21.11.19

Em política não há gratidão, mas pode e deve, haver verdade!

Bem. Sejamos verdadeiros.
Quando iniciámos em 2004 e, antes disso, por três vezes em 1996, 1999 e 2002, o processo político interno que conduziu à atual situação política no PS em Tomar, o processo era o de um projeto de poder, como compete num partido vocacionado para o exercício do poder. Como eu sempre escrevia há vinte anos e continuo a escrever agora: o PS não é o PSR, ou - atualizando -, o PS não é nem o PAN nem o BE. Ou seja, no PS a coisa é para ser levada a sério e, para exercer e determinar - conduzindo, níveis de decisão política real, não hipotética ou de discussão ideológica estéril.


Começámos, sem qualquer peso de relevo, que não fosse a minha pessoal presença então na Comissão de Jurisdição Distrital (mais ou menos o Tribunal interno de primeira instância) e alguns lugares minoritários, na então Comissão Politica Concelhia, dominada pelo então vereador Fernando Santos (ex-PCP) e eleito como numero dois nas autárquicas de 2001.



A estratégia então encetada, que viria a ser coroada de êxito na década seguinte - recordar que o PS chegou ao poder autárquico no Concelho de Tomar em 2013, passou num primeiro momento por dar espaço a novos protagonismos, além de procurar empurrar os já existentes então - personalizados pelo já falecido Sérgio Diniz (cabeça de lista às eleições internas por duas vezes - em 1999 e 2002), pelo Paulo Arsénio (numero dois da lista por mim encabeçada em 1996), pelo Carlos Silva (presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria do Olival em 1993), e do Leonel Graça, figuras de proa da oposição interna nesses anos do início do milénio no PS em Tomar, além da Elizabete Conde, da Sandra Morgado e no início, mas não nesse fim, da Fátima Duarte, entre outros. A presença e disponibilidade das mulheres era, ao tempo, escassa e difícil.

Os novos protagonismos que então, em 2003/4 se fomentaram, foram os de Élio Bernardino, Gonçalo Salgueiro e Hugo Cristóvão e no ano seguinte de Anabela Estanqueiro, Anabela Freitas, Jorge Franco e Hugo Costa.

Tal estratégia, foi concomitante com a conquista da Federação Distrital de Santarém em 2003, pela ação estratégica conjugada e combinada pelo petit comité composto pelo Paulo Fonseca (Ourém), Fernando Pratas (Chamusca), António Gameiro (Ourém) e eu próprio.

Ora, daí até à vitória para a Comissão Política Concelhia de Tomar - por mim encabeçado, em fevereiro de 2004, foi um caminho difícil, mas que redundou em sucesso.

Aí estabelecidos, como é sempre assim, a única dificuldade é manter o poder. Claro que houve escolhos da preparação das autárquicas de 2005, com a continuada presença no espectro político tomarense do ex-Presidente Pedro Marques, o que apesar da tentativa de aproximação de Hugo Cristóvão em 2004, foi prontamente recusado pelo restante Secretariado da Concelhia - Zeca Pereira, Carlos Silva, Jorge Franco, Virgílio Saraiva, Fátima Duarte, Anabela Estanqueiro, Leonel Graça e Anabela Freitas. Mas o exercício do poder - permitido pela vitória do PS em 2005, é sempre um bom alicerce.

Nesse particular foi possível desenvolver a estratégia e o trabalho que permitiu fazer chegar um dos novos quadros - a Anabela Freitas, a posições de relevo. Desde logo a liderança do Centro de Emprego de Tomar, posteriormente a sua "promoção" a líder das mulheres socialistas do Distrito, aproveitando os níveis de discriminação positiva que os Estatutos do PS, desde 2002 davam às mulheres. Claro que daí, até à sua indicação em lugar elegível nas eleições legislativas de 2009, foi um passo.

E daí, até à ultrapassagem de Hugo Cristóvão, que havia feito uma passagem com pouco brilhantismo como Delegado Distrital do IPJ, entre 2005 e 2006, como candidata à Câmara Municipal em 2013, foi tudo facilitado.

Claro que sem o contributo financeiro dos militantes Raul José Ferreira e Maria Luisa Silva, tal nunca teria sido possível.

É que aqueles que acham ser possível chegar ao poder sem esforço, nunca tiveram efetivamente qualquer experiência da forma e dos modos de fazer política em Portugal.

Portanto se Anabela Freitas é hoje Presidente da Câmara de Tomar, e poderia estar já em funções Governativas - pois há por lá gente bem menos qualificada que ela, o deve a estes dois militantes da Concelhia de Tomar, que do seu esforço e labor, nos momentos difíceis nunca faltaram com o apoio necessário.

Claro que em política, não há gratidão. Mas pode, e deve, haver verdade.
E esta é parte da verdade dos últimos 15 anos de vida política em Tomar.


Principais financiadores da campanha de 2013, com a candidata Anabela Freitas, fonte: http://tomar2013.blogspot.com/2013/09/candidata-presidente-da-camara-votou-as.html

Anexo:
Listagem dos membros do atual Governo, onde continua a não haver ninguém de Tomar.
Primeiro Ministro

Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: Duarte Cordeiro

Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro: Tiago Antunes

Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital

Secretário de Estado Adjunto e da Economia: João Neves

Secretária de Estado do Turismo: Rita Marques

Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor: João Torres

Secretário de Estado para a Transição Digital: André de Aragão Azevedo

Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros

Secretária de Estado dos Assuntos Europeus: Ana Paula Zacarias

Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação: Teresa Ribeiro

Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas: Berta Ferreira Milheiro Nunes

Secretário de Estado da Internacionalização: Eurico Jorge Nogueira Leite Brilhante Dias

Ministra de Estado e da Presidência

Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros: André Moz Caldas

Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade: Rosa Monteiro

Secretária de Estado para a Integração e as Migrações: Cláudia Pereira

Ministro de Estado e das Finanças

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças: Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado do Orçamento: João Leão

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: António Mendonça Mendes

Secretário de Estado do Tesouro: Álvaro Novo

Ministro da Defesa Nacional

Secretário de Estado Adjunto da Defesa Nacional: Jorge Seguro Sanches

Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes: Catarina Sarmento Castro

Ministro da Administração Interna

Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna: Antero Luís

Secretária de Estado da Administração Interna: Patrícia Gaspar

Ministra da Justiça

Secretário de Estado Adjunto e da Justiça: Mário Belo Morgado

Secretária de Estado da Justiça: Anabela Pedroso

Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública

Secretária de Estado da Inovação e da Modernização Administrativa: Maria de Fátima de Jesus Fonseca

Secretário de Estado da Administração Pública: José Couto

Secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local: Jorge Botelho

Ministro do Planeamento

Secretário de Estado do Planeamento: José Gomes Mendes

Ministra da Cultura

Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural: Ângela Carvalho Ferreira

Secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media: Nuno Artur Silva

Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: João Sobrinho Teixeira

Ministro da Educação

Secretário de Estado Adjunto e da Educação: João Costa

Secretária de Estado da Educação: Susana Amador

Secretário de Estado da Juventude e Desporto: João Paulo Rebelo

Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional: Miguel Filipe Pardal Cabrita

Secretário de Estado da Segurança Social: Gabriel Gameiro Rodrigues Bastos

Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência: Ana Sofia Antunes

Secretária de Estado da Ação Social: Rita da Cunha Mendes

Ministra da Saúde

Secretária de Estado Adjunta da Saúde: Jamila Madeira

Secretário de Estado da Saúde: António Lacerda Sales

Ministro do Ambiente e da Ação Climática

Secretário de Estado Adjunto e da Energia: João Saldanha de Azevedo Galamba

Secretária de Estado do Ambiente: Inês dos Santos Costa

Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território: João Paulo Marçal Lopes Catarino

Secretário de Estado da Mobilidade: Eduardo Nuno Rodrigues e Pinheiro

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações: Alberto Souto de Miranda

Secretário de Estado das Infraestruturas: Jorge Delgado

Secretário de Estado da Habitação: Ana Pinho
Ministra da Agricultura