de então realizar, entendo que ele deve ser dado de novo à estampa, neste momento em que nos preparamos para nova convocatória do povo.

Anseio pela marcação - e da escolha da data, bem como do discurso que a edil este ano proferirá, para aprender mais com o escriba que esta escolherá para o texto que, tal como há quatro anos, lerá..


[data: 12/4/2014; hora: 17H11; local: salão nobre do Município de Tomar; autor: luis ferreira; leitor: anabela freitas]




Estimados

Uma primeira saudação a todo o povo de Tomar que aqui quis estar hoje para, como manda a recente tradição com pouco mais de meio século, decidir da realização da Festa maior de Tomar, a nossa Festa dos Tabuleiros.

Uma segunda saudação para o senhor presidente da Assembleia Municipal, verdadeiro representante do povo, na sua múltipla expressão democrática e política e aos senhores vereadores, meus primeiros ajudantes na condução regular da autarquia.

A terceira, e simbolicamente última saudação, para os senhores provedor da Misericórdia de Tomar e pároco de Tomar, que sendo os guardiões dos símbolos maiores da Festa – o Espírito Santo, ao qual ela terá sido consagrada e as coroas, verdadeiro poder do povo, guardadas durante séculos pela nossa Misericórdia.



Cidadãos

Começámos esta nossa cerimónia a meio da tarde, desta tarde que começou com o Sol no seu zénite e que antes do seu ocaso, já para lá depois das oito da noite, porque seria a meio da tarde que todas as cerimónias ancestrais começavam.
E sendo a nossa Festa dos Tabuleiros uma cerimónia única, própria de uma terra que se respeita e invoca, de quatro em quatro anos, a sua maior paz e unidade, não podia deixar de simbolicamente invocar a cultura ancestral.

Consagrada ao Espírito Santo, na natural ligação cultural à religiosidade própria das nossas gentes, não deixa de ter a sua ligação ancestral, provavelmente para muito antes da romanização, onde o culto a Nabia, deusa da água venerada na galécia – noroeste peninsular a norte do Douro e Lusitânia, a sul deste Rio e até ao Guadiana, e a que deu origem ao nome do nosso Rio.

Já há mais de vinte e cinco séculos, os de antanho sabiam ser a água uma riqueza e o seu conhecimento da época levava-os a divinizar os elementos. Sem água, não há alimento e sem alimento não há vida. E o alimento mais importante para as civilizações depois da sedentarização, eram os cereais.
Daí surge naturalmente que a ligação da Festa dos Tabuleiros à deusa romana de Ceres, na mitologia romana, era mulher de Júpiter e mãe de Prosérpina.

Ceres era, para os romanos, a deusa das plantas que brotam (particularmente dos grãos), dos cereais portanto e também do amor maternal. Diz-se que foi adotada pelos romanos em 496 a.C. durante uma fome devastadora.


A deusa era personificada e celebrada por mulheres em rituais. O seu primeiro festival era a Cereália ("jogos de Ceres"), instituídos no século III a.C. e celebrados anualmente de 12 de abril a 19 de abril.
Eis a razão porque estamos também hoje aqui, para decidir se fazemos a Festa de 2015 e a meio da tarde.


A veneração de Ceres ficou associada às classes plebeias, que dominavam o comércio de cereais. Ela tinha doze deuses menores que a assistiam, e estavam encarregues de aspetos específicos da lavoura.

Ceres era retratada na arte com um cetro, um cesto de flores e frutos e tinha uma coroa feita de espigas de trigo. Todos sabemos que a palavra cereal deriva de Ceres.




Tomarenses
Falar da Festa dos Tabuleiros hoje, no dia em que ancestralmente se iniciavam as ceriálias do tempo dos Romanos, é lembrarmos-nos de ensinamentos e lendas antigas.

Os jogos de Ceres (ludi cereales), consistiam na busca por Prosérpina, sua filha e eram representados por mulheres de branco, tal como na nossa Festa dos Tabuleiros. O festival celebrava a chegada da primavera e o fim do inverno. O período do inverno simbolizaria a parte do ano em que a deusa Prosérpina passava com o marido, Plutão, o qual a havia raptado para com ela casar.

Apesar de toda a evolução, temos hoje cada vez mais dúvidas se um qualquer dos ancestrais deuses dos gregos ou dos romanos, não terá raptado a primavera ou o verão, tais são os extremos climatéricos a que vimos assistindo nas últimas décadas. Mas o nosso saber de hoje permite-nos relativizar e revisitar a interpretação literal, que os povos antigos a tudo davam: aos elementos base, aos alimentos, à projeção teísta qualquer que ele fora ou seja. No entanto devemos saber e respeitar toda a nossa cultura e dela tirar alimento para a alma coletiva.

Naturalmente que a nossa Festa dos Tabuleiros, realizada com regularidade durante séculos, umas vezes todos os anos, como o foi no século XIX, ou com uma regularidade mais espaçada, de 3, 4 ou mais anos, consoante os dinheiros, as guerras e as vontades do século XX.

Nela persistem os símbolos que a história nos legou: a cruz de cristo ou a pomba do espírito santo, que encima o Tabuleiro, ele próprio um símbolo de evolução complexa e de origem difícil de estabelecer, mas onde as Festas Canefórias (de origem grega), onde as mulheres levavam à cabeça açafates com objetos para os sacrifícios e oferenda aos deuses.

Hoje, no início da sétima semana após a comemoração que fizemos do
nosso dia da Cidade
, neste mesmo Salão Nobre, do Palácio de El Rey, que em Tomar é dizer de D.Manuel “O venturoso”, o povo de Tomar tem uma decisão a tomar.


A decisão é simples: devemos ou não realizar a Festa dos Tabuleiros no ano de 2015?
Se o decidirmos, dentro de 51 semanas estaremos a realizar a primeira saída das coroas, no Domingo da Páscoa, no dia 5 de Abril de 2015.



Cidadãos

Mas, e que novos desafios se colocam para a proposta Festa de 2015?

Desde logo o desafio da legalidade, onde pela primeira vez a Câmara se compromete a cumprir as limitações legais de utilização do espaço público, num relacionamento transparente, baseado num regulamento que estando a ser preparado e que será presente à Assembleia Municipal para aprovação, permitirá à futura comissão central, trabalhar num relacionamento legal e profícuo, para melhorar a sustentabilidade financeira da Festa.

Desde logo o desafio da responsabilidade, onde a Câmara se compromete a estar presente e participante em todas as grandes decisões que lhe competirem, na defesa do interesse público geral, nomeadamente no que à transparência e relação financeira diz respeito.

Outro desafio que estará este ano presente será o desafio da sustentabilidade, seja a financeira, a ambiental e a social, onde as parcerias com outras entidades, que serão facilitadas e protegidas, onde serão impulsionados os sistemas de voluntariado ativo, onde serão criadas as condições para a rentabilização e melhoria do acesso geral a locais específicos, para que os forasteiros e turistas que nos visitam, possam assistir em melhores condições ao dia grande da Festa.

Queremos uma Festa de todos, para todos, onde o espírito ecuménico seja de facto vivido pelas nossas famílias, no respeito pelos valores que cada um professa, mas promovendo a unidade e a consagração do desejo da perpetuação desta memória para os vindouros.

A Festa que se virá a realizar, será mais do que um ponto de chegada, mas sim um ponto de partida para esta mais difícil fase da nossa vida coletiva. Uma vida baseada numa nova visão, que conciliará a melhor das nossas melhores tradições, com a ligação às outras tradições desempenhadas pelas Festas do Espírito Santo, como sejam quer as das ilhas açorianas ou do Brasil, para onde os Tomarenses levaram os seus ritos, a sua cultura.

Nesse sentido estamos já a trabalhar para fazer o caminho necessário ao reconhecimento em menos de uma década da Festa dos Tabuleiros / Festas do Espírito Santo, como património imaterial da Humanidade.

Foi aliás nesse sentido que já iniciámos no último mês, trabalho conjunto com a Secretaria de Estado da Cultura e com outros Municípios, para darmos este importante passo para a valorização da nossa Festa.

A deusa Prosérpina, filha de Ceres, terá ficado refém do seu marido, segundo a lenda romana, mas o nosso desejo de ver reconhecido o esforço de inúmeras gerações de Tomarenses, o respeito pela nossa cultura e tradição não poderá ficar preso por qualquer medo ou falta de coragem de dar os passos necessários a fazer entrar a Festa dos Tabuleiros na verdade do séc. XXI. Tradição, história, cultura e modernidade, são pilares passiveis de se apoiarem de forma perene e
determinante.


Estimados

Saberemos manter os símbolos que herdámos: o pão que ofertantes as mulheres levam à cabeça, a pesa e o bodo aos pobres que no final da festa é distribuído, mas que terá origens mais fortes e devassas, que terão levado, El Rey que em Tomar é sempre D.Manuel, como já dissemos, a proibir os chamados Bodos do Espírito Santo, que se realizariam desde tempos da Rainha Santa, mas que teriam objetivamente origem mais remota.

Saberemos preservar a cultura de partilha e de paz entre os vizinhos, no ornamento de cada vez mais ruas, na promoção do desejo maior de, sem intermediários, alcançarmos os nirvanas que cada um persegue na sua fé, no seu crer.

Por isso e para isso, vos convoquei hoje para aqui.

Digam por isso de vossa justiça:
DESEJA O POVO DE TOMAR REALIZAR A SUA FESTA DOS TABULEIROS NO ANO DA GRAÇA DE DEUS DE 2015?

(----- ) [Um sim em ovação] (--- palmas ---)


Obrigado a Todos pela unânime votação. Assim será feito!

HÁ NA SALA ALGUÉM QUE QUEIRA SER MORDOMO OU ALGUÈM PROPÕE ALGUM CIDADÃO PARA SER O MORDOMO DA FESTA AGORA APROVADA DE SE REALIZAR EM 2015?

(----- ) [Um sim em ovação] (--- palmas ---)
(--- intervenção do mordomo eleito ---)

13.2.18

Tomar é cidade há 174 anos

Completam-se hoje 174 anos sobre a elevação de Tomar a cidade, ocorrida aquando da visita da rainha D. Maria II, em 13 de Fevereiro de 1844.
Foi a primeira cidade do distrito de Santarém.

A imagem mostra a rainha com apenas dez anos de idade (tinha 24 quando veio a Tomar), num retrato pintado por Thomas Lawrence e pertencente à Royal Collection britânica.

7.2.18

1.2.18

Os Hospitaleiros, de e no século XXI - nos 214 anos de Maçonaria em Portugal

ZERO

Quando a Maçonaria especulativa em Portugal comemora 214 anos de existência formal, através do Grande Oriente Lusitano (G:.O:.L:.), quais os desafios para os Ir:. em Mç:., sempre Hospitaleiros a preparar o novo salto da existência humana, num percurso pelos valores de ontem, vividos hoje e com reflexo no futuro.


UM

"O facto é que poucos estão dispostos a abrir-se ao que o outro tem a oferecer, a dizer, a mostrar, a trazer de diferente para suas vidas, porque é trabalhoso refletir sobre ideias já postas e cristalizadas dentro de nós, ao passo que manter intacto aquilo que carregamos há tempos é cómodo e tranquilo.

E quem não quer não muda, não recebe o novo, somente dá em troca o pouco que tem e, pior, muitas vezes de forma deselegante e depreciativa." - Umberto Eco


UM


Quando a Maçonaria especulativa se estabeleceu em Portugal, no início do século XIX, a Europa, o Mundo, viviam o final daquilo que ficou conhecida como a pequena idade do gelo, fenómeno climatérico de escala mundial, que decorrido entre os séculos XVI e XIX, levaram a profundas transformações no mundo e, especialmente na Europa.

Nada, no pensamento e na ação do Homem moderno, então criado, seria o mesmo, se a terra não tivesse arrefecido em séculos sucessivos, com isso provocando fomes e guerras, obrigando o Homem a sair de si próprio e a, literalmente, sair deste velho mundo, procurando desesperadamente espaços mais quentes e onde os seus filhos e netos pudessem crescer.

O futuro viria a demonstrar que esse sair de si mesmo, eufemístico e literal, ajudou a construir as quatro seguintes revoluções industriais (carvão / ferro; energia elétrica / petróleo; tecnologia / internet; conhecimento / comunicação) e, sobrelevou o Homem a uma dimensão nunca imaginada.

A viagem construída de há dois séculos para cá, colocou desafios, ano após ano aos limites anteriores e, década, após década mais os valores da Maçonaria Universal fizeram sentido e, quartil a quartil de século, aquecimento a aquecimento, revolução a revolução mais o Homem se multiplicou e com isso, mais e maiores desafios se colocaram, perante Si e perante o Outro; cada vezes mais, perante o(s) Outro(s)…


DOIS

Juramento do Aprendiz
···

"Juro e prometo trabalhar com zelo, constância e regularidade na obra da Maçonaria, procurando a verdade, amar os meus irmãos e ajudá-los, quanto a mim caiba, a pôr em prática a lei da solidariedade humana, que é a conduta moral da Maçonaria."




TRÊS



" Não basta que preguemos a amizade: é necessário também merecê-la de parte a parte.

Não basta que homenageemos a liberdade, é necessário também respeitarmos os outros nas suas convicções morais e culturais: isso é tolerância.

Não basta discursarmos sobre a solidariedade: é necessário que a sintamos como a exigência máxima da humanidade.

Solidariedade para com o nosso próximo e, mais do que isso, para com todos os povos do mundo!" - Francisco Salgado Zenha




CINCO

Mas, a missão de Hospitaleiro, historicamente desenvolvida e consagrada em Lj:., é mesmo intrínseca a cada um dos Maçons, competindo a cada um, isoladamente, contribuir para a prossecução da solidariedade universal.
Tal advém, objetivamente, da sua ligação ancestral aos Templários, originalmente conhecidos pela Ordem de S.João de Jerusalém, também conhecidos como aqueles que Hospedavam, Ajudavam ou Guiavam os peregrinos ao Templo de Jerusalém.
Assim, todos os Maçons especulativos, na Ir:. Universal são, ou devem ser Hospitaleiros, isto é: devem cuidar de prover ajuda, alojamento, condução dos demais Ir:. quando estes disso necessitam.
Os atos de Hospitalidade providos pelos Ir:. Maçons podem ser solicitados pelos demais Ir:. diretamente por iniciativa própria de cada um, ou decididos fora da missão específica do hospitaleiro, em Lj:. ou pela respetiva comissão da solidariedade.
Diz-se do Hospitaleiro que a sua primeira virtude é a humildade, pois este tem de ser capaz de olhar e ver no outro aquilo que este necessita e prover a essa necessidade sem ostentação, apenas com o humilde desejo de ajudar, sem substituir o Ir:. apoiado nas suas responsabilidades, cumprindo o amparo, na solidariedade universal que todos os Ir:. estão obrigados.
Por isso se diz que todos os Maçons, verdadeiros e assumidos, que estejam efetivamente empenhados no desbaste da pedra bruta, eternamente aprendizes, mesmo que sentados na coluna sul ou nas luzes das Lj:., são permanentemente Hospitaleiros.

Todo o Maçon deve ser severo e justo. Severo, leia-se exigente, para consigo e com o seu comportamento para com os demais, no uso da tolerância e do respeito da liberdade do outro e, especialmente Justo, para que a solidariedade não seja confundida com caridade ou que desta não resulte qualquer perspetiva de subserviência.




OITO

" Os filósofos até hoje limitaram-se a interpretar o mundo. O que importa, porém, é transformá-lo." - Karl Marx



TREZE

Mais do que a avaliação ética ou moral dos deveres Maçónicos, consignados nos regulamentos e advindos das ancestrais Constituições de Andersen, o Hospitaleiro, ou seja, o Maçon no sec.XXI, tem de estar em linha com a última revolução industrial que vivemos - a do conhecimento e comunicação.

Qual ou quais os papéis que, neste mundo que trabalha a uma velocidade nunca vista, restam para a solidariedade em Lj:. organizada e constituída sob os arquétipos do passado? A formalidade ritual, na qual passamos parte substancial dos nossos trabalhos, especialmente nos ritos mais ancestrais, é garantia do espírito de corpo (num paralelismo com a instituição militar), mas não garante que a solidariedade se apreende e exerce. Diz-se no final dos trabalhos: “eles espalharão as verdades que adquiriram e farão, pelo exemplo, amar os valores da Mç:. Universal”. O exemplo é para ser praticado e não, apenas, vociferado, repetida e ritualmente, sessão após sessão, ano Mç.., após ano Mç:..

Os nossos bens mais escassos de hoje são claramente: o tempo, o dinheiro e a informação.

O grande desafio do hospitaleiro deste século é precisamente este: se por um lado parece haver mais recursos, por outro com a rapidez da vida, olhamos para o Outro e não paramos para ver. Assim, quantas das vezes de forma egoísta, despejamos essa missão para cima do Ven:.M:. ou do Ir:. Hosp:.



VINTE E UM

" Creio que o exagero da atitude puramente intelectual, orientando, muitas vezes, a nossa educação, em ordem exclusiva ao real e à prática, contribuiu para pôr em perigo os valores éticos.

Não penso propriamente nos perigos que o progresso técnico trouxe diretamente aos homens, mas antes no excesso e confusão de considerações humanas recíprocas, assentes num pensamento essencialmente orientado pelos interesses práticos que vem embotando as relações humanas.
O aperfeiçoamento ético e estético é um objetivo a que a arte, mais do que a ciência, deve dedicar os seus esforços.

É certo que a compreensão do próximo é de grande importância. Essa compreensão, porém, só pode ser fecunda quando acompanhada do sentimento de que é preciso saber compartilhar a alegria e a dor.

Sem cultura ética, não há “salvação” para o Homem.” - Albert Einstein


Nota:

Na matemática, a Sucessão de Fibonacci (também Sequência de Fibonacci), é uma sequência de números inteiros, começando normalmente por 0 e 1, na qual, cada termo subsequente corresponde à soma dos dois anteriores. A sequência recebeu o nome do matemático italiano Leonardo de Pisa, mais conhecido por Fibonacci , que descreveu, no ano de 1202, o crescimento de uma população de coelhos, a partir desta. Esta sequência já era, no entanto, conhecida na antiguidade.

Os números de Fibonacci são, portanto, os números que compõem a seguinte sequência (sequência A000045 na OEIS):0,1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584, ...

Em termos matemáticos, a sequência é definida recursivamente pela fórmula abaixo, sendo o primeiro termo F1= 1:


e valores iniciais