2.2.22

Os quilos de Rennie e a calçadeira do coisinho

No rescaldo das eleições legislativas do passado domingo, quase todos acordaram incrédulos sobre como o eleitorado votara. Então mas as sondagens não aposntavam para um empate técnico a escassos dias das eleições? Então mas não havia cansaço de Costa e dos seus malabarismos, com um Governo desgastado e sem chama? Então não havia o "perigo" do coisinho? Sim, parece que havia tudo isso e uma bota.


Primeiro, as sondagens

Desde sempre procurei olhar para as sonsadegns tendo por base os resultados diretos. E neles até poucos dias antes podia-se constatar uma coisa: apenas pouco mais de 60% dos inquiridos aceitava responder e destes cerca de 20% mostrava-se indeciso, eventualmente escondendo assim a sua real opção, ou legitimimanet pdoemos especular que esteve mesmo indeciso até ao fim. Mas os estudos também apontavam para a maioritária certeza - e desejo de vitória de Costa face a Rio. Compulsado tudo isso, pode-se dizer que os estudos de opinião não erraram. O que errou foi a nossa leitura deles.

Segundo, o cansaço de Costa

É por demais evidente, bastando para isso uma pequena conversa com qualquer autarca socialista ou com um pequeno empresário, para se perceber que a leitura que havia era a de que o Govenro estava paralizado e com ele o estado, sendo que a capacidade de resposta de quase tudo - com a loucura do total enfoque na pandemia, levou o País a uma estagnação. Havia portanto um cansaço de Costa. Mas o que parece ainda mais do que esse cansaço foi o receio do que se lhe podia seguir. E aí, num País envelhecido e alicerçado em 700 mil funcionários do Estado e mais 3,6 milhões de aposentados, o principio de só mudar para melhor, passe a figura de estilo, levou a melhor.

Terceiro, o perigo do coisinho

Aqui foi o grande erro de Rio ao ser o desafiante de Costa e, portanto ajudou a conduzir o PS à sua vitória com maioria. Rio nunca assumiu, de forma convincente que caso precisasse do partido do coisinho, os deixaria a falar sozinhos, resumidos à sua agenda de conversa de tasca. Ao não o fazer criou a ideia em centenas de milhares de eleitores que seria bem melhor continuar com Costa, e com o PS, para quem só se fala com gente que sabe estar na democracia e na vida pública. Foi a sua morte. O perigo do coisinho - que nunca foi real, mas apenas imaginário, sendo que aquilo sempre esteve durante décadas dentro do PPD e do CDS - ou onde pensam que votavam os saudosos do antigamente, os do "orgulhosamente sós", os que diferenciam as pessoas pela cor da pele ou pela etnia? Sempre estiveram dentro e a votar nos partidos de direita. O facto de se terem autonomizado, só foi um ganho democrático, uma vez que assim, NUNCA mais a direita volta ao poder. Será o chamado efeito calçadeira: enquanto existir isto, dificilmente o PSD chegará ao poder. Por isso longa vida ao coisinho: o PS agradece!


No mais parece que andam por aí umas empoderadas tolas, que faziam do SNS a sua bandeira - como se os profissionais de saúde não soubessem bem o que querem e precisam e como se o Governo não soubesse bem o que eles querem e precisam, além de uns resquícios de agenda radical - de âmbito social, total e plenamente assumida pelo PS, após o esforço geracional dos jotas dos anos 90, da imporem: direitos cívicos LGBTI+, aborto, eutanásia, políticas de género equilibradas, direitos de todas as minorias, até dos brancos, heterosexuais e que pagam impostos... E soubre aquels resquício neo-ditatorial das animálias, nem há mais conversa.

Temos assim que, com um PS a governar sozinho durante ais 4 anos, e perfazendo no final quase 11 anos ininterruptos de exercício de poder, só mesmo quilos e quilos de Rennie, ajudarão os derrotados de domingo a ultrapassar o trauma do embate com a realidade.

Como sempre disse e escrevi, o PS não precisa de nenhum partido que o ensine a ser de esquerda, porque ser de esquerda é ser do PS. E enquanto o coisinho andar por aí a julgar-se o quarto pastorinho de Fátima, estamos descansados. Temos paródia garantida e as pessoas a sério, os tais portugueses de bem, podem tratar da sua vida e da vida das suas famílias, em paz e sossego, que foi aquilo que o eleitorado escolheu para os próximos anos.


Deixo-vos um artigo Rennie, para delícia final...

Marcelo: atacar Costa como Soares atacou Cavaco - Expresso