26.12.20

Política de resíduos na União Europeia

 

A política de resíduos na UE, pretende substituir o paradigma de substituição da economia linear – onde utilizamos e eliminamos os recursos de forma acelerada e insustentável, pela economia circular – onde preservamos o valor dos recursos tanto tempo quanto possível, regenerando-os no fim dos ciclos de vida de cada produto, incorporando-o ou dando-lhe nova forma, iniciando um novo ciclo de vida para os materiais seus constituintes originais. O macro objetivo é o de implementar uma Economia Circular inovadora e livre de resíduos.

Estando assim definida uma hierarquia em matéria de resíduos, pela UE, classificando a sua gestão em Prevenção, Preparação para a Reutilização, Reciclagem e Recuperação, sendo que a sua eliminação é mesmo a derradeira e última opção, quando todas as demais se encontrarem esgotadas, é neste enquadramento que toda a atividade do setor se enquadra hoje em dia.

Este contributo da legislação europeia a importantes melhorias,desde os anos 70 do século passado e as novas regras, implementadas a partir de 2018, destinadas a transformar os resíduos em recursos, a incentivar a inovação e a inspirar a transição para uma economia mais circular, tem como objetivo um conjunto de metas no domínio da reciclagem:

- até 2030, pelo menos, 70% de todos os resíduos de embalagens, em cada País da UE, deverão ser reciclados;

- Até 2035, todos os países da UE, deverão reciclar, pelo menos 65% dos resíduos urbanos e depositar em aterros menos de 10% destes resíduos.

Estão também fixados objetivos de reciclagem para materiais de embalagem específicos, como por exemplo: 85% para o papel e cartão, 80% para os metais ferrosos, 75% para o vidro, 60% para o alumínio, 55% para o plástico e 30% para a madeira.

Os grandes objetivos atuais da UE, em matéria de resíduos estão alicerçados na adoção de medidas e iniciativas concretas, as quais permitam:

- reduzir para metade os resíduos alimentares;

- reparar, reutilizar, melhorar e renovar produtos;

- limpar o lixo no ambiente e acabar com o lixo marinho;

- tornar a produção mais eficiente e reduzir os resíduos;

- aumentar a triagem seletiva de resíduos;

- impulsionar a reciclagem;

- atribuir aos produtores a responsabilidade pelos resíduos dos seus produtos.

22.12.20

A régua - uma leitura maçónica


Dos caminhos de ensinamento Maçónico, podemos esclarecer, que:

O primeiro pensamento foi o que se poderia dizer sobre este instrumento para além da sua simbologia que pode ser consultada em qualquer referência da Maçonaria.

Assim, por um lado a régua é usualmente um instrumento com uma escala que serve para traçar retas e fazer medições. Claro que na escola a régua tinha, e porventura terá, outros usos em épocas ou lugares em que a disciplina dos alunos era e é mantida de outras formas como Mark Twain descreve sempre que a personagem principal da sua obra “Tom Sawyer” era apanhado pelo professor em comportamentos não condignos de uma sala de aula.


I.

Na maçonaria utiliza-se a régua de 24 polegadas, que representam as 24 horas do dia e que dividida em espaços iguais remete aos períodos de trabalho, de repouso, de exercícios físicos e mentais e de lazer, ou seja, nenhuma parte do dia deve ser desperdiçado ou devotado ao ócio.

Desta forma a régua, que deriva da palavra francês règle, que também significa regra, indica-nos desde logo como gerir o nosso percurso de aprendizagem e de aperfeiçoamento, ou sejam este deve ser equilibrado entre as diversas componentes da vida, mas rigoroso sem espaço ao desperdício do nosso tempo que é por natureza limitado.


II.

Por conseguinte é na intersecção entre o nosso tempo de vida e a forma como a régua o reparte e a régua como instrumento de desenho de retas que por natureza são infinitas que penso que são as lições que devemos retirar.

Por um lado, tal como a reta infinita desenhada pela régua, o nosso caminho de aprendizagem e aperfeiçoamento não tem nem princípio nem fim. 

Não tendo princípio, o nosso aperfeiçoamento como pessoas deve alicerçar-se no que os irmãos mais experientes e nos que já não se encontram entre nós aprenderam, e, não tendo fim, manter sempre uma atitude de aperfeiçoamento constante mesmo sabendo que nunca o atingiremos, tal como a régua que não permite desenhar a reta no seu todo mas apenas uma representação da mesma. 

Mas isso, não significa que o nosso aperfeiçoamento deva ser apenas uma representação do nosso ideal, tal como a régua que pode passar de mão em mão para prolongar a reta o que aprendemos não deverá ser mantido para o próprio, mas deverá se partilhado para que o aperfeiçoamento do homem e da sociedade seja, tal como a reta, um todo contínuo sem pausas nem quebras e executado de forma perseverante.

A segunda lição está na perseverança da aprendizagem e como deve ser feita. 

A régua, ao ter uma escala definida, impõe uma ordem e uma regra bem definida. 

O caminho do aperfeiçoamento, tal como a régua, também deverá ser feito de uma forma bem delineada e organizada e não de forma anárquica. 

Esta necessidade prende-se com o imperativo de não esquecer nenhum detalhe por mínimo que pareça, pois nunca saberemos quando esse detalhe poderá ser importante. 

Se o caminho for anárquico a construção do nosso conhecimento deixará de se parecer com uma reta, contínuo e uno, mas um salpicado de pontos e traços.

Em conclusão, deverei olhar para a régua, não com o temor com que era vista nas escolas de outrora, mas como um instrumento que me ajudará a indicar o caminho no traçado de uma vida retilínea, livre, justa e fraterna. 

Um caminho que não poderei traçar a sós mas, tal como a régua que pode ser partilhada, será traçado em conjunto com todos vós.

18.12.20

O positivismo - Augusto Comte

"Tudo é relativo, eis o único princípio absoluto"


O Paradigma Positivista teve como mentor Augusto Comte, que se debateu pelas suas ideias positivistas, e distingue-se pelas seguintes características:

Pressupostos básicos:

• Conhecimentos baseados na observação;

• O papel da teoria é crucial;

• Tem uma base epistemológica objetivista;

• O investigador tem que ser capaz de observar objetivamente – realidade objetiva;

• Expressa por regularidades estatísticas observáveis;

• Defende as noções científicas de explicação, previsão e controlo;

• Realidade única independentemente de quem a estuda;

• Pouca relevância nos aspetos subjetivos dos indivíduos.





14.12.20

Azeitona ou Ouzoudu?

 Ouzoudu (pronuncia-se "uzudu"), em árabe quer dizer "azeitona".

Por agora é tudo!





10.12.20

Terceira vaga -(atualização de 13 de janeiro)- métricas de risco pandémico atualizadas

De momento, o ponto de situação é o seguinte:


O aumento do número de óbitos, depois de 17/3/2020, face à média dos anos de 2009/19 (período de retorno de 11 anos - com os dados de janeiro já do período de 2009-20) são já quase 17.000 mortos e os óbitos fora os de COVID, equivalem a + de 51%, do total do aumento. 

Nota: Por ano o numero de óbitos em Portugal ronda os 112.000 - temos portanto um aumento de óbitos em 2020, de cerca de 15% (Em 2020, foram cerca de 123.000, fruto direto e indireto desta pandemia)


No último mês de Dezembro, praticamente todos (98%) do aumento dos óbitos - face à média do período 2009-19, deveu-se à doença COVID.

No entanto, em Novembro, o aumento de óbitos médio diário foi de 91 e os que faleceram por COVID - 67, foram responsáveis por 73% desse aumento - e não como o site do INE noticiou de 93%, pois eles analisaram apenas os últimos 5 anos (2015-19), e apenas entre 2/11 e 29/11. Este período de retorno, mais longo, permite aferir melhor a discrepância dos números de óbitos do presente ano, face a um período com mais acontecimentos - incluindo os valores da última pandemia de 2009-10 e mais surtos gripais. 

Em outubro, o mês do início da segunda vaga, o numero de óbitos COVID era responsável por apenas 36% desse aumento. Fora COVID, em outubro morriam diariamente +31 pessoas e em novembro +25 pessoas.

<Atualização de 13/1/2021> 
(previsão até 15/1/2021)

A SEGUNDA VAGA
Podemos observar que os 3000 casos, para período de retorno de 7 dias, atingiu NÍVEL CRÍTICOa partir de 27/10/2020.

Desde 2/12 que o numero médio de novos infetados (no período de retorno de 7 dias), baixou dos 4000, tendo descido consistentemente desde 15/11 até 28/12.

O fim da segunda vaga deu-se assim por volta dos dias 27-28/12, datas em que baixou dos 3000 casos, tendo durante esses dois dias deixado de estar no nível CRÍTICO.

Podemos assim afirmar que a segunda vaga, durou entre 27 de outubro e 26 de dezembro (2 meses), tendo tido o seu pico entre 13 e 15 de novembro - média entre os 5952 e os 5988 casos (para o período de retorno de 7 dias).


A TERCEIRA VAGA

A terceira vaga terá começado nos últimos dias de dezembro e de uma forma bastante mais incremental (forte) do que a segunda vaga - basta olhar para a inclinação da curva de tendência, nos pontos de início de cada uma do seu aumento, prevendo-se o pico tenha sido atingido hoje, dia 13 de janeiro com uma média móvel (de 7 dias), estabilizada por volta dos 8600 casos/dia (+44% do que o pico da segunda vaga).

AS MORTES

A nível de óbitos, o NÍVEL de auto-confinamento, para os idosos com mais de 80 anos (grupo etário nos quais encontramos 2/3 dos óbitos por COVID19, desde o início da pandemia), situado nos 30 óbitos, foi atingido a 30/10/2020 e desde então nunca voltou a esse nível.

Esta cifra esteve estabilizada durante cerca de 10 semanas a partir de 13/11, entre os 70 e 90 óbitos, tendo-se observado o pico de óbitos, em média móvel de 5 dias, nos dias 15 e 16 de dezembro, com 91 óbitos, tendo descido até 28 de dezembro, onde se atingiu o mínimo de 67m óbitos.

O NíVEL de auto-confinamento geral, que se atingiria com 90 óbitos diários COVID e 25% dos óbitos COVID em relação ao nº de óbitos geral, para período de retorno de 5 dias, não foi assim atingido durante a segunda vaga.

Os valores médios dos últimos 5 dias rondam atualmente os 21% de óbitos COVID, entre o total de óbitos.

Prevê-se que o numero de 150 óbitos, em média móvel de 5 dias, possa ser atingida a 15 de janeiro, e os 200 a 19 de janeiro.

Não atingimos AINDA, o NíVEL de auto-confinamento geral, mas podemos estar próximo do atingir - dentro de cerca de uma semana.


OS INTERNAMENTOS

O nível máximo de internamento (enfermaria e unidade de cuidados intensivos), NA SEGUNDA VAGA foi atingido a 30/11, com 3867 e tem estado desde esse dia à volta dos 5% - HOJE: 4,16%, face ao nº total de casos ativos - com variações desde o mínimo de 4,00% de 9/1 e os 5,47% a 15/12.

O valor máximo de internamentos NA TERCEIRA VAGA, é o de hoje, com 4836 (+25% que o pico da segunda vaga).


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A nível de óbitos:
- ACIMA de 80 anos = 67,3%
- Entre 70 e 79 anos = 20,5%
- Menores de 70 anos = 12,2%



8.12.20

Obrigado Tony Carreira

De um Homem que dignifica a música e o ser português.

Por estes dias é um pai destroçado, que deve merecer TODA a nossa solidariedade.

Obrigado Tony Carreira!


6.12.20

In memorium - Sara Carreira

Premonitória música cantada pela Sara - então com 15 anos (em 7/2014), e pelo pai Tony Carreira.

Sei que muitos criticam este tipo de música, como quando eu era criança e jovem o faziam em relação ao Marco Paulo.

Acontece que são milhares e milhares a identificarem-se, a gostarem e a vibrar com este estilo e, além do respeito devido pelos artistas que assim são adorados pelo público há o principio básico da liberdade de gosto estético, que transformam a sociedade atual, na sociedade mais livre em que alguma vez o Homem viveu. E isso, não sendo comum, é de facto um privilégio único.

E o drama pessoal de alguém como Tony Carreira é, mesmo, muito significativo, especialmente para que é pai.

O meu reconhecimento, ao artista e ao pai, a minha solidariedade na sua dor imensa.

2.12.20

No surto gripal de 2014/15, houve 5591 mortes...

Há apenas cinco anos era assim...

E ninguém se lembrou de parar o País por causa disso.






28.11.20

Educação e Economia 4.0, pelo Daniel Adrião

Orgulho em ter trabalhado para a sua tentativa de eleição a Secretário-geral da JS, em 1994. Quem tem qualidade e valor, acabará sempre por fazer a diferença.

Obrigado Daniel

Ontem em Leiria, na sessão “Cuidar de Portugal”, no âmbito da candidatura à Presidência da República da minha Camarada Ana Gomes, que tenho a honra de apoiar, fui convidado para falar sobre o tema “Educação e Economia 4.0”.

Para quem se interessa por uma política com substância e construtiva, partilho aqui a minha intervenção, em que procurei dar um modesto contributo para uma visão estratégica que nos permita descolar da cauda da Europa, reinventado Portugal no horizonte de uma geração, através da aposta na competitividade e na socialização do crescimento.


24.11.20

Atingido o pico da segunda vaga, é tempo de antever a retoma (e de mudar de vida)

Por estes dias dever-se-á estar a atingir, em Portugal, o pico da segunda vaga, como aliás já foi atingido há uma semana na generalidade dos Países europeus.

Esta segunda vaga, deverá atingir cerca de 6-7x mais casos positivos do que a primeira - muito fruto da enorme capacidade de testagem agora existente. A nível de internamentos (em enfermaria e cuidados intensivos), estaremos a falar de 3-4x mais e a nível de óbito de 2-3x mais.

Nesta segunda vaga, fruto da aprendizagem da primeira, foi possível não fechar nem as escolas, nem as fronteiras, e organizar melhor a resposta do sistema de saúde, que já em anos anteriores havia estado à beira da rutura com os surtos gripais de 2014-15 (com 5500 mortes), de 2017-18 (com 3700 mortes) e de 2018-19 (com 3300 mortes). O numero de óbitos, acumulado entre as primeira e segunda vaga, irá estar à volta dos 5000-5200 óbitos, fazendo desta doença, uma doença de elevada mortalidade, mas não muito superior a surtos gripais mais severos, conforme os anteriormente relatados.

O grande erro, já todos percebemos, foi fechar a economia e, entender que era com redução de horários dos estabelecimentos comerciais, que se resolvia uma propagação de uma doença respiratória. A teoria até é simples: se as pessoas não saírem de casa, e em absurdo nada nelas entrar - pessoas e bens, a probabilidade de contaminação tende para zero. Ora, não só isso não existe, como não é possível, nem sequer desejável. Fruto de tal abordagem, centenas de milhar de portugueses perderam o emprego, viram os seus rendimentos reduzidos em valores substanciais e, conforme todas as estimativas o demonstram houve desde março entre 7000-8000 mais mortos, fora os de COVID, em resultado da degradação da saúde geral da população, pelo medo, pelo pânico e pela histeria criada pela chegada desta doença desconhecida e muito hiperbolado por um poder político incapaz de atuar com o necessário sangue frio, como por exemplo a Suécia soube atuar.

Sabemos que 2/3 dos óbitos acontecem em pessoas com mais de 80 anos e mais de 90% entre os maiores de 50. Sabemos que 40% dos óbitos deram-se entre pessoas que viviam confinados em lares e infra-estruturas análogas e que já teremos cerca de 15% da população com contacto - e portanto com anti-corpos para este novo vírus, como tal pressupostamente "naturalmente" vacinados.

Mais mortos, menos empregos e economia, mais degradação geral de um nível de vida fraco, e que a cada ano se afasta dos seus congéneres europeus, sendo que em menos de uma década, Portugal, se nada for feito, será mesmo o País mais pobre da União Europeia, sendo ultrapassado até pela Bulgária e pela Roménia, é um dos resultados dos ensinamentos destas duas vagas da nova doença, aos quais acrescem um poder político sem capacidade nem rasgo para criar uma estratégia de médio prazo, capaz de inverter o ciclo.


É neste quadro que nos colocamos, perante a saída desta segunda fase, a qual poderá estar terminada no final do ano. Tal será coincidente com o começo do processo de vacinação, nos países da Europa - Portugal incluído. Talvez antes de uma terceira vaga - a qual poderá acontecer entre janeiro e março, talvez antes da habitual fase de surto gripal de inverno (fruto dos rinovírus), entre janeiro e fevereiro. A incerteza é ainda grande, mas todos os estudos e projeções apontam para dois factos: a vacinação geral começará no primeiro trimestre, em todos os países europeus e o movimento "normal" dos cidadãos começará após isso.

Neste enquadramento, independentemente do que os Governos façam, os cidadãos sabem sempre antecipar as tendências, haja ou não terceira fase, seja esta maior ou menor do que a primeira ou a segunda, perante uma vacinação a avançar e o aumento da perceção de que a taxa de mortalidade, segundo os últimos estudos, se situação (no final) na casa dos 0,3%, o que é apenas ligeiramente superior aos surtos gripais mais intensos, os quais rondam os 0,2%. Por exemplo, na Suécia, onde os surtos gripais são particularmente intensos e mortais, a mortalidade geral do País está este ano, cerca de 1-2% abaixo, mesmo considerando a nova doença COVID, ao contrário de Portugal, onde o aumento se cifra entre os 12-15% acima.

Nesta antecipação de tendências, é fácil percecionar que, tal como aconteceu nos meses do terceiro trimestre, especialmente em todo o interior do País - e essa vai ser uma tendência sustentada, haverá um aumento de fluxos turísticos, alimentados pelos nacionais e já de algum turismo estrangeiro, sendo expetável que tenhamos uma Páscoa já quase normal e um excelente verão, que aproximará os números globais do País, para o ano de 2015-16, mas com os números do interior ao nível de 2019 ou até superiores.

Na nova realidade do pós-pandemia COVID-19, o turismo será mais de interior, fora dos grandes fluxos de Lisboa, Algarve e Madeira e nunca, como na próxima década, tantos quererão viver na "província", em lugar de o fazer nas grandes áreas metropolitanas. O novo paradigma vai criar uma economia diferente, de menor concentração de pessoas e de maior qualidade de vida. As grandes cidades ficarão para uma cada vez maior mole de excluídos, vivendo de subsídios permanentes, os quais pagaremos de bom grado, para que não nos chateiem: a segurança é também um valor de cada vez maior relevância.

Por tudo isso, independentemente dos Governos, iremos viver melhor e com melhor qualidade de vida na próxima década, do que vivemos, na fúria consumista da última.


20.11.20

A poluição é um problema pessoal...

 Pensemos um pouco:

Cada pessoa destrói, em média, por dia:

- 100g de Água;    - 3,5g de Ar;    - 2,3g de solo


A população mundial é de atualmente cerca de 7,7 mil milhões de pessoas.

O aumento dos padrões de vida aumenta a produção de detritos.

A poluição não pode ser eliminada - pois só eliminando a vida humana isso seria possível, pelo que é necessário mudar a atividade humana para formas menos censuráveis de utilização dos escassos recursos (de água, ar e solo), reduzindo os seus volumes e concentrações, controlando locais de emissão e as condições em que estas se desenrolam, acelerar as reações de recuperação que acontecem naturalmente.

Há essencialmente dois métodos reguladores: os que são baseados na qualidade ambiental e os dos padrões baseados nas tecnologias (de tratamento de efluentes). Estes últimos têm as vantagens de serem fáceis de aplicar e de estabelecer igualdade entre as descargas, sendo o primeiro dos muitos passos necessários em direção à "descarga zero", mas tendo a desvantagem de não permitir flexibilidade a proteger o meio ambiente.

Dos objetivos do CLEAN WATER ACT - nos Estados Unidos, destacamos:



12.11.20

Desenvolvimento sustentável em Tomar?



Conjunto de indicadores criados,

Monitorização,

Costumização, com indicadores específicos,

Atribuição de Sêlos - com categorias diferentes

Práticas e Projetos



João Ferrão, esclarece que grande objetivo é o de "estimular comportamentos sustentáveis"

Visão dos 17 ODS p/depois perguntar o como...

O Município de Tomar foi um dos signatários.
O Município de Coruche um dos que esteve no projeto piloto, da aplicação dos indicadores

PLATAFORMA ODSLOCAL

Tópicos:
Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento - ENED
Os Municípios e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - MODS
Os ODS prioritários para Portugal - Coerência.pt
Projeto BEACON


8.11.20

Aveiro mantém-se no topo do rating concelhio

 Notícia original, aqui

A Marktest acabou de publicar os ratings concelhios de 2020, que voltam a colocar o concelho de Aveiro no topo da lista. Braga sobe ao Top 5

Disponíveis na aplicação web Municípios Online, os ratings concelhios são métricas criadas pela Marktest desde 2014 que pretendem dar ferramentas às entidades locais ou às empresas com dispersão regional, ao permitir observar de forma rápida e intuitiva os principais pontos fortes e fracos de cada concelho.

Uma análise do rating concelhio global de 2020 permite verificar que o concelho de Aveiro lidera a tabela. Numa escala de 1 a 20, o concelho obteve 14.1, mantendo a posição de liderança alcançada no ano anterior e mantendo também o valor do rating.

Albufeira também mantém a segunda posição, já alcançada em 2018, com um rating de 13.9, uma décima menos do que em 2019.

Lisboa, que em 2019 estava ex aequo em segundo com Albufeira, desce à terceira posição, com um rating de 13.8, menos duas décimas do que no ano precedente.

Braga sobe da 7ª para a 4ª posição, com um rating de 13.7, mais uma décima do que em 2019.

Cascais encerra a lista dos 5 concelhos com melhor classificação quando analisados conjuntamente os seus indicadores de dinamismo demográfico, económico e qualidade de vida, com um rating de 13.5, menos 4 décimas do que no ano anterior.



Estes ratings estão disponíveis numa aplicação web, onde são apresentados em vários formatos, nomeadamente num dashboard que assinala com uma determinada cor os indicadores e as componentes deste rating de acordo com as notações obtidas. Pela sua visualização, é fácil e imediata a identificação das forças e fraquezas de cada concelho, dando assim um contributo ao estudo das melhores estratégias a adotar em função dessa avaliação.

A aplicação disponibiliza mais de 600 variáveis para vários anos, organizadas pelos temas:

  • Demografia
  • Famílias
  • Habitação
  • Educação
  • Saúde
  • Cultura
  • Empresas
  • Emprego e Desemprego
  • Actividade Económica - Agricultura
  • Actividade Económica - Energia
  • Actividade Económica - Construção
  • Actividade Económica - Comércio
  • Actividade Económica - Automóveis
  • Actividade Económica - Turismo
  • Actividade Económica - Banca
  • Eleições
  • Índices Marktest
  • Ratings concelhios

O Rating concelhio é um novo indicador criado pela Marktest para cada um dos 308 concelhos do país. Este rating tem 3 componentes, criadas a partir de 39 indicadores:

Dinamismo demográfico: 8 indicadores
Dinamismo económico: 16 indicadores
Qualidade de vida: 15 indicadores

Cada indicador foi classificado com uma notação de 1 a 20 tendo em conta a posição do concelho no conjunto dos 308 concelhos do país. Cada componente (demográfica, económica, qualidade de vida) tem uma notação média correspondente à média aritmética dos indicadores que a constituem. O rating concelhio (total) resulta igualmente da média aritmética das suas 3 componentes.

Consulte aqui mais informação sobre estes ratings e a aplicação Municípios Online ou contacte-nos para mais informações.

4.11.20

"A peste" - Camus

"A primeira coisa que a Peste trouxe à nossa cidade foi o exílio"

Albert Camus, in "A peste" (1940)


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Num dia igual aos outros, na cidade feliz de Oran, de frente para o mar Mediterrâneo, um rato saiu das sombras e veio morrer ensanguentado, numa rua primaveril...


31.10.20

Métricas de risco - COVID19 (atualização de 8/12)

<Atualização de 8/12/2020> 

A 26/10/2020, coloquei este post no meu mural do facebook

Segundo Pedro Simas - investigador principal do Instituto Medicina Molecular, o número “basal” médio diário, em período de retorno semanal, para Portugal, não poderá ultrapassar os 1500 casos positivos - dos quais resultam, em média, menos de 5% de internamentos. Isto para não deixar o SNS em nível de pressão elevada, durante mais de 3 semanas.
O nível “crítico” é atingido, com os 3000 casos diários, em período de retorno semanal, o qual pode conduzir o SNS a um nível de colapso após 3 semanas seguidas.
Eu, por mim, pela análise da evolução dos óbitos, aconselho a todos os grupos de risco - especialmente os seniores com mais de 80 anos, a auto isolarem-se na sua própria bolha, com zero contactos fora dela, a partir dos 30 óbitos diários, em período de retorno de 5 dias.
E, para evitar a atual sindemia, os demais, fora dos grupos de risco, só se devem auto-confinar, para lá dos 90 óbitos diários - por COVID19, ou aos 25% de óbitos COVID19 dos óbitos diários, num período de retorno de 5 dias.
É que se atingirmos esse número, estaremos a viver, não só na completa rotura do SNS, como na proliferação incontrolável da morte por esta nova doença.
E pronto. É isto: métricas simples, reações esclarecidas. Sem dogmas!
As vacinas e os tratamentos acabarão por vir ajudar,...

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De momento, o ponto de situação é o seguinte:


Observamos a tendência de MUITOS mais óbitos por razões não explicadas pelo COVID19, do que aqueles que faleceram por COVID19. O aumento do número de óbitos, depois de 17/3/2020, face à média dos anos de 2009/19 (período de retorno de 10 anos) são já mais de 13.000 mortos e os óbitos fora COVID, equivalem a 61%, do total do aumento.

Nota: Por ano o numero de óbitos em Portugal ronda os 110.000 - temos portanto um aumento de óbitos em 2020, de cerca de 15%



(dados atualizados a 8/12/2020, prospetivados até 12/12/2020)


Podemos observar que os 3000 casos, para período de retorno de 7 dias, foi atingido a partir de 27/10/2020, levando atualmente 43 dias seguidos, tendo atingido o NÍVEL CRÍTICO (como tal definido por Pedro Simas).

Não é descabido pensar que poderemos assim chegar ao NÍVEL de COLAPSO do sistema de saúde - mais de três semanas seguidas, após o nível crítico - período que se poderia ter atingido hoje (8 de dezembro), o que não tendo acontecido, só demonstra da escalabilidade do Sistema Nacional de Saúde, no qual foram ativados protocolos de transferência de doentes com o privado e social, aumentando dessa forma a capacidade do SNS.

Desde 2/12 que o numero médio de novos infetados, no período de retorno de 7 dias),baixou dos 4000, estando a descer consistentemente desde 15/11, afastando-se assim, lentamente, do cenário de colapso do sistema de saúde, anteriormente referido.


A nível de óbitos, o NÍVEL de auto-confinamento, para os idosos com mais de 80 anos (grupo etário nos quais encontramos 2/3 dos óbitos por COVID19, desde o início da pandemia), situado nos 30 óbitos, foi atingido a 30/10/2020, levando atualmente 32 dias seguidos, estando este valor estabilizado desde 13/11, variando entre os 70 e 80 óbitos (em média de retorno de 5 dias).

O NíVEL de auto-confinamento geral, que se atingirá com os 90 óbitos diários COVID ou 25% dos óbitos COVID em relação ao nº de óbitos geral, para período de retorno de 5 dias, está assim próximo.
Os valores médios dos últimos 5 dias rondam os 20% de óbitos COVID, entre o total de óbitos.

O nível de internamento (enfermaria e unidade de cuidados intensivos), está desde 1 de dezembro acima dos 5% - HOJE: 5,34%, face ao nº total de casos ativos, o que representa um aumento sustentado desde 14 de novembro - com variações desde os 3,76% a 14-15/11 e os 5,34% de hoje.

O seguinte mapa, reflete A NOVA ORGANIZAÇÃO do risco concelhio, válido desde terça-feira, dia 8/12/2020.

Nota: Alpiarça em risco BAIXO (0,071%), Tomar em risco ELEVADO (0,256%) e Nazaré em risco MODERADO (0,226%).

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A nível de óbitos:
- ACIMA de 80 anos = 67,1%
- Entre 70 e 79 anos = 20,4%
- Menores de 70 anos = 12,5%


29.10.20

Antonín Dvořák - Requiem

Alguns - bons, minutos de Dvorak, em homenagem aos quase 1000 mortos por mês, fora Covid, que há A MAIS em Portugal, desde que a Pandemia começou, por medo e pela incapacidade do sistema de saúde, votado ao abandono pelos Governos, especialmente ao longo da última década.

19.10.20

Turismo e sustentabilidade

Por António Paixão


Em todas as épocas, homens deslocaram-se pelo mundo ao ritmo das descobertas dos meios de comunicação, em viagens aristocráticas, religiosas, militares e comerciais. A viagem turística só estava ao alcance dos ricos e aventureiros que se deslocavam pelo prazer, facto este modificado pelas alterações proporcionadas pela Revolução Industrial que abriram as portas para a prática do turismo em larga escala, massificando a prática da atividade.

O turismo atual é uma grande indústria através do qual a riqueza gerada não tem limites, as fronteiras geográficas não existem, nem o tempo importa. Como podemos verificar nos dados estatísticos de Portugal em relação ao Turismo em 2019.

Em Portugal (dados definitivos 2019), o setor do alojamento turístico (Hotelaria, Alojamento Local, Ter e TH) registou 27,1 milhões de hóspedes, que geraram 70,2 milhões de dormidas, que correspondem a variações de, respetivamente, +7,9% e +4,6%, face ao ano anterior. Com destaque para o aumento, nas dormidas, do mercado norte-americano (+21,4%), brasileiro (+14,6%) e irlandês (+10,0%).

Ao longo dos 12 meses do ano passado, as unidades de alojamento receberam 26,9 milhões de hóspedes, mais 7,3% que em 2018. Destes quase 27 milhões de pessoas, 16,3 milhões eram estrangeiros, mostram os dados do INE, divulgados sexta-feira, 14 de fevereiro 2020.

As dormidas em 2019 subiram 4,1% - para 69,8 milhões, das quais 21,1 milhões foram de turistas nacionais. O Algarve foi a região que registou o maior número de dormidas - 20,9 milhões.

Os proveitos totais (que incluem os valores gastos pelos turistas com o alojamento, mas também outros serviços disponibilizados pelas unidades hoteleiras) aumentaram 7,3% para mais de 4,2 mil milhões de euros. Os hotéis registaram proveitos totais de 2,9 mil milhões de euros e o alojamento local contribuiu com 377 milhões de euros o valor global dos proveitos. Os proveitos de aposento cresceram 7,1% em 2019 para 3,2 mil milhões de euros, de acordo com os dados do gabinete de estatística.

Como é uma atividade crescente em todo o mundo, este crescimento se baseado na lógica quantitativa resulta na desordem do espaço e nas relações de produção que se fazem presentes no mesmo, provocando danos ao meio ambiente e às populações nativas.

Neste contexto, e de acordo com vários autores, tem de se equacionar os impactos positivos e negativos do turismo sobre o meio ambiente e as medidas atenuantes de forma a torna-lo sustentável:

Impactos Ambientais Positivos:

• Criação de planos e programas de conservação e de preservação de áreas naturais, sítios arqueológicos e monumentos históricos;

• Empreendedores turísticos investem em medidas de prevenção para manter a qualidade e atratividade dos recursos naturais e sócios culturais;

• Promoção de certos aspetos em regiões antes não valorizadas, desenvolvendo o seu conhecimento através de programas especiais;

• As rendas da atividade turísticas (impostos, taxas, ingressos) financiam a implantação de equipamentos e medidas de preservação;

• A recuperação psicofísica dos indivíduos;

• Utilização mais sustentável dos espaços e a valorização do convívio direto com a natureza.

Impactos Ambientais Negativos:

• Degradação da paisagem, devido a construções inadequadas ao lugar;

• Contaminação da água, rios e mares, pelo aumento de esgotos não tratados, mau funcionamento dos sistemas de tratamento, descarga de esgotos de iates de recreio;

• Degradação da fauna e da flora local, por desmatamentos, pesca e caça predatória;

• Redução da população de animais cuja coleta se destina à alimentação dos turistas, como camarão, caranguejo, lagostas;

• Poluição do ar, provocada pelos motores, pela produção e consumo de energia;

• Aumento da geração de resíduos sólidos

• Destruição da paisagem natural, dos sítios históricos, dos monumentos e das áreas agropastoris;

• Assoreamento da costa, com a destruição de recifes, corais, restingas, dunas, onde se destacam os constantes aterros para aumentar a área urbana.

Recomendações de medidas atenuantes:

• Estabelecimento de planos diretores participativos para os municípios afetados;

• Zelo pela preservação de áreas protegidas ou ameaçadas. Elaboração e implantação de planos de manejo para as unidades de conservação;

• Planeamento da utilização sustentável da água, avaliando a quantidade das reservas disponíveis e as necessidades previstas;

• Adequação dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos e resíduos sólidos para atendimento das exigências geradas pelo turismo;

• Cumprimento da legislação ambiental;

• Economia do consumo de energia;

• Estabelecimento de programas de educação ambiental para orientação do turista e da comunidade recetora;

• Possibilidade de participação da população afetada no processo de planeamento e execução dos empreendimentos;

• Planeamento do turismo respeitando as formas de vida e as tradições da população local;

• Promoção da capacitação e o aprimoramento profissional da população local.

Assim, a principal medida preventiva aos impactos ambientais do turismo é o bom planeamento, procurando na atividade um aliado à proteção do meio ambiente, para que os projetos turísticos não sejam apenas ambientalmente danosos, mas também economicamente sustentáveis.

No conceito de turismo sustentável, Dias (1999) ressalta que “o manejo adequado, cuidadoso e respeitoso com o meio ambiente, a cultura e as formas de vida das populações locais, não diminui o valor destas áreas como lugares de descanso e lazer, ao contrário, é fator positivo para a atividade turística”.

Resumindo, para que o turismo proporcione efeitos favoráveis nas localidades implantadas, exige não só a conscientização dos utilizadores, mas também uma planificação adequada dos governos, das empresas e das comunidades envolvidas.


Fontes:

1.       Instituto nacional estatística

2.       https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=353908971&DESTAQUESmodo=2

3.       https://travelbi.turismodeportugal.pt/pt-pt/Documents/Turismo%20em%20Portugal/turismo-em-numeros-2019.pdf

4.       Maria Martorano, O turismo sustentável rural como alternativa complementar de renda à propriedade agrícola. Dissertação (mestrado) -2002- Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.

http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/82503

5.       Silva, Maurício Sanches Duarte.     Avaliação de aspectos da fragilidade ambiental para o ecoturismo Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2007

https://br.123dok.com/document/z3dn577y-avaliacao-impactos-ambientais-ecoturismo-utilizando-sig-logica-fuzzy.html

6.       MORGANA  ROJAS, DIAGNÓSTICO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO DOS ENGENHOS, NO MUNICÍPIO DE AREIA–PB: BASE PARA O AGROTURISMO , Dissertação  (Mestrado  em  Engenharia  Agrícola) –Universidade  Federal  de Campina Grande, Centro de Ciências e Recursos Naturais. – 2005

https://docplayer.com.br/59833322-Diagnostico-do-ambiente-construido-dos-engenhos-no-municipio-de-areia-pb-base-para-o-agroturismo.html