4.10.12

Piadistas

Atravessamos tempos únicos, nos quais a essência da natureza humana se vai revelando, para o melhor e para o pior. Este é um sintoma claro de que vivendo já numa economia de guerra, nos encaminhamos, através de vários sinais, sobre os quais já por aqui fomos escrevendo, para a dita guerra. Históricamente neste tipo de tempos, sempre o Homem se sobrelevou, dando de si o melhor e, na outra face da moeda, o pior também apareceu.

Em Tomar não é exepção. Neste fim de ciclo de uma geração política incapaz e irresponsável, que tomou o poder no já longínquo ano do século passado, em 1998, lá se vão arrastando na continuidade de modelos de actuação arcaicos, descabidos e desajustados do tempo presente.

Mas, também características destes fins de ciclo, há sempre novos servidores dos interesses instalados, na ânsia de para eles ainda sobrar algo do repasto entretanto servido. É da natureza humana e em Tomar não se foge naturalmente à regra.

Aos que estão no fim de linha e aos que os servem, pouco interessa que questões tão básicas como tornar os investimentos realizados nas últimas décadas eficazes e funcionais para a comunidade, como por exemplo a biblioteca muniçipal com a disponibilidade dos jornais - na promoção do acesso à cultura, dizia, que questões simples como essas possam estar resolvidas, ou no apoio às atividades desportivas e associativas realizadas no Concelho.

Ou que, num tempo em que as carências alimentares se vão sentir como maior incidência, o mercado municipal, ou uma rede de pequenos mercados locais, possa funcionar como promoção da produção e distribuição local, na ausência de taxas que fomentem essa mesma produção e venda.

Ou que o Municipio não consiga manter as suas habitações sociais nas melhores condições de habitabilidade, como ficou na ultima semana mais do que demonstrado com a queda de um teto numa habitação no Bairro da Senhora dos Anjos. Mas outros estão em análogas condições no Bairro 1 de Maio. Não. Neste fim de ciclo, há quem se preocupe e levante a voz e a indignação, apenas pelo Projeto A ou B, onde o interesse publico nao está em causa, mas apenas o interesse privado. Falta de ética total!
 
Estes são, claramente hoje como ontem, os piadistas à custa dos outros e do desenvolvimento da comunidade.
 
Neste fim de tempo e de gestão, os sinais de desnorte são evidentes, tendo expressão máxima na já em voga acusação de que é a oposição que prejudica o decurso do Concelho, isto dito por quem durante 15 anos foi responsável financeiro da autarquia, que em Junho/2008 tinha cerca de 6 milhões€ de dívida de curto prazo e em Agosto2012 esse valor ascendia a cerca de 15 milhões€, isto depois de ter recebido quase 5 milhões€ em 2009 para pagar dividas. É obra e é preciso uma lata descomunal achar que a culpa é da oposição, quando toas as decisões dos investimentos feitos, dos planos estratégicos aprovados e das candidaturas comunitárias realizadas, serem sempre feitas sem dar cavaco a ninguém.
 
O Concelho está a marcar passo há imensos anos, mas os piadistas entretêm-se em jogos florais, fora de tempo, de uma forma em que pode inclusivé duvidar se será apenas incompetência ou se é algo mais.
 
É tempo de correr com eles. A paciência esgotou-se!