28.5.19

No País do "poucochinho", a caminho da maioria absoluta

À laia de introdução e, com a devida vénia ao Ricardo Gonçalves, autor do texto seguinte - [Entre parêntesis retos, meus acrescentos]

As eleições para o Parlamento Europeu mostram bem ao baixo ponto, a que chegou a política e a cidadania em Portugal (com uma abstenção estupidamente elevada, quando na Europa votaram mais 50% dos inscritos).

Nos votos expressos, ficaram todos os partidos longe do que se propuseram alcançar e iguais às últimas eleições Europeias (só o partido dos animalzinhos [e de outras bichanices análogas] e da natureza subiu verdadeiramente), [ao qual se soma o desaparecimento do MPT do ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto que, em 2014, foi o epifenómeno das Europeias, elegendo 2 eurodeputados, com 7,1% dos votos, e que agora teve apenas - pelo PDR, 0,47%]

Vitória esperada, e bem, do PS, com 33,41%, mas se somarmos os votos dos partidos da direita PSD, CDS e Aliança têm 29,96%,(há 5 anos foram juntos), sendo hoje a diferença de +3,45%, quando em 2014 foi maior (+3,75%), sempre a favor do PS.

[Assim, a direita somada tem mais 2,28% do que há 5 anos, e toda a esquerda (PS+CDU+BE+Livre+POUS+MAS) - a geringonça,  têm hoje 52,96% e há 5 anos tinham 53,06%, tudo igual depois de tantas ambições, auto-promoções e propaganda brutal.]

Os abstencionistas, que de uma forma arrogante e distante, dizem que não votam porque querem castigar a classe política que está em funções, não votando, deixam ficar tudo como estava, é o resultado ao contrário do que apregoam, não dando sinais aos maiores partidos que precisam de estar sempre debaixo de pressão e, a receberem lições, para não fazerem asneiras políticas, corrupções e instalamento no poder.

Ficou tudo igual, com os mesmos problemas, cada vez mais difíceis de resolverem e mais frágeis na Europa, onde os deputados portugueses aparecem eleitos por uma das mais gigantescas abstenções da Europa.
Todos tem obrigação de lutar por uma sociedade melhor, mais democrática e mais justa.

*** *** ***

Devemos ainda considerar que o PS subiu +1,93% e a direita (PSD+PP+Aliança) subiram +2,28%.

Os partidos à esquerda do PS, CDU+BE+Livre+PCTP+POUS+MAS, desceram de 21,58% para 19,55%, ou seja -2,03%.

Em resumo, a geringonça perdeu -0,10%, enquanto a direita subiu +2,28%.

A "extrema" direita (PND+PPM+PPV+CDC+PNR), que tinha 2,07% em 2014, teve agora 1,98%, portanto -0,09%

O grupo de partidos/movimentos de centro / out-of-system, que elegem deputados (PAN+MPT+PDR), tiveram em 2014 8,87% e hoje 5,55%, portanto -3,32% e outros passaram de 0,85% para 2,58%, portanto +1,73%. Se somarmos todos estes outros, que em 2014 elegeram 2 eurodeputados (MPT) e agora apenas 1 (PAN), em 2014 tinham 9,72% e agora apenas tiveram 8,13%, ou seja -1,59%

Em resumo:

1 - A geringonça perdeu -0,10%
2 - A direita clássica subiu +2,28%
3 - A extrema direita perdeu -0,09%
4 - Os partidos out-of-system perderam -1,59%

Grande conclusão: o PS ganhou, mas foi tudo muito poucochinho.

Acresce que, com estas tendências de resultado e face à divisão da direita, o PS, corre o risco de mesmo com resultado abaixo dos 40%, por exemplo 38-39%, obter a maioria absoluta.

Tomemos por exemplo o distrito de Santarém, que elege 9 deputados, sendo atualmente 3PS, 3PSD, 1PP, 1BE, 1CDU.

Votações:
PS  - 34,18% (31,85% em 2014)
PSD - 20,49%
PP - 5,72%
Aliança - 1,84%
(Direita) - 28,05% (25,79% em 2014)
BE - 9,91% (4,79% em 2014)
CDU - 8,02% (14,01% em 2014)
out Esq - 2,60% (4,12% em 2014)
PAN - 3,92% (1,46% em 2014)
PDR - 0,41% (MPT com 6,85% em 2014)

Percebamos que com estes números o PS elegeria 5 deputados, o PSD apenas 2, sendo os demais distribuídos pelo BE(1) e pela CDU(1)

No entanto, se a direita concorresse junta, daria PS(4), Direita(3), BE(1) e CDU(1).

Bem sabemos que a atribuição do ultimo mandato, pelas votações das europeias de 2019, com os partidos em separado, apenas dariam o 5º ao PS, por uns escassos 0,03%, ou seja mais ou menos 40 votos, mas tal exemplifica claramente que a direita separada vai perder imensos deputados, em favor do PS, só pelo facto de irem separados...


Nota: resultados nacionais nas legislativas de 2015


24.5.19

Domingo é dia do POUCOCHINHO

António Costa. 
“Eu sei que muitas vezes se diz que por um se ganha e por um se perde. É verdade, no futebol é assim. Na política não é assim. É que a diferença faz muita diferença, na política. 
É que quem ganha por poucochinho é capaz de poucochinho. 
E o que nós temos de fazer não é poucochinho. O que nós temos de fazer é uma grande mudança”, disse o atual primeiro-ministro no rescaldo das eleições de 2014, onde o PS ganhou por 3,75% à coligação PSD-CDS então no Governo, transformando António José Seguro no único Secretário-geral do PS que, em eleições de âmbito nacional, apenas conseguiu Vitórias.
Espero que no domingo, António Costa, consiga subir a sua percentagem de vitórias para 50%, e que consiga melhor do que ter APENAS 3,75% a mais do que a direita junta... É que menos é poucochinho, citando-o.

Resultados oficias das eleições Europeias de 2014

20.5.19

As cheias e as inundações - breve abordagem do caso de Tomar

Todos sabemos que, no decurso da atividade normal da Terra, o Homem está sempre sujeito a que os cursos de água, junto dos quais sempre viveu, para se abastecer de água, de alimento e de forma rápida de se poder transportar, possam muitas das vezes transbordar, originando cheias. As cheias sempre originam inundações - que mais não é do que a submersão de áreas habitualmente emersas, mas nem sempre as inundações são provocadas por cheias.

Marcas da maior cheia registada em Tomar - na Farmácia Central, Rua Serpa Pinto


Estas podem ser progressivas, rápidas, por subida da toalha freática em vales profundos, por alagamento ou por galgamento, sempre que estamos a falar de proximidade à costa.

A sua consequência direta, muitas das vezes positiva, na reposição de nutrientes em vales de deposição detrítica, na remoção de excedentes tóxicos, tem também os seus aspectos negativos, relacionados com a perda de vidas, o isolamento de populações, com consequente condicionamento da sua vida quotidiana, a danificação de infra-estruturas de suporte normal das comunidades - estradas, redes de águas e saneamento e os efeitos indiretos, que se medem pelo prolongar no tempo das perturbações nas atividades económicas e da vida das gentes.

As principais medidas, atendentes à redução do risco inerente são do tipo:
- Conservação, com introdução de critérios de ordenamento do território, procurando antecipar consequências, mitigando o risco e reduzindo as vulnerabilidades teóricas
- Correçãoatuando previamente nos conhecidos pontos críticos do sistema;
- Restauração, que procura reestabelecer as características naturais dos canais fluviais e dos ecossistemas ripícolas;

Nos últimos anos tem-se defendido cada vez mais outras formas de controlo das cheias como alternativa às grandes obras de engenharia.

Uma política de gestão e de ordenamento do território e um bom zonamento de atividades e infra-estruturas, podem substituir no futuro as antigas soluç~eos de "correr" atrás do prejuízo.

Nesse sentido, as intervenções realizadas no vale do Nabão - na sua área urbana, nos anos de 2007-8, permitiram reduzir o risco inerente às cheias rápidas que neste vale se observavam historicamente. As cheias com retorno de 10 anos, observaram-se no decénio seguinte em valores hidrométricos - medidos no Agroal, em mais 30-50% dos anteriores, sem quaisquer consequências na cidade.

No entanto é necessário manter e melhorar, em permanência o vale, com mais instrumentos de monitorização, mais atividades de conservação e de correção, de forma a que no próximo ciclo de cheias do vale - que pode a qualquer momento acontecer, a cidade esteja mais resiliente e, por isso mesmo as consequências sejam menores.

A Teoria da adaptação geral ao risco de cheia, de KATES, BURTON & WHITE, assume que a passagem de um padrão de ajustamento para o seguinte - como aquele em que vivemos atualmente em Tomar, implica transpor um limiar do que é socialmente considerado um risco aceitável.

E, para que conste, convém saber que os três limiares definidos, são:
- O limiar da consciência, que marca a passagem da ignorância do risco para o seu conhecimento - o que em Tomar não é neste momento linear que exista, uma vez que nenhum dos atuais atores viveu a emergência deste perigo ou parece tê-lo em atenção nas suas políticas regulares;
- O limiar da ação, que marca a passagem para a redução das perdas, por atividades de correção, o que foi realizado pela última vez em 2015, apenas e só pela continuação da inércia das atividades desenvolvidas no leito do rio na campanha de 2010-11;
- O limiar de tolerância, que marca a passagem de ajustamentos de redução dos danos, para ajustamentos de evitar o perigo. Esta alteração corresponde à percepção dos riscos - de cheia, como intoleráveis e à modificação radical da ocupação da zona do leito de cheia. Esta avaliação social do risco - como por exemplo com a proibição de qualquer construção no arco a sul da ponte das Ferrarias, incluindo toda a zona de Carvalhos de Figueiredo, tem fortes implicações na aceitabilidade social de tais medidas.

Os trabalhos realizados nas campanhas de 2007-08 e de 2010-11, prosseguidas em 2015-16, não retiraram o risco de cheia do vale do Nabão, mas puderam eventualmente torná-lo aceitável na zona da cidade.

Imagine-se uma cheia, como as de 1979 e de 1989, onde a cidade, literalmente cortada em dois, só manteve a sua vida normal, com atravessamento das pessoas em "pás" das retros de um lado para o outro da cidade.
@Tomarnarede - cheia de 1989


É urgente, antes do próximo ciclo de cheias, programar mais monitorização e um plano geral de intervenção anual, de forma a manter o risco de cheia em valores socialmente aceitáveis.

Equipa da Proteção Civil Municipal, durante o Tornado de 2010

16.5.19

Crescimento económico de Portugal é anémico desde há 20 anos

Com a devida vénia para o Diário de Notícias, pela síntese objetiva que nos faz, alertando que "assim não vamos lá", convinha que fosse encontrado um caminho alternativo para o nosso País.

Mas: alguém quer mesmo falar sobre isto?

LF

Portugal perde riqueza face ao euro desde entrada na moeda única

Banco de Portugal avisa que, sem medidas para aumentar a produtividade, não há grande margem para convergência com a zona euro.


Portugal está a convergir com a zona euro. Mas a um ritmo "muito gradual" e insuficiente para compensar os danos causados durante a crise económica. O Banco de Portugal prevê que o PIB per capita (riqueza por pessoa) fique próximo de 60% da média da zona euro em 2021, um valor mais baixo do que no início da união monetária.

Além de ser mais modesto do que a média do euro, Portugal tem perdido terreno no PIB per capita para os países que entraram mais recentemente na moeda única. Isto apesar de nos últimos anos ter havido crescimento económico, uma tendência que deverá manter-se. Mas a um ritmo mais lento.

A instituição liderada por Carlos Costa manteve as estimativas de crescimento para 2019 e para 2021 em 1,7% e 1,6%, respetivamente. Mas cortou em uma décima a projeção para 2020. Estima agora um crescimento de 1,6% nesse ano. "As atuais projeções apontam para a continuação do processo de expansão da economia portuguesa no período 2019-21, embora a um ritmo inferior ao observado nos últimos anos", indica o Banco de Portugal no Boletim Económico, divulgado nesta quarta-feira.

Ainda assim, a instituição liderada por Carlos Costa antecipa "crescimentos na economia portuguesa ligeiramente superiores, em média, às estimativas disponíveis para a área do euro". No entanto, em 2021 "o PIB per capita em Portugal continuará a situar-se próximo de 60% da média do PIB per capita da área do euro, valor ligeiramente inferior ao observado no início da união monetária".
Banco de Portugal sugere medidas para aumentar produtividade

O Banco de Portugal avisa que o produto potencial (valor da riqueza do país caso fossem utilizados todos os recursos disponíveis) não permite grandes aproximações à média do euro. Até 2021 "o produto potencial na economia portuguesa deverá crescer em torno de 1,6%. Este crescimento é próximo das estimativas disponíveis para a área do euro, o que não permite antecipar progressos significativos na convergência real a médio prazo", dizem os economistas do Banco de Portugal.

O regulador pede que se criem condições "que promovam o aumento da produtividade, através de uma melhor afetação de recursos, do bom funcionamento dos mercados do produto e de trabalho e da aposta no capital humano e na inovação". Além disso, avisa que é necessário adotar "medidas para mitigar o impacto macroeconómico da redução e do envelhecimento da população".

Considera ainda que só assim "será possível a aproximação aos níveis de rendimento médios europeus e assegurar a manutenção de um perfil ascendente do consumo privado e uma maior acumulação de capital, sem comprometer a necessária redução do endividamento dos vários setores da economia".

Balança comercial com primeiro défice desde 2012

Além de realçar que a economia vai ter um crescimento mais moderado, refere que a economia está a ser cada vez mais puxada pela procura interna em vez das exportações. "À semelhança do observado em 2018, ao longo do horizonte de projeção o contributo da procura interna para o crescimento do PIB será superior ao contributo das exportações. Este padrão de crescimento traduz-se num saldo negativo da balança de bens e serviços a partir de 2019, após um período relativamente longo de saldos positivos", refere a instituição.

O Banco de Portugal estima agora um saldo negativo na balança de bens e serviços de 0,5% do PIB. Nas projeções de março previa um excedente de 0,2% e que o desequilíbrio da balança surgisse apenas a partir de 2020. Já a balança corrente e de capital deverá deixar de acumular excedentes.

"O excedente da balança corrente e de capital, após um período em que se situou em torno de 1,4% do PIB, reduziu-se para 0,4% do PIB em 2018, e antecipa-se uma diminuição para 0,2% do PIB em 2021." A instituição avisa que "esta evolução exige uma atenção particular, uma vez que o endividamento externo da economia portuguesa permanece num nível elevado e constitui uma das suas principais vulnerabilidades latentes".

12.5.19

Obras no Ramal de Tomar - de junho a outubro

A degradação da via no Ramal de Tomar, que há quase uma década não tem qualquer intervenção de manutenção, vai ser finalmente objeto de manutenção, o que vai obrigar ao encerramento da via no período noturno, levando à substituição dos comboios da noite, por transbordo rodoviário.

De junho a outubro, já sabemos: entre o Entroncamento e Tomar, nos últimos comboios do dia, só de autocarro.

8.5.19

Geo Portal - Recursos de Argila na nossa região

Carta de Recursos Argilosos na Orla Ocidental

Link direto - aqui


4.5.19

Banda da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais

2019 - abril



2014 - comemoração do concurso da RTP (à volta do coreto) - outubro

Hino da RTP

Os convidados na altura