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18.10.25

PS perde as eleições em Tomar, em razão dos votos urbanos

Qualquer boa análise precisa de tempo, deixá-lo passar e olhar para a realidade, preferencialmente despida de qualquer emoção.

A AD ganhou a Câmara de Tomar e de forma indiscutível as eleições no Concelho, ganhando ao PS duas freguesias das 5 que este geria, precisamente a com maior população - a Urbana e a com menor população - a Sabacheira.
Ambas as situações, apesar da minha amizade de longos anos com a família Graça (António Graça) da Sabacheira e a mais recente, mas não menos empenhada, com o Lino Rosario Confraria Freitas e a sua equipa, não me surpreenderam.
A missão na urbana era Hérculea tal a pequena diferença de votos entre o PS e o PSD+CDS nas últimas eleições, como pela saída do decano dos autarcas de freguesia - o Senhor Augusto Barros com quem muito aprendi. Bastava a perda de uma dezena de votos e tudo estaria perdido. Com a saída em rotura do ex-Secretário da Junta que desde a primeira hora acompanhava Augusto Barros, desde a vitória socialista de 2013, tão desfecho era à partida quase inevitável.
Humildemente tentei ajudar, produzindo com as minhas “assistentes virtuais” uma ou outra música, que não lograram levá-lo à vitória, mas pelo menos o animaram e à sua, sempre muito difícil, campanha.
Já no PS Sabacheira, com a perda do apoio da funcionária administrativa da Junta, que acumulava com a função de padeira única das aldeias que a constituem, transformou aquela disputa apenas em controlo de danos e, pouco mais.
Mas, nem uma, nem outra votação para as juntas teve influência determinante na perda da presidência da Câmara.
Isto porque, embora no caso da Sabacheira a diferença de votos entre a freguesia, a assembleia e a câmara fosse muito pequena, a alteração de diferença absoluta entre uma eleição e outra (21 vs 25), resultou num ganho de cerca de 270 votos a favor da AD.
A AD ganhou ao PS a Câmara por 571 votos de diferença.
Portanto, a Sabacheira não explica a derrota.
O que pode em 95% de probabilidade a são as votações na freguesia urbana, para a eleição da Câmara Municipal. Aqui, em 2021, os partidos da AD (PSD+CDS) haviam ficado a escassos 62 votos do PS.
E é aqui - no contexto da Cidade - que Tiago Carrão e a sua lista de “betinhos de sacristia” levam a melhor sobre a muito mais bem preparada e experiente aposta de Hugo Cristóvão.
A AD ganha para a Câmara por mais 662 votos, ou seja, recuperou mais de 700 votos de diferença em relação ao PS.
E a responsabilidade não pode ser colocada na lista para a Freguesia, porque o que é facto é que a melhor votação nesta freguesia (urbana) foi na lista da Câmara liderada por Hugo Cristóvão.
Algo falhou na penetração da candidatura do PS, na cidade.
O que é facto é que nas outras 11 freguesias, peri-urbanas ou rurais o PS ganhou com uma vantagem de 91 votos, contando ainda assim com o brutal desaire da Sabacheira, que foi totalmente compensado com os brilhantes resultados na união de freguesias de Casais e Alviobeida e ainda em S.Pedro.
É na cidade que as eleições são perdidas.
Porquê?
O que estava errado na lista de candidatos encabeçada pelo Hugo Cristóvão?
O cabeça de lista? Os candidatos Filipa Fernandes há poucos anos nestas lides, ou o José Manuel Mendes Delgado, que abraçou o projeto depois de ter sido em vários mandatos - em Lisboa e Tomar, autarca do PPD ou a já longa militante do PS Anabela Estanqueiro? Ou tudo junto? Ou…?
Talvez numa segunda oportunidade de análise, seja possível ir mais profundamente naquilo que realmente terá importado neste processo de perda da Câmara para os “betinhos”…🌿🌿🌿

Anexo: tabela de votações na freguesia urbana na eleição para a Câmara.


13.10.25

ANÁLISE DE RESULTADOS E PROJEÇÕES ELEITORAIS NA NOITE DAS AUTÁRQUICAS

Acompanhado do Casimiro Serra e do professor Silvio Brito, estivemos na Rádio Hertz, durante mais de quatro horas e meia, a tentar ir descodificando o evoluir da noite eleitoral.

Fomos os primeiros a estimar a composição da Câmara (3/3/1), com base em apenas 2 mesas eleitorais, quando ficou claro que o CH iria ter entre 12-14% na eleição para esse orgão - viria a ter precisamente 13,11%.

E fomos os primeiros a anunciar a eventual composição da Junta Urbana - com 6/4/2/1 - viria a ficar 6/5/1/1, com a eleição clara de Alexandre Horta para Presidente da segunda mais populosa Freguesia do Distrito de Santarém.