Bombeiros trabalham para combater o incêndio conhecido localmente como Hillside e evitar que ele se espalhe para outras casas em San Bernardino, na Califórnia, EUA — Foto: Christian Monterrosa/AP |
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31.10.19
Fogos de Outono queimam Califórnia
30.10.19
29.10.19
Forças de Autoridade - falta de condições e redução de efetivos
Miguel Oliveira Rodrigues: “Os polícias choram muitas vezes de forma oculta”
Os números revelam uma realidade preocupante entre as forças da ordem. As condições de trabalho e a desvalorização enquanto ser humano levam cada vez mais agentes da autoridade ao último ato de desespero.
Nos últimos 19 anos, a taxa de suicídios nas forças policiais (Polícia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana) quase que duplicou em relação à média da população geral. Foram já 143 agentes da autoridade, seis dos quais em 2018, que colocaram termo à vida. A faixa etária dos 30 aos 34 anos registou o maior número de situações deste tipo (22%), sendo os 38 anos a idade média na qual mais polícias cometeram suicídio em Portugal.
@Jornal Económico (13/7/2018) - original aqui
As condições sociais a quem os Polícias e Guardas se encontram sujeitos vão-se degradando, de ano para ano, sem que o poder político cuide da sua reposição.
Não é por isso de estranhar que a existência de suicídios - a par de outros fenómenos de violência intra e extra familiar, na qual agentes de autoridade acabam por estar envolvidos, devia-nos levar a pensar que estes cerca de 45.000 mulheres e homens, deveriam contar mais connosco.
Aliás, desde 2005 (início do Governo PS de Sócrates) o seu numero reduziu-se em 1305 efetivos (-2,8%), passando de um total de 46847 (2005) para 45542 (2017), depois dum "máximo" de efetivos, no ano de 2000, com 48266 efetivos.
Convém notar que a variação de efetivos foi muito negativa no decurso dos gvernos "de direita", de 2000 a 2005 (-1419/-2,9%) e de 2011 a 2015 (-1010/-2,1%) e nos governos "de esquerda" um aumento de efetivos: de 1995 a 2000 (+5205/+12,1%) e de 2005 a 2011 (+214/+0,5%).
Tal facto - o aumento de efetivos no decurso de Governos de esquerda e a sua redução no decurso dos Governos de direita, não deixa de ser curioso e nos levar a pensar que há algo de errado, entre a propaganda da falta de meios/recursos e os riscos a que os Homens estão sujeitos e alguma da realidade observada.
https://www.pordata.pt/Portugal/Pessoal+ao+servi%C3%A7o+nas+pol%C3%ADcias+e+outros+organismos+de+apoio+%C3%A0+investiga%C3%A7%C3%A3o-276 |
27.10.19
Aumento do numero de dirigentes municipais justifica-se?
Típico dos sistemas de poder, que julgam que aumentando sempre as benesses, isso garantirá melhor o servilismo.
Não, não é para isso que existe uma estrutura orgânica municipal.
Nova estrutura orgânica publicada no Diário da República, em 22/1/2019
25.10.19
Noite sangrenta de 1921 - quando o anarquismo singrava
Aconteceu em 1921 - Noite Sangrenta derruba governo de António Granjo
Em 20 de outubro de 1921, o governo português caiu com um movimento a tomar o poder pelas armas. O presidente do Ministério António Granjo foi assassinado.
"O governo do Sr. António Granjo é derrubado" foi a manchete do DN em 20 de outubro de 1921. Depois de se demitir, forçado por um movimento revolucionário, o primeiro-ministro, ou presidente do Ministério como era designado o cargo, iria ser morto a tiro, num episódio que ficou conhecido como Noite Sangrenta.
António José de Almeida pedia a demissão de Presidente de República, apesar de os homens que lideraram a tomada do poder o tentarem demover, noticiava o DN na primeira página da sua edição, em que se dava conta de que o coronel António Maria Coelho assumia o comando das tropas revolucionárias. O DN apresentava mesmo "alguns minutos de conversa" com este militar.
Toda a primeira página foi dedicada ao acontecimento, com relatos sobre os bastidores, sobre como se iniciou e como os civis participaram na revolução.
24.10.19
23.10.19
Poluição e outras considerações, tendo por base o Rio Nabão
O facto de ter nascido junto a um Rio, de curso permanente e, de quando em vez, sujeito a cheias, em resultado do vale encaixado em que durante mais de 10 Km corre até, junto a Tomar se "espraiar", antes de mais 6 Km a jusante, afunilar de novo até desaguar no Zêzere, sempre me levou a olhar e a sentir a água como elemento identificador da minha vida.
Por isso sempre estive muito atento aos cíclicos problemas de poluição do Rio.
Sabemos que Poluição pode ser definida como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar das populações, que causem dano à fauna e à flora, que afetem as atividades sociais e económicas e as condições estéticas ou sanitárias do ambiente [CARRAPETO, 2017]
A distinção entre poluição e contaminação é também, neste contexto importante, uma vez que contaminação é definida como a presença de concentrações elevadas de substancias na água, nos sedimentos ou organismo e poluição, como a introdução pelo Homem, direta ou indiretamente, de substâncias ou energia no ambiente, resultando em efeitos nocivos que prejudiquem os recursos vivos. [GESAMP e ICES]
A poluição, por bioacumulação - que acontece quando um organismo não consegue excretar um contaminante e a consequente biomagnificação - que acontece quando os predadores acabam por concentrar ainda mais os contaminantes da base da cadeia alimentar, acontece nos poluentes que não se degradam por ação das bactérias ou do tempo (não são bio-degradáveis), englobam especialmente:
- Os metais pesados (por exemplo Cd, Cu, Hg, Zn);
- Os hidrocarbonetos halogenados (por exemplo o DDT, a dieldrina);
- Certos químicos industriais (por exemplo os PCB's).
Os poluentes mais frequentes que podem afetar os subsistemas da Terra - e a nossa saúde são:
- as dioxinas (com origem nos resíduos e lixo);
- as partículas em suspensão (com origem nos carros e torres industriais);
- o chumbo (com origem nos carros, pinturas e algumas indústrias);
- o mercúrio (com origem nas centrais elétricas, fábricas de soda caustica e inceneração de lixo);
- pesticidas, benzeno e determinados isolantes.
Mas o tipo de poluição mais difusa, porque cumulativa, ao longo de períodos de tempo longos e cujos efeitos só mesmo a longo prazo se sentem, é a chamada poluição global, onde se insere:
- o efeito de estufa, quando os 9% de radiação recebida pelo sol deixam de ser irradiados, pela presença cada vez maior de CO2 na atmosfera;
- aquecimento global, sabendo nós que o CO2 garante uma das condições básicas para a existência de vida na terra - o calor, uma vez que a camada protetora de CO2 na atmosfera evita que parte das radiações infravermelhas, refletidas pelo superfície terrestre, sejam expulsas para o espaço. O seu aumento continuado (que já é superior a 1%/ano), terá com consequência o seu também continuado aumento da temperatura média do globo;
- elevação da temperatura da Terra, estimando-se que um aumento entre 2-5 graus provoque mudança nas condições climáticas;
- radiação ultravioleta e o buraco do ozono, tendo a primeira impacto direto nos sistemas imunológicos, morte de células e o segundo a destruição da capacidade de fotossíntese das plantas;
- chuvas ácidas, de neblinas de ácido nítrico e sulfúrico, ou chuvas secas - de partículas, resultado da queima incompleta de combustíveis fósseis, para produzir energia e uso de carros;
- perda de biodiversidade, com a intensa devastação de florestas e à emissão de partículas e CO2 pelas queimas continuadas, também com esterilização de solos e potenciação dos extremos climáticos.
Os dez principais poluentes, são [CARRAPETO, 2017]:
- dióxido de carbono;
- monóxido de carbono;
- dióxido de enxofre;
- óxido de azoto;
- fosfato;
- mercúrio;
- chumbo;
- petróleo;
- DDT e outros pesticidas;
- radiações
O que é fato é que o nosso Rio, absorve alguns destes 10 principais poluentes, senão vejamos:
- dióxido de carbono - através da combustão de produtos ricos em carbono, pelas viaturas em circulação;
- monóxido de carbono - através da combustão incompleta de produtos ricos em carbono, pelas viaturas em circulação;
- dióxido de enxofre - através da combustão de produtos petrolíferos, pelas viaturas em circulação;
- óxido de azoto - através da utilização de fertilizantes agrícolas;
- fosfatos - através da utilização de fertilizantes agrícolas e do uso de detergentes com excreção direta para as linhas de água;
- DDT e outros pesticidas - através da atividade agrícola de controlo de pragas;
- Os metais pesados (por exemplo Cd, Cu, Hg, Zn);
- Os hidrocarbonetos halogenados (por exemplo o DDT, a dieldrina);
- Certos químicos industriais (por exemplo os PCB's).
Os poluentes mais frequentes que podem afetar os subsistemas da Terra - e a nossa saúde são:
- as dioxinas (com origem nos resíduos e lixo);
- as partículas em suspensão (com origem nos carros e torres industriais);
- o chumbo (com origem nos carros, pinturas e algumas indústrias);
- o mercúrio (com origem nas centrais elétricas, fábricas de soda caustica e inceneração de lixo);
- pesticidas, benzeno e determinados isolantes.
Mas o tipo de poluição mais difusa, porque cumulativa, ao longo de períodos de tempo longos e cujos efeitos só mesmo a longo prazo se sentem, é a chamada poluição global, onde se insere:
- o efeito de estufa, quando os 9% de radiação recebida pelo sol deixam de ser irradiados, pela presença cada vez maior de CO2 na atmosfera;
- aquecimento global, sabendo nós que o CO2 garante uma das condições básicas para a existência de vida na terra - o calor, uma vez que a camada protetora de CO2 na atmosfera evita que parte das radiações infravermelhas, refletidas pelo superfície terrestre, sejam expulsas para o espaço. O seu aumento continuado (que já é superior a 1%/ano), terá com consequência o seu também continuado aumento da temperatura média do globo;
- elevação da temperatura da Terra, estimando-se que um aumento entre 2-5 graus provoque mudança nas condições climáticas;
- radiação ultravioleta e o buraco do ozono, tendo a primeira impacto direto nos sistemas imunológicos, morte de células e o segundo a destruição da capacidade de fotossíntese das plantas;
- chuvas ácidas, de neblinas de ácido nítrico e sulfúrico, ou chuvas secas - de partículas, resultado da queima incompleta de combustíveis fósseis, para produzir energia e uso de carros;
- perda de biodiversidade, com a intensa devastação de florestas e à emissão de partículas e CO2 pelas queimas continuadas, também com esterilização de solos e potenciação dos extremos climáticos.
Os dez principais poluentes, são [CARRAPETO, 2017]:
- dióxido de carbono;
- monóxido de carbono;
- dióxido de enxofre;
- óxido de azoto;
- fosfato;
- mercúrio;
- chumbo;
- petróleo;
- DDT e outros pesticidas;
- radiações
O que é fato é que o nosso Rio, absorve alguns destes 10 principais poluentes, senão vejamos:
- dióxido de carbono - através da combustão de produtos ricos em carbono, pelas viaturas em circulação;
- monóxido de carbono - através da combustão incompleta de produtos ricos em carbono, pelas viaturas em circulação;
- dióxido de enxofre - através da combustão de produtos petrolíferos, pelas viaturas em circulação;
- óxido de azoto - através da utilização de fertilizantes agrícolas;
- fosfatos - através da utilização de fertilizantes agrícolas e do uso de detergentes com excreção direta para as linhas de água;
- DDT e outros pesticidas - através da atividade agrícola de controlo de pragas;
* CARRAPETO, Cristina - Poluição (UA, 2017)
* GESAMP - United Nations Group of Experts on the Scientific Aspects of Marine Pollution
* ICES - International Comission for the Exploration of the Sea
A nascente do Rio Nabão - Concelho de Ansião (Olhos D'Água)
A nascente do Rio Nabão - Concelho de Ansião (Olhos D'Água)
21.10.19
A "bolha", o ser vivo mais estranho da terra...
Notícia original, aqui
A personagem principal desta notícia parece saída de um filme de terror, mas é na realidade o protagonista de uma exposição em França. Esta quarta-feira, o Parque Zoológico de Paris apresentou um misterioso organismo conhecido como “bolha”. De seu nome científico Physarum polycephalum, este ser vivo unicelular amarelado tem a aparência de um fungo, mas age como um animal.
Integrado numa nova exposição deste parque francês que estará aberta ao público a partir deste próximo sábado, a “bolha” não tem boca, nem estômago, nem olhos, mas consegue detectar comida e digeri-la. O Physarum polycephalum tem quase 720 sexos, consegue mover-se sem patas ou asas e conseguem regenerar-se em dois minutos se for cortado ao meio.
“A bolha é um dos grandes mistérios da natureza”, afirmou Bruno David, director do Museu de História Natural de Paris, do qual o Parque Zoológico de Paris faz parte. “Este ser vivo é surpreendente porque não tem cérebro, mas é capaz de aprender. Se juntarmos duas bolhas, a primeira transmitirá os seus conhecimentos à outra”, acrescentou.
Integrado numa nova exposição deste parque francês que estará aberta ao público a partir deste próximo sábado, a “bolha” não tem boca, nem estômago, nem olhos, mas consegue detectar comida e digeri-la. O Physarum polycephalum tem quase 720 sexos, consegue mover-se sem patas ou asas e conseguem regenerar-se em dois minutos se for cortado ao meio.
“A bolha é um dos grandes mistérios da natureza”, afirmou Bruno David, director do Museu de História Natural de Paris, do qual o Parque Zoológico de Paris faz parte. “Este ser vivo é surpreendente porque não tem cérebro, mas é capaz de aprender. Se juntarmos duas bolhas, a primeira transmitirá os seus conhecimentos à outra”, acrescentou.
De acordo com o jornal francês Le Monde, este é um organismo primitivo, que terá surgido há 500 milhões de anos, antes do aparecimento do reino animal. Como é unicelular, no início da sua vida é difícil de localizar, mas quando cresce pode ser encontrado em florestas temperadas ou em certas grutas.
Em laboratório, pode estender-se por até dez metros quadrados. “Podemos criar bolhas de todos os tamanhos, não há bem um limite”, assinala Audrey Dussutour, especialista na bolha do Centro Nacional de Investigação Científica francês (CNRS). No sábado, a investigadora fará a apresentação “A bolha, um ovni na biologia” no Parque Zoológico de Paris, o primeiro do mundo a exibir este organismo.
Para que se consigam ter exemplares suficientes para a exposição, a partir da mesma amostra têm sido criados novos exemplares no zoo todos os dias. “Nunca nos pára de surpreender. Pode morrer de várias formas, mas também ficar dormente. Nesse estado, pode quase ser imortal… Mesmo se for colocado no microondas durante alguns minutos”, conta Audrey Dussutour.
E a sua classificação continua a ser um mistério. “Não sabemos onde colocá-lo na árvore da vida”, disse Bruno David ao Le Monde. Como tem um modo de se reproduzir parecido com o dos cogumelos, até à década de 1990 ainda foi considerado um deles. Desde então, integra a classe Myxogastria. “Sabemos, de certeza, que não é uma planta, mas não sabemos bem se é um animal ou um fungo”, referiu ainda à agência Reuters Bruno David. “E comporta-se de forma surpreendente para um ser que parece um cogumelo. Afinal, tem o comportamento de um animal e é capaz de aprender.”
O Physarum polycephalum é conhecido como bolha devido ao filme de terror e ficção científica chamado “A Bolha”. Neste filme, protagonizado por Steve McQueen, um ser gelatinoso consumia tudo por onde passava numa pequena localidade da Pensilvânia, Estados Unidos.
20.10.19
19.10.19
São os nossos impostos que pagam as Joacines deste País...
Demorei anos a perceber o verdadeiro alcance daquilo que são as políticas de integração em Portugal. Senão vejamos:
A Joacine, atualmente com 37 anos, africana de nascimento e cidadã portuguesa, com dupla nacionalidade, foi estudar para o ISCTE, findo o secundário, onde terá terminado a sua licenciatura em 2003/4.
Das várias pesquisas que fiz, naturalmente incompletas, apresenta-se sempre como “ativista política” e “investigadora”, deduzo que com uma daquelas bolsas de investigação que as universidades ajudam a candidatar a fundos públicos.
Ou seja, depois da licenciatura obtida, com igual e natural mérito face aos demais estudantes, espero que não tenha havido qualquer discriminação - positiva ou negativa, pelo facto de ser africana e/ou mulher.
Desenvolveu depois estudos de mestrado e de doutoramento, sobre temas inenarráveis e de irrelevante interesse nacional, naturalmente financiada pelos nossos impostos, os quais devem ter feito falta noutros setores educativos e/ou de desenvolvimento do interior de Portugal, onde desde que a Joacine se licenciou, fecharam mais de 80% das escolas primárias e se perdeu mais de 30% da população (nalguns casos até quase 50%) - em 25 anos.
O problema não é, objetivamente, ela ser africana ou mulher. O problema está em que não parece que ela, nestes 29 anos em Portugal, tenha desenvolvido qualquer outra forma de ação que não estivesse alocada ao radicalismo feminista ou rácico..
Investigadora no ISCTE, bolseira e/ou contratada a recibos verdes, para fazer estudos sobre os temas que são públicos, paga por todos nós para estudar e nos impor ideias simples, como por exemplo o empoderamento - essa nova seita das feministas ou da ausência de racismo por parte dos africanos face aos brancos - tudo matérias abordadas pelas suas teses.
Hoje é, pelo voto do povo, e muito bem - deputada, onde vai continuar a viver dos nossos impostos e tentar impor a sua - e de parte da universidade portuguesa, agenda radical, a qual cada vez se aproxima mais da revolução cultural de Mao Tsé Tung, na China dos anos 60.
Sim.
Agora percebo, que a nossa liberdade de viver uma vida normal, de liberdade de expressão e de respeito pela diferença, está de novo em causa, como o esteve durante séculos, enquanto a igreja católica queimava na fogueira, quem se atrevia a pensar fora do dogmatismo fanático que defendia.
Que gaita.
Aos 52 anos descobri isto tudo e pergunto-me: onde falhei, enquanto cidadão e político, para dar espaço aos Mamadus e Joacines desta vida.
✊🏻🙁🤙🏿
18.10.19
17.10.19
Que tsunami é este que lidera os protestos na Catalunha?
Notícia original aqui
Autoridades espanholas estão a investigar quem poderá estar por detrás da plataforma Tsunami Democràtic, a que Pep Guardiola deu voz e rosto na segunda-feira à noite. Nasceu no início de setembro e defende a não-violência e os bloqueios como os que paralisaram o aeroporto de El Prat.
Autoridades espanholas estão a investigar quem poderá estar por detrás da plataforma Tsunami Democràtic, a que Pep Guardiola deu voz e rosto na segunda-feira à noite. Nasceu no início de setembro e defende a não-violência e os bloqueios como os que paralisaram o aeroporto de El Prat.
A resposta à sentença dos ex-líderes independentistas catalães foi liderada nas ruas por uma plataforma chamada Tsunami Democràtic, que nasceu no início de setembro nas redes sociais e teve o aval dos partidos e das associações ligadas ao movimento pela independência da Catalunha.
O bloqueio do aeroporto de El Prat foi a primeira grande ação do grupo cujo objetivo é gerar "uma crise generalizada no Estado espanhol". Ninguém sabe quem são os seus líderes, que pediram ao treinador do Manchester City, Pep Guardiola, para ler o primeiro grande comunicado desta plataforma.
As autoridades espanholas já estão a investigar. "Acabaremos por saber quem está por detrás deste movimento", disse o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, diante das câmaras da TVE. Noutra televisão, laSexta, o ministro quis deixar claro que "não se perseguem ideias", mas investigam-se "factos com aparência criminosa importante".
Como funciona?
A Tsunami Democràtic, que se apresenta como a resposta cidadã à sentença do Supremo Tribunal, mostrou a sua capacidade de mobilização ao convocar os protestos que bloquearam o aeroporto de Barcelona. Uma das manobras foi a distribuição de falsos bilhetes de avião para permitir aos manifestantes ultrapassar a primeira barreira de segurança, quando as autoridades só estavam a deixar entrar nos terminais quem mostrasse um cartão de embarque.
A plataforma atua dentro da mesma lógica clandestina que permitiu a organização do referendo independentista de 1 de outubro de 2017, com o transporte das urnas de voto para as assembleias sem que as autoridades o conseguissem travar. Cada membro do grupo tem uma tarefa e procura outro indivíduo para comunicar a etapa seguinte. A comunicação é feita entre intermediários, que podem até nem se conhecer, não entre um líder e os seguidores.
No seu site, que foi registado a 23 de julho numa ilha das Caraíbas, reiteram que são por uma ação não violenta e estão dispostos a suportar o sofrimento em vez de o infligir. "Não lutaremos violentamente se eles nos atacarem", refere, e incluem um guia básico de conselhos legais sobre o que podem as autoridades policiais fazer e que direitos têm aqueles que possam ser detidos ou retidos pela polícia. Incluem links para o perfil de Twitter (onde têm quase 165 mil seguidores), de Instagram (91 mil seguidores) e o canal de Telegram do grupo (ontem já tinha quase 249 mil membros).
Nesta terça-feira apresentaram uma app para coordenar as ações. "Já tínhamos dito: a resposta és tu. Ontem ficou muito claro que a força são as pessoas. Isto só começou. Agora devemos preparar-nos para o imparável tsunami democrático", indicaram, com o link para a aplicação. Dizem que é segura, anónima e privada. Mas só funciona depois de ser validada por um código QR, que cada utilizador tem de procurar dentro do seu grupo de confiança. Depois, dirá qual a disponibilidade e os recursos que têm, recebendo a partir daí as convocatórias para novas ações.
Os protestos contra a sentença dos líderes independentistas, condenados a penas entre os 9 e os 13 anos de prisão, continuaram nesta terça-feira, com cortes de estradas na Catalunha e mais cargas policiais.
O que querem?
"A luta não violenta não acabará até que se termine a repressão e se respeite o direito à autodeterminação como se fez no Quebeque ou na Escócia", disse o treinador do Manchester City, Pep Guardiola, que leu na segunda-feira à noite um comunicado da plataforma e se tornou o rosto do movimento que não tem um líder conhecido. Guardiola falou em inglês, com legendas em castelhano e catalão.
16.10.19
15.10.19
Metabolismo Urbano – As Cidades Também Comem
Artigo original, publicado aqui
Por Daniela Ferreira, Engª. do Ambiente formada pelo Instituto Superior Técnico
Estamos habituados a pensar numa cidade como uma unidade de urbanismo. Uma unidade física que nos abriga e acolhe no dia-a-dia corriqueiro das nossas vidas. Todavia, em 1965, Abel Wolman olhou a cidade de uma forma diferente.
No seu trabalho designado “O metabolismo das cidades” desenvolveu o conceito de metabolismo urbano que viria a mudar toda uma forma de pensar sobre elas.
O metabolismo urbano é definido como a quantificação das necessidades de materiais e bens necessárias ao suporte das tarefas humanas nas cidades, incluindo a remoção e deposição dos resíduos.
De uma forma mais simples, Wolman olhou para a cidade de uma perspetiva orgânica e biológica e viu que, à semelhança de todos os organismos vivos, também a cidade precisava de uma fonte de energia e de alimento para que pudesse crescer e desenvolver-se da forma como a conhecemos.
Depois da primeira definição de Wolman, mais de quarentena anos depois, Kennedy e os seus colegas aprimoraram o conceito, definindo-o como a soma total dos processos técnicos e socioeconómicos que ocorrem nas cidades, e que resultam no seu crescimento, produção de energia, e eliminação de desperdícios sob a forma de resíduos.
Desta forma, o conceito de Metabolismo Urbano é baseado na metáfora ecossistémica onde as cidades são consideradas sistemas complexos, que para crescerem necessitam de consumir matérias-primas, água e ar (que são extraídos do ambiente e que são posteriormente transformadas parcialmente em produtos). Dado que os processos de transformação das matérias-primas têm grandes ineficiências deles resultam resíduos e emissões que são devolvidos à natureza, fechando-se assim o ciclo de materiais.
Os problemas ambientais surgem não só na fase de deposição dos desperdícios mas também durante todo o processo de crescimento da cidade.
Para que se possa compreender quais as ações a desenvolver, com o intuito de minimizar as consequências ambientais nefastas resultantes do metabolismo das cidades, é necessário proceder à contabilização e monitorização dos fluxos de materiais bem como das quantidades envolvidas, para que se possa mais facilmente ter uma ideia dos possíveis impactes.
De acordo com a primeira lei da termodinâmica (a lei da conservação da massa), tudo o que entra num sistema é igual ao que sai mais o que nele fica acumulado. Este princípio básico referente ao balanço da matéria é verdadeiro em qualquer sistema, pelo que também é válido para as cidades.
A metodologia prática que permite uma análise do metabolismo urbano de uma cidade é designada por Análise de Fluxo de Materiais (AFM).
A AFM permite contabilizar os materiais que fluem dentro do sistema (cidade), os seus stocks e fluxos que a atravessam, e ainda contabilizar o resultado dos seus outputs que são descarregados no ambiente sob a forma de poluição, resíduos ou exportações.
A AFM usa como ferramenta a técnica de contabilização de fluxos de materiais (CFM) que consiste num modelo simplificado das inter-relações da economia da cidade com o ambiente, no qual a economia da cidade funciona como um subsistema do ambiente dependente de um constante fluxo de materiais e energia.
Para a elaboração de uma contabilização de fluxos materiais é necessário definir o sistema que vai ser analisado (normalmente uma cidade ou área metropolitana), bem como o horizonte temporal durante o qual este vai estar a ser analisado (p. ex. um ano ou um intervalo de anos) e ainda possuir dados estatísticos que permitam a contabilização de todas as produções, extrações, importações, exportações, resíduos, e emissões de materiais na cidade em análise.
Estando reunidos todos os parâmetros acima descritos passamos a dispor de tudo o que é necessário para se elaborar o balanço entre as entradas (extração de recursos naturais e importação de bens) e as saídas (resíduos, emissões atmosféricas, para o solo e para a água, e exportações) que irá resultar no cálculo da acumulação de stock de materiais (ver ilustração 1).
Importa notar ainda que esse stock se manifesta sob a forma das infraestruturas, parque imobiliário e bens de investimento duráveis no sistema económico em análise.
Em resumo, através desta abordagem, uma cidade é conceptualizada sob a forma de um sistema que está interligado ao sistema ambiente, que extrai e transforma materiais deste último, mantem-nos acumulados durante um período de tempo e deposita-os de novo no ambiente no fim da sua utilização.
Atendendo a que mais da metade da população do mundo vive hoje em cidades, e as maiores áreas urbanas do mundo estão a crescer a um ritmo alucinante, tendo como exemplo as megacidades – regiões metropolitanas com população superior a 10 milhões – que de 1975 passaram de apenas 3 para 20 atualmente, torna-se cada vez mais relevante pensar sobre as cidades do ponto de vista metabólico, daí a importância do conceito de metabolismo urbano.
Através da análise e compreensão exaustiva de todos os fluxos inerentes às cidades, poderemos compreender quais as políticas e metas a adoptar a fim de se conseguir obter um efetivo controlo do crescimento urbano, e minimizar as consequências ao nível ambiental que esse crescimento acarreta.
O conceito de metabolismo urbano constitui-se assim, como uma ferramenta fulcral de conhecimento que permite às entidades responsáveis, identificar, analisar e planear de forma mais consciente todas as acções a desenvolver, que permitirão mitigar os efeitos do crescimento urbano desmesurado, que se tem vindo a fazer sentir nas últimas décadas e suas respetivas consequências que em tanto se têm demonstrado nefastas ao meio ambiente.
**** *** ** * [NOVO ARTIGO, original a ser lido aqui]
A Importância do Metabolismo Urbano para as Cidades Contemporâneas
20 de Junho de 2018, 20:00 , por Jason Daniel Lang Achermann
Já ouviram falar no Metabolismo Urbano? Já pensou na cidade como um organismo vivo e que, como qualquer outro ser vivo, ela poderia possuir relações de transformação de substâncias para manter vivo seu funcionamento? Sim isso é possível, a abordagem teórica do metabolismo urbano compara a cidade a um organismo vivo e assim estuda e analisa os processos metabólicos dos sistemas urbanos.
Ele utilizou dados nacionais sobre a utilização dos recursos naturais, o autor partiu do princípio que o estudo e quantificação dos fluxos de matéria e energia que entram e saem das fronteiras cidades, permite a compreensão do seu funcionamento.
Todos os metabolismos são sistemas abertos, ou seja trocam matéria e energia com o meio em que estão inseridos, e necessitam de energia exterior para manter o seu funcionamento. E nas cidades não é diferente, isso pode ser visto nas residências, ruas e bairros, que necessitam de energia para funcionamento dos eletrodomésticos, sinais de transito, iluminação das vias etc.
Em todo e qualquer ambiente urbanizado ocorrem processos constantes de extração, transferência, acumulação e disposição de matéria e energia provenientes de ambientes naturais, sendo água, matérias primas, energia e nutrientes os quatro fluxos fundamentais analisados nos metabolismos urbanos.
Com o passar dos anos e aprimoramentos da metodologia de análise, a abordagem do Metabolismo Urbano se tornou uma ferramenta poderosa de gestão da água, da energia, dos materiais e dos nutrientes que entram e saem das fronteiras das cidades, pois a ajuda à evitar os desperdícios desses recursos. Entender o metabolismo de uma cidade, ver a sua evolução com o tempo e comparar com o de outras cidades permite criar diretrizes voltadas à redução dos impactos ambientais.
Metabolismo mais eficientes consomem menos recursos naturais, buscar maior eficiência energética nas cidades é fundamental no contexto de crescentes escassez de recursos que estamos vivenciando nos dias atuais. Uma cidade que se situa em um deserto é quase inteiramente dependente de consumos externos e portanto tem um metabolismo muito custoso. Através da Análise do Fluxo de Materiais (AFM) e da Análise do Ciclo de Vida (ACV), estuda-se as interações existentes entre as cidades e os outros ambientes do planeta terra, já que a biosfera nada mais é do que vários sistemas e subsistemas que interagem entre si. Essa relação de sistemas pode ser cooperativa ou competitiva, dilapidadora ou simbiótica e portanto, em geral, quanto mais harmônicos são os processos, mais favorável é o metabolismo.
A AFM e ACV são as metodologias mais utilizadas e fundamentais, dentro da abordagem teórica do metabolismo urbano, para avaliar a sustentabilidade das cidades.
A AFM tem como propósito tem a contabilização e a análise dos fluxos e estoques de materiais, substâncias, necessidades energéticas e das emissões das cidades. O princípio base é a conservação da matéria, isto é, os fluxos que entram num subsistema são iguais aos fluxos que saem. Com os dados de entrada e saída de materiais e energia de um determinado sistema são geradas as equações de balanço traduzem o funcionamento do sistema.
Já a Análise do Ciclo de Vida (AFM), nada mais é do que, uma metodologia de construção de modelos que representam os fluxos de entradas e saídas de energia, água, produto, alimento ou serviço em todo seu ciclo de vida, desde a extração da matéria-prima, transporte, fabricação, uso, até sua destinação final.
Diversos países e instituições internacionais já perceberam que pensar em soluções para consumo exagerado de recursos naturais da nossa sociedade não é mais uma questão de opção.
Em 2008, instituições de nove países da União Europeia lançaram o Sustainable Urban Metabolism for Europe (SEMA)[2] com o intuito de desenvolver soluções integradas, através da abordagem do Metabolismo Urbano, para o consumo de recursos nas cidades europeias. Mais recentemente, em dezembro de 2017, a ONU Brasil lança um vídeo[3] explicativo sobre o atual ritmo acelerado de consumo dos recursos naturais no mundo e a importância do metabolismo urbano nesse contexto.
Além da energia que se usa efetivamente, todos os sistemas perdem, ou dissipam, quantidades significativas de energia durante seu funcionamento. As transferências energéticas do sistema são feitas com perdas e esse fenômeno é compreendido na física como uma tendência à “desordem”, ou entropia.
Esse tendência à entropia é a base da Segunda Lei da Termodinâmica que diz que todos os sistemas tendem à se desorganizar e para se manterem ordenados gastam muita energia. Aqui entra uma coisa interessante: tender à desorganização é uma lei dos nossos corpos, nossas casas, nossas cidades e do Universo inteiro. Os seres vivos e as cidades são sistemas que necessitam de grandes quantidades de energia para não entrarem em desordem.
Já percebeu o caos que se instaura na sua cidade quando falta luz e água ou quando faltam alimentos e produtos básicos para sobrevivência em locais atingidos por guerras ou desastres naturais? Já imaginou como seria o funcionamento do sistema de transporte da sua cidade se as reservas de petróleo do mundo se esgotassem?
Historicamente, as sociedades sempre usaram os recursos naturais para produzir instrumentos, mercadorias, alimentos, abrigo, etc. Porém, com as revoluções industriais, o desenvolvimento das máquinas e a utilização dos combustíveis fósseis as sociedades intensificaram exponencialmente o uso de matéria e energia, pois as descobertas tecnológicas diversificam e acentuam a produção. A economia antes baseada no trabalho humano passou a se basear nas máquinas, o comercio de produtos foi intensificado, e com isso as atividades exercidas pelos humanos passaram a depender mais do que nos períodos anteriores do consumo de matéria e energia.
É praticamente impossível imaginar o funcionamento das nossas cidades hoje sem a utilização de fontes energéticas não renováveis como os combustíveis fósseis.
Basicamente, os metabolismos das cidades possuem dois tipos de funcionamento: o linear e o circular.
O Metabolismo Linear consiste em um sistema composto por fluxos unidirecionais, em que a maior parte da matéria e energia incorporada ao interior do sistema, é utilizada e ejetada depois como resíduos. Nesses metabolismos muito pouco é reaproveitado, por isso eles precisam de grandes quantidade de recursos e energia para manter o seu funcionamento. A quantidade de energia que precisa entrar nos metabolismo lineares é elevada, bem como a quantidade de resíduos e emissões produzidos, com desperdício de energia e matéria. Já o Metabolismo Circular, imita (mimetiza) os ecossistemas naturais e biológicos que possuem ciclos fechados, nesses metabolismos o que é resíduo para uma atividade é matéria prima para outra e as fontes de energia costumam ser renováveis, assim como na natureza. Os princípios fundamentais dos metabolismos circulares são conservação, recuperação e reutilização.
METABOLISMO LINEAR
METABOLISMO CIRCULAR
Em Estocolmo (Suécia), por exemplo, um projeto foi desenvolvido para revitalizar a área industrial e portuária de Hammarby Sjöstad. O objetivo do projeto foi criar sinergias entre abastecimento de energia, água e gestão de efluentes e resíduos. Os fluxos metabólicos foram reduzidos por causa de um sistema integrado de infraestrutura, foram usadas células de combustíveis, painéis solares, fornos de biogás e telhados verdes. Como resultado se conseguiu reduzir em pelo menos 20% o consumo energético de toda área de Hammarby Sjöstad.
Imagem Aérea de Hammarby Sjöstad [4]
As cidades contemporâneas de todo o mundo possuem em sua maioria metabolismos lineares abertos, consomem muito de outros lugares, possuem uma taxa de reutilização de resíduos muito baixa e altas taxas de desperdício.
Exemplos como o de Estocolmo ainda são pontuais e pouco comuns, porém diante do cenário atual de destruição ambiental, mudanças climáticas e esgotamento de recursos naturais, não podemos mais sustentar nossos modelos de cidades e economia.
Nesse sentido é fundamental que o planeamento e a gestão das nossas cidades incorporem princípios e metodologias sustentáveis. Diante da crescente destruição do nosso planeta por que não aprender com os sistemas naturais, que se sustentam a milhões de anos na terra?
As cidades precisam tornar seus metabolismo mais circulares e sustentáveis, reduzindo os impactos ambientais. Precisamos que as políticas, planos e ações urbanas imitem – mimetizem - os ecossistemas naturais e biológicos, e dessa forma incorporem resíduos de cadeias produtivas como matéria prima para outras, utilizem fontes de energia renováveis de baixo impacto, melhorem a eficiência metabólica em relação ao consumo de água e energia, para assim reduzir os impactos globais.
Não é uma questão de opção, não há como escapar da tendência natural a deserdem que rege o nosso universo, precisamos de matéria e energia para manter o funcionamento do nosso corpo e do local em que vivemos.
É preciso que as cidades e sociedades se transformem para que se sustentem, no contexto atual a abordagem do metabolismo urbano assume um papel fundamental e não pode ser excluído do processo de planeamento e gestão das cidades.
[1] WOLMAN, Abel. The metabolism of cities. Scientific American, Volume 213, Pages 179--190 1965.
[2] Metabolismo Urbano Sustentável para Europa