16.5.12

Endividamento líquido do Município de Tomar aumenta quase 50% em 15 meses

O endividamento municipal em Tomar não tem parado de aumentar, sem resultados palpáveis para a desenvolvimento local. Isso é um fato que só os mais distraídos podem negar!
O nó górdio da estratégia encetada há vários anos pelos executivos do PPD, primeiro de Paiva, depois de Corvelo e agora de Carrão, com a conivência da direcção local, agora de Tenreiro tem como resultado um endividamento líquido de mais de 18 milhões de euros, com um excesso face à lei do OE2012 de mais de 400 mil euros, quando há 15 meses havia uma folga de  mais de 5 milhões face à Lei. A subida do endividamento líquido do Município em 15 meses, de Dezembro de 2010 a Março de 2012, foi de quase +50%, de 12,5 milhões euros para 18,2 milhões.
Face a este agravar em acelerado de todos os indicadores financeiros a Câmara PPD insiste em que não precisa de assistência financeira da tutela, mantendo a “pressão” da dívida sobre os fornecedores e perdendo assim margem de manobra na negociação de preços na aquisição de bens e serviços. Uma Câmara que não paga ou que paga tarde e a más horas, paga sempre muito mais.
Recordo neste momento os sábios ensinamentos que me foram transmitidos há vinte anos pelo então Presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, hoje Presidente de Castelo Branco, quando numa visita de trabalho que efectuei ao seu Município, este me assegurava que a gestão municipal até nem era complicada.
Há vinte anos, enquanto em Tomar se compravam dezenas de equipamentos para trabalhos municipais e nas freguesias, os quais têm gerado uma permanente tensão nas relações entre as Freguesias e o Município, estando metade do tempo parados, por avaria, falta de pessoal ou desarticulação na preparação de trabalhos, em Idanha-a-Nova, o 2º maior Município em área ( 950 Km2, Tomar tem apenas 350 Km2), não tinha Parque de Máquinas e nem precisava dizia Joaquim Mourão. A razão era simples: ele pagava a tempo e horas, por auto de medição e todos os empreiteiros queriam fazer trabalhos para a Câmara de Idanha. E em menos de uma década ele transformou um perdido e despovoado Concelho da raia interior do País, num exemplo de gestão pública.
O Município de Tomar, mercê dos erros acumulados durante décadas está hoje numa situação insustentável e não sendo certo da sua capacidade de honrar todos os compromissos, a começar pelos salários dos seus mais de 500 trabalhadores, o executivo PPD, qual avestruz enfiando a cabeça na areia, quer negar a realidade: A ASSISTÊNCIA FINANCEIRA É NECESSÁRIA, URGENTE E INEVITÁVEL.
Com uma dívida global de mais de 40 milhões de euros, receitas do estado de menos de 9 milhões, serviço de dívida anual (amortizações e juros) de 3 milhões, sem ser capaz de gerar valor, sem margem para negociar preços na aquisição de serviços e bens, que pode o Município fazer, senão cumprir o inevitável?