9.9.20

Combustíveis fósseis - a grande marcha...

 

1.

Estes foram o verdadeiro patamar e impulso da revolução industrial e nos nossos dias continuam a ser na medida em que a diversidade de produtos, meios e utilidades quanto ao produto final extraído, ou seja o petróleo, não serem até o momento objeto de substituição, embora face às tentativas para o mesmo, essa dependência ser insubstituível. Nesta minha idade dispondo do comodismo de todos os bens materiais existentes que neste momento disponho para a vivência diária, comparo com aquilo que até um tempo atrás (quarenta e dois anos até ao momento) que me recorde, me era facultado pelos meus pais e me era apresentado pelo quotidiano para viver, seja estudar, brincar, viajar, comunicar, ver ou passar o tempo.

Na verdade sem os combustíveis fósseis ou seja o petróleo que é o produto extraído dos mesmos, não seria igual como a conhecemos. Dos inúmeros derivados do mesmo, tantos e mais usos dos mesmos resultam produtos finais que usamos e nos facilitam a vida. Mas para chegarem ao produto final, desde a sua prospeção, perfuração, extração e refinação envolve uma grande dinâmica de mão-de-obra e maquinaria. A partir daí, põe em marcha uma diversificada gama de indústrias à petroquímica ligada e dependente desta, para obter e produzir os combustíveis e lubrificantes para automóveis, aviões e navios, gerar eletricidade, produzir plásticos, detergentes, medicamentos, conservantes, borracha, nylon, fibras sintéticas, ceras, rezinas, inseticidas, asfaltos, etc.

No caso da motorização, sendo ela movida maioritariamente a combustível fóssil, sendo esta o motor principal para manter a economia mundial a funcionar e mantendo-se esta competitividade do homem não parar de querer cada vez mais, vai se adiando a sustentabilidade do meio ambiente, uma vez que esta é a causa principal da degradação desse meio ambiente devido à libertação do dióxido de carbono para a atmosfera, carbono esse existente ainda o planeta não tinha atmosfera habitável e que em tempos remotos se sedimentou na terra.

Tem que existir uma calamidade para que o homem se mentalize que tem obrigatoriamente de parar e não é por acaso que o momento pelo qual estamos a atravessar o prova, porque estudos realizados mostram que a emissão nestas últimas semanas abrandou significativamente devido à menor libertação de dióxido de carbono pela reduzida circulação automóvel.

2.

Os combustíveis fósseis têm sido o verdadeiro "motor" de toda a evolução que temos sentido em todas estas décadas. Sem essa capacidade energética nada seria possível. O que significa que a disponibilidade de energia é mesmo a peça fundamental. 

Imaginem o que seria de nós se, nesta fase de tantas restrições mundiais com a pandemia, deixássemos de ter energia elétrica... seria o caos.

Mas se "Tem que existir uma calamidade para que o homem se mentalize que tem obrigatoriamente de parar e não é por acaso que o momento pelo qual estamos a atravessar o prova, porque estudos realizados mostram que a emissão nestas últimas semanas abrandou significativamente devido à menor libertação de dióxido de carbono pela reduzida circulação automóvel." Espero também que esta situação possa ajudar mais algumas pessoas, em particular lideres mundiais, a ter outra visão do mundo, face à diminuição de poluição devido à paragem provocada pela pandemia que trará também algumas, pequenas, melhorias ambientais, uma espécie de pequeno "descanso" ambiental. 

3.

O petróleo só ganhou importância com a introdução do motor de combustão interna o qual era alimentado por álcool ou derivados de petróleo (gasolina, gás e mais tarde gasóleo), o que aconteceu só na chamada 2ª revolução industrial, que ocorreu a partir da segunda metade do século XIX. O grande impulsionador da 1ª revolução industrial, e que dominou até ao século XX, foi outro combustível fóssil, o carvão mineral ou hulha, que alimentava as maquinas a vapor. Estas sim, foram pioneiras no oferta de força motriz em qualquer lado e a trabalhar 24/24h, geraram por isso uma reorganização dos processos de produção aumentando exponencialmente a produtividade. 

Não podemos resumir os combustíveis fosseis apenas ao petróleo ou seus derivados, embora estes sejam os mais populares e mais usados numa serie de utilizações. Não devemos esquecer o gás natural, essencial em industrias e aquecimentos domésticos nos países nórdicos, e o carvão mineral e seus derivados que são utilizados na indústria química, siderurgia ou para alimentar ainda hoje centrais elétricas. Todos eles emitem gases poluentes na sua queima, CO se for mal oxigenada ou CO2, NOx (óxidos de azoto) dependendo da pressão. Ou conforme as impurezas que contenham podem emitir SO2 (dióxido de enxofre) ou outros.

Todos os hidrocarbonetos, como bem sabemos, derivam de matéria orgânica, ou seja seres vivos cujos seus restos mortais não se decompuseram dada a falta de condições de permeabilidade, oxigenação, etc. E todos têm por isso como principal elemento o carbono -C- (presente por exemplo nos hidratos de carbono que consumimos) que é o alimento da vida/célula, ligado na formação molecular elementar a 4 -H- átomos de hidrogénio, elemento natural da molécula de água também essencial à vida, formando assim a molécula mais simples de hidrocarboneto o metano CH4 (nesta ligação covalente os átomos de H partilham os seus 4 eletrões com o C  ficando este equilibrado com 8 eletrões na sua camada de valência). Conforme as condições físico-químicas dos solos, as impurezas existentes e o tipos de organismo (animal ou vegetal) o resultado da transformação dos organismos será  petróleo (óleo pétreo), carvão ou gás.

4.

Na verdade os combustíveis fósseis, o resultado da transformação da matéria orgânica de plantas e animais sedimentados por força das pressões e temperaturas, não é só o petróleo como passei a ideia na minha abordagem, mas também o carvão e o gás natural, ou seja os hidrocarbonetos. Os hidrocarbonetos quimicamente formados maioritariamente por átomos de carbono e hidrogénio, ardem. Daí serem combustíveis. Numa combustão são libertados gases sobe a forma de dióxido de carbono e metano, constituinte principal do gás natural. Assim este, apesar de serem uma melhor opção (mais limpa) para o nosso meio ambiente, libertando menos emissões de enxofre, azoto e carbono não deixa de ser uma queima de material inorgânico sobe a forma dos constituintes referidos, libertando dióxido de carbono. Da mesma forma, seja o petróleo ou o gás natural utilizam a mesma forma de exploração, pesquisa e sondagens, sendo extraídos pelas mesmas técnicas. O gás convencional como sabemos encontra-se e fica aprisionado da mesma forma que o petróleo, em bolsas abaixo das rochas impermeáveis sendo extraído da mesma forma que o petróleo. No gás não convencional é utilizado o fraturamento hidráulico no sentido horizontal, onde numa apenas perfuração convencional se podem encontrar através da perfuração horizontal, inúmeros reservatórios de gás. 

Paradigma ou não e colmatando a minha ideia sobre os combustíveis fósseis, dever-se-á no imediato contrapor a “queima” de hidrocarbonetos, devendo o “homem” fixar novas pretensões sobre o futuro, baseado no que no presente tem ao seu alcance para deixar o seu legado.