28.10.10

Última Conferência do Ciclo das Conferência de Santa Iria, este Sábado

Conferência adiada, por motivos de saúde do conferencista, para o próximo Sábado dia 6 de Novembro, pelas 16h30.

27.10.10

A posição oficial, sobre o que parece ser o facto político do momento local, pode ser lida aqui:

Comunicado do Presidente da Concelhia do PS de Tomar

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26.10.10

As minhas contas do MASSACRE DOS JUROS EXTERNOS

Eu sou como S.Tomé: sou de ver para crer. Vai daí fui fazer as minhas pesquisas e consultar alguns colegas, mais versados nestas "artes da economia" do que eu, e decidi partilhar convosco...




Façamos o seguinte exercício:

O PIB de Portugal ronda os 164.000 Milhões€(2009).
A dívida Portuguesa externa total, era em Dez2009 de 370.360 Milhões€ (mais ou menos 225% do PIB, dos quais 86% de dívida pública).
Sendo que a esmagadora maioria da dívida está em prazos até 10 anos, temos que pagar todos (Estado, particulares e empresas), qualquer coisa como 37.000 Milhões€/ano (como se todos os anos pagássemos 1/10 da dívida total) ou então.... renegociar a dívida.

Ora aí é que entra o problema dos juros.
Esse montante anual, em juros a 2,5% médios (valores regulares até ao início deste ano de 2010), representava um pagamento anual de 926 Milhões€. Mas se o juro médio for de 5,5% (que é o valor médio que actualmente já se vai pagando), o pagamento anual de juros passa a ser de 2.037 Milhões€, ou seja MAIS 1.111 Milhões€ ANUAIS.

A pergunta seguinte é esta: onde se vai buscar esse dinheiro?
A resposta mais correcta e normal é: ao crescimento da riqueza do País. [Há muitas outras, mas não vamos por aí, que são ainda mais complexas]


Pois. Mas o crescimento económico este ano em Portugal, será no máximo de 1,2%, o que representa 1.975 Milhões€ de aumento de riqueza anual (Menos do que o pagamento total dos Juros, de 2.037 Milhões€)
Ou seja: 56% do aumento da riqueza do País, este ano, será "comido" pelo maior pagamento de Juros.


E em 2011?
Previsão do OE: aumento de 0,2% do PIB, ou seja, aumento de 333 Milhões€ da riqueza do País.
E o aumento dos juros para o ano?
Se se mantiver a tendência de subida, não é descabido pensar que os juros médios para o ano possam ser de 6,5%, o que representaria um aumento só por essa via (de 5,5 para 6,5) de cerca de 370 Milhões€ (para 2.407 Milhões€ no total), JÁ SUPERIOR A 100% DO AUMENTO DO PIB.


MAS MAIS PREOCUPANTE AINDA:
Teriam de ser returados, da economia real - das famílias, das empresas e do estado, qq coisa como 2.500 Milhões€, o eaquivalente a cerca de 4% DE IVA ANUAL!


De facto, não há-de ser fácil!
E eu optimista me confesso: Há que fazer alguma coisa, senão vamos viver dias difíceis nos próximos anos.
A aposta está aí: FAZER MESMO ALGUMA COISA!

25.10.10

Não me julguem mal, mas ainda há poucos dias dizia, em círculo privado, que este não seria o ultimo PEC, uma vez que a questão dos juros externos vão muito provavelmente continuar, por imposição dos credores alemães e do benelux, muito elevados.

À medida que vão terminando os empréstimos de seis meses, de um ano, de três anos, novos têm de ser realizados a juros duas, três e mais de quatro vezes superiores aos anteriores juros. Só por este facto, vamos viver mais uma década muito difícil.

Mas leiamos o ex-Ministro Socialista, Daniel Bessa:

RECESSÃO
Daniel Bessa: "Vão ser precisos outros PECs"
por LusaHoje

A economia portuguesa vai entrar num período profundo de recessão "durante muitos anos" e "vão ser precisos outros PEC's" considerou hoje o economista Daniel Bessa.
"Vamos entrar num período profundíssimo de recessão, durante muitos anos [...] As medidas que estão tomadas vão fazer a economia entrar em recessão. Mais tarde ou mais cedo, o Estado vai perceber que as receitas não chegam e vai precisar de outro PEC", afirmou o economista, durante o debate "Outro PEC depois do PEC?", que decorre hoje na Universidade Católica, em Lisboa.
Daniel Bessa explicou que, de maio (altura do anúncio da chamada segunda versão do Programa de Estabilidade e Crescimento) até Outubro, "entrou no sistema muita despesa que não se esperava", entre as quais, despesas com juros e com os submarinos, entre outras, e que para cumprir com os compromissos assumidos com Bruxelas, o Estado vai ter de aplicar mais medidas.
"Vão ser precisos outros PEC's", sublinhou o economista,  considerando que o Estado vai ter ainda de compensar insuficiências com as receitas, derivada do período de recessão que antevê.
Daniel Bessa disse ainda que o problema de finanças públicas de Portugal é apenas circunstancial e que o problema é o fraco crescimento na última década, que nesta altura "não chega para compensar o aumento dos juros pagos ao exterior".

O economista disse que "já estamos mais pobres em termos de rendimento nacional do que estávamos há dez anos", considerando que a explicação vem do facto da economia ter "crescido mal", por indução da procura interna (privada e pública), de consumo, não de investimento, e de este ter sido baseado em dívida.
Quanto à proposta de orçamento, à margem do debate, Daniel Bessa defendeu que esta proposta "é para tratar das contas públicas" e talvez "para tratar de que não falte dinheiro na tesouraria do Estado no próximo mês" para os pagamentos correntes.
"É para tentar lidar com uma situação desesperada, não tem que ver portanto com crescimento", acrescentou.

Quanto a um possível acordo entre Governo e PSD, Daniel Bessa diz que este tem de acontecer, a bem, ou a mal: "Os credores são quem manda, senão chegarem a um acordo a bem, chegarão a um acordo a mal, daqui a uns meses, com custos pesados para os portugueses".

24.10.10

Novos dirigentes do PS Distrital até 2012

Cumprido mais um congresso da distrital do PS, foram ontem eleitos os novos órgãos, afirmando de novo Tomar como a segunda maior concelhia.

A presidência da Comissao de jurisdição distrital, por onde passa toda a JUSTICA federativa continua presidida pelo nosso camarada Viriato Fernandes e tem ainda nos sete efectivos a Celeste Nunes.

Na Comissao de fiscalização económica, em substituição de Carlos Silva, entrou a camarada Silvia Sousa.

Alem das inerencias à Comissao política distrital da Presidente das Mulheres do distrito, Anabela Freitas, do presidente da JS Ribatejo, Hugo Costa e do cabeça de lista à Camara, José Vitorino, foram ainda eleitos, como efectivos: Fatima graça, Hugo Cristovao, Luis ferreira, Anabela Estanqueiro, Leonel Graca, Joana Nunes e Americo Freire. Como suplentes estão Mónica Martins, Vasco Marques, Filipa costa e Hugo Lucas, além da representante da JS Susana Faria.

O presidente eleito Paulo Fonseca, anunciou ainda a futura direcção distrital, composta por
nove membros eleitos, acrescidos de Anabela Freitas e Hugo Costa. Luis ferreira e Anabela Estanqueiro integrarão a futura direcção distrital, até Dezembro de 2012.

A principal missão deste mandato é, segundo a moção aprovada, preparar as futuras eleições autárquicas de 2013, escolhendo os melhores candidatos para as disputarem nas Camaras e freguesias do Distrito de Santarém.

Estou certo que os camaradas de Tomar, com os quais estou cometido e empenhado em trabalhar, darão o seu melhor, não só para contribuir para uma futura vitória em Tomar, mas também para colaborar com os outros camaradas do distrito para o seu sucesso em cada concelho.

Estamos aí!

23.10.10

MOÇÃO SECTORIAL PRESENTE AO CONGRESSO DISTRITAL DO PS

Moção apresentada ao Congresso da Federação de Santarém de 23 de Outubro de 2010


MOÇÃO SECTORIAL



REGIONALIZAR CEM ANOS DEPOIS DO INICIO DA CIDADANIA


Com a implantação da República, a 5 de Outubro de 1910, os direitos de cidadania passaram a ser um facto e, para além do grande movimento de expropriação de bens do povo e ao usufruto de instituições de cariz religioso, foram dados passos significativos para que TODOS os cidadãos fossem como tal reconhecidos, através da implementação obrigatória do Registo Civil.

Só a titulo de exemplo: A 6 de Outubro de 1910 são promulgados os primeiros decretos que expulsam os Jesuítas e encerram os Conventos, a 22 é abolido o ensino religioso nas Escolas primárias e a 28 de Outubro a primeira Lei de liberdade de imprensa.

A 3 de Novembro é promulgada a primeira Lei do Divorcio, a 6 de Dezembro é reconhecido o direito à greve e no dia de Natal promulgada a Lei da família e instituído o casamento civil.

Perguntar-se-á qual a relevância deste movimento social, na construção de um território também ele liberto e em alguns aspectos, libertino, fora das cinturas industriais de Lisboa e margem sul? Na construção do nosso Ribatejo!

É que, embora a maioria dos grandes líderes republicanos do Ribatejo fossem abastados proprietários rurais, nos centros republicanos espalhados por todo o Distrito, punhados de Homens Bons, da pequena burguesia comercial das vilas e cidades e a mole de funcionários do Estado, faziam dos centros republicanos verdadeiros centros de re-invenção social, naturalmente destruidores das amarras estereotipadas da sociedade monárquica de antanho.

Com a implementação da Republica pôde o Ribatejo iniciar o seu lento processo de libertação do julgo clerical, atávico e naturalmente retrógrado, melhorando as suas formas autónomas de interacção social, baseados nos Ateneus, Grémios, sociedades de Instrução e Recreio, Sociedades recreativas, posteriormente na rede de Casas do povo, sempre a par de uma revolução nunca concretizada dos poderes das freguesias e municípios.

O Ribatejo, nos seus limites históricos de Vila Franca/Alcochete a sul, das serranias de Montejunto/Candeeeiros/Aire/Alvaiazere/Amêndoa a Oeste e Norte, ou aos montados de sobro do alto Alentejo do eixo de Gavião a Vendas Novas, agrupando os principais afluentes do Tejo, sejam eles a Sorraia, o Ota, o Rio Maior, o Alviela, Almonda ou o Zêzere, foi-se constituindo como aquilo que venho, há vários anos, chamando de “quinta de Lisboa”.

Para tal, se calhar contribuiu o móbil originário, pela elites abastadas e anti-clericais do Ribatejo dos fundadores da Republica, proprietários no Ribatejo mas residentes na Capital. Logo aqui, a génese do centralismo, prejudicial a uma afirmação autónoma deste território, hoje com mais de 440 mil habitantes.

Mas o que importa hoje verificar é o facto de, mercê das novas vias de comunicação, já existentes e em execução, passarmos a estar, mais do que na ligação preferencial a Lisboa, numa ligação simbiótica com o “além Serra” – o nosso Oeste, que só assim se concretiza verdadeiramente como espaço territorial diferenciado. Ao Ribatejo, surge ao seu Oeste uma vasta Região, povoada hoje por 340 mil almas, que se estendem de Torres Vedras a Alcobaça.

Ora, estas três unidades orgânicas de planeamento territorial (NUTIII), as duas do Ribatejo (Médio e Lezíria do Tejo) e o Oeste, constituem-se como espaço territorial composto por quase 800 mil habitantes, numa vasta constelação de Cidades e vilas, de 33 Concelhos, que ainda que futuramente agregando a “ilha de Leiria”, composta por Porto de Mós/Batalha/Leiria/Marinha Grande, poderiam constituir uma unidade territorial forte, com quase Um milhão de habitantes, de forte potencial num equilíbrio entre os três tradicionais sectores económicos e o cada vez mais relevante quarto sector.

Se a Republica nos trouxe os direitos de cidadania e nos libertou do julgo religioso, trazendo finalmente a modernidade dos conceitos da revolução francesa, na assumpção dos valores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, assumidamente anti-dogmática e libertária, deve a Federação Socialista do Ribatejo, neste centenário, assumir como seu ditame futuro um contributo forte para a afirmação de uma autonomia administrativa da metrópole capital.

A discussão “fina” das 5,7 ou 8 regiões é neste quadro um pormenor irrelevante, que apenas servirá para cavar divergências.

A verdadeira institucionalização das regiões é o grande passo, que permitirá a necessária reforma administrativa nacional, dando resposta aos níveis das administrações públicas mais próximo dos cidadãos.

A actual Lei das Comunidades intermunicipais, mal concebida e irrelevante na resposta concreta aos anseios de autarcas e da região ribatejana, deveria ser de imediato revista.

A extinção dos Governos Civis, prometida por todos os Governos dos últimos vinte anos, concretizada.

A descentralização e fusão dos serviços desconcentrados dos diferentes Ministérios, integrados nos futuros serviços regionais, supra-Municipais, libertando em especial os Municípios sem know-how técnico do apoio às populações e lançando bases para uma reforma administrativa mais profunda onde diferentes competências territoriais, levariam a diferentes Municípios e Freguesias, sem necessidade de prover à extinção de boa parte delas.

Só uma regionalização, direi mesmo hoje, qualquer regionalização, será a garantia da não extinção a breve prazo de boa parte das freguesias com menos de mil habitantes ou dos Municipios com menos de 10 mil.

Neste contexto, esta Moção Sectorial é, mais do que tudo, um apelo.

Um apelo a que no respeito histórico pelo nossa autonomia cultural, saibamos intervir numa regionalização que começando o quanto antes, nos leve a ter num futuro de algumas décadas, uma Região autónoma de Lisboa, de Torres Vedras a Mação e de Coruche à Marinha Grande.

Um apelo, para que sabendo respeitar os valores da Republica, não cedamos aos “pensamentos de paróquia” ou do velho princípio jesuíta de a uma questão responder com outra. Cem anos de Liberdade de pensamento, obrigam-nos a alimentar os outros princípios da igualdade e da fraternidade.

Um apelo, para que o desenvolvimento dos fóruns de debate interno, da sociedade do Ribatejo, se faça nas suas academias desportivas, nas suas sociedades recreativas, nas suas escolas publicas, nos seus blogues privados e colectivos, em todos os lugares onde valha a pena discutir e ouvir, ouvir muito, sempre, de forma austera, mas simultaneamente actuante.

Um apelo a que, Ribatejanos sempre, socialistas e equalitários de génese, respeitando o legado de Eudóxio César Azedo Gneco (Samora Correia, Benavente, 1849 — Lisboa, 29 de Junho de 1911), mais conhecido por Azedo Gneco, foi gravador de profissão, medalhista e aprendiz de escultor, tendo-se distinguido pela sua acção como activista político. Foi também um autodidacta, publicista e orador distinto, que se notabilizou como jornalista e conferencista, protagonizando polémicas de grande relevância. Pertenceu à Maçonaria e a diferentes movimentos Republicanos. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português – o primeiro Partido Socialista em Portugal e um dos seus primeiros dirigentes., a par de José Fontana, José Correia Nobre França e José Tedeschi, no Congresso de Tomar em 1875.

Um apelo final, para que as mulheres e os homens do Ribatejo, socialistas de têmpera, saibam trabalhar em prol das suas comunidades em primeiro lugar, com o sentido estoíco, que só os Homens Bons sabem ter.

Viva o Ribatejo. Viva o PS.



Luis Ferreira, militante 11.175 (Tomar)

21.10.10

20.10.10

O render da guarda no Politecnico

Após mais de um quarto de século de existência, primeiro como Escola de Tecnoclogia e posteriormente como Politécnico autónomo, tomou posse o primeiro presidente do Politecnico de Tomar eleito após a aprovação dos novos estatutos, aprovados ao abrigo do RGIES, pela Lei 72/2007, de 10 de Setembro.

O Prof. Eugénio de Almeida inicia assim, a segunda vida do nosso Politecnico, instituição base do nosso Concelho e da nossa região, depois de anteriores eleições, por via de outro enquadramento jurídico e estatutário, do professor Pacheco de Amorim por duas vezes e do professor Pires da Silva, por um único mandato.

A transição e a "refundação" do nosso Politecnico foi realizada pela mão do Prof. Pires da Silva, que orgulhoso passou o testemunho a uma nova geração de dirigismo académico.

Conheço há vários anos, partilhando às vezes algumas boas reflexões sobre o mundo e a nossa região, o hoje Presidente do Politecnico de Tomar e estou convicto da sua visão e profissionalismo de actuação estratégica, num mundo globalizado e numa (sub)região que procura ainda o seu papel.

A valência técnica e educativa, prevalecentes no Politecnico de Tomar, sao essenciais para a afirmação de Tomar na sua sub-região e a sua única esperança para o futuro. Muito honestamente é o que penso.

Um bom trabalho a toda a equipa liderante, é o meu sincero desejo.
Tomar agradece!

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Para relembrar ao que viemos...

DISCURSO DO PRESIDENTE DA CONCELHIA NA CONVENÇÃO AUTÁRQUICA DE 2004

Estimado amigo Pedro Nuno, SG-JS
Estimado amigo Paulo Fonseca, Presidente da Fed.
Estimados autarcas, militantes e dirigentes do PS
Estimados convidados e órgãos de comunicação social

Caras e caros Tomarenses

Quero em primeiro lugar agradecer a todos pela vossa presença, participação e trabalho.

As reflexões e propostas que nos trouxeram, neste tempo repleto de amorfismos, especulações e suspeitas várias, dão-nos a todos ânimo necessário à continuidade do empenhamento que temos tido.

Permitam-me neste momento de balanço e prospectiva recordar-vos alguns factos do passado, sem sequer referir a importância da ancestral presença celta ou romana, e sem beliscar o relevo da presença das Ordens dos Templários ou de Cristo.

Lembremos por exemplo:

Que as primeiras comemorações do 1º de Maio – Dia do Trabalhador – em Portugal, tiveram lugar em 1890, nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Silves, Tomar, Leiria, Santiago do Cacém e Arronches.

Que passam neste mês 109 anos sobre a realização em Tomar, de um Congresso do Partido Socialista Português, percursor a nível de visão social e política do actual Partido Socialista.

Que nesse tempo – finais do Sec.XIX, Tomar era uma referência nacional, já tendo iluminação eléctrica pública, situação que a Capital só viria ter em 1904 – Há precisamente 100 anos.

Que nos anos sessenta, Tomar era conhecida como a CIDADE JARDIM, tinha um Ensino de referência a nível nacional e era Sede da Região Militar Centro.

Que nos anos oitenta o Convento de Cristo é declarado pela UNESCO como Património Mundial.

E Hoje?

O Concelho tem uma taxa de desemprego superior à média nacional.

O rendimento per capita dos residentes tem baixado nos últimos anos.

Depois de num primeiro momento, das últimas duas décadas, a Cidade ter captado residentes às Freguesias rurais, está neste momento a perder população residente, em detrimento dos Concelhos limítrofes.

Nenhuma Cidade da dimensão de Tomar – 17.000 habitantes, tem um tráfego tão caótico, nem uma poluição atmosférica, como a nossa.

Em nenhum Concelho da Região é tão difícil proceder à aprovação de um simples projecto de licenciamento de uma obra particular e, em nenhum outro, as taxas atingem os valores de Tomar.

A factura da água em Tomar é mais elevada, para o mesmo tipo de consumo, do que na Capital do País!

Lotear em Tomar, é de todo impossível, pois a Câmara Municipal transfere para os promotores todos os ónus lógicos e ilógicos, obrigando-os, por exemplo, a asfaltar e colocar ruas mesmo fora do seu loteamento, acabando por ter que ser o comprador a pagar tudo isso.

O apoio ao Associativismo atingiu níveis de complexidade nos procedimentos, que apenas burocratizaram, não havendo na autarquia um verdadeiro serviço de apoio às Associações, por exemplo para candidaturas a fundos nacionais e comunitários.

Aliás, neste campo, não se percebem quais as prioridades: se a formação, se a competição; se a música, se o ballet; se o ténis, se o hóquei; se os jogos populares, se os jogos de mesa… Enfim, um completo desnorte!

As Juntas de Freguesia, sejam elas geridas por que Partido forem, têm de viver de mão estendida para uma Câmara que não as respeita, que não as ouvem, que não acorda com elas as competências, os meios e os técnicos necessários à sua importante missão.

Desde os anos Setenta – gestão do PS, com o Sr. Luís Bonet – que não se investe seriamente na Habitação Social e na Habitação a custos controlados.

Hoje até já se pode estudar em Tomar, mas onde é que há trabalho?

O tempo de resposta aos investidores por exemplo, é por demais elevado e ninguém consegue falar com o Sr. Que tudo sabe e manda.

Mas lembremos mais:

Quem é que nos últimos 25 anos gere a autarquia de Tomar, durante 17 anos?
Todos sabemos que tem sido o PSD, umas vezes sozinho outras coligado à sua direita!

Ultimamente, desde o início deste ano para ser mais concreto, o Sr. que tudo sabe e manda descobriu que todos os problemas que o Concelho tem os deve ao PS?!
Tal preceito, além de falso denota a sua preocupação, porque sabe que a população já percebeu quem é o responsável: a sua direita viscosa e lodacenta do PSD!

Em Tomar vive-se hoje a medo! E tal não é exagero: que o digam as centenas de funcionários da autarquia, permanentemente colocados perante novos factos, que sob a aparência da legalidade concreta, mais não espelham que o vivo repúdio pela opinião diversa, que mais não fazem do que concretizar o que de pior a Governação de direita tem – o desrespeito pelo funcionário público!

Não deveria a Câmara na sua gestão valorizar os seus recursos humanos, dando-lhes novas competências, incentivando-os?

Em Tomar viver-se hoje a medo! Pois quem tenta alertar para os graves erros de PLANEAMENTO, de EXECUÇÃO e de FISCALIZAÇÃO é logo apelidado – como no tempo da outra senhora de MALDIZENTE CONGÉNITO, ou de COMUNISTA!

Em Tomar, vive-se hoje a medo! Quem não venere S.Exa Reverendíssima e seus algozes do PSD, quem não participe nas suas cerimónias espúrias de burguesia decadente, não faz parte do concerto social…, logo é ostracisado.

É de admirar quando as pessoas desacreditam da política? Em Tomar, o Sr. que tudo sabe e manda, dá-lhes boas razões para tal!

Em Tomar vive-se hoje mal, apesar de parecer que não. É que há gente que não pode pagar a renda de casa, a creche dos filhos e o lar dos pais, mais todas as taxas que sem qualquer nexo social o PSD nos impõe. Há por isso uma razão para lutarmos pelo desenvolvimento que queremos: O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – que é aquele que permite conciliar o crescimento económico, com a equidade social e o equilíbrio ambiental!

Estivemos no passado na primeira linha do desenvolvimento, porque é que não haveremos de também num futuro próximo estar?

Meus caros Tomarenses

Definimos no PS este ano de 2004, como um ano crucial para o futuro de Tomar!
Propusemos o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL como matriz enquadradora para as nossas políticas autárquicas, porque entendemos que só numa lógica respeitadora do ambiente, das pessoas e da economia social, a vida no futuro tem solução na nossa terra.

Comprometemo-nos a ser mais vigilantes e interventivos!
Alguém tem dúvida que temos marcado a agenda política em Tomar?

Avisámos ao que vínhamos, assumindo que depois de nós, nada mais ficaria na mesma!
Só a título de exemplo é verdade ou não que as propostas da criação da AGENDA XXI local rejeitada na A.M. pela maioria PSD e o REFERENDO LOCAL sobre quatro das mais polémicas intervenções POLIS, confrontaram o Sr. que tudo sabe e manda com o seu NEPOTISMO e AUTÍSMO CONGÉNITO.

Apesar de todas as tentativas dos nossos adversários, dos inimigos da nossa Cidade e Concelho, pensamos que até hoje cumprimos! – A ditadura enfrenta-se de frente, sem subterfúgios, sem medos e com determinação!
É verdade ou não que temos razão em relação ao MILIONÁRIO CONTRATO de CONCESSÃO do ESTACIONAMENTO TARIFADO de TOMAR. Quanto é que vai custar a cada Tomarense este VERDAEIRO ROUBO, da responsabilidade daquele Sr. que tudo sabe e manda?

Conforme ficou bem claro pelas vossas intervenções, que em nome de todo o PS agradeço, quer as dos nossos autarcas e dirigentes, quer pela empolgante e pedagógica intervenção do nosso camarada Jorge Coelho, Tomar vive um momento de viragem.

Queremos afirmar, hoje aqui, precisamente neste início de TEMPO NOVO, que a VELHA POLÍTICA MORREU!

Nós no PS em Tomar, não confundimos gestão corrente, com gestão estratégica, por isso passado que está o tempo das infra-estruturas básicas, na primeira preocupação das políticas autárquicas, vamos entrar assim num admirável tempo novo, ao qual gosto de chamar de “novas políticas autárquicas, para o Sec. XXI”.

Que não se depreenda da anterior afirmação de que tudo o que é infra-estrutura está feito no nosso Concelho, longe disso. O que é para nós evidente é que as “Novas políticas autárquicas” têm que tomar o investimento nas pessoas, como o fulcro da sua actuação. É para aí que é o caminho do futuro, e para nós o futuro é já hoje!

Nós até podemos esperar, mas quanto mais tempo resiste Tomar a este desmando?

Governar para as pessoas é claramente o lema dos Socialistas no Concelho de Tomar.

Prospectivar o nosso futuro colectivo, é muito mais do que nos escondermos por detrás de projectos dúbios e sob a coordenação de protagonistas cansados!
Os Partidos Políticos além de não serem Associações Recreativas, também não são Gabinetes Técnicos, são isso sim Entidades de COORDENAÇÃO ESTRATÉGICA!
Por muito que alguns queiram, nomeadamente os adversários de Tomar, para o PS a aposta é mesmo nas pessoas e não nas obras ou na CONCESSÃO do FUTURO a QUALQUER LÓGICA MERCANTILISTA NACIONAL ou INTERNACIONAL!

Dotar o Concelho de políticas activas de PROGRESSO SOCIAL, quer seja com descriminação positiva nas taxas de águas e construção, quer seja com incentivos à educação em especial das famílias mais carenciadas e numerosas.

Desenvolver PARCERIAS ACTIVAS com as Instituições Particulares de Solidariedade Social, para aumentar o apoio à infância e à terceira e quarta idades é já um FORTE COMPROMISSO DOS SOCIALISTAS!

Olhar o mundo associativo, como parte fulcral da nossa vivência colectiva é muito mais do que distribuir umas “migalhas” orçamentais sem norte: Com o PS as Associações do CONCELHO são PARCEIRAS para o Desenvolvimento Sustentável e, como tal, dotadas de recursos humanos e técnicos de suporte COERENTE à sua actividade.

Só assim o sempre propalado INVESTIMENTO NA CULTURA E NO TURISMO, como vector estratégico de Desenvolvimento TERÁ NEXO.

Há quem pense que estamos aqui por acaso: estamos aqui porque o futuro nos escolheu e porque nós soubemos, a ele, dizer presente!

Para os Socialistas a solução de Transportes Regionais passa pela implementação do METRO DE SUPERFÍCIE em todo o Médio Tejo, crescendo dentro na nossa Cidade interligando os principais equipamentos de serviço público, como sejam as Escolas e o Hospital. Esta verdadeira ESPINHA DORSAL de transporte público deve sem complementada em parcerias PUBLICO-PRIVADAS que garantam o acesso de todos os residentes do Concelho os serviços.

Aliás, sobre este aspecto, é fulcral que se saiba que uma das apostas do PS é garantir que cada CIDADÃO não esteja a mais de 15 minutos de todos os serviços essenciais à sua vivência. O suporte representado pelos fundos estruturais, nomeadamente os da Sociedade de Informação e do Ambiente são essenciais para concretizar este desidrato.

É por aqui que é o nosso caminho:
POR UM LADO A CAPACTAÇÃO MÁXIMA DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS, aproveitando o Fundo de Coesão - vocacionado para as políticas de AMBIENTE, TRANSPORTES e ACESSIBILIDADES e o FEDER – vocacionado para a SOCIEDADE de INFORMAÇÃO, COMPETITIVIDADE e DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
POR OUTRO LADO, com os ganhos de eficácia numa gestão mais profissional de todas as intervenções da Câmara, canalizar os meios financeiros assim recuperados para o APOIO às POLÍTICAS SOCIAIS ACTIVAS, com o objectivo claro de apoiar os CIDADÃOS e as FAMÍLIAS mais débeis e de maior dimensão.

Connosco os Tomarenses sabem que o RIGOR e a VERDADE serão o alicerce da nossa actuação. Não recorreremos ao POPULISMO básico para que alguns nos querem empurrar, porque sabemos que as pessoas estão fartas de DEMAGOGIAS.

Connosco os Tomarenses sabem que a promoção da COMPETÊNCIA e da SOLIDARIEDADE será o tónico da nossa actuação.

Connosco os Tomarenses estão seguros de que o Concelho agirá com COERÊNCIA e TRABALHO, única forma de sermos respeitados na Região.

Connosco os Tomarenses têm a garantia que a INOVAÇÃO estará ao seu serviço, melhorando a sua qualidade de vida.

E por falarmos em INOVAÇÃO, convém lembrar que o PS tem uma VISÃO de uma Tomar liderante no espaço REGIONAL, sem paternalismo! Com responsabilidade!

Meus caros Tomarenses

Aproveito as minhas últimas palavras para me dirigir muito em especial a todas as mulheres e homens que têm dado o melhor de si, quantas vezes com prejuízos da sua vida particular, em prol da causa pública – os nossos autarcas.

Vocês são a primeira linha do combate contra a DITADURA do Sr. que tudo sabe e manda. Tenham a firmeza que nós temos tido! Por favor não vacilem, nem alimentem sonhos irrealizáveis daqueles que fora nos querem impor as suas soluções. Todos sabemos que muitas vezes o nosso mais temível inimigo somos nós próprios: tenhamos a coragem de nos autocontrolarmos – na desilusão e na euforia!

O Concelho precisa de nós! Precisa da nossa estratégia!
Uma estratégia que visa COLOCAR TOMAR NO MAPA, do LADO CERTO DO DESENVOLVIMENTO – sustentável, claro!

Tenham confiança nos dirigentes do PS, que conseguirão encontrar os melhores protagonistas para as suas equipas – desde o cabeça de Lista à Câmara a todos os outros.

Por favor não liguem às nuvens de fumo, com pseudo-candidatos todas as semanas “soprados” pelos sectores que querem VENDER A NOSSA ALMA AO DIABO!

Sejam firmes, mas tolerantes! Sejam corajosos, mas educados!

Podem crer que todos trabalhamos colectivamente para oferecer um bilhete de ida ao PSD.

E disso, os Tomarenses, já se deram conta!


MEUS CAROS TOMARENSES

Nunca, como hoje, vocês depositaram tanta esperança no PS. Saibam que estamos aqui para vos servir. Foi para isso que viemos e só daqui sairemos quando tivermos concretizado o nosso OBJECTIVO:

Por tomar no mapa, do lado certo do desenvolvimento!

Nós confiamos em vós! Tenham por isso confiança em nós!

Viva o Partido Socialista
Viva o Concelho de Tomar


Luís Ferreira
Presidente da Concelhia do PS
Aos 30 de Outubro de 2004

19.10.10

Feira das passas demonstra viabilidade de mercado permanente

Já não é a primeira vez que o assunto é falado, pelo menos em surdina, em alguns sectores da sociedade tomarense.

Mas agora temos a oportunidade de ver, de facto, o seu real impacto.

A feira das passas fica bem, na praça da republica e parece ser uma actividade viável , a exemplo do que foi também a 5 de Outubro, a recriação do mercado do inicio do século XX (Mercado da Republica).
Tal como em outras cidades ou vilas europeias, um mercado do tipo "histórico" ou de "recriação", regularmente instituído é perfeitamente viável. Mensal, quinzenal ou semanal, aliando os produtos autocones a pequenos produtos manufacturados, do tipo "Artes à margem", ajuda de forma relevante à animação do centro histórico.

Será uma interessante actividade, cuja sua principal dimensão não sendo a económica, virá a ter para algumas instituições uma oportunidade única de visibilidade e actividade permanente.

Uma ideia que explorada virá a dar bons frutos, disso estou certo.

18.10.10

Entrevista de António Reis, Fundador do PS, ex-Secretário de Estado da Cultura e actual Grão-mestre da Maçonaria portuguesa (Grande Oriente Lusitano)

 
ENTREVISTA
António Reis "Sou grão-mestre e não reúno aqui com ministros para lhes dar instruções sobre o que devem fazer no governo"
Grão-mestre revela que a maçonaria é uma organização de elites e funciona como uma família, mas rejeita a ideia de ser um "polvo"
 
O Grande Oriente Lusitano (GOL) é a obediência maçónica mais antiga em Portugal. Criada em 1802, esteve na origem da Revolução Liberal de 1820 e da queda da monarquia em 1910. Os principais responsáveis pelo movimento republicano eram maçons do GOL. E o governo da Primeira República era composto em grande parte por maçons. Cem anos depois, a maçonaria ganha cada vez mais força em Portugal. Nos últimos dez anos o número de maçons duplicou, mas poucos são os que se assumem como tal. São ministros, deputados, académicos, médicos, juízes, advogados... Em entrevista ao i, António Reis, grão-mestre do GOL e um dos mais antigos dirigentes do Partido Socialista, rejeita a classificação de "organização secreta" e diz acreditar que no futuro mais maçons irão perder o receio de se assumir. 

Na semana em que se comemorou o centenário da República em Portugal não podemos deixar de referir a influência da maçonaria nesse movimento. Afinal alguns dos principais intervenientes na implementação da República eram maçons do Grande Oriente Lusitano.  

Todos os historiadores reconhecem que os maçons do Grande Oriente Lusitano Unido foram os intervenientes mais importantes da implantação da República, a 5 de Outubro. Começaram a lutar pela queda da monarquia, cuja ditadura autoritária, em alguns momentos, como com João Franco, em 1906, punha em causa os valores republicanos de liberdade e igualdade. Também havia muitos maçons monárquicos, mas o momento em que muitos elementos do Partido Republicano começaram a entrar para a maçonaria marcou a mudança.

Como foi preparado o movimento republicano do dia 5 de Outubro pela maçonaria?

Os republicanos maçons tiveram um papel muito importante nas operações do dia 4 e 5 de Outubro. Miguel Bombarda, Cândido dos Reis, Machado Santos - o herói da Rotunda - e também Rogério de Almeida, Afonso Costa, Bernardino Machado... eram todos do GOL. O primeiro governo tem uma forte influência da maçonaria. Cerca de metade dos ministros do primeiro governo republicano eram maçons. Depois, com a ditadura militar, começou a decadência da maçonaria. A partir de 1929, e nem tanto de 1926, começou a diminuir o número de maçons. Alguns por medo das perseguições. Mesmo assim há um sector da ditadura militar composto por maçons importantes, como o general Carmona. No entanto, a influência da maçonaria diminuiu em 1929 e depois em 1935 com a lei criada por Salazar, que extinguiu todas as sociedades secretas e proibiu a maçonaria.

E como se organizaram os maçons do GOL durante a ditadura? 

Alguns maçons continuavam ligados, nos anos 40 e 50, a movimentos como a Unidade Nacional Antifascista e a Unidade Democrática. E também estiveram presentes nas eleições presidenciais, ao longo da ditadura. O general Norton de Matos era maçon e opôs-se também ao general Carmona. Após o 25 de Abril, o primeiro-ministro do primeiro governo provisório era um maçon: o professor Adelino da Palma. Esta altura marca o renascimento da maçonaria. 

Há pouco referiu que na Primeira República o governo era composto por cerca de 50% de maçons. Com o 25 de Abril houve o renascimento da maçonaria. Qual é o número actual? 

Hoje em dia as coisas são diferentes. Naturalmente que os maçons têm cargos preeminentes, existem deputados maçons e pessoas no governo... Mas nada que se compare com os 50%. Seguramente muito menos.

Mas não tem uma ideia aproximada?

Não, não tenho dados que me permitam quantificar. Em 1974 havia uma centena de maçons. Na Primeira República eram 4300 maçons no GOL. Hoje em dia não somos mais de 2 mil. 

Desde o 25 de Abril que tem havido um aumento de interesse pela maçonaria?

Sim, duplicámos o número de maçons nos últimos dez anos. É natural que estejamos a crescer, mas não queremos muitos mais. Atenção que a maçonaria não é uma instituição de massas, como um partido político. Nós próprios não queremos ultrapassar um determinado número. Somos muito selectivos.

Como é feita essa selecção? Que tipo de pessoas procuram?

As elites académicas, culturais, políticas... As elites em geral. As pessoas não vêm directamente ter connosco. Em geral isso faz-se indirectamente, através de pessoas do GOL que já se conhecem. Determinado obreiro, "irmão" (termo maçónico), propõe uma pessoa das suas relações.

A maçonaria é reconhecida ainda hoje como ordem secreta. Apesar de vivermos num regime democrático, a maioria dos maçons não admite que o é. Porquê?

É a própria pessoa que pode, se assim quiser, comunicar que é maçon. Ninguém é obrigado a assumir-se, isso seria uma violação da liberdade de consciência. Ninguém tem de se declarar benfiquista ou sportinguista e portanto também não tem de se declarar maçon. 

Manter a identidade maçónica em segredo é muito comum entre os magistrados. Nenhum se assume como maçon, mas há muitos magistrados que o são. 

Existe um certo preconceito no poder judicial. Alguns magistrados não aceitam muito bem a maçonaria. E, com medo que a opinião publica os condene - baseada naquela ideia de que a maçonaria é como uma instituição tentacular, uma espécie de polvo, que controla as instituições de todos os poderes, o que é inteiramente falso - não o assumem. Isso pode criar desconfianças, suspeitas dentro do poder judicial relativamente à condição de maçon de determinado juiz ou procurador. Por isso a maioria prefere não revelar. 

O facto de existirem muitos magistrados maçons pode representar qualquer influência da maçonaria no poder judicial? 

O poder judicial é o poder mais independente deste país, não temos nenhuma influência. Os magistrados não têm de obedecer ao GOL, têm de agir de acordo com a sua consciência.

Mesmo que estejam a julgar um processo que envolva directamente um maçon do GOL?

O poder judicial conduz-se autonomamente, por ele próprio.

Mas o espírito de irmandade, obrigatório na maçonaria, conduz a um sentimento de protecção entre "irmãos" que se pode naturalmente reflectir nas suas actividades normais, fora da maçonaria? 

Sim, mas não podem é favorecer. Não podem, de maneira nenhuma, privilegiar um irmão maçon para um cargo importante perante outro que não é maçon mas tem mais competências para determinada função, por exemplo. 

Mas existe o sentido de protecção entre irmãos, mesmo fora dos encontros maçónicos?

Existe para já uma entreajuda no sentido social: se sentimos que um irmão tem dificuldades porque está desempregado, temos aqui a possibilidade de o ajudar. Funcionamos como uma família biológica, mas não uma protecção que infrinja as leis do país, nunca no sentido de nepotismo. Se, perante as diligências legais existentes, for possível que um determinado irmão aceda a uma determinada função, muito bem. Mas sem passar por cima das condicionantes legais, porque isso seria também violar uma das nossas regras fundamentais.

Mas a questão é que tem crescido no país uma preocupação e uma certa desconfiança relativamente às influências directas do poder político sobre o poder judicial.

Estou francamente preocupado com isso. Começamos a ver demasiadas situações em que se sente que há alguma ligação entre determinados comportamentos de magistrados e determinados interesses políticos. Face Oculta, Freeport... E a justiça tem de ser imparcial. Começo a notar que há cada vez mais indícios de que se estabelecem ligações espúrias entre um e outro.

E no decorrer do longo processo Casa Pia, também houve essa troca de influências entre o poder político e judicial?

Nunca me pareceu que existissem motivações desse tipo. O processo baseia-se em situações objectivas, que são reais, foram investigadas e detectadas. Há a lamentar a lentidão da justiça, mas as regras foram seguidas, perfeitamente claras e correctas, e a sentença aí está. Não creio que tenha havido motivações políticas.

Há nomes de pessoas do poder político que nunca chegaram a ser julgadas, mas as testemunhas contra elas foram as responsáveis pela condenação de seis dos arguidos.

Parece-me que houve alguma precipitação na apresentação desses nomes [ligados ao poder político] às vítimas, mas na globalidade não me parece que o processo tenha sido comandado por interesses de motivação política.

Há uma série de nomes ligados ao processo que se cruzam com o GOL, o que leva algumas pessoas a suspeitar da influência do GOL no decorrer do processo Casa Pia.

Não houve absolutamente nenhuma influência. A justiça está a fazer justiça, e ainda bem que está a fazê-lo.

Estou a falar de alguns advogados que já passaram pelo processo. Alguns acabaram por se afastar, aparentemente, sem motivo. 

Francamente não estou a atingir o que quer dizer com isso. Desconheço se algum deles é maçon, tanto entre os advogados que defendem as vítimas como entre os que defendem os arguidos. Isso é irrelevante para o processo, estão a desempenhar as funções deles. Nós não temos aqui nenhuma central de comando para pôr advogados a defender as vítimas, ou no Freeport ou no processo Face Oculta. A maçonaria tem imensa fama de ter imenso poder, mas não tem proveito nenhum. 

Desde 2003 que os grão-mestres do GOL começaram a aparecer na comunicação social. O objectivo é mudar a opinião da sociedade relativamente ao poder tentacular da maçonaria?

Procuramos mostrar, através de uma política de ruptura e transparência, que não há razão para esse tipo de suspeitas. Somos sobretudo uma ordem com espiritualidade laica, discutimos grandes temas de espiritualidade, da humanidade, da filosofia e problemas do país. Não procuramos o outro lado das instituições. O dr. António Arnaut já tinha iniciado esse trabalho.

E acredita que no futuro haverá menos maçons com receio de o assumir publicamente?

Começa a haver cada vez mais maçons que não têm dificuldade em assumir-se como tal. Infelizmente ainda existe algum receio, porque a história mostra que os maçons sempre foram perseguidos. 

Como já disse, os maçons têm cargos preeminentes na sociedade, as suas decisões podem influenciar o futuro do país. É normal discutirem os problemas actuais e a melhor forma para os resolver?

Sim, tentamos dar o nosso contributo, tentamos formar os nossos membros para que consigam, dentro das actividades que exercem, resolver os problemas do país. Mas eu sou grão-mestre e não reúno aqui nem em lado nenhum com ministros, deputados e juízes que são maçons para lhes dar instruções sobre o que devem fazer no governo ou na magistratura. Algumas pessoas vivem obcecadas com essa ideia.

Há casos em que de recusa quando tentam recrutar para o GOL? 

Sim, porque não têm interesse ou têm medo. Mas normalmente quando um maçon convida uma pessoa já sabe que existe uma certa probabilidade de ela aceitar. Primeiro há uma observação, conhecimento do carácter da pessoa, e logo depois é que se vê se essa pessoa tem apetência para este tipo de trabalho. Ser maçon exige uma apetência da própria pessoa para praticar aquilo a que chamamos uma espiritualidade laica, para uma reflexão sobre temas que têm a ver com o sentido da existência, o sentido da vida, sem terem de passar pelo crivo religioso. A maçonaria está acima das divisões religiosas e político-partidárias. 

Como são combinados os encontros de cada loja? 

São sempre no mesmo dia, à mesma hora. Cada maçon recebe por email a convocatória para a reunião, como acontece em qualquer associação. 

Qual é a regularidade dos encontros?

Os encontros ocorrem quinzenalmente, mas é normal que nem todos possam comparecer. Um maçon pode não vir todos os 15 dias, mas tenta vir com muita regularidade.

Têm acontecido casos de expulsão de maçons? 

Sim, já aconteceram, por não cumprirem determinadas regras de organização, como o pagamento das quotas. Mas a pessoa também pode afastar-se. Existem muitos maçons adormecidos. No entanto, também acontecem casos de expulsão por incumprimento de regras internas.

(Entrevista publicada a 9 de Outubro de 2010, no Jornal i)

Mais sobre António Reis em http://pt.m.wikipedia.org/wiki/António_Reis_(professor)?wasRedirected=true

17.10.10

Inauguração de Exposição de Cruz Filipe

No âmbito do trabalho dos serviços de Museologia, do Município de Tomar, é inaugurada hoje a exposição de fotografia de Cruz-Filipe, na Galeria dos Paços do Concelho, pelas 16H00.

Artista plástico português, Ricardo José Minotti da Cruz Filipe nasceu em 1934, em Lisboa, onde se licenciou em Engenharia Civil consagrando a sua vida profissional à indústria eléctrica. Iniciou a sua actividade artística em 1955 como pintor autodidacta e expôs individualmente pela primeira vez em 1957.


A sua pintura figurativa evoluiu lentamente para uma valorização da superfície do suporte, em composições que foram retalhando o espaço. No final dos anos sessenta, as suas pinturas eram, essencialmente, constituídas por arranjos de figuras recortadas, sem volume, quase meras silhuetas esparsas na bidimensionalidade. Se a sobreposição das figuras e o seu escalonamento na vertical sugerem imediatamente a profundidade espacial, o artista traz, porém, os fundos para o primeiro plano, não apenas para negar o volume, mas principalmente para afirmar uma espécie de escrita de imagens. Esta escrita vai tornar se mais explícita a partir do início dos anos setenta com uma técnica que utiliza telas fotossensíveis. Cruz Filipe faz, em primeiro lugar, pequenas montagens de fotografias e de reproduções. Depois, projecta essas montagens nas telas. Finalmente, trata cromaticamente essa imagem fotograficamente fixada.

À pintura de Cruz Filipe seria aplicável a célebre fórmula de Man Ray: "Eu fotografo o que não quero pintar e pinto o que não consigo fotografar". A pintura de Cruz Filipe configura, assim, um imaginário dramatizado de multiplicação/divisão de olhares e de pontos de vista, de tempos e de memórias que a técnica, por si, deixa entrever.

16.10.10

Grandes números do Orçamento de Estado para o Concelho de Tomar

Presente que foi a Proposta de Lei 42-XI - Lei do Orçamento de Estado para 2011, são os seguintes, os grandes números aplicados directamente ao Concelho de Tomar, o seu posicionamento no seio do Distrito de Santarém e algumas notas, mais significativas. [Todos os valores em €]

TOMAR (Orçamento Estado 2011)


4.551.241 – FEF final corrente (6,5% Distrito)
3.034.160 – FEF final capital (6,7% Distrito)
7.585.401 – FEF total (6,5% Distrito – 5º) Nota: retido 0,1% (7585,4€) para DGAL (Artº49º)

692.449 – Fundo Social Municipal (9,8% Distrito – 2º) Nota: exclusivo para aplicação no ensino pré-escolar e 1ºciclo (nº4Artº44º da Proposta Lei42-XI)

1.144.827 – Comparticipação no IRS (Taxa máxima de 5,0%) (9,5% Distrito – 2º)

9.422.677 – Total da transferência do OE (7,0% Distrito – 5º)
[Menos cerca de 886.000€ do que o previsto inicialmente para 2010 e menos 400.000€ do que o efectivamente transferido após PECII)

418.703 – PIDDAC Concelhio (275.000 Escola Nuno Alvares Pereira, 143.703 Palácio da Justiça)



Transferência para as Freguesias do Concelho de Tomar (OE 2011)

Além da Ribeira 28.573
Alviobeira 24.363
Asseiceira 52.848
Beselga 29.209
Carregueiros 32.094
Casais 49.267
Junceira 28.322
Madalena 57.304
Olalhas 46.150
Paialvo 47.791
Pedreira 24.995
Sabacheira 43.085
São Pedro de Tomar 56.944
Serra 44.139
Santa Maria dos Olivais 129.448
Tomar (São João Baptista) 74.115

TOMAR (Total município) 768.647 (7,6% Distrito – 5º)

TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS DIRECTAS EFECTUADAS PARA O CONCELHO DE TOMAR PELO ORÇAMENTO DE ESTADO DE 2011: 10.610.027€

(Investimento directo do Estado de cerca de 253€/Habitante do Concelho) - em termos comparativos o investimento do estado por cada habitante do Concelho de Constância é de cerca de 1.100€

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15.10.10

Contas dos pelouros, após onze meses de gestão

No âmbito dos pelouros que tutelo - Bombeiros e Protecção Civil, Cultura, Turismo e Parque de Campismo, Museus e Gabinete de Apoio ao Consumidor -, este é o resumo dos gastos autorizados (ao abrigo da competência delegada) e das receitas arrecadadas desde 30 de Outubro de 2009 (inicio das minhas funções como vereador a tempo inteiro), até 30 de Setembro de 2010 (11 meses).

Bombeiros - Receitas de 154.356,14€ e 152.327,43€ de despesa;

Turismo/Campismo - Receitas de 75.338,85€ e 242.878,90€ de despesa;

Cultura - Receitas de 9.367,76€ e 167.389,18€ de despesa;

Museus - Receitas de 6.307,38€ e 58.956,42€ de despesa;

Num total, em 11 meses, de 245.370,13€ de receita e 621.551,93€ de despesa (taxa de cobertura de 39,5%), tendo o conjunto dos 67 colaboradores directos, de diferentes categorias e vínculos à administração publica, custado ao município cerca de 834.000€ em remunerações, complementos e subsídios.

Os três protocolos em funcionamento, com a Associação de Bombeiros, o Centro de Estudos de Arte e Património e a Associação Portuguesa de Turismo Cultural, tiveram associada uma despesa directa ou indirecta de 250.500€.

Fui assim responsável por uma despesa directa e indirecta de cerca de 1,7 Milhões€  e uma receita de 267.676€, tendo obtido uma taxa de cobertura de 14,4%.

(Valores obtidos com base nas informações obrigatórias apresentadas às reuniões de Câmara Municipal, nos termos da legislação em vigor)

12.10.10

A propósito da extinção da Ordem do Templo

Conferências de Santa Iria regressam amanhã em segundo ciclo

Em 13 de Outubro de 1307 começava o processo de perseguição aos Templários, pelo papa Clemente V sob pressão do rei de França, que viria a resultar na extinção daquela ordem religiosa e militar. Em Portugal, o rei D. Dinis viria a preservar todo o património templário transferindo-o para a recém-criada Ordem de Cristo.

Razões mais que suficientes para que sejam abordadas em detalhe no segundo ciclo das Conferências de Santa Iria, subordinado precisamente ao tema “A extinção da Ordem do Templo” e que começará amanhã mesmo, dia 13 de Outubro, quarta-feira, com a palestra “Da Ordem do Templo à Ordem de Cristo através dos documentos” ministrada pelo Prof. Doutor Fernando Larcher.

Segue-se, no dia 23 de Outubro, sábado, ”Os caminhos templários de Tomar” pela Mestre Ana Carvalho Dias, terminando o ciclo no sábado seguinte, 30, com o Prof. Doutor Humberto Baquero Moreno a abordar “Portugal e a Ordem dos Templários”.

Todas as conferências decorrem na capela de Santa Iria, às 16.30 horas, com entrada livre.

7.10.10

Aviso de Protecção Civil

Aviso ESPECIAL PARA SEXTA-SÁBADO



INFORMAÇÃO METEOROLÓGICA E HIDROLÓGICA

De acordo com as previsões disponibilizadas e actualizadas pelo Instituto de Meteorologia (IM), é expectável que a partir o dia amanhã (08OUT), e ainda durante o fim-de-semana (09 a 10 OUT), o estado do tempo seja fortemente influenciado pela passagem de uma superfície frontal de actividade moderada a forte, associada a uma depressão muito cavada.

Como tal salienta-se a ocorrência de chuva persistente e forte, em todo o território, com maior incidência entre o final de Sexta-feira (08OUT) e a madrugada de Sábado (09OUT), a intensificação do vento soprando de sul forte a muito forte, em especial no Litoral Oeste, e com rajadas que poderão atingir os 100 km/h nas Terras Altas, bem com a ocorrência de agitação marítima, tanto no Litoral Oeste como na Costa Sul, podendo-se verificar uma altura de onda de 4 a 6 metros. Esta situação de forte instabilidade, embora se preveja que se mantenha durante o fim-de-semana, terá tendência a desagravar, principalmente no Domingo (10OUT). Face a esta previsão das condições meteorológicas devem os efeitos expectáveis e medidas de auto-protecção abaixo descritos ser especialmente observados.

EFEITOS EXPECTÁVEIS

Recomenda-se a tomada de algumas medidas de precaução, relativamente a:

- Aumento do número de acidentes de viação, devido à existência de piso escorregadio e eventual formação de lençóis de água ou ao arrastamento de materiais sólidos para a via;
- Inundações por transbordo, em linhas de água de regime torrencial ou não dominadas por albufeiras;
- Possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem;
- Possibilidade de inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis;
- Danos em estruturas montadas ou suspensas;
- Movimentos de massa em vertentes não consolidadas ou fragilizadas por incêndios florestais ocorridos recentemente.
 
TODOS OS CIDADÃOS DO CONCELHO DE TOMAR DEVERÃO LIGAR 249.329.140 ou 919.329.825, em caso de qualquer ocorrência anómala ou pedido de apoio urgente.

5.10.10

Coligar ou descoligar. Breve roteiro do Centenário, com espírito republicano.

"Para dançar o tango são precisas duas pessoas", disse há alguns meses o Secretário-geral do PS e Primeiro Ministro, depois do acordo para o PEC II com o líder do PSD, Passos Coelho.


Tenho para mim, observadas que sejam certas "condições excepcionais" necessárias para a governação, que uma coligação fraca e com espinhos é sempre melhor do que governar em minoria.

A grande dificuldade está sempre, na avaliação dessas mesmas condições execepcionais.

Se em termos locais elas se percebem com facilidade e estão fundadas na absoluta necessidade de manter afastados dos negócios municipais métodos e formas de "conivência", "favorecimento" e criação de "caldos de cultura" favoráveis a práticas ética e legalmente duvidosas, decididas quer por PS, quer por PSD, após 1996, em termos nacionais tal não se tem revelado fácil.

Mas enquanto que em termos nacionais, apesar de tudo se trabalha com um PSD com estratégia - torpe, desajeitada, mal coordenada e de eficácia a médio prazo altamente duvidosa, em termos locais a "desgraça" é total, porque:

1- A coligação que gere a Camara, só funciona por especial "paciência" e "empenhamento" dos eleitos socialistas e dos seus gabinetes de vereação;

2- A coordenação política, para as mínimas acções concretas de desenvolvimento, entre os partidos da coligação nunca existiram, sendo um verdadeiro desastre a sua actuação ao nível, quer das juntas de freguesia, quer da assembleia Municipal;

3- A esse nível em concreto tem sido o PS a fazer toda a "despesa", sendo certo que quem tomou a iniciativa de propor a coligação, como por diversas vezes tem afirmado o presidente do PS de Tomar, foi o PSD;

4- A disponibilidade, espirito de sacrifício e empenho na procura de soluções para os graves problemas do concelho, por parte do PS, não têm sido aproveitadas pelo PSD, para corrigir o rumo seguido na ultima década e que teve os resultados estrondosamente medíocres obtidos por Tomar a quase todos os níveis;

5- A diferença de opção/opinião em questões cruciais, tem sido notória:
como na criação das condições objectivas para a fixação de empresas, a facilitação por acção e redução de burocracia ao investimento;
uma reorganização orgânica do Municipio elaborada com bases profissionais e apoiada por equipa externa adequada e não no casuísmo e total amadorismo;
a resolução dos endémicos problemas do Municipio pagar elevadas rendas e ter instalações suas "emprestadas" a entidades externas, há décadas, sem encontrar por exemplo solução para o futuro "Museu do Brinquedo" ou para os serviços do urbanismo;
a incapacidade de prover os recursos humanos necessários nos sectores estratégicos e básicos do Municipio, com evidentes prejuízos na melhoria da capacidade e económica de médio prazo do Municipio, como por exemplo na higiene e limpeza, ou na criação de um Gabinete de apopio ao investidor, etc,etc;
a incapacidade de mudar em definitivo o paradigma do financiamento às freguesias, apostando na contratualização, continuando a tratar umas como filhas e outras como enteadas, na razão directa do amadorismo da atribuição de recursos e alocação de meios;
o reconhecimento de que o sistema existente para apoiar as associações era ineficaz, mas o adiar sucessivo da solução de futuro, por falta de coragem da assumpção de que é absolutamente primordial investir fortemente neste sector, como sector gerador de actividades e riquezas locais e regionais;
uma revisão de PDM, a conta gotas, que não trata de forma equilibrada o território, não melhora a coesão e o desenvolvimento das aldeias do concelho, não promove a estruturação da rede viária principal e secundaria, dificultando a mobilidade e a fixação de população no Concelho;
uma gestão de recursos humanos que não promove, nem favorece a formação, a valorização do Servico ao cidadão, a legalidade;
investimentos através de financiamentos comunitários desarticulados, pagando bens e serviços sem qualquer correlação estratégica ou devida avaliação de viabilidade futura;
ausência de favorecimento de uma cultura de probidade e profissionalismo, uso com parcimónia e optimização dos recursos disponíveis e avaliação dos impactos positivos para o Serviço ás populações;
falta de uma cultura de responsabilidade, na procura das soluções para as necessidades de habitação social no Municipio; etc, etc...

6-A natural implementação das políticas que tenham a pessoa como centro da sua acção, devem ser sempre a base da preocupação dos políticos: fazendo o que deve ser feito. E de tal não deve de haver receio das suas consequências.

7- Em termos estritamente políticos a gestão de comunidades, como Tomar, têm esta dificuldade acrescida: ao lidar com actores (políticos e de liderança de opinião) cuja principal ocupação parece passar pelo desenvolvimento da inércia como actividade principal, torna difícil que a mesma comunidade ultrapasse as suas dificuldades.

8- Nesse contexto é sempre mais fácil criticar, no seio das soluções de poder, negociadas na gestão corrente do dia a dia, o parceiro que introduz as melhorias, as alterações e não aquele que é o garante de que tudo "se mantém como está".

9- As coligações pós-eleitorais, coisas normais por todos esses países da Europa, desde o nível local ao nível nacional, são elas próprias soluções excepcionais onde, quase sempre, o partido liderante encontra "apoio", "suporte" e "oportunidade", para fazer e melhorar o que de outra forma não conseguiria. O caso de Tomar, não foge naturalmente a essa regra.

10- A coligação pós-eleitoral de Tomar, serve no essencial o interesse estratégico e específico do PSD, dadas as condições excepcionais em que foi constituída, não servindo objectivamente os interesses particulares do Partido Socialista. Ao manter-se nela, apenas o pode fazer por absoluto interesse colectivo da comunidade (Tomar), procurando melhorar a difícil prestação de serviço publico e os resultados de desenvolvimento, a que a gestão PSD conduziu Tomar.


Se o PS decidir continuar a honrar o acordo estabelecido, realizado essencialmente em prol de Tomar, só o poderá fazer, consciente do elevado sacrifício eleitoral futuro que tal pode representar.

Salvando Tomar, pode o PS estar a hipotecar a possibilidade futura de vir a governar, de forma liderante, os destidos do Concelho.

Se for o PSD a dar o dito por não dito, desiste em absoluto de Tomar, como há alguns anos desistiu de Ourém e como antes o havia feito em Torres Novas.

Compreende-se que a solução para o problema existente não é hoje fácil, como não o era há um ano atrás, após a perda de maioria do PSD. Tomar tem estado adiado. A decisão dos socialistas, responsável quanto a mim, visou criar condições de melhoria do que era feito.

Mas valerá a pena insistir, quando parece que os únicos interessados em que Tomar resulte, são os socialistas?

[Nota do autor:
a) Este texto é um texto em construção permanente, pelo que se deve ter em conta isso na sua avaliação.
b)Este texto tranamite apenas a opinião e avaliação política do autor e como tal deve ser analisado.
c) De recordar que hoje, dia da Republica, recordamos que foi há cem anos que assumimos que a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, também eram conceitos em que a sociedade portuguesa podia viver]

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4.10.10

No próximo Domingo: A Morte de D.Gualdim Pais

Inscrições, limitadas a 84 pessoas, no Posto de Turismo, pelo turismo@cm-tomar.pt ou 249.329.823

2.10.10

"O essencial é invisível aos olhos"

1.10.10

A nova policia dos "costumes" dos radicais da esquerda tonta, começa em Tomar.

Com a aprovação da "moção de censura" ao vereador, inaugura-se em Tomar mais uma peculiaridade típica da terra templária: a nova policia de costumes.

O direito à livre opinião e expressão da mesma estaria vedado, na opinião destes novos "algozes de gravata", que espreitam em cada esquina ou melhor dizendo, em cada byte.

Percebo-os perfeitamente. Propalados paladinos de uma "esquerda caviar", manietados e manipulados por um afastado "pedanteco", unidos com alguns dos derrotados militantes, hoje independentes, acham que conseguem travar a verdadeira Liberdade de expressão de quem tendo opinião e estratégia, não tem nem medo, nem vergonha de a assumir.

Se pensam isso, é porque não me conhecem.
E ainda agora a procissão saiu do Adro, como diz o povo.