27.12.17

O raríssimo ano de 2017

Quem viveu em lisboa nos anos 70 ou 80 do século passado, lembra-se bem do que viviam, nas horas vagas, as “manequins”. De expedientes vários, claro está, que esta é uma publicação séria…


Luis de Campos, professor catedrático no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, identificou e descreveu para a posterioridade, essas exemplares figuras do Portugal, entre a revolução e a integração europeia, nos seus livros “Viver sem trabalhar, num País à beira mar”.

Não se julgue que o autor, de tamanha “anatomia do ser Portuga num mundo em mudança”, profundo conhecedor dos meandros da ex-Capital do Império, de repente transformada no centro de todas as oportunidades, se restringiu à identificação das “manequins” de então, num arquétipo feminino, existente desde tempos imemoriais. Viver de expedientes é, antes de mais, uma arte nacional, convertida em religião dos tempos dos bezerros de oiro (e de outros, obviamente), perdoem-me a bíblica imagem. Nem sequer essas “ocupações” eram – ou são exclusivas desta Capital, ontem, como hoje, um pouco disseminadas pelos quatro cantos das ruas e dos mundos, raríssimos, ou talvez nem tanto. 

Também nós, aqui pela província, fomos conhecendo de tempos a tempos, espécimes de ambos os géneros (e também do outro, quase, quase em legalização, a exemplo da Austrália ou da Alemanha), os quais sempre foram sobrevivendo de “esquema” em “esquema”, à sombra de uma qualquer conivência empresarial ou política, de um barzeco de luz inconfundível ou mesmo de um qualquer sindicato de trazer (literalmente), por casa…

Dir-se-ia que tal forma de vida da(o)s “manequins” e congéneres, com o avançar dos anos e da europeização do País, pós 1986, terá caído em desuso, mas temo bem que não. Apenas se terá modelado, sofisticando-se, comprando “uns trapinhos” melhores, umas motorizações maiores e percorrendo os mais elevados areópagos do saber e do poder, como se de gente séria se tratassem…

Dos Mercedes, arcaico símbolo do poder do século passado, rapidamente as “raríssimas”, passaram para os BMW, as casinhas no campo e nas Quintas do Lago, dos Cabritos, aos Caviar, portanto. Foi uma Festa, pá! Os fundos comunitários espalharam-se durante mais de um quarto de século e consumidos como se não houvesse amanhã. Umas – e uns, para sermos bem mais corretos, alcandoraram-se em IPSS’s, mas também em muitas empresas públicas ou privadas, vivendo de subsídios públicos – que vai dar no mesmo, em lugares subalternos, até que as oportunidades surgissem. Do “esquema” à oportunidade, vai muitas vezes um passo, e as “raríssimas” deste novo Portugal, só têm de estar no lugar certo à hora certa. Luis de Campos, podia ser Professor em Agronomia, mas não percebia só de cogumelos…

Chegados a 2017, muito fica ainda por contar, mas ainda a procissão vai a meio, pelo que oportunidades não faltarão. Anos, décadas de oportunismo florestal, baseados ora na monocultura do pinheiro bravo ou do eucalipto, aliado ao género mais atual de raríssimos gestores da coisa publica e da conivência com as celuloses, que garantiram décadas de rendimentos fiduciários seguros, e mais Mercedes e BMW’s nas garagens, férias nos Brasis e nas Cubas deste mundo, à custa dos 110 mortos deste ano e das mais que hão-de vir, até que ganhemos vergonha. De Tancos, daquela pequena parte do Polígono militar que pertence ao Concelho de Tomar – sim porque os Paióis ficam mesmo na freguesia da Asseiceira, caso não soubessem, parece mesmo que de lá saíram as armas, devolvidas seis meses depois acrescidas de mais uma caixita que ninguém notara o desaparecimento. Nunca tal foi previsto nos livros de Luis de Campos, nem os “raríssimos” desta vida se haviam lembrado, mas aconteceu mesmo…

Um Estado que falha nas questões base da soberania e nem, com dignidade, sabe responder ao novo ditador africano instalado no Fotungo de Belas. Sim, porque aí, o hiperbólico campeão nacional dos beijos e abraços, que gostaria um dia de ter tido a legitimidade para governar a Capital do Império ou o País com o seu prórpio governo, claudicou, talvez porque perdeu todas essas eleições e apenas lhe foi confiada a missão de ser a “Rainha de Inglaterra”, veste que tem dificuldade em assumir, apesar de ser a que a Constituição lhe reserva. Neste caso, ficou exemplificada a sua “raríssima” vacuidade. 

De um Estado que não cumpre as suas funções de soberania – nos negócios estrangeiros, na defesa nacional, na proteção civil e na justiça, não podia também esperar-se que tivesse o necessário controlo no setor social, responsável por mais de 2.000 milhões€ de riqueza, envolvendo cerca de meio milhão de empregos, em regime de direito privado, mas financiados em cerca de 3/4 por fundos públicos (nacionais e/ou comunitários), que faz aquilo que ao Estado competiria, se este quisesse efetivamente ser gerido sem dar espaço às “raríssimas” desta vida, manequins ou não…

Um Estado, que no mesmo ano, não permitiu que um cidadão declarado insolvente por factos praticados por sócio de empresa onde tinha participação, antes de ser legitimado pelo voto popular para Presidente de uma Câmara e após dois mandatos brilhantes à frente desse Município (Ourém), é impedido pelo Tribunal de se candidatar, mas 15 dias depois das eleições vê esse processo (de insolvência) em definitivo arquivado, não pode ser levado a sério. Especialmente como no mesmo “raríssimo” ano, se permite que Presidentes de Câmara condenados e com pena cumprida por corrupção no exercício de funções públicas o pudessem fazer (Oeiras, Matosinhos e Gondomar). Ou que, de outra forma, pudesse permitir que Presidente condenado duplamente em Tribunal por incumprir, no exercício das suas funções, determinações judiciais de defesa dos direitos dos cidadãos, que jurou defender, se recandidatasse e, para vergonha de todos, voltasse a ser eleito – caso de Tomar.

Sim este ano, foi de facto verdadeiramente excecional. Diria mesmo raríssimo. Dele ficamos com a certeza que, ou mudamos de vida, ou voltaremos rapidamente ao atoleiro de vícios que Luis de Campos descreveu, a propósito das “manequins” e outras figuras típicas do Portugal do século XX.

Rarissimamente somos chamados à ética, com tanto apelo como neste – já passado, ano de 2017.

Que nos sirva de exemplo.





* Luis Ferreira, Ex-vereador do Município de Tomar 

www.vamosporaqui.blogspot.pt

24.12.17

2017: ressurgimento do sarampo, legionella e hepatite A dominaram atenções

Ano difícil este, onde tivemos o melhor e o pior possível. Se por um lado Portugal se conseguiu afirmar em vários domínios - como o desportivo com campeões europeus de atletismo, conseguiu afirmar a recuperação dos seus indicadores macro-económicos, que permitiram a que o seu Ministro das Finanças fosse chamado a presidir ao "comité" de Ministros das Finanças da zona Euro (EuroGrupo) e se António Guterres inicia a sua missão como Secretário-geral na ONU, num ano em que os Estados Unidos decidiram terminar, em definitivo, com a paz no mundo, algo de negativo também aconteceu.

Raríssimas aparte, ou na mesma linha da brincadeira de Tancos, a descoordenação de meios e sua gestão, na área da proteção civil, fizeram mais de 110 mortos num ano e doenças (e mortes) típicas do dito terceiro mundo afligiram-nos.

Sobre estas fica aqui uma peça jornalística publicada no jornalmedico.pt

Portugal está transformar-se, tal como a Europa, em espaços territoriais a várias velocidades. E isso, é muito mau sinal...


O ressurgimento do sarampo, um surto de hepatite A e os casos de legionella no hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, dominaram as atenções da saúde pública em Portugal durante este ano.

A “atividade epidémica” do sarampo foi assumida publicamente em abril, com os primeiros casos diagnosticados em Portugal a reportarem a fevereiro.

A existência de comunidades não vacinadas contra o sarampo levou, segundo as autoridades, a surtos da doença em alguns países europeus, que acabaram por colocar Portugal em risco, depois de a Organização Mundial da Saúde ter chegado a considerar que o país erradicou o sarampo e a rubéola.

Apesar de a Direção-geral da Saúde ter alertado, desde o início, que não havia razões para “temer uma epidemia de grande magnitude”, Portugal registou em apenas quatro meses de 2017 mais casos de sarampo do que na última década.

A doença acabou por levar à morte de uma jovem de 17 anos que não estava vacinada. A discussão política e social passou, então, a centrar-se fundamentalmente na necessidade de impor a vacinação e no debate sobre as vantagens ou desvantagens de tornar as vacinas do Programa Nacional de Vacinação obrigatórias, o que acabou por não acontecer.

Segundo o último balanço feito pelas autoridades, em julho, Portugal registou este ano 29 casos confirmados de sarampo, 66% deles em pessoas não vacinadas. Além da jovem que acabou por morrer, estiveram ainda internadas 14 pessoas infetadas.

Antes ainda do alarme causado pelo ressurgimento do sarampo, as autoridades de saúde debatiam-se desde o início do ano com um surto de hepatite A, identificado sobretudo em homens que têm comportamentos sexuais de risco com outros homens.

Foram registados 505 casos de hepatite A confirmados desde o início do ano, num total de 530 notificações. Do total de casos, 85% eram homens, sendo que mais de metade dos contágios aconteceram em contactos sexuais, com a maioria das situações a registar-se na zona de Lisboa e Vale do Tejo.

Estes casos surgiram no contexto de um surto a decorrer na Europa, com início em 2016, e levaram as autoridades portuguesas a uma intervenção junto das populações de maior risco, sobretudo para dinamizar a vacinação.

Já com 2017 quase no fim, um surto da bactéria legionella atingiu o Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, infetando 56 pessoas, das quais seis acabaram por morrer. O surto foi detetado a 3 de novembro, tendo sido dado como terminado a 27 do mesmo mês.

O surto no hospital público desencadeou discussões entre os partidos políticos sobre a necessidade de alterar as leis para a fiscalização e controlo dos sistemas onde se podem desenvolver bactérias como a legionella.

O ministro da Saúde chegou a ser chamado ao parlamento para dar explicações, bem como a diretora-geral da Saúde e a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar integrado pelo São Francisco Xavier.

18.12.17

Abrantes é mesmo a caminho de onde?

O raríssimo ex-Secretério de Estado da saúde Manuel Delgado, há cerca de um mês anunciou que as urgência médico-cirúrgicas de Abrantes seriam sempre para manter, não estando sequer previsto reforços nas de Torres Novas e Tomar. Isto, perante autarcas, deputado e presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, estrutura de que dependem estas três unidades hospitalares.

Na mesma ocasião foram anunciados mais 1,5 milhões€ de investimento na urgência da Unidade de Abrantes, a par de manutenções de pinturas e limpezas nas unidades de Tomar e Torres Novas. Naturalmente que se deseja a todos os cerca de 74mil cidadãos servidos pela unidade de Abrantes - que incluiu concelhos da Beira Baixa e do Norte Alentejano, tenham as melhores condições de acesso ás suas urgências, mercê da dispersão e rarefação populacional aí existente, onde só nos últimos cinco anos, houve uma redução de mais de 15% de habitantes. 

Situação do Plano Estratégico do CHMT - em 2011
A atual (2016) população (potencial) das áreas de influência é a seguinte:
Unidade de Tomar - 91042 (redução de 8,3% face a 2011)
Unidade de Torres Novas - 82160 (redução de 1,1% face a 2011)
Unidade de Abrantes - 73491 (redução de 15,6% face a 2011)




Naturalmente que os cidadãos residentes na área de influência da unidade de Tomar – Ourém, Tomar e Ferreira do Zêzere não querem, nem desejam que outros fiquem com menos do que ambicionam para si próprios, mas só não podem tolerar é que a garantia de acesso aos residentes de territórios sem população resulte de deslocações obrigatórias de 40-50 Km para outros de territórios com muito mais população. 
Ora, se aqui – em Tomar (91mil cidadãos abrangidos) ou Torres Novas (82mil cidadãos abrangidos) não existisse uma Unidade Hospitalar, ainda se poderia compreender, mas havendo nestas duas cidades urgências, que desde 2008 (governo PS) e muito especialmente em 2012 (governo PSD/PP), foram desqualificadas em detrimento de Abrantes, tal é de todo inaceitável. Acresce, para os doentes servidos pela unidade de Tomar, que integrada esta no Centro Hospitalar do Médio Tejo, e estando este na rede de referenciação de Lisboa – a 140 Km de distância, qualquer intervenção hospitalar diferenciada, leve a imediata deslocação para Lisboa, quando a mesma poderia ser, com enorme vantagem para o erário público e para os doentes e suas famílias, ser feito para Coimbra, a apenas 80Km da unidade de Tomar.
Por isso, mais do que nunca se justifica que em Tomar funcione uma urgência médico-cirúrgica, que sirva as populações de Tomar, Ourém e Ferreira do Zêzere, reduzindo assim pressão sobre o Centro Hospitalar de Leiria, para onde cada vez mais os doentes de Ourém se deslocam, cujo acesso é cada vez mais problemático e que possa a unidade de Tomar passar a integrar a na rede de referenciação de Coimbra.
Urgências médico-cirúrgicas em Abrantes, a servir as nossas populações, num local que não é nem a caminho de Lisboa, nem a caminho de Coimbra, é um disparate que não podem os habitantes e os nossos autarcas continuar a tolerar. Chega de gastar dinheiro público malgasto e chega de prejudicar as populações, especialmente destes concelhos – Tomar, Ourém e Ferreira do Zêzere, apenas para tentar justificar o injustificável.


*Luis Ferreira, ex-vereador da Câmara e ex-membro da comissão de acompanhamento do Hospital, da Assembleia Municipal de Tomar


Post Scriptum:

Deve ainda ser lido, como vertente de análise "histórica" a proposta submetida pelos então vereadores do PS - de que eu humildemente fazia parte, em janeiro de 2012, quando o "disparate" se agravou...

15.12.17

Na Escola com segurança

Seminário Organizado pelo Governo Civil de Leiria em 2008
Prevenir riscos. Atuar nas causas e não nos efeitos.
está na hora de voltarmos a esta atitude, não vos parece?

12.12.17

Raríssima é a ponta do Icebergue

Todos fomos chamados, agora, a ter pela frente uma situação grave, gravíssima, vivida numa instituição de referência, com base numa reportagem da TVI neste fim de semana.

Esta história, que envolve um secretário de estado do atual Governo, Manuel Delgado (da Saúde), sem qualquer tutela sobre a área, que foi seu consultor e também o atual Ministro do Trabalho, Vieira da Silva, que foi vice-presidente da Assembleia Geral, mas envolve ainda um atual Deputado do PSD, que iria tomar posse em janeiro, como vice-presidente da Direção, que entretanto declinou, além de dezenas de figuras públicas, a começar pelo atual presidente da República e pela esposa do anterior, a madrinha oficial desta instituição, também Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).

Mas o que esta história nos relembra, é o mundo de interesses que se gera à volta da solidariedade, genericamente honrosa e envolvendo milhões de horas de voluntariado, o qual movimenta diretamente mais de 2 mil milhões€ por ano, em Portugal.

O Estado foi, ao longo de décadas, deixando de atuar diretamente em inúmeras respostas sociais, estabelecendo acordos e parcerias com associações e fundações privadas, as quais captam do mundo empresarial - a partir de benefícios fiscais e, bem assim, de trabalho benemérito e voluntário de milhares de portugueses, o que permitiu desenvolver este chamado "terceiro setor" - sendo o primeiro o Estado/governo e o segundo as entidades privadas/empresas, ou setor social, tomar a dimensão atual.

Fiscalização, reduzida nos anos da troika. Conivências locais, incluindo a de instituições religiosas, numa teia de influências, que atravessam todos os setores da sociedade e, na perspetiva de serviço público, acabam por justificar alguns abusos que, assim, são difíceis de detetar.

Não. Não sei qual a melhor resposta, embora tenda a entender caber ao Estado a generalidade das respostas sociais com financiamento público ou, quando convencionadas, com a eficaz fiscalização. É que são os nossos impostos que estão em causa e a generalidade dos portugueses ajuda, na convicção que o Estado faz também a sua parte: evitando abusos.

Fiscalize-se, analise-se e aplique-se a lei, assumindo-se as suas consequências.
É minha convicção que esta é apenas a ponta do Icebergue do mundo de grandes e pequenos interesses que se mexem, à volta do solidariedade dos portugueses. Pelo que me parece que ainda muito se irá descobrir, para espanto de todos.
É a minha opinião...

(Artigo base da VIP)

PAULA BRITO E COSTA
QUEM É AFINAL A FUNDADORA DA RARÍSSIMAS?
Paula Brito e Costa mantinha uma vida modesta até ao momento em que a doença do filho a forçou a fundar a Associação Raríssimas.
TER, 12/12/2017 - 12:31


Foi ao descobrir que o filho Marco sofria de uma doença rara -  Cornelia de Lange - que afeta o desenvolvimento congnitivo e orgânico da criança, que Paula Brito e Costa pediu pela primeira vez apoios sociais para ajudar o menino. Este foi o primeiro passo para a criação de Raríssimas.

Nessa altura Paula Brito e Cunha era uma pessoa preocupada com a família. Acordava todos os dias cedo para ir trabalhar num quiosque de revistas e jornais nas Avenidas Novas, em Lisboa.

Considerada uma mulher humilde, Paula Brito e Costa é mãe de um menino que nasceu diferente de todos os outros. Marco foi diagnosticado com Cornelia de Lange, uma doença rara que afetou o desenvolvimento da criança mas que nunca deixou que o tornasse diferente dos outros meninos.

Formada em Filosofia e Gestão de Empresas, foi em 1993 que começou a dedicar-se a apoiar causas relacionadas com doenças raras. Paula Brito e Costa começou a fazer pesquisa sobre a doença do filho e descobriu uma associação norte americana inteiramente dedicada ao síndrome Cornelia de Lange. Foi então que, com a ajuda de um médico amigo, Luís Nunes, e o apoio monetário de quem se sensibilizou, Paula Brito e Costa conseguiu viajar para os Estados Unidos com o filho com objetivo de encontrar a esperança que já não conseguia encontrar em Portugal.

Após esta viagem, em 2002, funda a Raríssimas – Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, na qual ocupa o cargo de presidente. Mais tarde, quando Marco completou 16 anos, nova situação surgiu. Já não havia escola que o aceitasse nas condições em que tinha ficado devido à doença. Foi aí que Paula, depois de lhe ter dito que nenhuma escola o aceitaria, recebeu a resposta que mudaria tudo: o filho pediu-lhe que construísse uma.

Uma vida de reconhecimento ao favor da solidariedade
A ligação a esta causa levou a que Paula Brito e Costa fosse posteriormente convidada para ocupar cargos de direção em diversas associações ligadas à mesma causa.

Passados seis anos sobre a fundação da Raríssimas, nasce então a Fedra – Federação das Doenças Raras em Portugal, igualmente presidida pela gestora. O seu trabalho foi sendo valorizado e em 2009 é nomeada para o Prémio de Mulher Ativa 2008.

Além de promover esta causa a nível nacional, a presidente da Raríssimas foi ainda por diversas vezes ao Parlamento Europeu e ao Brasil de forma a tentar introduzir esta temática na agenda e de certa forma promover a cooperação entre os países nesta área.

Em 2013 é inaugurada a Casa Marcos, que chegou a receber a visita da rainha Letizia de Espanha em 2014, um lar residencial e um centro de atividades ocupacionais para «doentes raros». Ainda no mesmo ano, Paula Brito e Costa é distinguida pelo professor Carmo Fonseca do IMM – Instituto de Medicina Molecular com a personalidade de 2013.

Raríssimas e o estilo de vida luxuoso
Apesar de todo o reconhecimento, a partir da fundação da Raríssimas tudo muda, inclusive o seu estilo de vida. A mulher que apanhava todas as manhãs o autocarro para ir trabalhar passava então a posar ao lado de personalidades ilustres com looks mais compostos, que hoje se fala serem alegadamente comprados com dinheiro canalizado para a instituição.

É sabido que tanto o marido de Paula Brito e Costa, Nelson Oliveira e Costa, e o filho mais novo, César, fazem parte da associação Raríssimas, chegando o segundo a auferir valores mensais de mil euros.

Paula Brito e Costa vê assim o seu nome envolvido numa polémica após ter sido revelado que está terá desviado dinheiro pertencente à associação para sustentar os seus luxos.

O Governo já agiu e o ministro Vieira da Silva solicitou uma inspeção urgente à associação.

A doença Cornelia de Lange
O síndrome de Cornelia de Lange é uma doença multissistémica com expressão variável marcada por uma face dismórfica característica, défice intelectual de grau variável, atraso de crescimento grave com início antes do nascimento (segundo semestre), anomalias das mãos e dos pés (oligodactilia, ou por vezes um defeito de redução ainda mais grave, braquimetacarpia constante do primeiro metacarpo), e várias outras malformações (coração, rim etc.).

As características faciais distintivas incluem: sobrancelhas bem definidas, curvadas e confluentes, pestanas longas, narinas antevertidas, micrognatia, e cantos da boca virados para baixo com um lábio superior fino. Os problemas de alimentação e o atraso do crescimento são frequentemente complicados pelo refluxo gastroesofágico. A progressão clínica leva a atraso psicomotor, dificuldades na aquisição da linguagem e, por vezes, perturbações comportamentais do espectro autista.

Esta é uma doença que não tem uma cura sendo que deve ser acompanha de perto uma vez que pode originar problemas consequentes derivados da primeira doença.

Leia mais em: 


Atualizações:





6.12.17

PAN realiza o seu Congresso Nacional na Quinta do Falcão (Tomar)

Nos anos 80 do sec.XX, Tomar ter recebido o Congresso fundador do Partido Renovador Democrático (PRD), o qual nas eleições de 1985 conseguiu obter quase 20% dos votos e foi essencial para a primeira vitória de Cavaco Silva (PSD) e para a sua queda em 1987, com a qual viria a obter a sua primeira maioria absoluta em Portugal.

Agora, passados mais de três décadas, o futuro Partido de todos nós, animais e natureza, realiza o seu Congresso em Tomar e aqui lhe mostramos a sua primeira reunião preparatória, realizada há dias na Quinta do Falcão.

O tradutor faltou, mas promete estar presente no Congresso.


30.11.17

Para salvar o Hospital em Tomar

O recente anuncio de investimentos, na otimização energética - de forma afazer baixar a fatura energética anula ou de pinturas externas - preventivas dos visíveis ataques de fungos (que dão aquela coloração escura) nos novos edifícios, fazem parte das obrigações gerais, normais e de manutenção de edifícios públicos. Saúda-se assim, que aproveitando financiamentos comunitários, se cumpra este trabalho de manutenção nas unidades hospitalares de Tomar, Torres Novas e Abrantes.

Situação do Plano Estratégico do CHMT - em 2011
A atual (2016) população (potencial) das áreas de influência é a seguinte:
Unidade de Tomar - 91042 (redução de 8,3% face a 2011)
Unidade de Torres Novas - 82160 (redução de 1,1% face a 2011)
Unidade de Abrantes - 73491 (redução de 15,6% face a 2011)

Nesta última Unidade - Abrantes, após vários milhões de investimento - diretos do Estado e também da própria autarquia abrantina, através de subsídios a uma Associação de direito privado aí sediada; vai-se investir mais 1,5milhões€ nas urgências desta unidade, tentando, mais uma vez, conseguir adaptá-las à realidade colocada, especialmente após 2012, de que toda a área do médio Tejo para ali envia os seus doentes com níveis de necessidades de serviço médico-cirúrgico, só aí existente.

A vergonha e o erro continuam, sem que se pare para pensar.
Por mais milhões que invistam no serviço de urgências de Abrantes, nunca estas conseguirão atingir o nível de serviço previamente existentes nas unidades de Tomar e de Torres Novas, quer face às arquiteturas dos respetivos edifícios e a diferença de vinte anos que os mesmos têm, quer a nível das respetivas infraestruturas.
De recordar que todo o sistema foi projetado para que cada uma das três unidades servisse a sua respetiva área de influência, com especial impacto a nível das urgências, portanto nenhuma destas unidades de saúde hospitalar, estava preparada para servir mais de 200mil habitantes.

Com a famigerada reforma das urgências de 2007, de Correia de Campos - governo PS, tudo se agravou, com a peregrina ideia que os mais de 200mil habitantes do médio Tejo, pudessem ser servidos, a nível de urgências, a partir de Abrantes, desclassificando - gradualmente -, as de Torres Novas e Tomar. Esta situação foi integralmente cumprida a partir de 2012 - Governo PSD/PP, quando nova reestruturação fechou ainda a Medicina Interna, transformando a unidade hospitalar de Tomar, num gigantesco e caro Serviço de Atendimento Permanente (SAP), ao nível de qualquer centro de saúde da rede de cuidados de saúde primários, espalhado pelo País.

A pergunta que sempre fiz, e para a qual não há resposta é: Abrantes é a caminho de onde??? Ou seja, os doentes nas áreas de influência de Tomar ou Torres Novas, conduzidos para Abrantes, a nível de urgências médico-cirúrgicas, não vão a caminho de nenhuma unidade polivalente diferenciada, só existentes em Coimbra e Lisboa, pelo que se perde tempo e eficácia no sistema, conduzindo a mais e maiores custos para as famílias e para o sistema nacional de saúde, além de maiores riscos para a saúde dos utentes.
Só a teimosia de sucessivos governos e gestores do sistema de saúde e, parece, o gostar de estragar dinheiro de todos nós, justifica tamanho disparate.

Urgência médico-cirúrgica existente em Abrantes vai receber mais 1,5milhões€ de investimento e os habitantes dos concelhos mais populosos da NUTIII do Médio tejo - Ourém e Tomar, vão continuar a ser assistidos a caminho de lado nenhum? É preciso ter lata!

De recordar que existem em Santarém (a 35Km de Torres Novas) e em Leiria (a 45Km de Tomar), também urgências médico-cirúrgicas, quer uma quer outra a caminho das urgências polivalentes, existentes em Lisboa (70Km de Santarém) e Coimbra (60Km de Leiria).

Há uma década que os sucessivos governos "destroem" valor e gastam milhões - sem retorno, neste disparate.
Tomar merece isto?

O problema foi acrescido, quando também em 2012, todos os Hospitais ficaram obrigados a cumprir a rede de referenciação, que obriga a que todas as evacuações para cuidados de saúde diferenciados e especializados, não existentes no Centro Hospitalar do Médio Tejo, sejam encaminhados para Lisboa - muito mais longe de Ourém, Tomar e Ferreira do Zêzere, do que Coimbra, por exemplo.

Este é verdadeiramente o problema.
A unidade hospitalar de Tomar devia, há muito, ter deixado na rede de referenciação nacional de "drenar" para Lisboa e passar a fazê-lo para Coimbra. Especialmente quando, após a alteração da obrigatoriedade do cidadão se dirigir ao Hospital da sua zona de residência, a esmagadora maioria dos habitantes do Concelho de Ourém, já se socorrem do Hospital de Leira, na rede de referenciação de Coimbra.

Ora, se nada for feito - ou seja, se Tomar não sair do Centro Hospitalar do Médio Tejo o mais rapidamente que for possível e não passar a integrar a rede de referenciação de Coimbra, o seu encerramento a médio prazo é inexorável. Sim, estou mesmo a falar do seu encerramento. Para evitar isso só precisamos de olhar e ver e, já agora, exigir que os políticos de Tomar - a começar pelos seus atuais autarcas, coloquem o interesse de Tomar acima de quaisquer fidelidades partidárias.

Este é o assunto da década e nele se verá quem, efectivamente, conta.

* Luis Ferreira, Ex-vereador do Município de Tomar e ex-membro da comissão de acompanhamento do Hospital de Tomar



TOMAR – Exclusivo Hertz. Secretário de Estado da Saúde garante que o hospital não irá voltar a ter urgência médico-cirúrgica

Este é um exclusivo Hertz. Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, em declarações à nossa reportagem, deixou claro que o Hospital Nossa Senhora da Graça não irá voltar a ter urgência médico-cirúrgica. Pelo menos – e é isso que se entende – dentro dos próximos anos. Por ocasião da presença em Tomar, neste sábado, junto da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, Manuel Delgado deu, então, uma boa e uma má notícia para a população nabantina, ou seja, confirmou a aquisição de equipamento TAC para a unidade tomarense até final do ano mas deixou claro que a actual urgência – embora seja reforçada pontualmente para melhorar – não será elevada a médico-cirúrgica:
Reprodutor de áudio
Refira-se que o secretário de Estado da Saúde esteve de visita à urgência médico-cirúrgica de Abrantes, espaço que irá receber um investimento de milhão e meio de euros para “crescer” fisicamente, ocupando o lugar das actuais consultas externas, que irão subir de piso:
Reprodutor de áudio
A propósito desta reformulação na urgência de Abrantes, a Hertz falou, ainda, com Carlos Andrade Costa, presidente do Centro Hospitalar do Médio Tejo, catalogando essas intervenções como um passo necessário para melhorar:
Reprodutor de áudio

Post Scriptum:

Deve ainda ser lido, como vertente de análise "histórica" a proposta submetida pelos então vereadores do PS - de que eu humildemente fazia parte, em janeiro de 2012, quando o "disparate" se agravou...

24.11.17

A Estação de Fátima continua a ser no Concelho de Tomar (apesar de tudo)

Há uns tempos andou por aí uma das pequenas polémicas, nas quais as redes sociais e, genericamente a "democracia digital", é especialista a gerar.

Prendia-se com o requentado facto da maioria dos comboios inter-cidades parar em Caxarias e não em Vale dos Ovos, na perspectiva da desvalorização desta última, localizado no Concelho de Tomar, face à primeira, no de Ourém.

Certos de que a "usurpação" do nome Fátima, estaria a ser conseguida pela vila de Caxarias onde se situa a estação do Concelho de Ourém, em detrimento da aldeia de chão de maçãs (vale dos ovos) em Tomar.

O argumento - real, de que sempre foi em vale dos ovos que a estação de Fátima existirá, fruto da interseção da estrada nacional que liga Tomar a Leiria (EN113), com passagem por Ourém e ligação a Fátima, com a linha do Norte.

Caxarias, por seu turno fica na interseção desta mesma linha com a EN356, que liga Alvaiázere a Ourém.

Com a entrada em funcionamento do IC9, ficaram as duas localidades com nós de acesso nas proximidades e a ligarem diretamente a Fátima.

Já por aqui ficou demonstrado que, por mais estranho que nos possa parecer, Caxarias é efetivamente mais próximo de Fátima cerca de 1Km, do que a estação de Fátima em vale dos ovos. Garanto-vos, pois já o testei, que a distância-tempo, cumprindo os limites legais de velocidade, é exatamente o mesmo.

Quanto à diferença de serviços e dimensão das localidades nada há a dizer, uma vez que uma das localidades sendo vila, com escola até ao 9ºano, bancos, correio e tudo o que é normal existir num centro urbano pequeno e outra sendo uma aldeia, localizado numa freguesia onde nem uma escola ou jardim de infância existe,...

Bem. E a estação.
Pois. Apesar disso tudo, a estação de Fátima continua a ser no Concelho de Tomar, conforme demonstram as fotos e cópia do horário em vigor da CP.


Talvez daqui a uma(s) década(s) se conseguirmos voltar a ter desenvolvimento na freguesia da Sabacheira e/ou Tomar aposte em fazer da Estação de Fátima o seu posto avançado de ligação ao Norte do País, possamos estar mais descansados. 

Até lá, até podemos agradecer à CP esta "especial" deferência histórica:
A ESTAÇÃO DE FÁTIMA CONTINUA LOCALIZADA NO CONCELHO DE TOMAR!

18.11.17

Continua o mau exemplo do (não) despejo das papeleiras

Situação observada neste fim de semana (18-19/11), junto ao Pavilhão Municipal Cidade de Tomar.

De referir que a papeleira isolada está assim desde o domingo dia 5/11, a seguir ao campeonato de Patinagem Artística. E não, não é só de agora, pois infelizmente acontece há muito tempo, quase sempre por ocasião de eventos.

Uma gestão eficiente deste sistema, deveria contemplar a garantia de a seguir a todos os fins de semana, especialmente naqueles em que há muitas atividades ou atividades que, expetavelmente, envolvam muito movimento de cidadãos, haver recolha e substituição dos sacos das papeleiras.

Se, para eventos de dimensão, são criados planos de contingência e de segurança, porque não ter protocolos de atuação de limpeza face às atividades correntes e inopinadas.  

Notemos que esta papeleira está cheia e o contentor ao lado, garanto-vos, estava despejado. É de facto, um (mau) exemplo, o qual continua...

Tomar merece isto?

9.11.17

Pelouros entregues só ao PS é não perceber o que se passa em Tomar

(Artigo de opinião publicado na edição desta semana do Jornal "O Templário")


Com todos os pelouros entregues, organizados e em ação, apenas distribuídos entre os eleitos do PS, o que é absolutamente legítimo, é altura de nos questionarmos se tal era absolutamente necessário que assim fosse neste mandato, que decorrerá até 2021.

A cerimónia de tomada de posse, havida no pretérito dia 21 de outubro, agora despida da pompa republicana de há quatro anos, ausente que esteve a guarda de honra dos Bombeiros Municipais, e perante uma assistência que não conseguiu ocupar mais de dois terços da plateia do Cine-Teatro, já antecipava esta forma de pensar.
O mais positivo foi indiscutivelmente a paridade do executivo municipal, circunstância da eleição de três mulheres e de quatro homens para a vereação. O executivo anterior que mais paridade teve, foi o de 2009-13, com duas vereadoras, do qual humildemente fiz parte.

Dois discursos pontuaram o encerramento. Bem, discursos é uma força de expresso: meros apontamentos.

Zeca Pereira foi reeleito presidente da Assembleia, por 16 votos (15 do PS e 1 do presidente de junta independente), contra 13 da lista do PSD e com três votos em branco (2CDU e 1BE).

Do seu apontamento, realce para o agradecimento que fez a sua eleição, pelos eleitores (!), esquecendo que foram os seus pares que o elegeram. Fez menção ainda "à maioria que os eleitores lhe deram", quando "apenas" obteve 38,5% dos votos (34% para o PSD) e elegeu 10 deputados em 21. Bem. É o que temos!

Seguiu-se o apontamento da presidente da Câmara, indiscutivelmente por si escrito, onde de forma simples colocou a nu a sua quase completa vacuidade, que já se havia observado nas intervenções tidas na campanha eleitoral.

Três únicas questões abordadas: 

1 - as três obras previstas, com financiamento comunitário previstas, para os próximos dois anos: Palhavã, Várzea Grande e Avenida Nuno Álvares Pereira;

2 - as novas competências a serem transferidas do Estado para a administração autárquica, sem qualquer referência de concreto para a vida dos tomarenses, conseguindo assim explicar do porquê delas nos serem prejudiciais;

3 - a posição de Tomar no contexto da reorganização administrativa, entre a manutenção na de Lisboa e Vale do Tejo, ou aux contraire com a plena integração na região Centro ou, aqui a única novidade face à campanha eleitoral, a introdução da hipótese de criação de uma nova região do Ribatejo e Oeste - velha aspiração dos socialistas de Tomar.

Tudo repetido. 

Sem ponta de sonho, nem caminho, sem imagética, nem capacidade demonstrada. 

O que podemos esperar dos próximos quatro anos? Apenas e só o que se viu nos últimos dois. 

(Não é de estranhar pois todos sabemos que, mesmo depois de cortada a cauda da lagartixa, continua a saltar durante muito tempo, parecendo ter vida). 

Sobre a forma de organizar o Município - pelouros e outras formas de melhorar o serviço às populações, ou ainda mais importante: de qual o desenvolvimento que se irá implementar no Concelho, nada!

Assim, há exceção da junta urbana e na de Paialvo, onde não havia maioria, o PS numa acordou com o BE (com acordo escrito e ida para o executivo) e noutra com o CDS (só para viabilizar o executivo), descartando o seu anterior aliado que a nível concelhio lhe deu sustentação no anterior mandato, a CDU, com acordo escrito e válido para todo o Concelho.

Tendo ganho a Câmara, apenas por 5,7% (40,2 contra 34,5), quando em todos os outros 12 Concelhos do Distrito onde ganhou, o PS conseguiu vitórias por mais de 20%, mesmo em Constância onde ganhou pela primeira vez, o PS não percebe o que se passa em Tomar e as razões pelas quais teve o pior resultado das suas 13 vitórias distritais e abaixo dos 43% que seriam o somatório PS+Pedro Marques...

A liderança PS na Câmara, aposta tudo na bipolarização, sem o golpe de asa de quem, sabendo o que faz e com uma liderança sustentada, quando em maioria distribui pelouros pela oposição, mesmo não necessitando do seu voto, envolvendo dessa forma os demais eleitos no esforço diário da governação e assim, demonstrando a sua capacidade de liderar e obter o melhor de cada um para o desenvolvimento do Município. Se cumprissem, os ganhos seriam sempre para quem lidera, se falhassem, seriam prejudicados na eleição seguinte. 

Historicamente líderes fortes e a sério, de Concelhos tão distintos como Rio Maior (com Silvino Sequeira - PS) ou Tomar (com António Paiva - PSD), os quais o souberam fazer. E em vários mandatos.

Bem. Mas isso eram líderes políticos que não tinham medo da sombra e sabiam para onde conduzir os seus Concelhos. Mesmo que não concordemos com o "sítio" para onde nos conduziram, como é o meu caso em relação aAntónio Paiva (PSD) 1998-2007, essa era a atitude inteligente a fazer no atual caso em Tomar.

Infelizmente para nós, continuaremos a ser governados por gente menor, sem dimensão de Estado, e sem capacidade para conduzir sem ver para além do capô do carro. 

E, sempre, sempre à pendura...

Tomar merece isto?


* Luis Ferreira
Ex-vereador do Município de Tomar