28.11.18

Monitorizar o Rio, para proteger o Ambiente e melhorar a Prevenção


O documento dos arquivos da RTP, deve ser visto aqui , e retrata aquela que era a poluição do Nabão, no início dos anos 70, no tempo em que havia cerca de 50% da população trabalhava no setor industrial.

A lista de "Fábricas", não exaustiva, contemplava três Fábricas de Papel - Porto de Cavaleiros, Prado e Matrena, Fábrica de Fiação de Tecidos - onde tive o meu primeiro trabalho com descontos para a segurança social, Matadouro Municipal, Platex, Fábrica de Mosaicos, Fábrica de Óleos alimentares, Fábrica de Álcool...

Hoje resistem, destas, apenas o Matadouro, relocalizado da Cidade para a zona Industrial, na freguesia da Madalena-Beselga, junto à Estação de Santa Cita.

Mas, estranhamente, os níveis de poluição do Rio não param de aumentar nos últimos, sempre prontamente denunciados pelo Américo Costa, o qual tive oportunidade de ter na Comissão Municipal de Proteção Civil, em 2011, como representante da sociedade civil e que ajudou a  algumas das intervenções de proteção do rio, na área urbana, cujo resultado pode ser visto aqui, as quais tiveram continuidade em 2014, cujo trabalho pode ser visto aqui (aliás com uma explanação completa da estratégia para os anos de 2014-16).

Especialmente depois de 2015, temos vindo a assistir a um aumento regular de "descargas", nunca identificadas pelas autoridades, isto apesar da presidente do Município, ter no início deste ano feito em reunião de Câmara referencia ao seu conhecimento de "várias fontes poluidores bem identificadas", mas que nunca assumiu ou divulgou. Isto tudo depois, do continuado trabalho de denuncia do Américo Costa e das queixas que, entretanto o Município havia feito à Inspeção do Ambiente (!).

É tempo para recordar aqui, o trabalho iniciado em 2011, com o Instituto Politécnico de Tomar, com o objetivo de desenvolver e instalar no Rio Nabão um sistema de monitorização e avaliação ambiental, com um duplo objetivo: prevenir os focos de poluição, com a sua clara identificação em tempo real e prevenir o risco especial de cheias do Nabão, os quais como bem sabemos, têm uma incidência especial na cidade e em toda a zona de rio a jusante desta até à Fábrica da Matrena.

Ora, se este trabalho, retomado em finais de 2014, através de reuniões com o IPT, onde estive presente, tivesse tido desenvolvimentos, muito provavelmente hoje já teríamos uma verdadeira rede de monitorização do Rio Nabão, com resultados efetivos, os quais se arrastam no tempo por resolver. Aliás, a assinatura - finalmente, em 2016 de protocolo formal com o IPT, para esse fim, tornava expectável que essa estratégia, desenhada desde 2011, tivesse finalmente um caminho, conforme escrevemos aqui.

E por falar em resolver, não estranharia que nos próximos dias a Raríssima gestora do ATL, nos viesse surpreender com anúncios de que afinal a monitorização do Nabão vai mesmo avançar. 
Bem, do mal o menos. 

Demorou dois anos a implementar a minha ideia para a construção nos terrenos municipais junto à GNR, para realojar parte da comunidade cigana e demorar mais do dobro a implementar este trabalho que ficou "agendado" de monitorização do Rio, segue apenas aquele que é o seu ritmo: lento e poucochinho de ambição, antevisão e coragem de atuação.


Tomar, merece isto?




Atualização: Programa Linha da Frente, de 29/11/2018, ver a partir do minuto 16


P.S- - Um reconhecido obrigado ao Américo Costa, pela sua insistência em defesa do Rio.