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29.3.17
Contruir junto às Piscinas, para resolver o Flecheiro?
Em 2014, após reunião formal com os três agrupamentos escutistas de Tomar, Asseiceira e Cem Soldos, ficou acordado que o Município iria propor localizações, de sua propriedade para a instalação dum “Campo Escutista”, o qual pudesse receber na cidade de Tomar, escuteiros de todo o País.
Terreno do Município, junto ás Piscinas Municipais, com cerca de 15000m2 disponível |
Este tipo de Campos têm de cumprir determinadas condições, muito análogas às dos parques de campismo, nomeadamente a nível das infraestruturas sanitárias de apoio. Após alguma análise, foi proposto no final de 2014, que essa localização fosse nos terrenos contíguos às Piscinas Municipais e próximas da Escola Gualdim-Pais.
ONDE ESTÁ O PROMETIDO CAMPO ESCUTISTA DE TOMAR?
São cerca de 15.000 m2 disponíveis, com infraestruturas elétricas e sanitárias muito próximas que, com pouco investimento, proporcionariam aos Escuteiros de todo o País, demandar Tomar, para alguns dias de atividades cívicas e associativas.
Esta necessidade foi a principal solicitação do movimento escutista concelhio ao atual executivo municipal, e permitiria transformar Tomar numa localização permanente de centenas e centenas de escuteiros que, especialmente em períodos de férias, percorrem os poucos campos e espaços vocacionados disponíveis no País. Apesar de existirem localizações, por exemplo no Entroncamento ou em Ferreira do Zêzere, a localização de Tomar é muito requerida, quer pela sua fácil acessibilidade, via comboio ou expresso, quer pela vertente cultural e patrimonial (edificada e ambiental) existente, a qual como todos o sabemos, é única.
Entretanto o tempo passou e, outra ideia foi avançada para este espaço, localizado bem no centro da cidade: uma pista de corta-mato. Nem uma nem outra ideia de utilização deste espaço avançou.
Sobra a terceira alternativa, que tem estado em cima da mesa, para a instalação neste enorme espaço de parte dos habitantes do acampamento cigano do Flecheiro, em alternativa à construção junto à GNR, conforme eu propus em 2015 e divulguei o ano passado.
A vantagem, de quem defende essa utilização para estes terrenos, teria relação com a sua generosa dimensão, a proximidade a uma Escola, que poderá vir a ser vocacionada apenas para o 1º ciclo e, assim, não seguir a ideia avançada deputado municipal Luis Ferreira.
Afinal o que virá a ser feito?
Mais informações sobre os campos escutistas existentes, aqui
25.3.17
A Primavera, a divisão de turismo/cultura e o senhor holandês
Nota do dia, na Rádio Hertz (FM92 e 98), quinzenalmente às quartas (próxima, dia 5 de abril)
Para ouvir, clique aqui
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Embora não pareça, já estamos na Primavera, aquela que é a
estação do ano predileta dos amantes, dos poetas e, dizem, dos loucos. Talvez
por isso, S.Pedro, esse pouco discreto santo da Igreja de Roma, que pelo menos
nesta terra plantada à beira mar e onde, no dizer daquele senhor Ministro
Holandês, que perdeu quase todo o grupo parlamentar de apoio nas recentes
eleições do seu país, entende ele, o holandês, que só gostamos de álcool e de
mulheres; o tempo anda, como ele, o holandês, virado de pernas para o ar.
Eu bem sei que o tema predileto dos Tomarenses nem é o tempo,
mas que raio, depois de tantos azares que a nossa terra tem tido, de tantos despejos
de poluentes no nosso rio, seja da ETAR de Ourém, dos ilegais despejos de
fossas sépticas de individuais e de pequenas indústrias, ou das industrias, que
já não são pequenas na nossa zona industrial e, um pouco por todos os nossos
pinhais e veredas, que quem anda em caminhadas, em trial’s, em btt, em passeios
de Jeep’s, a quatro ou a duas rodas, ou a dois pés, encontra um pouco por todo
o Concelho, entre as belezas naturais únicas das serranias cársicas do
Noroeste, às veredas luxuriantes do Nordeste, passando pelos pinhais e montados
do sul, não deixa de estranhar que, perante tantos crimes ambientais, ninguém
diga nada, ninguém investigue nada e, apenas o Américo do Zézinho, insista,
qual D.Quixote em cavalgar contra os Moinhos que, não sendo de vento, se diluem
na (i)rresponsabilidade da teia burocrática deste País que, à beira mar plantado
e, no dizer do senhor Holandês, só quer saber de álcool e de mulheres.
Acho injusta esta apreciação pois, em Tomar e no resto do
País, além de muita música, umas bjecas
e uns tintóis, a malta gosta também
de uns bons gins e whiskeys e, julgo saber que nem todas as mulheres gostam de
mulheres, talvez na holanda ou naqueles encontros modernos da malta dos Blocos, haja muito disso, mas eu, talvez
pelos meus cinquenta anos, acho que a maior parte das mulheres aqui pela zona,
gosta de homens e acho, no meu fraco entender, que fazem muito bem, apesar do
tal senhor holandês não gostar nada.
Fico aliás na dúvida onde irá ele passar férias. Com o nosso
azar qualquer dia ele, de socialista que é, ainda é convidado para algum mis en cene, organizado pela Divisão de
Turismo e Cultura cá do burgo, a tal que não gostava nada da chatice que daria
colaborar na organização do Festival de Estátuas em 2014 e que lá conseguiu convencer
a Presidenta a adiar vários anos a coisa, apesar da oposição dos eu próprio
gabinete político, talvez porque aquilo era paradito
ou, quiçá, por o senhor holandês não gostar, que nós por cá gostemos de álcool e
mulheres, no dizer dele é claro, que eu continuo a gostar de tudo, menos de “porrada”,
como diz o povo e é verdade, porque é no todo que está a virtude, ou será
noutro sítio qualquer (?);
Enfim(!); Não sei (!);
Nem isso interessa nada, porque já é Primavera e, acho que já
vos tinha dito, que é o tempo dos amantes, dos poetas e dizem que dos loucos, e
também dos cultos e dos pensadores que livres, trabalham para que não fiquemos
por aqui todos, continuando à espera dos Holandeses que vinham dantes para o Parque
de Campismo, agora transformado em Parque de Estacionamento, como o Paiva
queria há uns anos e que, finalmente a tal Divisão de Turismo e Cultura lá conseguiu cumprir, talvez porque
era também uma chatice e aquela malta que lá trabalhava não merecia aquele trabalho
a ver os holandeses que vinham para cá à procura do álcool e das mulheres que,
diz o seu Ministro da Finanças, nós por cá cultivamos, gostamos e nada mais
fazemos…
Mas nós em Tomar gostamos deles, dos turistas, de todos os países,
agora não podem é querer ver a Sinagoga a partir de 18 de abril, pois com
aquela programação típica da tal Divisão de Turismo e Cultura, que da dita, Só…ares,
ou não ficasse em Paris, aquilo que por lá se passa, (ou não ficou?). vai estar
fechada, para obras que podiam já ter sido feitas, quando não havia quase
turistas, no Inverno, talvez, digo eu. Vai uma aposta que lá para o Verão ainda
estará fechada? Ou que dizer do posto de turismo fechado à hora do almoço e o ano
passado até a alguns domingos? Pois, o senhor holandês que nunca visitou Tomar,
o seu património ou as suas gentes e nunca consumiu álcool e que talvez não goste
de mulheres, havia de achar este local idílico, único, talvez mesmo no dizer de
outro turista, o Umbigo do Mundo, ou será outra parte qualquer? Bem, não sei, o
que sei mesmo é que é Primavera e, acho que já vos tinha dito, que é o tempo
dos amantes, dos poetas e dos loucos, não é? Pois…
23.3.17
21.3.17
Dívida à ADSE será paga em 12 anos - terminando em 2029!
Já
é oficial, a ADSE e o Município de Tomar, chegaram a acordo, ao fim de 20 anos,
para o pagamento de uma dívida que, no início do atual mandato era de cerca de
2,4 milhões€.
Este
acordo de pagamentos, realizado para vigorar durante 12 anos, põe assim ponto
final a um longo historial de conflito entre a ADSE e a generalidade dos
Municípios do País, os quais, na sua grande maioria conseguiram, até 2010,
firmar acordos de pagamento para as suas dívidas. Tomar é assim o último
Município do País a fazê-lo.
Esta
boa notícia, de finalização de mais um longo processo, que parecia não ter fim,
tem como resultado o pagamento mensal de um valor inferior a 20.000€, ao logo
dos próximos 12 anos, ou seja, durante mais de 3 mandatos.
A
lei não obriga a que este acordo de pagamentos seja sufragado por qualquer dos
órgãos do Município, ao contrário do que seria se se tratasse de um empréstimo,
o qual teria de ter obrigatoriamente a aprovação da Assembleia Municipal e
apenas será presente a reunião de Câmara (no dia 27 de março), para informação.
Uma
das principais consequências deste acordo de pagamentos, que se junta ao acordo
de pagamentos para a dívida à ParqueT – de cerca de 6,5 milhões€, tem como
consequência direta a libertação de fundos disponíveis, para assunção de novas
despesas. Tal em ano de eleições é absolutamente crucial e, a par das
atividades lúdicas, como sejam o Festival de Luz e Som, a decorrer em junho, da
Festa Templária em julho e do Festival de Estátuas em setembro, vai permitir
terminar dar início ao arranjo da Várzea Grande, de Palhavã, da Avenida Nuno
Álvares e iniciar a construção e alojamento de parte da comunidade cigana junto
à GNR.
DÍVIDA
DO MUNICÍPIO FICOU EM 2016 NOS 24 MILHÕES DE EUROS
Iniciada
em cerca de 34 milhões de euros, no final de 2013 o Município de Tomar fecha
2016, segundo números finais da conta de gerência, com cerca de 24 milhões de
euros. De recordar que a lei dos compromissos e pagamentos em atraso (8/2012),
obriga a reduzir, todos os meses, a dívida dos organismos da administração
pública e, assim ir libertando mais verbas para investimento e para a redução
do tempo médio de pagamento a fornecedores, situação que em Tomar ainda se não
conseguiu por motivos que não cabe agora aqui dissecar.
Este
valor, de cerca de 3 milhões de anuais, pouco excede o serviço da dívida de
médio e longo prazo (empréstimos bancários), que anualmente ronda os 2,5 milhões€
e foi essencialmente concretizado nos dos primeiros anos – 2014 e 2015. De
então para cá, não só não se acelerou o pagamento de dívidas, como o prazo
médio de pagamento não se reduziu, antes tendo aumentado.
SITUAÇÂO
FINANCEIRA SERÁ SUSTENTÁVEL A MÉDIO PRAZO?
Essa
a pergunta de um milhão que ninguém saberá, com honestidade responder: o
aumento do peso dos salários, a redução da população, a não aceleração da
especialização funcional de Tomar, que se arrasta há quase duas décadas,
exigiam uma abordagem mais radical, para se poder afirmar, com propriedade, que
a situação seria sustentável. Não é má. Não é muito preocupante, mas sinceramente
a Câmara que daqui a 12 anos tiver de terminar de pagar a dívida à ADSE, não sei
se estará em boas condições de o fazer, se nada for, substancialmente,
alterado.
19.3.17
17.3.17
Teimosia e embirração, afastaram Estátuas durante três anos de Tomar
Foi durante os anos em que se realizou um sucesso de assistência. Contou durante esses anos (2010 a 2013) com financiamento comunitário. Cada edição custou entre os 45.000€ e os 60.000€. Um grande investimento que nos anos seguintes, a presidente Anabela Freitas, em rota de colisão com os principais promotores não pôde, ou não quis, dar sequência.
Agora, tal como informei publicamente a 11 de setembro de 2016, já é oficial: em setembro o Festival das Estátuas Vivas voltam a Tomar. Ocupando o Mouchão Parque e o parte do Centro Histórico, dentro do modelo de qualidade e leitura histórica, que o Prof. Eduardo Mendes, do agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, nos habituou nas edições anteriores.
Formalizado que está o acordo entre o agrupamento e o município, a realização deste evento, com impacto relevante na Cidade e no Concelho de Tomar, só peca pelo erro de se realizar em cima das eleições, podendo tal ser usado a favor ou contra a atual gestão, o que seria sempre de evitar.
Sempre defendi que o que tem impacto e está bem feito, não deveria ser descontinuado. Quem chega deve procurar juntar e não subtrair. Em Turismo, isso faz todo o sentido, especialmente porque a realização continuada dos eventos é que lhes dá consistência. Vidé o Festival Bons Sons e a Festa Templária.
E agora que foi definitivamente confirmada a sua realização neste ano de 2017, convém que se saiba a verdade sobre a sua suspensão em 2014, uma vez que a divergência sobre o financiamento, foi a única razão invocada publicamente pela Câmara na altura.
Acontece que apesar da insistência do Prof. Eduardo Mendes, logo em novembro de 2013, para que se pudessem realizar as reuniões de preparação a senhora presidente da Câmara, a exemplo do que faz com todos os assuntos que não quer ou não sabe resolver, foi adiando essa primeira reunião. Quer eu, enquanto chefe de gabinete, quer o então adjunto Hugo Costa, fizemos por diversas vezes fazer sentir da importância de se encontrar uma solução técnica para o evento, mas a Presidente foi adiando, mês após mês, o diálogo para a sua concretização.
H
avia uma nítida má vontade, em relação ao evento, por parte também da responsável dos serviços de Turismo e Cultura e essa sua opinião, em reuniões sucessivas que foi tendo com a Presidente, acabou por "contaminar" em definitivo a sua opinião e sua a postura, nas reuniões seguintes. Nelas se discutiram a forma de financiamento e a possível adequação do mesmo, à nova realidade do seu não financiamento através de fundos comunitários. Ao fim de meses de espera de resposta efetiva, e garantidamente após mais de uma meia dúzia de insistências, o Prof. Eduardo, do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, acabou por informar estar já ultrapassado o timing adequado para se dar sequência à edição de 2014 do Festival Estátuas Vivas. A parte seguinte da história já é de todos conhecida...
Infelizmente a teimosia, a incapacidade de procurar encontrar soluções, em lugar da "fuga para a frente", e o não dar ouvidos ao gabinete político, tomando assim consciência do impacto político e social, que teria a sua não realização - como veio efetivamente a acontecer, conduziram a que durante 3 anos Tomar estivesse privada deste Festival, que tão boas recordações nos deixou a todos.
Espero que a sua realização este ano de 2017, não venha a ser contaminada pela realização das eleições autárquicas, uma vez que esta reativação do Festival será a escassas semanas da sua realização, situação diferente da de 2013, que era a sua já quarta edição.
A nossa História coletiva, o empenho dos Professores e alunos deste Agrupamento em concreto e, no geral dos comerciantes e outros envolvidos ao longo dos anos, merecem que haja da parte dos responsáveis políticos, capacidade para gerirem e tomarem, em tempo, as decisões que são importantes para todos. Tomar é de todos e merece isso!
15.3.17
Post 1000 - Águas de Março
Este é o post número 1000. Ao fim de quase 14 anos, sem fazer de propósito, este blogue é talvez o mais antigo - a par do blogue do Hugo Cristóvão (www.alguresaqui.boogspot.pt).
Mais de 245 mil visitas, desde que em Julho de 2007 ativamos as contagens e, especialmente visto no decurso dos últimos 15 meses, ou seja desde que deixei o meu lugar de nomeação na Câmara de Tomar, a meu pedido, em dezembro de 2015. A média mensal anda na casa das quase 9mil visitas por mês. Obrigado por nos acompanhar. Prometemos manter a democracia e a opinião livre a funcionar. Tomar, que é de todos, merece!
Mais de 245 mil visitas, desde que em Julho de 2007 ativamos as contagens e, especialmente visto no decurso dos últimos 15 meses, ou seja desde que deixei o meu lugar de nomeação na Câmara de Tomar, a meu pedido, em dezembro de 2015. A média mensal anda na casa das quase 9mil visitas por mês. Obrigado por nos acompanhar. Prometemos manter a democracia e a opinião livre a funcionar. Tomar, que é de todos, merece!
11.3.17
9.3.17
Tomar renasce: hoje e sempre
As últimas semanas tem sido vividas com uma atividade
cultural de monta, aliás na senda daquela que é sempre a oportunidade dada pelo
“início do ano” tomarense, ou seja por volta daquele que era o começo do ano na
idade média, marcado pelo início de Março. Por isso se assume que a data da
fundação do Castelo Templário, por D.Gualdim Pais, terceiro mestre da Ordem em
Portugal, é o primeiro dia do mês em que começa a Primavera, a renovação, no
fundo que marca o renascimento. Tal como a Universidade de Coimbra, se assume
ter começado a 1 de março de 1290, com a assinatura, por D.Dinis, do seu famoso
Scientiae thesaurus mirabilis.
Dois momentos em particular há que reter e, os quais podem ainda
durante este mês de março ser por todos visitados: a exposição coletiva que se
encontra na Moagem – no complexo cultural da Levada de Tomar e a exposição
individual do Arquiteto Souto Moura no Convento de Cristo.
Da exposição coletiva, intitulada “13 Luas, 2017”, junta 10
artistas, alguns dos quais tomarenses, alguns estrangeiros residentes na região
e que conta com a apresentação de originais. Aqui a pintura é a rainha, numa
diversa mistura de técnicas, mas onde o trabalho de outros materiais, como o
couro, através de um artista de Alcanena, também tem presença.
Os artistas presentes são Antero Guerra, Carlos Vicente,
Claire O’Hea, João Alfaro, João Carvalho, Luís Filipe Brito, Luís Sá, Luís
Veiga, Sam Abercromby e Saúl Roque Gameiro. A quase completa metamorfagem que muitas
peças expostas fazem com a arte industrial que é a antiga Moagem, ainda com
muitas das suas máquinas, faz desta visita um desafio aos sentidos
interpretativos e fazendo jus ao nosso passado, transforma o deambular pelos
cinco pisos do edifício, numa tarde de revisitação, num renascimento, não só
lunar, como e especialmente solar.
De igual forma, numa subida ao Convento de Cristo, o mais do
que conhecido e galardoado Arquiteto portuense, Souto Moura, dá-nos a conhecer
parte da sua longa e premiada obra, numa exposição intitulada “Eduardo Souto de
Moura: Continuidade”. Com curadoria de André Campos e Sérgio Koch, a exposição
– que apresenta sete projetos em formato de maquete e uma série de oito vídeos
originais da autoria do realizador Takashi Sugimoto. Segundo estes, a
arquitetura de Souto de Moura “procura a racionalidade na disciplina,
claramente influenciada por Aldo Rossi e os seus princípios de que as
preexistências, a história da arquitetura, a tradição da cidade europeia e a
ideia de monumento são o ponto de partida para evolução da disciplina”. Somos
testemunhas que a exposição marca também, por estas semanas o renascimento,
anual, do nosso espírito e, ao invocar o lugar, transporta-nos por ele, num
esvoaçar de desejo intrépido de olhar e ver.
Assim, eis que chegado a algo que não devemos continuar a
obliterar, como seja um novo olhar que devemos começar a ter pela nossa Praça,
hoje da República e durante séculos de D.Manuel.
Aí se encontra, desde julho de 1940, uma Estátua do mestre
fundador do Castelo, D.Gualdim Pais, numa obra do escultor Macário Dinis, tendo
a estátua sido erigida por subscrição pública e por iniciativa da Associação
dos Amigos do Monumento a D. Gualdim Pais ,que teve em Vieira Guimarães um dos
principais impulsionadores.
Tal como tudo em Tomar, com o seu próprio ritmo, demorou 45
anos a ser concretizada e, inicialmente prevista para ser colocada junto ao
Castelo que fundou, na entrada da cidade que criou – sim porque a Tomar até ao
século XIV era quase só e apenas intramuros, a denominada Vila de Cima, viria
pelo Estado Novo a ser decidida de colocar na Praça D.Manuel, há pouco anos
rebatizada da República.
Hoje, passados quase 80 anos da sua colocação na Praça, urge
voltar a discutir a sua localização. Nascido que fui no Bairro das Flores,
contíguo por isso à Praça, toda a minha vida vi a Estátua como parte do lugar.
Hoje, com outro mundo e outros olhos, olho para ela e
compreendo a estranheza da sua presença.
Talvez por a Praça ter sido refuncionalizada, de lá retiradas
quase totalmente as viaturas, de onde deixou de se fazer o mercado semanal. Talvez
por ter ganho a vida de ser parte da nossa fruição e não o centro do nosso
dia-a-dia, que foi durante séculos. Talvez por D.Gualdim Pais nada ter a ver
com a frontaria do gótico flamejante, vulgo Manuelino, presente na Igreja de
S.João Baptista, ou na magnitude das arcadas do Paço de D. Manuel, construído
de raiz para ser a Casa do Município no sec.XVI.
Talvez por tudo isso, ou talvez apenas por não ser aquele o
ESPÍRITO do LUGAR.
Eu, pessoalmente gostava de ter a Praça liberta e o nosso
fundador no lugar que é dele por direito. Acaso não temos o Infante D.Henrique
colocado no caminho entre a vila de cima e a vila de baixo, a que ele
efetivamente deu vida e sentido, no início do sec.XV? Pois decididamente, temos
uma década para o fazer. Começamos já? Ou vamos demorar outros 45 anos, como se
demorou a fazer e inaugurar a Estátua?
(Filme realizado por ocasião da sua inauguração)
Capa do Jornal "O Templário" |
7.3.17
5.3.17
3.3.17
1.3.17
1 de março 2017: Cumprimos!
Discurso proferido por ocasião do dia do Município de Tomar, na sessão temática da Assembleia Municipal de Tomar, realizada no Cine-Teatro Paraíso, por Luis Ferreira*
@Hugo Machado, fotografia |
Ex.mos,
Presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal
Deputado da Assembleia da República
Senhora e senhores Vereadores
Senhoras e senhores Presidentes de Junta de Freguesia
Senhoras e senhores Deputados Municipais
Senhoras e senhores Presidentes das Câmaras Municipais de
Abrantes e Entroncamento
Senhora Presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo
Digníssimos,
Comandante do Regimento de Infantaria nº 15
Comandante do Estabelecimento Prisional de Tomar
Comandante da Divisão Policial de Tomar
Comandante do Destacamento Territorial de Tomar da GNR
Senhores
anteriores autarcas do município e das freguesias
Senhores
Diretores dos Agrupamentos de Escolas Templários e Nuno de Santa Maria
Senhor
Comandante dos Bombeiros Municipais
Senhoras e
senhores presidentes das Assembleias de freguesia e demais autarcas presentes
Dirigentes
associativos e do escutismo do Concelho
Ilustríssimos,
Homenageados de honra nesta cerimónia
Ex.mos
Trabalhadores e dirigentes do município
Guarda de honra ao estandarte dos Bombeiros Municipais de
Tomar
Jornalistas
Tomarenses que nos seguem através da rádio e da internet
Demais entidades convidadas, civis e militares, cidadãs e
cidadãos presentes
Eis que cumprimos!
857 anos depois, ainda aqui
estamos!
Tendo
o privilégio de me dirigir a todos os tomarenses, não quero deixar passar a
oportunidade para a todos e a cada um saudar, com um carinho especial.
Ser de
Tomar, hoje como ontem, é mais do que aqui ser residente, nascido ou enamorado
pelo topónimo, é um estar, um querer, um construir um mundo diferente,
necessariamente mais livre, mais igual, mais fraterno.
É
captar, na leitura do Arquiteto, o ESPÍRITO do LUGAR!
Da
partilha do cavalo que os pobres cavaleiros templários, que fundaram o nosso
castelo, temos a obrigação de com estratégia e sem titubear, conquistar a nova
posição de Tomar, na globalização do seculo XXI.
O
desafio de construir a Nova Tomar, usando as pedras, trabalhadas, do nosso
passado.
Acreditar
e querer. Eis que cumprimos!
São
estas as palavras de ordem deste tempo sempre novo.
Estamos
assim libertos da espinhosa tarefa de percorrer o corolário dos anos, que pesam
como herança sobre todos os Tomarenses, aqui hoje presentes ou, cada vez mais
ausentes na diáspora Templária, que tem a dimensão da simbólica ecuménica, a
qual transportamos todos os dias.
O
nosso Mestre Gualdim Pais, que respeitosamente homenageámos na Praça
através
do Senhor Comandante do Regimento de Infantaria
nº15, tributário do 2º Regimento de Infantaria de Olivença, com mais de 250
anos e representante da milenar instituição castrense, desde sempre presente ao
Vale de Tomar, e dos máximos representantes do povo de Tomar -,
com a
deposição das três coroas de flores, com as cores do ar, da terra e do fogo e
alimentadas pela água que nos humectou.
Pois
que sendo certo, que neste dia 1 de Março celebramos a fundação do nosso
castelo, castelo templário e uma das forças motrizes da defesa da nossa querida
Pátria em toda a sua história; evocamos não só o nosso passado, mas antes de tudo
isso, o nosso futuro.
Um
futuro que vincará a liderança, não conquistada pelas curvas das refregas da torpeza básica, ou no lançar da descrença
nos outros, ou na ultrapassagem da mesquinhez nas esquinas dos corredores
bafientos de um poder torpe, morto e ultrajante da memória colectiva, do mais
antigo estado-nação de uma Europa que se corrói,
sem
encontrar a Linha,
sem
encontrar o Vale,
sem
encontrar o Porto, que a latina expressão in hoc signo vinces – com este signo vencerás, nos ilumina há quase
nove séculos em Tomar.
Tomar
é um concelho, por isso mesmo, cheio de História e de simbolismo.
Temos
honra no nosso passado, e também confiança no nosso futuro. Um futuro alicerçado
nos valores templários, e na construção de uma sociedade onde os valores da
liberdade, da igualdade e da fraternidade, sejam o centro da nossa atuação.
A
história julgará, como sempre.
O
tempo presente afirmará, como sempre.
O
futuro demonstrará, como sempre.
E,
como sempre, quem aposta nas pessoas e quem sabe que é com as pessoas que se
deve estar, honra o passado, desenvolve o presente e ganha o futuro.
Homenagear
os seus mais queridos, dignificando o seu legado, não nos escondendo nos baús
hipotéticos ou reais de onde tirámos, por exemplo, o que vemos todos os dias à
nossa volta.
Sim,
porque hoje, simbolicamente, o SEGREDO de Tomar revela-se.
Vai
demorar tempo. Vai exigir esforço. Vai custar muito a muitos. Dos de cá e dos
de lá. Dos que crêem e dos que não crêem. Dos que começam e nunca acabam e dos
que acabando, julgam ter começado.
Dos
que da Honra, pensam saber a Verdade.
Dos
que da Justiça, perscrutam o Progresso.
De
todos e de nenhuns, os símbolos pelos TEMPLOS espalhados e à mão de semear, do
ZÉNITE ao NADIR. Da cruz – das cruzes -, das pias batismais, hoje
tina, ontem talvez cálice – graal -, quiçá…
O nosso
maior tesouro, não o Oiro escondido
no Poço dos Olivais, de Santa Maria, além da ponte; o maior tesouro do concelho
são mesmo as pessoas e as suas tradições.
O
trabalho diário de todos é a maior riqueza do concelho.
O
trabalho autárquico é um trabalho de proximidade e de todos ouvir. Nenhum
cidadão deve ser excluído na sua opinião e na construção do concelho de Tomar,
não olhando a que freguesia pertence.
Muito
mal estaria um poder político que se afastasse do respeito e dos desejos do seu
povo. Não é conhecida nenhuma organização que consiga prestar serviços aos
cidadãos, que consiga garantir a resolução dos problemas das pessoas, sem
respeitar e tratar com dignidade e respeito os seus trabalhadores.
Eis
que cumprimos.
NINGUÉM
deve ficar para trás.
A
inovação e a educação devem continuar uma prioridade.
Tendo
incorporado no passado os saberes milenares guardados pelas civilizações de
antanho, o nosso futuro far-se-á pelo desenvolvimento sustentável, que deveremos
colocar na estratégia que trilhamos.
Este é
o tempo em que temos mais um momento de busca, de desejo, de sonho.
Eis
que cumprimos!
E,
para continuar a cumprir, estou convicto que com as vossas mãos,
juntas,
unidas,
quais
NÓS de uma corda simbólica que percorra, não só esta sala, mas as ruas e praças,
de todas as Praças,
De
todos os lugares, daqui e de lá, e
Tal
como o poeta [Pessoa] descreveu na
sua Mensagem: Senhor falta cumprir-se. Que se cumpra Tomar!
Non nobis, domine, sed nomini tuo da gloriam
Viva
Tomar!
Viva Portugal!
*Deputado Municipal não
adstrito, eleito pelo PS