29.6.19

O Ensino não é igual para todos - pobres relegados para formação "menor"


O que está em causa não é a igualdade de oportunidades, mas sim as condições objetivas dessa igualdade se processar.

A aposta tem de ser focada em reduzir os desequilíbrios salariais na sociedade, com uma renda básica garantida para todos, por exemplo e taxas de consumo gradativas consoante o luxo desse consumo.

Que sentido faz o IVA de jóias, iates e carros de elevada potência, serem iguais ao de um brinquedo para uma criança, ou de um computador?

Que sentido faz a Segurança social gastar dezenas de milhões€ por ano, em sistema de controlo e aferição de direitos (condições de recurso) e outras burocracias, quando esse dinheiro podia ser distribuído por todos, como um mínimo de existência, por exemplo atribuindo a cada criança e jovem 200/300€ mensais? - Estimo que o custo de uma medida destas seria de cerca de 1,9 mil milhões€/ano, mas que teria um profundo impacto na vida das famílias com filhos e promoveria de forma objetiva os nascimentos. e os milhares de empregos libertados da burocracia da Segurança Social, poderiam ser aproveitados para o trabalho social necessário, onde faltam sempre recursos...

*** *** ***
As diferenças sociais dos estudantes refletem-se não só nas instituições de educação mas também nos tipos de cursos em que ingressam.          © Adelino Meireles/Global Imagens


Ensino não é igual para todos. Alunos mais pobres ficam fora dos cursos com notas mais elevadas





Um estudo feito pelo Projeto EDULOG, da Fundação Belmiro de Azevedo, concluiu que são os estudantes provenientes de famílias com níveis de escolaridade mais elevados que conseguem entrar nos cursos superiores com notas mais altas.


O estudo intitulado "A Equidade no Acesso ao Ensino Superior", que é apresentado esta quarta-feira, analisou o corpo estudantil das universidades e dos institutos politécnicos portugueses, com base em dois indicadores: as qualificações dos pais dos alunos e o número de bolsas de ação social (destinadas aos alunos mais desfavorecidos) atribuídas.

As conclusões do Projeto EDULOG da Fundação Belmiro de Azevedo, avançadas pelo Jornal de Notícias e pelo Público , revelam que os jovens com pais sem formação ao nível do ensino superior representam apenas 61% dos novos inscritos nas universidades e politécnicos. E dos 45.051 alunos que, no total, frequentam o Ensino Superior em Portugal, apenas 14.187 (31,5%) são bolseiros.

Os estudantes oriundos de famílias com menos estudos - que não têm possibilidade de pagar explicações ou frequentar colégios privados - são aqueles que, tendencialmente, mais vão estudar para os politécnicos, uma vez que não conseguem atingir as médias exigidas pelas universidades. Se nas universidades, a percentagem de alunos bolseiros é de apenas 28,1%, nos institutos politécnicos ascende aos 37,4%.

As diferenças sociais dos estudantes refletem-se não só nas instituições de educação mas também nos tipos de cursos em que ingressam. Se a Medicina e as engenharias são os cursos mais escolhidos pelos alunos das classes mais favorecidas, os alunos de famílias com menos estudos predominam nos cursos de Educação (onde 39% dos alunos têm pais com formação ao nível do ensino básico) e Ciências Empresariais (onde a percentagem é de 20%).

E dentro das mesmas áreas de estudo também há diferenças. Na Saúde, os alunos das classes mais altas vão para os cursos de Medicina das universidades - em que 73,2% dos alunos têm pais com o ensino superior e onde há um menor número de estudantes a necessitar de bolsa de ação social. Já os alunos mais desfavorecidos ingressam nos cursos de Enfermagem e Tecnologias da Saúde dos politécnicos - em que 73% dos alunos têm pais com formação abaixo do ensino superior.

O estudo conclui que estes resultados vêm contradizer o que seria esperado perante a expansão do sistema educativo: que fossem reduzidas as desigualdades de acesso dos estudantes provenientes de diferentes níveis socioeconómicos. "Isso não se verificou", constata o relatório.

Em vez disso, confirma-se que os estudantes com origens mais favorecidas têm mais hipóteses de tirar proveito das oportunidades que lhe são oferecidas. As classes mais baixas só podem tirar vantagem da expansão do sistemas de ensino depois das necessidades da classes mais altas estarem já completamente satisfeitas.

A tendência, contudo, não se verifica apenas em Portugal. Os académicos internacionais classificaram este fenómeno pela designação "maximally mantained inequality" ("desigualdade máxima mantida").

Para tentar combater o problema, o Governo decidiu que, no próximo ano letivo, os cursos com notas de acesso iguais ou superiores a 17 valores terão de aumentar o número de vagas em pelo menos 5%. O coordenador do estudo da EDULOG, Alberto Amaral, não considera, no entanto, que a medida seja suficiente para resolver a desigualdade no acesso ao ensino superior em Portugal.

25.6.19

Malabarismos contabilísticos

Parece que os contabilistas do apeadeiro do Rato, anunciaram que o Estado teve de “lucro” nos primeiros três meses deste ano, qualquer coisa como 178 milhões€. Acontece que, a mesma contabilidade do Estado deteta 2.000 milhões€ de dívida aos fornecedores da saúde.

E que tal se Centeio e demais contabilistas, se deixassem de malabarismos, pagassem de vez a quem devem e nos fizessem poupar 200 milhões€ por Trimestre em juros “implícitos”, que são pagos no valor que os fornecedores da saúde “cobram” ao Estado pelos seus endémicos (e milionários) atrasos?

Que gaita: não façam de nós entupidos.😕🤙🏿

21.6.19

Em preparação das eleições de outubro

Assembleia Geral de aprovação das listas dos fundamentalistas do PAN...


13.6.19

O Portugal da Mini – um discurso salazarista em Portalegre

Com a devida vénia ao Coronel Matos Gomes, republico aqui o seu texto, do Jornal "O Tornado"

Tinha curiosidade no discurso de João Miguel Tavares, presidente das comemorações do 10 de Junho de 2019. Tinha vontade, mais do que esperança, de ser surpreendido. Em várias ocasiões da minha já longa vida vi pessoas vulgares superarem-se quando colocadas em situações difíceis. Serem mais do que eles.

Na minha geração e como símbolo do que quero expor, o Fernando Salgueiro Maia, que se transformou diante dos nossos olhos no Terreiro do Paço e no Largo Carmo no “homem do leme” do poema de um génio, Fernando Pessoa, que enfrentou o Mostrengo. O 10 de Junho tem como patrono um génio que escreveu uma epopeia dos portugueses.
O discurso de João Miguel Tavares correspondeu ao que esperava dele, em vez de génio e grandeza, ele exaltou o português da mini do snack bar da cidade, aquele português que sucedeu sem percalços ao português de Salazar do copo de três na tasca da aldeia. O mesmo português do respeitinho, servil, de chapéu na mão, um tanto alarve.
O Portugal e o portugueses do discurso de JMT foram os glosados por Alexandre O’Nill no poema «Portugal», os da:
desancada varina,
(d)o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
(d)a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!  

João Miguel Tavares proferiu uma arenga retirada da letra do fado Uma Casa Portuguesa:
Numa casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa. A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar, e ficar contente. Quatro paredes caiadas, um cheirinho a alecrim, um cacho de uvas doiradas, duas rosas num jardim, um São José de azulejo…
A Amália Rodrigues tinha muito melhor voz do que João Miguel Tavares na saga familiar, respeitável é claro, que entoou com voz fúnebre na descrição feita na sua terra natal do seu percurso. A do jovem filho de funcionários numa cidade do interior que chega onde ele chegou. Só deve existir vergonha na pobreza de espírito, digo eu. Que foi a que ele exibiu, para contrapor ao Camões.
Acontece que a arenga de JMT explorou os sentimentos mais baixos das turbas: a resignação, o servilismo hipócrita e a recusa de cada português assumir as suas responsabilidades. Populismo do mais reles. A demagogia do discurso assentou em dois pilares clássicos, já utilizados por Salazar na definição da sua família na capa do livro da 3ª Classe da Escola Primária: os portugueses querem uma vidazinha, uma casinha,  os filhos educados, pão e vinho sobre a mesa, um emprego no Estado, uma semana no Algarve, referiu o tribuno, numa concessão pós-moderna. Mais, os portugueses devem abster-se de assumir responsabilidades políticas – a política é uma porca e os políticos uns malandros da pior espécie, disse ele por outras palavras. Só não esclareceu que somos nós, os portugueses, a escolhê-los e a elegê-los, porque isso nos responsabiliza e o discurso da JMT é o da irresponsabilidade. Se os portugueses soubessem o que custa mandar preferiam obedecer, já Salazar sentenciou.
João Miguel Tavares lembrou que é o primeiro presidente das comemorações do 10 de Junho nascido na liberdade do pós-25 de Abril. Referiu que frequentou a escola primária pública, o liceu público e a universidade pública. Pelo seu discurso se conclui que o ensino, de qualquer natureza, não altera a natureza. Não fornece nem carácter, nem coragem. O ensino não dá grandeza a quem a não tem.
No Portugal de Salazar o vinho dava de comer a um milhão de Portugueses. No Portugal apresentado por João Miguel Tavares, são as mini que alimentam os seus portugueses e umas maledicências com tremoços.
Quer isto dizer que alguns temas da letra do fado que João Miguel Tavares proferiu em Portalegre, da corrupção à irresponsabilidade, não são candentes e não devem ser enfrentadas e punidas? Não, em absoluto. Quer apenas dizer que neste dia, ainda mais do que nos outros, devemos apelar ao que melhor temos, aos nossos melhores, que devemos ser individualmente mais exigentes em vez de nos lamuriarmos e de clamarmos por salvadores que nos conduzam como um rebanho. Nem uma palavra sobre o que julgo ser grande problema da democracia portuguesa: o sistema judicial em roda livre e coberto de privilégios.
O discurso deste 10 de Junho foi um discurso salazarista, com meio século de atraso, que podia ter sido proferido por um antigo graduado da Mocidade Portuguesa. Felizmente Portugal tem muito melhor que este JMT. Infelizmente são estes demagogos sem história que sobem às tribunas da opinião pública. Não é por acaso… e é perigoso…
*** *** ***

Obrigado meu Coronel. A facilidade da promoção da boçalidade, na sociedade dos twites é, de facto, demasiado perigosa!

9.6.19

Portugal foi dos países da Europa onde o salário mínimo menos cresceu

Assim vai o País da geringonça, com marketing e poucos resultados - quando comparados com os demais países da Europa.

Salário mínimo em Portugal foi dos que menos cresceu. Onde subiu mais?

Relatório do Eurofound coloca Portugal entre os países que menos aumentaram o salário mínimo nacional. A Lituânia foi o país onde o montante mais cresceu.

Salário mínimo em Portugal foi dos que menos cresceu. Onde subiu mais?© iStock
Osalário mínimo em Portugal pouco aumentou. A conclusão é de um estudo do Eurofound que revela que o salário base por cá registou uma valorização real de 2,8% ao longo do último ano, bem abaixo da Lituânia - que registou o maior aumento - com uma taxa de 36,5%. 
Por outro lado, o estudo revela que o salário mínimo em Portugal é dos que esté menos exposto a descontos para a Segurança Social, com uma taxa de 11%. Em termos de comparação, na Bélgica é onde a taxa de descontos é mais baixa, de 4,3%, enquanto na Lituânia é onde é mais elevada, de 39,5%
"Em Portugal, houve uma resposta mais positiva por parte do Governo, que propôs aumentar o salário mínimo nacional para pelo menos 600 euros e encorajou os parceiros sociais a achegarem a um nível superior. No entanto, como os parceiros sociais não atingiram esse acordo, o Conselho de Ministros aprovou a proposta inicial", pode ler-se no relatório. 
Entre os países onde o salário mínimo mais subiu, o destaque vai também para a vizinha Espanha - que ficou em segundo lugar - com uma valorização real de 21,1%. 
Do lado oposto, a Letónia registou mesmo um recuo (-2,9%)do valor do salário mínimo
Recordo que durante os anos da Governação da geringonça (2015-19), o salário Mínimo subiu 18,8% para 600€ e em Espanha, no mesmo período subiu 38,8% para 900€.
O valor do salário mínimo em Espanha é neste momento, praticamente igual ao salário médio dos trabalhadores por conta de outrem em Portugal: 943 (2017).
Assim não vamos a lado nenhum...

5.6.19

AS RELAÇÕES ENTRE AS ESPÉCIES - O caso do Liquen Evernia prunastri

As relações entre as espécies – vegetais ou animais, adoptam diversos tipos de interação, desde logo subdivididas entre três níveis básicos: o neutralismo, onde nenhuma das populações de espécies em interação é afetada pela outra; as interações negativas, onde genericamente a população de uma espécie é inibida, prejudicada ou mesmo finalmente dizimada, pela presença de outra espécie – aqui podendo coexistir diversos sub-tipos de intereção, do amensalismo à competição, passando pelos clássicos parasitismo e predação; e
Líquen Evernia prunastri. Foto: Randimal / Shutterstock.com (2)
as interações positivas, onde a associação entre duas populações se dá ou em que uma é beneficiada, sem prejudicar a outra – comensalismo, ou ambas beneficiam – simbiose. (1)

Neste artigo decidi abordar este último tipo de associação entre espécies – a simbiose, pela sua importância no mundo da ecologia, uma vez que havendo milhares de associações deste tipo, todas elas se caraterizam por existirem em habitats – considerado como um tipo de local, onde as espécies estão biologicamente adaptadas, considerada ainda nas suas componentes bióticas – a sua associação às demais espécies, em profundo equilíbrio.

As associações simbióticas, que podem ainda englobar dois tipos diferentes de efeitos, um dos quais referido pelo benefício simultâneo de ambas as populações, mas na qual nenhuma delas sobrevive isoladamente em condições naturais, ou seja é uma associação obrigatória, é designada de mutualismo; e o outro efeito no qual ambas as populações beneficiam da associação, mas sem que esta seja obrigatória, designada de protocooperação. (1)

O mutualismo é, portanto, um caso extremo de evolução, em que duas espécies não vivem isoladamente e, no seu habitat, apenas sobrevivem em simbiose obrigatória, sendo assim normalmente muito sensíveis a alterações no seu habitat, sendo que atualmente, eles são muito importantes para a reciclagem de nutrientes nos ecossistemas, servindo também como bioindicadores da qualidade do ar uma vez que a maior parte das espécies em simbiose mutualista (obrigatória) morre quando há alta carga de poluentes na atmosfera – sendo esse o caso específico dos Liquens. (2)

Mas o que são os líquens?

Basicamente Líquens, são associações entre dois organismos – um fungo, que fornece proteção, dando suporte e nutrientes (águas e sais minerais) a uma alga ou uma cianobactéria, que é um produtor fotossintético de alimento, que o fornece ao respetivo fungo associado, que sendo um organismo heterotrófico, não o pode produzir. (1)

Há essencialmente três tipos de associações simbióticas mutualistas de Líquens, com base na morfologia do talo: (3)(4)

– os Líquens do tipo crustáceo. É uma espécie que precisa de bastante luz e que pode observar durante todo o ano, e aquele que costuma dar cor às telhas e aos muros;

– os Líquens do tipo foleáceo, os quais se assemelham a folhas, muito comum nos troncos das árvores;

– e os Líquens do tipo fruticuloso, que fazem lembrar minúsculos arbustos, mais exuberantes.

Este tipo de associação simbiótica mutualista, debruça-se assim sobre um Líquen do tipo fruticuloso – o Evernia prunastri , que é muito comum no nosso País - com especial destaque na nossa região.

Nesta relação, o fungo presente fornece, usando a definição de ODUM (1913) (1) o respetivo nicho habitat, para as algas e cianobactérias presentes na associação, ou seja a sua localização física, uma vez que é no talo e nas rizinas, embora raras, que este desenvolve que as algas e cianobactérias se localizam; fornece e dá o nicho trófico, alimentando de sais minerais e água as algas e cianobactérias que, através da fotossíntese, por sua vez alimentam o fungo; e são simultâneamente nicho multidimensional um do outro, especialmente pelo pH e humidade que mantêm o nicho ecológico – do tipo generalista, uma vez que apresentam uma amplitude de nicho elevado – estando espalhado por diversos territórios, apesar de muito sensíveis a determinadas alterações do ambiente e por isso mesmo, como já referido, utilizados como bioindicadores.

O Líquen Evernia prunastri, tem o talo fruticuloso, erecto ou pendente, com até 10cm de comprimento. Lobos achatados dorso-ventralmente, estreitos (2 a 5mm de largura), normalmente dicotomicamente ramificados, com as axilas em forma de V. Face superior do talo de cor verde-amarelada ou verde-acinzentada, com sorálios – pequenos aglomerados de hifas e algas, com aspeto pulverulento, ou granuloso, com cor que varia entre o branco e o cinzento esverdeado - arredondados e abundantes, confluentes nas bordas dos lobos. 

Tem a face inferior do talo de cor esbranquiçada, sem rizinas. Apotécios raros. Na análise química, apresenta K (potássio), C (carbono), KC (carbonatos de potássio) e P (Fósforo) predominantes. (3)(5)


No Líquen Evernia prunastri, como em todos eles, o nome advém do fungo presente, sendo que as algas e/ou as cianobactérias podem variar e estar presentes em diferentes associações com outros fungos. Recordemos que o fungo é, basiacamente, a “estrutura”, com funções mecânicas e de transporte – dos nutrientes para as algas e cianobactérias e dos alimentos produzidos por estas para alimento destes, daí tal situação.

Este Líquen coloniza diversos habitats e é muito comum em Portugal, sendo um excelente exemplo de “cooperação” biológica entre duas espécies – um fungo, heterotrófico, e algas e/ou cianobactérias, produtores fotosintéticos. Um sem o outro, nunca viveriam nos habitats em que se localizam e são um exemplo de longevidade na vida na terra, dando feliz expressão à simbiose como forma de “cooperação” obrigatória entre espécies.


Bibliografia:


(1) http://www.cienciaviva.pt/img/upload/Liquenes_OCJF_2015.pdf

(2) https://www.infoescola.com/biologia/liquens/

(3) http://www.mitra-nature.uevora.pt/Especies-ehabitats/Fungos/Liquenes/Fruticulosos/Evernia-prunastri

(4) https://www.wilder.pt/seja-um-naturalista/saiba-identificar-6-especies-de-musgos-e-liquenesdas-arvores-e-telhados/

(5) https://saidaslagunadeaveiro.files.wordpress.com/2014/05/marinhagrande_liquenes.pdf


O Pós-artigo:
Os líquenes usados como medida e monitorização da poluição do ar na envolvente à Indústria SEVESO, da Celulose do Caima, aqui

1.6.19

Sismos e Tsunamis (Macaréus) em Portugal

"Tsunami", termo japonês que designa um nível elevado de águas num porto, é aplicado pelos japoneses às sobreelevações verificadas no litoral, resultantes de perturbações ocorridas no fundo do mar, nomeadamente sismos.

Em português são também usados os termos maremoto e macaréu, provocados por perturbações muito rápidas no fundo do mar, sendo a ruptura superficial a mais comum, mas também são conhecidas as crises vulcânicas submarinas, episódios turbidíticos ou, mesmo o mais recente e pouco conhecido fenómeno de "enrugamento" do fundo do do mar, em virtude da infiltração de água marinha nas primeiras camadas de rocha do fundo oceânico ao largo de Portugal.

Os maiores tsunamis registados na Terra até hoje - no tempo histórico recente, foram os de 1737, no Cabo Lopatka (Peninsula de Kamchatka), que gerou uma onda de 70 metros; o de 1876 na Baía de Bengala (Índia), com uma onda de cerca de 50 metros; o de 1883, resultado da erupção explosiva do Vulcão Krakatoa (Indonésia), com uma onde de 30-40 metros.

A origem dos sismos na costa portuguesa encontra-se no Banco submarino de Goringe, situado na zona de fratura Açores-Gibraltar, no contacto entre as Placas tectónicas Africana e Euroasiática.
Na noss acosta estes fenómenos adquirem especial destaque, face à total ausência de obstáculos entre o local de geração de sismos e a costa, pois a planicie abissal da ferradura conduz diretamente á costa portuguesa qualquer fenómeno catastrófico aí ocorrido.

A faixa costeira portuguesa deve ser assim considerada como zona de alto risco dada a sua proximidade e posição livre de obstáculos em relação a essa abissal e ao banco gerador dos sismos.

Há relatos dos Romanos de um tsunami na costa portuguesa no ano 60 AC, mas os mais relevantes ocorreram em:
- 24 de agosto de 1356;
- 26 de janeiro de 1531;
- 1 de novembro de 1755;
- 28 de fevereiro de 1969 (sismo de 7,8 escala de richter e tsunami pequeno).