Anda por aí à solta um anti-comunismo primário, tentando negar a evidência, quer do contributo histórico do PCP para a resistência à ditadura salazarista, nos idos do século XX, quer para o desenvolvimento de inúmeras políticas inovadoras do Portugal Democrático, nomeadamente a nível do poder autárquico.
Que haja quem não se dê bem com clássica organização comunista, quem não goste das suas políticas, quem nem sequer alguma vez pense votar neles, é natural. Eu que sempre fui do PS, várias vezes me confrontei com políticas com as quais não podia concordar por parte deles.
Mas, daí a usar a ignorância, o medo, o pânico do desconhecido, para negar a evidência de que não só a Festa do Avante é, ela própria, um marco da cultura democrática e eclética nacional, como será um exemplo de respeito pela saúde pública e de vivência saudável num País que carece cada vez mais de quem não troque direitos por um prato de lentilhas, nem consciência por servilismo.
Quando nos idos de 80 do século passado fui pela primeira vez à Festa percebi que o mundo era muito mais diverso, do que a simples cultura da telenovela e do futebol. Passados quase 40 anos, isso é mais do que nesse tempo essencial, para preservarmos a dignidade e o futuro dos que se nos seguem.
